HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS -
HOSPITAIS - BIBLIOTECA
Hospital Anchieta (4)
Este
hospital santista foi o centro de um importante debate psiquiátrico, entre os que defendem a internação dos doentes mentais e os favoráveis à
ressocialização dos mesmos, que travaram a chamada luta antimanicomial. Desse debate resultou uma intervenção pioneira no setor, acompanhada por
especialistas de todo o mundo.
Um livro de 175 páginas contando essa história (com arte-final de Nicholas
Vannuchi, e impresso na Cegraf Gráfica e Editora Ltda.-ME) foi lançado em 2004 pelo jornalista e historiador
Paulo Matos, que em 13 de outubro de 2009
autorizou Novo Milênio a transcrevê-lo integralmente, a partir de seus originais digitados:
|
Na Santos de Telma, a vitória dos
mentaleiros
ANCHIETA, 15 ANOS (1989-2004)
A quarta revolução mundial da
Psiquiatria |
|
NA SANTOS DE TELMA, A VITÓRIA DOS MENTALEIROS
ANCHIETA, 15 ANOS -
1989 - 2004
A QUARTA REVOLUÇÃO MUNDIAL DA PSIQUIATRIA
O exemplo santista, nacional e mundial, de políticas de
Saúde Mental
A
HISTÓRIA DA CASA DOS HORRORES
UM DOCUMENTO DA LUTA ANTIMANICOMIAL
PAULO MATOS
COLABORAÇÃO PAULO MATOS JR.
II
ÍNDICE
(os números à direita são das páginas no livro original) |
|
Resumo/Abstract -
Classificação Biográfica |
02 |
I |
A carta de Antonin Artaud aos diretores
dos manicômios |
03 |
II |
Índice |
05 |
III |
Agradecimentos |
12 |
IV |
Mentaleiros -
Esclarecimentos |
13 |
V |
Prefácio da Telma |
13 |
VI |
O nome da Casa – quem foi Anchieta?
Na estratégia do jesuíta, a linguagem da conquista |
15 |
VII |
A cidade: história e ação política na
Santos Libertária |
18 |
1 |
Introdução:Anchieta, uma história que
precisa ser contada, para nunca mais acontecer |
20 |
2 |
Um maio: noivas, casamentos e uma
prefeita: nada seria como antes, como cantava Elis |
22 |
3 |
Foucault, Marx e a teoria do
manicômio |
24 |
4 |
O livro - Ghandi e a comemoração |
25 |
5 |
Os métodos e a história |
|
|
O Brasil que faz o
que Santos fez |
29 |
|
As razões da
intervenção |
30 |
6 |
O velho e o novo na feliz cidade |
31 |
7 |
A tradição autoritária e
o fim dos manicômios no Brasil, uma conquista traçada a partir da intervenção de Santos no Anchieta |
33 |
8 |
Ensinando a dignidade humana: os passos
da mudança no Anchieta |
34 |
9 |
Os apoios ao ato solidário |
36 |
10 |
Maio, 1982: 7 anos antes da intervenção,
o autor denunciava o Anchieta no jornal universitário |
36 |
|
Cura ou loucura?
|
37 |
11 |
A loucura que se produzia no Anchieta,
como no conto de Gabriel Garcia Márquez |
38 |
12 |
O Anchieta e seus eletrochoques: alta
voltagem |
39 |
|
Eletrochoque no câncer. Alemanha anos
40? Não, era Santos |
39 |
|
Tratando gente como porcos |
40 |
|
Altas voltagens nas têmporas |
41 |
|
A ciência da convulsão.
