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CULTURA/ESPORTE NA BAIXADA SANTISTA - LYDIA
Lydia Federici (4)

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Em mais de três décadas de atuação diária, Lydia Federici publicou milhares de crônicas no jornal santista A Tribuna. A Hemeroteca Pública Municipal de Santos criou um Espaço Lydia Federici, onde estão expostos desde sua máquina de escrever até os troféus desportivos, bem como os organizados álbuns de recortes reunindo todos os seus textos publicados. Estas são algumas de suas crônicas:
 


Lydia Federici - quadro doado pela artista plástica Maria Helena Cabral de Castro e incluído no Espaço Lydia Federici na Hemeroteca Municipal
Foto: Carlos Pimentel Mendes, em 30/7/2014


Capa do primeiro álbum de recortes de Lydia Federici, com suas crônicas

Foto: Carlos Pimentel Mendes, em 30/7/2014

 Veja:
[001] Zangarêlho 24/12/1961
[002] Ressaca de Natal 27/12/1961
[003] Mercado de Santos 28/12/1961
[004] São Paulo - Santos 29/12/1961
[005] "Ancilas" 30/12/1961
[006] O homem da bicicleta 31/12/1961
[007] Yemanjá 03/01/1962
[008] A mancha 04/01/1962
[009] Uma rua 05/01/1962
[010] 'Flamboyants' 06/01/1962
[011] Dois teimosos 07/01/1962
[012] Praias de Santos 09/01/1962
[013] Uma família na praia 10/01/1962
[014] Peixeiros de Santos 11/01/1962
[015] Um menino no canal 12/01/1962
[016] Apartamento 13/01/1962
[017] Características das feiras 14/01/1962
[018] Na ponta do canal 16/01/1962
[019] Bambu, o corneteiro 17/01/1962
[020] Progresso 18/01/1962
[021] Sandálias japonesas 19/01/1962
[022] Um automóvel vermelho 20/01/1962
[023] Ornamentação pitoresca 21/01/1962
[024] Para magras ou gordas 23/01/1962
[025] Vendedoras e fregueses 24/01/1962
[026] A volta de Jânio 25/01/1962
[027] A Santos 26/01/1962
[028] Imaginação de criança 27/01/1962
[029] A bicicleta 28/01/1962
[030] Banho de óleo 30/01/1962
[031] O espanto do turista 31/01/1962
[032] Postos de salvamento 01/02/1962
[033] Conversa de homem 02/02/1962
[034] Conversa de mulher 03/02/1962
[035] Fora de época 04/02/1962
[036] Turistas 06/02/1962
[037] Praia sem sol 07/02/1962
[038] Chapéu de sol 08/02/1962
[039] Picaré milagroso 09/02/1962
[040] Carregadores de café 10/02/1962
[041] A grande descoberta 11/02/1962
[042] Um debate na praia 13/02/1962
[043] Jardineiras improvisadas 14/02/1962
[044] Na igreja do Embaré 15/02/1962
[045] Volta à escola 16/02/1962
[046] Começo de aulas 17/02/1962
[047] Terra desconhecida 18/02/1962
[048] Banho de sol 20/02/1962
[049] Janela de apartamento 21/02/1962
   
[050] Quinze anos 22/02/1962
[051] Carnaval de Santos 23/02/1962
[052] Monte Serrate 24/02/1962
[053] Caras pálidas 25/02/1962
[054] Dona Dorotéia 27/02/1962
[055] Serpentina 28/02/1962
[056] Caíram os impostos 01/03/1962
[057] Cachaça 02/03/1962
[058] As sandálias de Rosinha 03/03/1962
[059] Confusão 04/03/1962
[060] Carnaval do menino 06/03/1962
[061] A volta 08/03/1962
[062] Quadros na Ponta da Praia 09/03/1962
[063] Desfile de Carnaval 10/03/1962
[064] Cruz de Malta e Dengosas 11/03/1962
[065] Lição 14/03/1962
[066] Na José Bonifácio 15/03/1962
[067] Miniaturas 16/03/1962
[068] E o Brasil? 17/03/1962
[069] Orquidário 18/03/1962
[070] História de cais 20/03/1962
[071] Padaria honesta 21/03/1962
[072] Bondes 22/03/1962
[073] Mais bondes 23/03/1962
[074] Carrinhos 24/03/1962
[075] 'A Tribuna' faz anos 25/03/1962
[076] Eusébio 27/03/1962
[077] Ponta da Praia 28/03/1962
[078] Pescador de paredão 29/03/1962
[079] Areia 30/03/1962
[080] Buracos 31/03/1962
[081] Carta ao SASC 01/04/1962
[082] A Vizinha 03/04/1962
[083] Porão da Luíza Macuco 04/04/1962
[084] Maremoto 05/04/1962
[085] Candinho 06/04/1962
[086] Serventes de pedreiros 07/04/1962
[087] Adeus, loura 08/04/1962
[088] Futura 'chauffeuse' 10/04/1962
[089] Ônibus 11/04/1962
[090] Avental sujo 12/04/1962
[091] Sonhos na Pedro II 13/04/1962
[092] Bolinhas de vidro 14/04/1962
[093] Banco de ônibus 15/04/1962
[094] Portuguesito em Santos 17/04/1962
[095] Carrinhos de feira 18/04/1962
[096] Começo de noite 19/04/1962
[097] Abstinência 20/04/1962
[098] Páscoa 22/04/1962
[099] Velho professor 24/04/1962
[100] Aberto ou fechado? 25/04/1962
   
