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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - HOSPITAIS - BIBLIOTECA
Hospital Anchieta (4-d)

 

Clique na imagem para voltar ao índice do livroEste hospital santista foi o centro de um importante debate psiquiátrico, entre os que defendem a internação dos doentes mentais e os favoráveis à ressocialização dos mesmos, que travaram a chamada luta antimanicomial. Desse debate resultou uma intervenção pioneira no setor, acompanhada por especialistas de todo o mundo.

Um livro de 175 páginas contando essa história (com arte-final de Nicholas Vannuchi, e impresso na Cegraf Gráfica e Editora Ltda.-ME) foi lançado em 2004 pelo jornalista e historiador Paulo Matos, que em 13 de outubro de 2009 autorizou Novo Milênio a transcrevê-lo integralmente, a partir de seus originais digitados:

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Na Santos de Telma, a vitória dos mentaleiros

ANCHIETA, 15 ANOS (1989-2004)

A quarta revolução mundial da Psiquiatria

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VI

O NOME DA CASA: QUEM FOI ANCHIETA?

  na estratégia do jesuíta, a linguagem da conquista

 

Neste dia 9 de junho transcorreu o Dia de Anchieta (1533-1597), o primeiro mestre do Brasil, que seria canonizado pelo Papa apenas em 1980, ainda sob a influência da defenestração orquestrada pelo Marquês de Pombal no século XVIII, que expulsou os jesuítas daquele país e das colônias. Mas quem foi José de Anchieta?  O conhecemos apenas da estrada para São Paulo, a capital do Estado, que leva seu nome, na rota que ele efetivamente ampliou a partir do antigo caminho dos índios - então chamado "Caminho do Padre José", antes que existisse a "Calçada de Lorena" (1750) e a "Estrada da Maioridade", a "Estrada Velha"  que deu lugar à Via Anchieta. O padre Anchieta era um personagem da colonização do século XVI, membro da Companhia de Jesus, uma ordem da Igreja Católica que concentrava esforços na expansão da religião às terras de além-mar e aos seus nativos.

 

Criada por Inácio de Loyola em 1540, o ideal da Companhia de Jesus era ser um órgão de combate ao protestantismo, que eclodira em desafio ao catolicismo, formando educadores que expandiriam a fé católica. O nome de "companhia" destacava seu papel militar. Os jesuítas foram expulsos do Brasil a partir do governo do primeiro-ministro  de D. José (1750 - 1777), Pombal - um déspota esclarecido de Portugal, a partir de 1759, pois estavam criando um estado dentro do estado sob seu domínio, criando as "reduções" e explorando o trabalho dos índios racionalmente. Anchieta foi a principal figura desse quadro histórico, em que a Igreja Católica desempenhou papel essencial na colonização brasileira - um padre com vasta formação erudita formada em Coimbra a partir de 1548, que ali se torna jesuíta em 1551.

 

Nascido em 19 de março de 1534, dia de São José, em São Cristobal de La Laguna, na Ilha de Tenerife, arquipélago das Canárias, pertencente à Espanha, chegou ao Brasil na Baia de Todos os Santos em 13 de julho de 1553, em companhia do segundo governador-geral do Brasil D. Duarte da Costa. Vinha na missão de auxílio ao Superior da Companhia de Jesus, Manoel da Nóbrega, que pretendia fundar um colégio no planalto de Piratininga, a futura cidade de São Paulo. Era o terceiro filho do segundo casamento de dona Mência Dias de Clavijo Llerema, descendente dos conquistadores de Tenerife.

 

Seu pai era João Lopez de Anchieta, um fidalgo basco originário do Vale de Urrestilha, na Espanha, que foi membro de uma rebelião e condenado à morte, se refugiando nas Canárias em 1522. Anistiado pelo favor do amigo e Capitão Inácio de Loyola, foi tentar a vida em Tenerife. José freqüenta a escola dos Dominicanos e com 14 anos vai estudar em Portugal, no Real Colégio de Artes, onde estuda humanidades e filosofia. Hábil poeta do latim, recebe o apelido de "Canário de Coimbra". De família religiosa, se torna sacerdote e faz contato com a Companhia de Jesus  -  os Jesuítas -, fundada pelo mesmo Inácio de Loyola que havia salvo seu pai da morte.

 

Em 1551, aos 17 anos, Anchieta é recebido como noviço, dividindo seu tempo entre a oração,  estudar retórica e filosofia e ajudar missas. Com dezoito anos, já doente da coluna vertebral encurvada, em 1553 é escolhido para as missões no Brasil, fazendo a viagem de 65 dias, instalando um amplo programa de catequese que enfrenta dificuldades para executar em um lugar onde os europeus que estavam aqui haviam absorvido os costumes indígenas e estavam em guerra com os índios pois que tentando escravizá-los. Manoel da Nóbrega pede mais quadros a Portugal, nem que fossem, escreve ao Provincial Simão Rodriguez, os "fracos de engenho" e os "doentes de corpo".