Como chegaram ao eletrochoque |
41 |
|
"O estranho no ninho". A
derrota mundial do eletrochoque, nos anos 70 |
42 |
13 |
A imprensa do Anchieta e o sonho de
More: o assalto aos céus – o D.O. Urgente como agente |
|
|
Mauri,
Leda, Fidalgo |
42 |
|
As profecias de Lane Valiengo. O
raio de sol |
45 |
14 |
A forma constitucional da intervenção
municipal – Artigos e Princípios |
46 |
15 |
O reconhecimento mundial da intervenção
municipal na Casa de Saúde Anchieta |
48 |
16 |
Uma ação ao revés da Ditadura - quinze
anos depois do Anchieta, a intervenção no maior manicômio do mundo |
49 |
|
Poluição e loucura, políticas da
Ditadura |
49 |
17 |
Um filme de terror, tema de Mojica
Marins: você já se imaginou trancado no Anchieta? |
50 |
18 |
O Alienista e o Anchieta: de
perto, ninguém é normal |
51 |
19 |
A psicologia, a psiquiatria e a
antipsiquiatria, na raiz da atitude da intervenção no Anchieta |
52 |
20 |
Causa e os métodos/as contradições do
modelo antigo e as palavras-chave da psiquiatria democrática. Basaglia é uma "mentira"? A ecologia da loucura: Estadão reporta
Santos, a 1ª cidade do pais a humanizar a questão da Saúde Mental |
54 |
|
Os novos métodos e seus papéis
revelam as contradições do modelo antigo |
55 |
|
"Basaglia é uma mentira"? |
55 |
21 |
Pinel, Rush, Rocha, Maia: a defesa do
manicômio |
56 |
|
A Inquisição como matriz
psiquiatria institucional |
56 |
|
Herança e tradição |
58 |
22 |
Breve trajetória da
psiquiatria no mundo |
60 |
|
Como nasceu o hospício |
60 |
|
Psiquiatria e Poder |
61 |
|
Pinel, a razão de Estado na
psiquiatria |
62 |
|
Benjamim Rush, coerção e violência |
63 |
|
Freud |
64 |
|
Lobotomia, loucura e rotulagem |
65 |
|
Em 1968, acaba a Inquisição. Só em
68? |
66 |
|
A ciência positivista na
psiquiatria |
66 |
|
Inquisição, feitiçaria e escravidão: a psiquiatria americana e o caso
Donaldson |
67 |
|
Bruxas, mulheres de expressão |
67 |
|
Rotteli: a reação e a luz |
68 |
|
Basaglia, a terceira revolução
mundial da Psiquiatria, Trieste |
68 |
|
Derrubando as paredes do
hospício |
69 |
|
Foucault e a crítica |
70 |
23 |
Breve história da luta antimanicomial no
Brasil |
70 |
|
Para Carrano, a luta antimanicomial
no país foi retomada em Santos, em 1987 |
70 |
|
O passado: o primeiro hospício |
72 |
|
No princípio da luta antimanicomial, Nise da Silveira - O anjo duro |
73 |
|
Nise, antes de Basaglia |
75 |
|
O Museu do Inconsciente |
75 |
|
Nise, antecipando o NAPS santista |
75 |
|
Bispo do Rosário, um artista no
Juquery |
76 |
|
Franco da Rocha |
79 |
|
A liberdade dos
defensores do manicômio |
77 |
|
O Brasil na contramão da história
As políticas da Ditadura e reação antimanicomial nos anos 70 |
78 |
|
O lobie dos manicômios,
que dão dinheiro |
79 |
|
A lei estadual de Saúde Mental |
80 |
24 |
A caminhada da luta antimanicomial em
Santos |
81 |
|
1973, Cidade Dutra |
81 |
|
1978, o Congresso de Saúde Mental
em Camboriú. A ARTSAM |
82 |
|
Telma presente |
82 |
|
1980, em nome da razão. O I
Seminário |
83 |
|
Fausto Figueira e a rotulagem
aleatória da loucura |
83 |
|
Stamato |
83 |
|
1981: O Centro de Convivência. A
idéia da intervenção |
84 |
|
1982, ações democráticas, denúncias
e conflitos |
85 |
|
1983: a luta contra o
chiqueirinho. ARTSAM em Santos |
85 |
25 |
1989: a quarta revolução mundial da
psiquiatria - a história da intervenção no Anchieta/Os 15 anos no dia-a-dia da imprensa |
86 |
|
1989 - Hora da ação |
86 |
|
Edmundo Maia, do Anchieta e do
Jânio |
86 |
|
Contra o horror do manicômio, a
estratégia pragmática do Dr. Zanetta |
89 |
|
15 anos depois, a ex-funcionária D.
Elza conta a a barbárie do Anchieta, 15 anos antes da intervenção. Cantar dava cela forte e eletrochoque |
91 |
|
A reação humanitária |
91 |
|
A tragédia anterior e o
processo de transformação |
92 |
|
"O cachorro também é um ser
humano" |
93 |
|
Notícias: "Para o Exército, bomba
é reação da direita". A AIDS tomava conta da cidade |
94 |
|
Intervenção "antipática"? |
95 |
|
"Eles não fugiram, se deram alta" |
96 |
|
Zanetta: na ação inédita, as
"Brigadas Internacionais" no Anchieta |
96 |
|
A suspensão judicial da Intervenção.