[101] Calçadas e passeios 26/04/1962
[102] O ladrão 27/04/1962
[103] Amor filial 28/04/1962
[104] Aperturas de estudante 29/04/1962
[105] Antônio, o bananeiro 01/05/1962
[106] Maio azul 03/05/1962
[107] Primeira comunhão 04/05/1962
[108] Praça José Bonifácio 05/05/1962
[109] Aventura de três donas de casa 06/05/1962
[110] Domingo de sol 08/05/1962
[111] Boqueirão 09/05/1962
[112] Desabafo 10/05/1962
[113] Carne Seca 11/05/1962
[114] Turismo 12/05/1962
[115] Dia das Mães 13/05/1962
[116] Futuro de uma ideia 15/05/1962
[117] Sem cerimônia 16/05/1962
[118] Aos de praça 17/05/1962
[119] Conversa de cozinha 18/05/1962
[120] Um português santista 19/05/1962
[121] Família 20/05/1962
[122] Nascimento de uma ideia 22/05/1962
[123] Macuco 23/05/1962
[124] Casa de marimbondo 24/05/1962
[125] Está errado 25/05/1962
[126] Planta diferente 26/05/1962
[127] Um baile 27/05/1962
[128] Pesquisa 29/05/1962
[129] Força, time 30/05/1962
[130] Missões 31/05/1962
[131] Junho 02/06/1962
[132] Velho soldador 03/06/1962
[133] Carro abandonado 05/06/1962
[134] Sem gás 06/06/1962
[135] Jardim encantado 07/06/1962
[136] Uma casa 08/06/1962
[137] Podia ser pior 09/06/1962
[138] Propaganda 10/06/1962
[139] Namorados 12/06/1962
[140] Solução pra greve 13/06/1962
[141] Uma janela 14/06/1962
[142] Banho de mar 15/06/1962
[143] Itaipu 16/06/1962
[144] Bar de praia 17/06/1962
[145] Domingo de festa 19/06/1962
[146] Urubuqueçaba 20/06/1962
[147] Queixas 21/06/1962
[148] Que rua! 23/06/1962
[149] Fiau, urubus 24/06/1962
[150] Vedete dos festejos 26/06/1962
   
[151] Pedrinhas brancas 27/06/1962
[152] Carne 28/06/1962
[153] São Pedro 29/06/1962
[154] O mundo em Santos 01/07/1962
[155] Bom banho! 03/07/1962
[156] Nariz vermelho 04/07/1962
[157] Vá, mãezinha 05/07/1962
[158] Akemi 06/07/1962
[159] Bacalhau à moda do Porto 07/07/1962
[160] Papagaio 08/07/1962
[161] Esse não 10/07/1962
[162] De quentão em quentão 11/07/1962
[163] Balanças 12/07/1962
[164] Rasgado e sujo 13/07/1962
[165] Estudantes 14/07/1962
[166] Exposição diferente 15/07/1962
[167] Férias de mamãe 17/07/1962
[168] Está bonito, João 18/07/1962
[169] Pontes 19/07/1962
[170] Férias na praia 20/07/1962
[171] O sino atrapalha 21/07/1962
[172] Praia gelada 22/07/1962
[173] Férias de estudantes 24/07/1962
[174] Visita demorada 25/07/1962
[175] Conclusão errada 26/07/1962
[176] Frio 27/07/1962
[177] Dez por cento de agrado 28/07/1962
[178] Barracas de praia 29/07/1962
[179] Uma vela 31/07/1962
[180] Molecagem 01/08/1962
[181] Mar rico 02/08/1962
[182] Solução para o trânsito 03/08/1962
[183] Recado a um médico 04/08/1962
[184] Aniversário importante 05/08/1962
[185] Televisão 07/08/1962
[186] Alfinetes 08/08/1962
[187] Jardim da praia 09/08/1962
[188] Seis inimigos 10/08/1962
[189] Um ponto antes 11/08/1962
[190] O pai de Jeferson 12/08/1962
[191] Bolinho de arroz 14/08/1962
[192] Uma cascata 15/08/1962
[193] Pescadores de canal 17/08/1962
[194] Espada de São Jorge 18/08/1962
[195] A menina magra 19/08/1962
[196] Mar bravo 21/08/1962
[197] Crioulo esquisito 22/08/1962
[198] Escola de vidro 23/08/1962
[199] A XV com chuva 24/08/1962
[200] Quem não vai pro céu? 25/08/1962
   
