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18 DE MAIO, DIA NACIONAL DA LUTA ANTIMANICOMIAL
a luta contra a barbárie
O motor do movimento antimanicomial, que para Carrano nasceu em
Santos, foi a repulsa à violência, maus tratos e tortura praticada nos asilos brasileiros. O antigamente chamado Movimento Anti-Psiquiatria já vive
a sua maturidade dos 50 anos: após combater a repressão da Ditadura Militar de 1964, o movimento brasileiro contra os manicômios voltou em meados de
1970, em torno da mobilização pela redemocratização do País, na luta contra a barbárie.
A Associação Brasileira de Psiquiatria/ABP, em ações políticas para
defender médicos que haviam sido presos e torturados, como de resto havia sido institucionalizado o eletrochoque para todos os dissidentes do
regime, revitalizou, no cotidiano profissional, discussões éticas acerca dos direitos humanos e da necessidade de afirmação dos direitos individuais
no País, apelando para que ninguém fosse submetido à tortura ou tratamento ou castigo cruel, desumano e degradante e nem arbitrariamente preso,
detido ou exilado.
Nas palavras de ordem do movimento pela redemocratização, a discussão
sobre os fatos trágicos dos asilos brasileiros foi ressaltada e se proclamou a luta pela sua resolução final.
Na década de 80, nomes famosos da anti-psiquiatria européia, como
Basaglia, Foucault e Robert Castel, estiveram no Brasil participando de congressos, como Felix Guattari. O Movimento de Trabalhadores da Saúde
Mental foi um movimento nacional que reivindicava, a princípio, melhores condições de trabalho nos manicômios com aumento de funcionários, reunindo
os sindicatos dos psicólogos, dos enfermeiros e assistentes sociais – pedindo maiores investimentos no setor. No segundo encontro desse movimento,
em 1987, em Bauru, é que foi lançado o lema Por uma sociedade sem manicômios – na ação reproduzida aqui em Santos, onde também houve um
encontro nesse ano.
Esse surgimento marca a presença de uma nova consciência dos
profissionais, que exigem uma ampliação da luta técnica afim de enfrentar o poder dos empresários reunidos na Federação Brasileira dos Hospitais –
FBH, cujos interesses dominavam as instâncias políticas governamentais.
Instituindo o dia 18 de maio como o Dia Nacional da Luta
Antimanicomial, uma postura avançada se arroga nesta luta humanitária de ruptura com os manicômios, incluindo novos elementos estratégicos em sua
prática política, entre eles a necessidade de extrapolar os muros dos manicômios e de estabelecer um intenso diálogo com a sociedade, denunciando as
violências cometidas nestas instituições, que não são do conhecimento público. A luta intensa é contra os que absorvem 93% de toda a verba municipal
e apenas 7% aos modelos substitutivos. |