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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - HOSPITAIS - BIBLIOTECA
Hospital Anchieta (4-f39)

 

Clique na imagem para voltar ao índice do livroEste hospital santista foi o centro de um importante debate psiquiátrico, entre os que defendem a internação dos doentes mentais e os favoráveis à ressocialização dos mesmos, que travaram a chamada luta antimanicomial. Desse debate resultou uma intervenção pioneira no setor, acompanhada por especialistas de todo o mundo.

Um livro de 175 páginas contando essa história (com arte-final de Nicholas Vannuchi, e impresso na Cegraf Gráfica e Editora Ltda.-ME) foi lançado em 2004 pelo jornalista e historiador Paulo Matos, que em 13 de outubro de 2009 autorizou Novo Milênio a transcrevê-lo integralmente, a partir de seus originais digitados:

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Na Santos de Telma, a vitória dos mentaleiros

ANCHIETA, 15 ANOS (1989-2004)

A quarta revolução mundial da Psiquiatria

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SEGUNDA PARTE

 

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A CIÊNCIA PRENDE A PLURALIDADE E A VERDADE - HERMANN HESSE E O LOBO DA ESTEPE, SÓ PARA LOUCOS

 

Em Der steppenwolf, nome original alemão do livro editado no Brasil em 1955, O Lobo da Estepe - de Hermann Hesse, escritor pacifista que recebeu o prêmio Nobel de Literatura em 1946 com Peter Camenzind -, a história é contada a partir de um diário de Harry Haller, Só para loucos. Era um homem que o autor conheceu quando ele procurava um quarto para alugar na casa de sua tia. No texto, a compreensão do que chamam loucura.

 

Harry Haller era um tipo enigmático, com cerca de 50 anos e que mais tarde soube enfermo, era um homem que "...quando se falava com ele e, o que era habitual, ele se deixava ir além dos limites do convencional e dizia coisas pessoais e singulares, então a palestra passava imediatamente a subordinar-se a ele..."

 

Era um ser que negava a forma e o conteúdo do cidadão formal, de valores diferentes, "...denotava uma vida anímica interessante, bastante intensa, delicada e sensível", descreve Hesse por seu personagem interlocutor. Bem, nas Anotações de Harry Haller – só para loucos, em que descreve a si mesmo como "...Eu, Harry Haller, o sem pátria e solitário odiador do mundo burguês", libertário célebre sem dizê-lo, auto-biografia do autor como em Goldmund de Narciso e Goldmund em que retrata a si mesmo como em todas suas obras, surge uma "Noitada Anarquista! Teatro Mágico só para ra...". Seria o Tratado do Lobo da Estepe, só para raros". E o texto escolhido por nós para traduzir a essência do pensamento a que se atribui a loucura é exemplar "- a multiplicidade do eu -":

 

"...e se em algumas almas humanas, singularmente dotadas e de percepção sensível, se levanta a suspeita de sua percepção múltipla, e, como ocorre aos gênios, rompem a ilusão da unidade personalística e percebem que o ser se compõe de uma pluralidade de seres como um feixe de eus, e chegam a exprimir esta idéia, então imediatamente a maioria as prende, chama a ciência em seu auxílio, diagnostica esquizofrenia e protege a humanidade para que não ouça um grito de verdade desses lábios infelizes..."