[201] Incêndio no apartamento 26/08/1962
[202] Vinte metros de canal 28/08/1962
[203] Para distrair 29/08/1962
[204] Ai! doutor 30/08/1962
[205] Camisinha de bebê 31/08/1962
[206] Setembro chegou 01/09/1962
[207] A praça mais bonita 02/09/1962
[208] O começo é duro 04/09/1962
[209] Complexo 05/09/1962
[210] Cisma de velhinha 06/09/1962
[211] Sete de Setembro 07/09/1962
[212] Queixa 09/09/1962
[213] Alcides 11/09/1962
[214] Por causa da greve 12/09/1962
[215] Dê um lugar 13/09/1962
[216] Alá e a montanha 14/09/1962
[217] Coisa preta 15/09/1962
[218] Tão santista 16/09/1962
[219] Chegou a nossa vez 18/09/1962
[220] Eles tinham razão 19/09/1962
[221] Ponte de sete ruas 20/09/1962
[222] Drama de um moço 21/09/1962
[223] Orgulhos de Santos 22/09/1962
[224] Primavera? 23/09/1962
[225] Alegria de miúdo 25/09/1962
[226] Pois é, papai 26/09/1962
[227] Gentileza de soldado 27/09/1962
[228] Autoridade 28/09/1962
[229] Combatente de 32 29/09/1962
[230] Época de conspirações 30/09/1962
[231] Tia Lu 02/10/1962
[232] Só mais uns dias 03/10/1962
[233] "Santo Damão" 04/10/1962
[234] E então? 05/10/1962
[235] Coisas da memória 06/10/1962
[236] Hoje, à noite 07/10/1962
[237] Drama chuvoso 10/10/1962
[238] Inveja 11/10/1962
[239] Uma criança 12/10/1962
[240] De cá ou de lá? 13/10/1962
[241] Dia do Professor 14/10/1962
[242] Gente decidida 16/10/1962
[243] Cecília 17/10/1962
[244] O muro 18/10/1962
[245] João do Pandeiro 19/10/1962
[246] Ana Costa 20/10/1962
[247] Em surdina 21/10/1962
[248] Domingo de sol 23/10/1962
[249] Gente feliz 24/10/1962
[250] Dia do Boqueirão 25/10/1962
   