A voz de prisão a David - Deputados Rubens Lara e Clara Ant apóiam a intervenção |
97 |
|
Novas conquistas |
97 |
|
1990 - A rádio Tam-Tam entra no
ar na cidade |
98 |
|
1991 - Tykanori e o 1º Programa
de Saúde Mental a sair do papel. O lobie contra a Saúde Mental humanizada |
99 |
|
Acusações: gravidez e
empreguismo |
99 |
|
OPAS, A Carta de Santos |
100 |
|
Lancetti: "Perversidade" |
100 |
|
Saúde Mental é orgulho para
Santos |
100 |
|
A resposta às acusações de
"erotização" |
101 |
|
1992 - Anchieta é manchete nos
Estados Unidos – Telma responde acusações. Los Angeles Times: "Serviços de saúde de Santos são mesmo impressionantes" |
101
/102 |
|
Anchieta expõe números e
contesta deputado |
102 |
|
1993 - A extinção gradual –
reduzem-se internações |
103 |
|
Edmundo Maia, apontado como
torturador, alerta para o que os loucos podem fazer. Torturar pessoas? |
104 |
|
Experiência santista aprovada |
104 |
|
1994 - Santos na BBC de Londres –
fundada cooperativa de trabalho |
105 |
|
1995 - A Argentina vem conhecer a
Saúde Mental de Santos |
105 |
|
1996 - Pasquale, de Trieste, elogia
a ação santista |
106 |
|
Em São Vicente, o exemplo do
Anchieta. Mito e loucura |
106 |
|
1997 Agora no poder, a direita faz
a hora da revanche |
107 |
|
Tykanori agredido moralmente.
Ainda há juizes em Berlim? |
108 |
|
1998 - As revanches não param |
109 |
|
1999 - Telma responde acusações.
Lula nos dez anos da intervenção. Ufa! Nova ameaça de obrigar a devolução do prédio e cassar Telma e David. Mas a boa notícia: Maia não
quer reativar o Anchieta |
109 |
|
Lula no Anchieta |
110 |
|
Torturas no Anchieta, descritas
por quem sofreu |
111 |
|
A polêmica dos opositores |
112 |
|
O fim da intervenção |
112 |
|
2000 - A Caravana Nacional dos
Direitos Humanos e a realidade manicomial brasileira. Para a imprensa, a intervenção é apenas um "incômodo" |
114 |
|
2001 - A vitória antimanicomial com
a lei Paulo Delgado |
114 |
|
2002 - Prossegue polêmica judicial |
114 |
|
2003 - Justiça confirma: ações
contra intervenção são improcedentes. Lula destaca ação santista |
114 |
|
2004 - Iniciativa santista indica
ação nacional para extinção dos manicômios |
115 |
26 |
A Caravana Nacional de Direitos Humanos
– uma visão dos manicômios no Brasil de hoje |
116 |
|
Hiper-medicalização e eletrochoque,
a violência |
117 |
|
Gastos com a indústria
psiquiátrica |
117 |
|
Nova caravana em 2004 |
118 |
|
A inspeção nacional de unidades
psiquiátricas, em prol dos direitos humanos |
118 |
|
Por Ela, Procuradora da República, a
responsabilidade do Estado |
119 |
27 |
As políticas do programa de Saúde Mental
do governo Lula, no ritmo de Santos |
120 |
28 |
Os enfrentamentos para evolução - as
ações judiciais contra a intervenção – Sérvulo e Thoreau |
121 |
|
O depoimento do vice-prefeito
Sérgio Sérvulo da Cunha |
122 |
29 |
Depoimentos de "mentaleiros" |
123 |
|
Conjuntura
legal: Geraldo Peixoto,
militante antimanicomial |
123 |
|
As cenas de Arthur Chioro |
123 |
|
Flávio Saraiva, libertando a
loucura |
124 |
|
Berta, por dentes saudáveis |
124 |
|
Luiz Antonio Cancello,
humanizando |
125 |
|
A deputada Maria Lúcia Prandi,
educando excluídos |
125 |
|
Fábio Mesquita, médico social |
125 |
|
Celso Manço, psicólogo antológico |
126 |
|
Zezé Muglia Rodrigues, assistente
social sim senhor |
126 |
30 |
As ações de reintegração/estratégias,
atividades, cooperativas - Engels |
127 |
|
"Onde ficarão os loucos?" |
129 |
31 |
A arte na ressocialização - um ato de
amor/o Projeto Tam-Tam |
130 |
|
Como Anchieta, o 1º mestre do
Brasil |