 

Entre estes enviados estava Anchieta, com seus problemas físicos, que chega em 1553, no grupo chefiado pelo padre Luiz de Grã - ex-reitor do Colégio da Companhia de Jesus. E em 25 de janeiro de 1554, em um barracão no planalto para onde subira pela Serra do Mar, no dia da conversão do apóstolo São Paulo, junto a uma aldeia de índios, Anchieta funda o Colégio dos Jesuítas e a cidade de São Paulo, junto com Manoel da Nóbrega e treze colegas vindos de São Vicente. Era um local de catequese, ensino e proteção, formando para o trabalho; logo fecha o Colégio de São Vicente que se muda para São Paulo, aumentando a população da Vila que ia ensinando cristianismo às crianças índias, aumentando as construções de pau-a-pique.

 

Em Itanhaém, se pode até hoje deitar em sua cama de pedra à beira-mar, uma formação rochosa. Tendo aprendido a língua tupi, que usaria pelo resto da vida, escreveu a gramática mais falada na costa do Brasil, que viria a ser usada em todas as missões que viriam ao país. Reitor do Colégio de São Vicente em 1559, substituindo Manoel da Nóbrega em 1570 como reitor do Colégio do Rio, até 1573, vai para a Bahia e naufraga no Espírito Santo, indo a pé até Vitória onde ergue uma Igreja e segue para a Bahia, retornando ao Rio, em 1574 está novamente em São Vicente, nomeado Provincial do Brasil em 1577 com 43 anos, após 24 no Brasil. É o cargo mais importante da carreira. Co-fundador do Rio de Janeiro, onde criou o Hospital da Misericórdia, ao seu trabalho de catequista, educador e administrador de colégios acrescentou o cuidado com a saúde dos indígenas, aos quais dispensava tratamentos mesclando a medicina européia com a nativa, tendo descoberto o valor do teatro e da poesia como recursos pedagógicos.

 

É Anchieta  o iniciador da literatura brasileira. Sem aceitar que o carregassem, como era costume na época, faz as longas viagens a pé e descalço. Vai a Pernambuco, Bahia, Espírito Santo (Reritiba), volta para o Rio e vem para Santos, São Vicente, Itanhaém e São Paulo. Consegue ser substituído em 1587, vitimado pela doença, mas prefere ao invés de ir para o Rio continuar nas aldeias indígenas - e vai para Reritiba, no Espírito Santo. Nomeado Superior do Colégio da Vila de Vitória, se afasta por doença mas retorna, para morrer no dia 9 de junho de 1597 aos 63 anos de idade e 44 no Brasil, tendo acompanhado seu enterro cerca de 3 mil índios - pelos 90 quilômetros que separam Reritiba de Vitória.

 

Negociador do tratado de Paz com a Confederação dos Tamoios - que foi traído -, refém dos índios por 5 meses, de abril a setembro de 1564, escreve nessa época o poema da Virgem em latim - em Iperoig, Ubatuba, junto com Manoel da Nóbrega. Anchieta deu aulas de castelhano, latim, doutrina cristã e língua brasílica, tendo escrito livros em língua tupi que falava com facilidade, intérprete dos portugueses no trato com os índios.

 

Formado na arte do teatro e da poesia, José de Anchieta escreveu também em espanhol e português, além do latim e do tupi, diversos livros e poemas, conhecido por escrevê-los na areia. Ao lado de obras catequéticas, escreve poesias marcadas pela visão do mundo medieval. Beatificado em 1980 pelo Papa João Paulo II - tardiamente, por força das influências anti-jesuíticas do Marquês de Pombal -, seu teatro é inspirado em Gil Vicente, adaptado às festas, comemorações e recepções dos indígenas, sendo sua lírica considerada melhor do que a do mestre modelar.

 

Seu quadro histórico é que saído de uma Europa que começa a viver o Renascimento e sua filosofia humanista responsável pela transformação do homem, que não chega ao Brasil - que fica na Idade das Trevas com o domínio da Igreja e de sua política religiosa à serviço dos colonizadores e exploradores. Para quem Anchieta abriu caminho, adaptando sua linguagem aos costumes locais.

Dizia que se dava melhor com os índios do que com os portugueses, escreveu em uma carta a Portugal.

 

Formado em Coimbra, centro cultural aberto às idéias renovadoras, em uma época em que a literatura feita aqui era informativa e destinada aos europeus, ele criou a literatura local. Sem, entretanto, abandonar a atmosfera medieval na forma clássica da lírica portuguesa e o teatro nos moldes dos autos a moralidade e mistério de Gil Vicente. Os autos jesuíticos opunham  o bem e o mal, Deus e o Diabo, céu e terra, vida e morte, prêmio e castigo, luz celestial e treva, salvação e condenação, pecado e santidade.