[251] Novo amor? 26/10/1962
[252] Quem trocaria? 27/10/1962
[253] Alegria de moça 28/10/1962
[254] Prédios de praia 30/10/1962
[255] Ema gulosa 31/10/1962
[256] Assim é a mocidade 01/11/1962
[257] Dia de saudade 02/11/1962
[258] "Tê" 04/11/1962
[259] "Eles, os famintos" 06/11/1962
[260] Vidro, não! 07/11/1962
[261] Ela ao volante 08/11/1962
[262] Telefone e chuva 09/11/1962
[263] Dora e o sol 10/11/1962
[264] Pedro viu de perto 11/11/1962
[265] Flor e luz 13/11/1962
[266] Aninha 14/11/1962
[267] Joões e aninhas 15/11/1962
[268] Mal comparando 17/11/1962
[269] Um cego 'vendo' orquídeas 18/11/1962
[270] A grande voz 20/11/1962
[271] Jogar na rua? 21/11/1962
[272] Pra que a campanha? 22/11/1962
[273] Estela, a carta e o carro 23/11/1962
[274] Nem sempre é à toa 24/11/1962
[275] Peixe vivo 25/11/1962
[276] A 'SACS' é isto 27/11/1962
[277] "Onde pincho?" 28/11/1962
[278] A João Pessoa 29/11/1962
[279] Dona Vitalina 30/11/1962
[280] Campanhas de Natal 01/12/1962
[281] Caramujos, conchas e algas 02/12/1962
[282] Casa de Estar 04/12/1962
[283] Originalidade 05/12/1962
[284] O telefone e Teresa 06/12/1962
[285] Mais uma 07/12/1962
[286] Psicologia 09/12/1962
[287] Despertar 11/12/1962
[288] Pasteis e outras frituras 12/12/1962
[289] As férias da Maria da Glória 13/12/1962
[290] Soldado da Força Pública 14/12/1962
[291] Suzi 15/12/1962
[292] O carteiro 16/12/1962
[293] Pintor 18/12/1962
[294] Um nome 19/12/1962
[295] Presentes de Natal 20/12/1962
[296] As compras de dona Alice 21/12/1962
[297] Cinquenta por cento 22/12/1962
[298] Bairro Feliz 23/12/1962
[299] Feliz natal 25/12/1962
[300] Visão de Natal 27/12/1962
   
[301] Quem foi? 28/12/1962
[302] Morador desta rua 29/12/1962
[303] Anjo ou diabo? 30/12/1962
[304] Sino japonês 01/01/1963
[305] Um telegrama 04/01/1963
[306] O importante é ir 05/01/1963
[307] Qual a diferença? 08/01/1963
[308] Até os cartórios 09/01/1963
[309] Onde fica esse canto? 10/01/1963
[310] O andar do santista 11/01/1963
[311] Sol! Sol! Sol! 12/01/1963
[312] Fontes e repuxos 13/01/1963
[313] Rede azul 15/01/1963
[314] Como driblar o calor 16/01/1963
[315] As férias de Yugo 17/01/1963
[316] Racionamento 18/01/1963
[317] Foram-se os sapos 19/01/1963
[318] Mar amigo 20/01/1963
[319] Só de anzol 22/01/1963
[320] Padre Drummond 23/01/1963
[321] Praça Palmares 24/01/1963
[322] Quaresmeiras em flor 25/01/1963
[323] A Santos aniversariante 26/01/1963
[324] Cidade vermelha 27/01/1963
[325] Dança sobre o asfalto 29/01/1963
[326] Desfile de verão 30/01/1963
[327] Ventanistas 31/01/1963
[328] Segredo pra matar saudade 01/02/1963
[329] O rebatismo da fonte 02/02/1963
[330] Previdência e providência 03/02/1963
[331] Santos à noite 05/02/1963
[332] Os bancos dos bancos 06/02/1963
[333] Papagaio brasileiro 07/02/1963
[334] Não era bem assim 08/02/1963
[335] Irreverência infantil 09/02/1963
[336] Choferagem 10/02/1963
[337] Horas tristes 12/02/1963
[338] Rendeu-se a última quadra 13/02/1963
[339] "Ói ele" 14/02/1963
[340] Baile da orla 15/02/1963
[341] A última novidade 16/02/1963
[342] Problema doméstico 17/02/1963
[343] A Dorotéa de Epaminondas 19/02/1963
[344] Não há vaga 20/02/1963
[345] Tocas 21/02/1963
[346] Água! Água! 22/02/1963
[347] Os jardins da praia 23/02/1963
[348] Carnaval 24/02/1963
[349] O sorriso da sambista 26/02/1963
[350] Grandes arquitetos 28/02/1963
   