130 |
|
O mistério das caixas iluminadas |
131 |
|
A Rádio Tam-Tam, "um programa do
tamanho da sua loucura" |
133 |
|
Tam Tam quer saber quais são os
remédios de Lula |
133 |
|
A Rádio, que era dentro do
hospício, estréia para os de fora. "Quem não tem loucura não é equilibrado" |
134 |
|
A repercussão na imprensa do
Tam-Tam |
135 |
|
Entretenimento como terapia, a tese |
135 |
|
O Biruta |
136 |
|
Schechtmann, na raiz do
trabalho de Di Renzo: Foucault e a não-obra" : a racionalidade oculta na expressão da loucura |
136 |
32 |
NAPS e descentralização, o fim do Anchieta/Por que conseguimos recordes mundiais
na desativação do manicômio? |
137 |
33 |
Como foi fechar o Anchieta, para
humanizar a cidade |
139 |
34 |
18 de maio, Dia Nacional da Luta
Antimanicomial |
140 |
35 |
Por que o Anchieta foi a quarta
revolução da psiquiatria mundial, como disse Guattari? |
140 |
36 |
Na teoria de Michel Foucault, o
espírito da abertura pioneira do manicômio santista |
141 |
|
Tykanori, estagiário de
Basaglia |
142 |
|
O pioneirismo do trabalho
executado no Anchieta |
143 |
37 |
A "República Anchieta", hoje |
144 |
|
O prefeito do
Anchieta |
144 |
38 |
Quinze anos depois, a comunidade
comemora a defesa da dignidade humana |
145 |
|
Florianita e Cida: Mais louco
é quem me diz! |
146 |
|
Jacaré, reagindo ao
eletrochoque: "Vai dar na família dele!" |
146 |
|
Geraldo Peixoto, militante de
pele |
147 |
|
O poema de Luiz Fernando |
147 |
|
Pedro Delgado, militante secular |
148 |
|
Tykanori |
149 |
|
Melhado |
149 |
|
Lancetti, criador |
149 |
|
Marcus Vinicius, radical |
150 |
|
A segunda mesa |
150 |
|
Fátima Micheletti, carinho e
eficiência |
151 |
|
Silvia Tagé |
151 |
|
Mestre Stamato e Raul Seixas |
151 |
|
Suzana Robortela |
152 |
|
Mirsa Delossi, a coordenadora
estadual de Saúde Mental |
153 |
SEGUNDA PARTE |
39 |
A ciência prende a pluralidade. E a
verdade. Hermann Hesse: O Lobo da Estepe, só para loucos |
151 |
40 |
A questão jurídica. Indenização às
vítimas dos manicômios |
152 |
41 |
A lei Paulo Delgado |
154 |
|
A batalha da aprovação |
155 |
42 |
Ações diretas: o exemplo do Anchieta:
participação popular |
156 |
|
Policlínicas, a informatização da
saúde |
157 |
|
PID E PAD, saúde em casa |
158 |
43 |
Maio: Mês da Saúde Mental vira Lei
em Santos, através do vereador Ademir Pestana |
159 |
44 |
O projeto de lei de Lula, A volta
para casa. Mais um gol da cidade |
160 |
45 |
Loucura, Made in sistema, Made in
Brazil. Taylorismo e uma das raízes da loucura/a essência da diferença |
161 |
46 |
Eugenia: a guerra contra os (mais) fracos. No
Anchieta, a visão dos iguais. Em uma época do pós-Anchieta, em que seres são rebaixados e em que se projeta o aperfeiçoamento genético,
esta história é necessária |
162 |
47 |
E quem são os loucos? Novas
políticas na Saúde Mental |
165 |
48 |
Vitória de Carrano na luta
antimanicomial brasileira - O bicho de 7 cabeças |
166 |
|
A Laranja Mecânica |
167 |
|
Uma mente brilhante |
167 |
49 |
No trabalho, a loucura. O sistema
enlouquecendo seres. Ciência e Direito |
168 |
50 |
Palavras finais: o destino das vítimas
do Anchieta/nosso personagem inicial e seu destino – tudo vale a pena quando a alma não é pequena |
169 |
51 |
Conclusão – os loucos e nós: o que temos
a ver com isso? |
170 |
|
Reação social |
172 |
52 |
Anexos – o autor |
173 |
53 |
Bibliografia |
174 |
54 |
Legislação em saúde mental no Brasil |
174 |
Capa do livro, por "Luiz Garcia Jorge, pintor e escultor, há 44 anos em Santos, formado em 1960 na
Escuela Superior de Belas Artes de Barcelona" |
|