 

Mas sua maior lição foi descobrir o valor do teatro e da poesia como recursos pedagógicos, inspirado no princípio clássico do "docere cum delectare" (ensinar atraindo, com agrado, do latim), de Horácio, segundo o qual os ensinamentos são mais eficazes se ministrados de maneira agradável, preferindo a lição prática encenada no palco ou difundida pela poesia. O poeta jesuítico conquistava os índios pelos sentidos e para isso povoava seus espetáculos de exibições de luxo, pompa e grandiosidade, além de aparições do demônio em peças montadas sobre estrados em aldeias indígenas, cidades, igrejas e colégios, unindo encenação e canto.

 

Na linguagem de Anchieta, sua maior lição. Embora lhe atribuam, como escreve Alessandro Campos no seu artigo "Reflexão sobre a Luta Antimanicomial", a frase "Esse povo não conhece outra linguagem além da chibata e da espada", caracterizando melhor sua atuação e seu papel histórico como corrente de transmissão da dominação autoritária imposta à nova pelo arcaico pensamento vigente na classe dominante portuguesa que, como membro da Igreja, representava e comandava. Afinal, eram deles os símbolos das caravelas cabralinas...

 

VII

 A CIDADE: HISTÓRIA E AÇÃO POLÍTICA

NA SANTOS LIBERTÁRIA

 

"Santos, terra bifronte, libertária: minha terra tem areias, eu amo lá ficar; o teu ar é meu todo, fui eu quem se fez teu par. Por amor, me permitam sereias, me deixem morrer neste mar... "     (poema do autor)

 

Cidade-irmã da cidade italiana de Trieste, de onde vem estes exemplos de uma ação humana e solidária a partir da ação de governo, Santos está localizada na região Metropolitana da Baixada Santista e é uma cidade situada no litoral do Estado de São Paulo, a 70 Km da Capital do Estado. Cidade de tradição libertária e revolucionária por conta dos imigrantes e migrantes que recebeu e recebe, também por conta dos ares renovados de sua natureza bifronte ao mar, é ligada a  São Paulo - a maior cidade do hemisfério -, por rodovias e ferrovias. Tem o maior porto da América Latina, com 13 Km de cais acostável, cujo cais foi inaugurado em 1892 – um porto explorado desde 1532, antes do outro lado da cidade, na atual Ponta da Praia, desde 1506.

 

Santos fez 458 anos em 2004, em se considerando sua fundação como vila por Brás Cubas em 1546. Antes, desde 1506, foi sede de uma comunidade livre e heterogênea composta por  portugueses, espanhóis e índios, liderada por um degredado chamado de Bacharel-mestre Cosme Fernandes Pessoa. Que fora deixado em Cananéia como degredado em 1502 – segundo o historiador Francisco Martins dos Santos, por "confabular contra o reino" português. O Bacharel comandou uma comunidade expulsa pelos donos da terra, que aqui impuseram suas mazelas e rigores sociais, que permaneceram com seus (maus) exemplos. Ele veio para cá, fundando no caminho núcleos que se tornaram vilas e cidades. E mantinha ativo o "Porto de São Vicente", na atual Ponta da Praia, um porto presente em mapas internacionais da época, produzindo barcos e exportando escravos índios. Foi uma das primeiras, senão a primeira, comunidade produtiva do país.

 

Elevada a categoria de Município em 26 de janeiro de 1839,  quando se comemora o Dia da Cidade, Santos – em homenagem ao dia de Todos os Santos, teria sido fundada em 1º de novembro. Tem atualmente cerca de 500 mil habitantes e um espaço geográfico de 474 Km², distribuídos entre o centro urbano localizado na ilha de São Vicente (que divide com o município assim denominado), com área de 39,4 Km² em que vive 99% da população, com quase 11 mil habitantes por Km², sua densidade habitacional, mais de 6 mil sub-moradias. E a área continental, do outro lado do porto, de 434,6 Km², formada basicamente por parques ecológicos protegidos pela legislação estadual.

 

A cidade atrai 3 milhões de pessoas às suas praias na temporada de verão, tendo um importante uma ampla rede turística e um passado histórico como a terra do "Patriarca da Independência" José Bonifácio de Andrada e Silva – que tem um monumento em Nova Iorque. Santos é o lugar onde passou – e se inspirou - o imperador D. Pedro II antes de proclamar a Independência do Brasil, em 1822. Foi neste porto, aliás, em que as lutas e conquistas  de seus trabalhadores chegados de todas as partes do país e do mundo irradiaram – se exemplares para todos os portos brasileiros, desde fins do século XIX e início do XX, como um dos três maiores pólos da luta social brasileira nessa época.