[351] Foi possível ou não? 01/03/1963
[352] Odisseia moderna 02/03/1963
[353] Até elas se adaptam 03/03/1963
[354] Terminou a temporada 05/03/1963
[355] Só esticando 06/03/1963
[356] Presentes 07/03/1963
[357] Flor morena 08/03/1963
[358] Vestibulares 09/03/1963
[359] A lagoa da Nova Cintra 10/03/1963
[360] Nova Cintra de amanhã 12/03/1963
[361] Paciência 13/03/1963
[362] Frangos 14/03/1963
[363] Livros 15/03/1963
[364] Condenada 16/03/1963
[365] "Não o quero na rua" 17/03/1963
[366] Sob o céu 19/03/1963
[367] Nunca é tarde 20/03/1963
[368] A foca e a tartaruga 21/03/1963
[369] Cuidado com os velhinhos 22/03/1963
[370] Obrigado, Senhor 23/03/1963
[371] Uma professora 24/03/1963
[372] Mar! Mar! 26/03/1963
[373] Pão 27/03/1963
[374] Que grande vantagem! 28/03/1963
[375] Educação 29/03/1963
[376] Cigarro 30/03/1963
[377] Noites vazias 31/03/1963
[378] Primeiro de Abril 02/04/1963
[379] Um casamento 03/04/1963
[380] Adivinhando o jogo 04/04/1963
[381] Pais de estudantes 05/04/1963
[382] Cais ao anoitecer 06/04/1963
[383] Esses trabalham 07/04/1963
[384] Glu - Glu - Glu 09/04/1963
[385] Pedido 10/04/1963
[386] Tão natural 11/04/1963
[387] Relembrando 12/04/1963
[388] Pior que feitiço 14/04/1963
[389] Caminhantes imprudentes 16/04/1963
[390] Só cinco 17/04/1963
[391] Economia forçada 18/04/1963
[392] Sede insatisfeita 19/04/1963
[393] Uma fotografia 20/04/1963
[394] Não é para desesperar? 21/04/1963
[395] Ela, ele e o bonde 23/04/1963
[396] Pedido gracioso 24/04/1963
[397] Como nos conhecem 25/04/1963
[398] De olhos baixos 26/04/1963
[399] De um a outro extremo 27/04/1963
[400] Mar dos outros 28/04/1963
   
[401] Suavidade de abril 03/05/1963
[402] Foi ele ou a Maria? 04/05/1963
[403] Um pescador teimoso 05/05/1963
[404] Um pedaço de flanela 07/05/1963
[405] Bons e maus 08/05/1963
[406] De que cor? 09/05/1963
[407] Desafogo 10/05/1963
[408] Um pé de arruda 11/05/1963
[409] Filhos em ação 12/05/1963
[410] O melhor presente 14/05/1963
[411] Um pequeno buraco 15/05/1963
[412] O orgulho da Aurora 16/05/1963
[413] Primeira impressão 17/05/1963
[414] Solzinho de maio 18/05/1963
[415] Miséria ou fartura? 19/05/1963
[416] Uma lágrima 21/05/1963
[417] Museu de Pesca 22/05/1963
[418] Lição gostosa 24/05/1963
[419] Faxineira 25/05/1963
[420] A preocupação e dona Emília 26/05/1963
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A Fonte de Itororó c.1980
O destino das mangueiras santistas 09/11/1984
O quilo do feijão perdido 17/02/1985
Algarismos romanos 10/09/1985
O velho radialista 29/06/1985
Solidão, a última crônica 03/06/1994
 


Medalhas e objetos de Lydia Federici, em seu Espaço na Hemeroteca Municipal
Fotos: Carlos Pimentel Mendes, em 30/7/2014

Crônica publicada em A Tribuna na década de 1980 e transcrita do livro 36 mil dias de Jornalismo - A história nas páginas de A Tribuna (de Eron Brum, 1994, Editora A Tribuna, Santos/SP):

GENTE E COISAS DA CIDADE

A Fonte de Itororó

Lydia Federici
Colaboradora

A Fonte de Itororó foi bica d'água célebre em Santos, mas tão célebre mesmo, que até canção recebeu. Você sabe, ali na São Francisco, onde se situa o Grupo Escolar Barnabé. Pois a fonte jorrava na parte dos fundos da escola. No sopé do Monte Serrate.

Como diz? Sim. Você tem razão, amigo. Exatamente na entrada do caminho que serpenteia até a Capela de Nossa Senhora, ainda existem uns ladrilhos e um caminho sobre uma pia de tostão. Belos, sim, os velhos e abandonados ladrilhos. Mas seca a boca do pequeno cano. Cheia de folhas, a concavidade da pia. Se é essa, por acaso a decantada Fonte de Itororó? Ai, amigo. Não sei se me alegra ou entristece ter que responder afirmativamente. Mas é ali, sim, que repousam os restos da decantada Itororó.

Por que a fonte secou? Não sei... Nascente gosta de guardar sua virgindade. Quando a incomodam, ela vai nascer em outro lugar. Ou, então, morre de vez. Ora, muito bem. Dizem que a gente de Santos antiga bebeu, durante séculos, das águas dessa fonte. Dizem também que, por haver certa fartura na sua forma de jorrar, outros foram os usos que a boa gente cá do burgo descobriu para aquela generosidade.

Como diz, amigo? Não, ela não vertia sequer uns míseros vinte litros por segundo, creio. Mas também pra que tanto querer, esperar ou pretender, se poucos eram os brazcubanos das redondezas? Um litro que fosse era o suficiente. Acontece que, pouco a pouco, a água da fonte deu de minguar.

Claro que foi uma chateação. Mas que fazer? Obrigar o povo a regredir em quantidade? Impossível. E como ninguém, por esse tempo, pensou em mudar-se, a solução foi descobrir jeito de se conseguir água. Não importa de que bica fosse. Da fonte de Itororó ficou a canção. E ali, no caminho do monte, a parede de ladrilhos. O caminho seco. A concha malcheirosa.

Pois é, amigo. Quando uma fonte seca, outra água tem que ser descoberta. Entende a coisa? Desaparecida a Fonte de Itororó, a Cidade de então não morreu de sede. Nem seu povo se mandou para outro local. Foi beber de outras bicas! Habituou-se a engolir água encanada. Qual? A deliciosa água de Pilões. E depois, a horrorosa mas potabilíssima água do Rio Cubatão.

Pois é, pois é. Mas, na primeira metade da década de 70, também essas fontes principiaram a sofrer, de forma mais aguda, os percalços do desmatamento da serra em que vivem. Nascentes, olhos d'águas, riachos, mesmo os rios largões gostam de guardar, ou sua virgindade natural, ou os seus hábitos, também natural e secularmente sedimentados.

Santos e cidades vizinhas vêem, hoje, sua água sofrer as conseqüências de um progresso tocado na base da pressa e da imprevisão. Não será tempo - mais do que tempo - de ir buscar outros mananciais? Aí nessa serra tão cheia, ao Norte, ao Sul, entre as matas e as rochas, de cascatas de água branca? Pois é, amigo. Quando Itororó secou, a Cidade foi buscar outras fontes. Se Pilões, Rio Cubatão e outras bicas, perto da Anchieta e da Imigrantes, já não dão água certa e suficiente, é ir buscar novos mananciais. Sem água é que Santos - e São Vicente, Guarujá, Praia Grande, Cubatão - não podem ficar. Ou podem?

Crônica publicada no jornal santista A Tribuna em 9 de novembro de 1984 (página 14) - referindo-se a dois prédios e à arborização entre eles, que aparecem à direita nas fotos de uma área que depois daria lugar à pequena Rua Cláudio Doneux (e que também teve uma mangueira, já inexistente na época desta crônica):

GENTE E COISAS DA CIDADE

O destino das mangueiras santistas

Lydia Federici

O arranha-céu foi erguido na Avenida Ana Costa. Perto da Praça Independência. Ergue suas altas e longas paredes ao lado de outro arranha-céu. Na outra lateral, porém, teve mais sorte. O edifício vizinho não vai além de quatro andares. Se tanto. E entre os dois, como restasse um bom pedaço de terreno, aproveitaram-no fazendo um jardim. Um oásis, sim.

Falei que o transformaram em jardim? Acertei em parte. Reminiscência dos velhos pomares e das antigas chácaras de Santos de outros anos, ali foram respeitadas, sabe? E, ou conservadas através da existência de algumas árvores frutíferas. Ou então justamente plantadas para lembrarem aqueles quintais que qualquer casa ou palacete que se prezasse não poderia deixar de possuir.

Eram várias as mangueiras que se enfileiravam, da frente aos fundos da boa nesga de chão. Ultimamente, apenas três delas haviam sobrado. Muito altas, à procura da luz e do sol que, em certas horas do dia, viam passar no céu, elas arredondavam a copa até a altura do terceiro ou quarto andar. E estendiam a galharia até as janelas do edifício em que se situa a Associação Educativa Ramos Lopes. E também até as áreas do arranha-céu em cujo chão existiam.

Acontece que há gente que adora verde. Que, de manhã ou ao anoitecer, acha poético e enternecedor o canto da passarinhada. Que não se incomoda com um bichinho que entre pela janela. Mas também há gente que, à luz coada, prefere a grande claridade direta dos raios solares. A quem até o sopro da leve brisa noturna impede de conciliar o sono. E que detesta, se apavora e entra em pânico só com a suposta presença de um inseto qualquer. E daí? Cada um é como é. E, assim sendo e havendo choque de idéias - que o coletivo habitar moderno exacerba - como harmonizar opiniões: Como, me diga, conviver em paz? Como, no caso das mangueiras, chegar a um acordo sobre o que fazer com elas: Ou deixar de fazer?