 

Foi neste lugar, em que 80% dos trabalhadores eram imigrantes, em que se conquistou as 8 horas de trabalho diárias em 1908, conquista local na cidade chamada então de "Barcelona Brasileira" - expressão brasileira do anarco-sindicalismo, a maior expressão desta corrente, ao tempo do sindicalismo livre do início do século XX -,  depois de "Porto Vermelho" e "Moscou Brasileira", pelo empenho de seus trabalhadores e sindicatos, um dos três principais núcleos do movimento operário do país.

 

Santos foi uma das primeiras cidades brasileiras a conquistar o "shop closed sistem", o mercado de trabalho da estiva, na prática mundial dos portos - os construtores da grandeza portuária, sistema regido pelo Sindicato, coletivamente, em uma luta de há quase 75 anos. Que foi apoiada, decididamente para sua vitória nos anos 30, pelo então Secretário do Estado da Segurança, o "tenentista" Miguel Costa - companheiro de Prestes na histórica Coluna, que atravessou o país desde 1924.

 

Costa veio para reprimir o movimento, mas apoiou a organização dos trabalhadores que já atuava no cais, ajudando na conquista que desabou no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Esta cidade praiana foi a terra de quem que fez o homem voar, no século XVIII, do Padre Bartolomeu de Gusmão. Pela primeira vez no mundo, quem criou  o modelo do aeróstato, o balão que subia aos céus. O Brasil tem o tamanho atual graças ao trabalho do irmão de Bartolomeu, o santista e diplomata Alexandre de Gusmão – que em 1750 fez o Tratado de Madrid, com o apoio do Marquês de Pombal, redimensionando a posse portuguesa das terras brasileiras, então reduzidas.

 

Terra de militantes sociais do porte de Silvério (o abolicionista, republicano e precursor do socialismo no Brasil, fundador do Centro Socialista de Santos, em 1895) e Martins, ambos Fontes e médicos, este o poeta, terra do fundador dos cursos jurídicos no país, o Visconde de São Leopoldo, a cidade foi a maior expressão da luta operária no início do século XX. A que rasgaria de fato o escravagismo, que tinha apenas abolido seu arcabouço legal – cuja luta abolicionista teve aqui seus maiores momentos e quilombos, no "Território Livre" dos escravos, como era chamada.

 

A escravidão foi derrubada aqui em fevereiro de 1886, antes da Abolição, assinada pela Princesa Isabel no Brasil em maio de 1888. Santos é a terra de Rubens Paiva, o deputado federal que foi assassinado e jogado no mar pela Ditadura Militar de 1964, de  tantos como Mário Covas, cassados nesta época por denunciar a tortura institucionalizada. É a cidade de maior número de políticos cassados no país nessa fase. Aqui se localizou a primeira greve geral do país, iniciada no porto, em 1891, em defesa dos seus trabalhadores. Um século depois uma prefeita, a mesma que tinha feito a intervenção no Anchieta, promoveria uma outra greve geral com os mesmos objetivos da defesa da vida, em defesa dos cinco mil trabalhadores do porto, os que foram demitidos no Governo do presidente Fernando Collor – o que Telma reverteu, reintegrando-os ao trabalho.

 

Seria a mesma prefeita e a mesma cidade que ensinariam ao país as fórmulas do programa de assistência e redução de danos às vítimas da AIDS, destacando o Brasil no mundo por essa atitude partida de Santos, cujos projetos sociais na saúde alcançaram fama nacional e mundial. Aqui era a "Capital da AIDS", pelo maior número de contaminados; passou a ser o exemplo nacional de políticas de combate e de assistência aos pacientes, com projeção mundial no setor. Destaque nacional também pela rede de policlínicas que implantou, da rede de assistência social que criou, também despoluindo as praias há tanto tempo contaminadas. Santos gravou a chaga de ser a única cidade do país a ter um navio-prisão , quando era 1964 - no Golpe Militar que vitimou o Brasil, o "Raul Soares", chegado em um 24 de abril de 1964, logo após o Golpe Militar.

 

No Raul Soares, por suas idéias de mudança social, dezenas de pessoas foram presas e torturadas, mantidas em degradantes condições e sujeitas a todo tipo de arbitrariedade, com graves violações aos Direitos Humanos. Cidade que teve sua autonomia cassada por duas vezes (1948–1953 e 1969–1984), um prefeito que não deixaram ser eleito porque comunista e um eleito e cassado por ser negro e socialista, - Leonardo Roitman, em 48; Esmeraldo Tarquínio, em 69 -, cidade que foi vitima de interventores nomeados, mas que resistiu, Santos é este porto maior de metade do mundo, que ensinou à pátria a liberdade e a caridade.