No arranha-céu da Ana Costa a cujo lado, numa sobra de chão, se alteavam, ultimamente, três mangueiras, uma delas acabou sendo podada. E arrancado o cepo restante. Ah! Mas restavam duas! Altas. Frondosas. Carregadas de verde. De passarinhos. De ninhos. Mas também, ai, ai, de sombra, de umidade e de insetos e musgos. Na terça-feira última, quem chegou do trabalho, teve - se amante da árvore - a indignação de encontrar a galharia e o tronco de mangueira no chão. Que vazio. Que vazio! Em compensação, os outros moradores do arranha-céu devem ter suspirado aliviados. Haveria mais sol - mais calor no verão - em seus apartamentos.

Foi um morador que gostava da mangueira perfumada e canora quem me telefonou. Contou-me, arrasado também, a história daquele sacrifício. Perguntou-me: "Se ensinamos às crianças a importância do verde, como explicar-lhes sua derrubada? Plantar ou arrancar? Plantar para arrancar?

Fui ver, às 7 horas da quarta-feira, a última mangueira altaneira, valente e antiga daquele pedaço de chão existente na lateral de um arranha-céu. Queria vê-la, sim! Sorridente. Homens de facão cortavam-lhe a galharia. Por que? "Os moradores pediram. A Prodesan atendeu".

Ah! É tão simples assim? Pois então, em nome dos que, um dia, plantaram; dos que, na Cidade sem árvores, dão de comer aos passarinhos; dos que aproveitam e bendizem a sombra verde, fresca e oxigenada de uma copa viva; e de todos quantos conhecem, necessitam, respeitam, amam e, sobretudo, agradecem a força regeneradora emanada do verde vegetal, peço a essa mesma Prodesan:

"Plante ou replante, agora, mangueiras cinquentenárias! Para compensar as destruídas, sim". Impossível? Sei. Sei. Mangueira é árvore de grandes espaços. E por tal coisa, aqui, não mais existir, plante, então, ao menos, arbustos. Mas não mais arranque as poucas árvores que nos restam. Por favor!

Crônica publicada no jornal A Tribuna em 17 de fevereiro de 1985 (página 22):

GENTE E COISAS DA CIDADE

O quilo do feijão perdido

Lydia Federici

Aconteceu há muitos anos. Quando, em lugar de ir a um supermercado, as donas-de-casa - ou suas empregadas - iam fazer compras no armazém ou na vendinha da esquina.

Como pergunta, amiga? Por que elas não se abasteciam em supermercado? Digo-lhe. Supermercado é solução que, aqui entre nós, levou muito tempo para aparecer. Antes havia a casa de secos e molhados. Havia o armazém. Ou então, modesta, pequenina mas muito bem abastecida, contava-se com a vendinha.

Pois muito bem. Não posso dizer que a história tenha acontecido aqui ou ali. Que foi numa das casas que vendiam gêneros alimentícios - mas onde havia um pouco de outras mercadorias mais comumente procuradas - isso eu posso garantir.

Naquela manhã, todas as velhas freguesas pareciam ter combinado ir às compras na mesma hora. O vendeiro pedia um pouco de paciência a esta e àquela. Mandava seu ajudante atender também. Mesmo assim, era um redemoinho de tontear. Além do vozerio normal das amigas, sim. E das empregadinhas. Contando-se coisas que estavam loucas para passar adiante. Perderiam aquela oportunidade?

"Quero batata, arroz, feijão e milho picado. Um quilo de cada".

"Vai demorar muito pra me ver o feijão? Quero do mulatinho. Em quilo. É pra minha filha levar para casa. Tenho pressa!"

Hoje, um vendedor mandaria a senhora apressada ir comprar noutro lugar. Naquele tempo, era diferente. O coitado ia atendendo uma e outra. Ia falando e acalmando as de cara impaciente. Fazia contas. Recebia. Anotava. Pesava mais meio quilo de arroz. E ervilha. E batatinha inglesa. E feijão. E fazia as contas e recebia e dava o troco. Uma loucura. Total!

Mas chegou a hora em que o movimento foi diminuindo. Acabou. Uff! Antes mesmo de voltar a pôr na prateleira o litro de quinado - que a freguesa desistira de levar - de guardar o sapólio, as garrafas vazias, as velas e tudo quanto ainda estivesse fora de ordem, o vendeiro mandou seu ajudante adiantar a arrumação. E, para não esquecer, apanhou alguns pedaços de papel com anotações e foi passando, para as cadernetas, as compras daquela manhã abençoada.

Escreveu. Rabiscou números. Puxou somas, quando a página estava no fim. E, lá pelas tantas, se lembrou do feijão. Quem lhe pedira um quilo, mandando pôr na conta? Procurou lembrar-se. Não conseguiu.

Verrumou a memória o quanto pôde. Conscienciosamente, sim. Mas de nada adiantou o esforço. Ia perder o quilo de feijão De jeito nenhum. Trabalhava como um mouro. Não era pra perder dinheiro não.

Então apanhou as cadernetas. E em todas, em que, por acaso, já não havia marcado o raio do feijão, rabiscou "1 k fei..."

E se alguma senhora reclamasse?

Das cadernetas dessas, ele descontaria. Perder é que ele não poderia perder! Tinha até a impressão de que ganharia alguns quilos de feijão por conta daquela que se lhe perdera na memória.

Crônica publicada em A Tribuna em 10 de setembro de 1985 (página 20):

GENTE E COISAS DA CIDADE

Algarismos romanos

Lydia Federici

Rodrigo foi para a escola. Não para uma risonha escolinha de criança pequenina. Onde só tem tia que ensina a brincar. Mas para a verdadeira escola da professora que ensina o menino a ler. A escrever. A fazer contas.

Rodrigo, no tempo certo, aprende tudo quanto a professora, repetindo, martelando a cabeça das crianças menos atentas, tinha a ensinar. Custou um pouco, nas contas, a entender o mecanismo da multiplicação. E da divisão, principalmente. Mas quem entende essa complicação? Mesmo depois de estar em faculdade?

Como diz, amiga? Por que, hoje, ainda teimam em ensinar às crianças essas contas de somar e de diminuir? E o "8 x 9" de uma tabuada que nem precisa mais ser decorada? Pra que serviu, então, a invenção das maquininhas calculadoras? Os eletrônicos? Os computadores?

Pois é, amiga. Mas também é preciso ensinar alguma coisa aos pequeninos, não? Nem sempre, todos eles, hoje ou amanhã, terão no bolso a sua diminuta calculadora. Ademais, cérebro precisa ser ocupado, ensaiado, treinado, puxado. Do contrário, babáu. Ele atrofia, sabia?

Mas, como começara a dizer antes que você me interrompesse com suas perguntas, Rodrigo aprendeu, na escola, o que estava no programa. A cada semana, uma nova leitura. Um novo ponto de história. Um avanço novidadeiro na tal aritmética.

Foi nesta matéria que, numa tarde de muito mormaço, apareceu com a história dos algarismos romanos. Que eram letras. Que valiam quantidades. Letras que, colocadas aqui ou ali, ora acrescentavam isto ou tiravam aquilo de uma outra companheira, já imaginou?

A avó de Rodrigo - boa mulher que, se fora alguma vez a uma sala de aula, tudo ali visto ou ouvido já lhe fugira da cabeça - ficou muito impressionada com as letras do beabá que não eram letras nem sons e sim números que valiam 1, 5, 10.

"Rodriguinho! Você tem certeza de que a professora te ensinou isso mesmo?"

O menino pegou a folha de papel. Mostrou e explicou tudo que sabia - ou julgava saber - à avó querida.

"Vê, vó? Eu não disse? Letra também é número".

Naquela noite, nem a novela conseguiu absorver toda a atenção da avó do garoto. Ela não podia entender aquela história dos algarismos romanos. Que eles existiam, existiam. Lembrava-se até de uma gravura antiga em que, sob uma inscrição, aparecia algo - provavelmente uma data, escrita com aqueles C, D, M, X e não sabia que mais.

"Tua professora te ensinou a fazer contas com esses tais de algarismos romanos?" Ora, vó. Ninguém fazia contas com eles. Havia coisa mais simples. Os algarismos arábicos. Para que complicar?

Pois é. Mas deve ter havido, há séculos e séculos atrás, aqueles extraordinários engenheiros que construíam castelos, fortalezas, portas em arco, pontes e aquedutos, fazendo cálculos e contas com essas representações gráficas, não? E foi nos ábacos, nos algarismos romanos, mesmo nos arábicos em sua revolucionária aparição, que me pus a pensar. Sabe a que conclusão cheguei? Serem as atuais calculadoras uma coisa fabulosa. Mas muito mais fabuloso, desde os primeiros cálculos, o cérebro do homem.

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