Imigrantes empregados na estiva do café, no porto santista: até 320 kg (6 sacos) nas
costas
Foto: cartão postal da primeira metade do século XX
O café e a imigração em Santos
Maria Suzel Gil Frutuoso (*)
Podemos dizer que a imigração é um dos fenômenos mais
antigos da humanidade. Sempre se emigrou, e grandes deslocamentos de populações são registrados pela história ao longo dos séculos.
Interessa-nos, aqui, a fase da emigração moderna, chamada de grande emigração,
que ocorreu a partir da segunda metade do século XIX, oriunda principalmente do continente europeu e orientada para o Novo Mundo.
São várias as razões que deflagraram o fenômeno; as mais gerais são: o fascínio que o
continente americano exerceu sobre o europeu - representava uma fronteira aberta com espaços imensos a serem ocupados.
Havia entretanto uma realidade mais premente: a necessidade de melhores condições de
vida e sucesso, a fuga à pobreza e outras dificuldades, isto porque a população européia passava por um processo de expansão acelerada, graças,
sobretudo, à revolução agrícola (novas áreas de cultura, novas culturas, mecanização etc.) e melhores condições de saúde.
Emigrou-se igualmente por causa dos baixos salários, por falta de absorção da
mão-de-obra urbana e rural, pelo mito da fortuna (encontrar o Eldorado, estimulado pela propaganda, seduzindo os imigrantes) e da propriedade, fugas
ao serviço militar, pelo desenvolvimento tecnológico, revolucionando o maquinismo e os transportes, principalmente ferroviários e marítimos (que
facilitavam o deslocamento de populações).
No Novo Mundo, a supressão do tráfego negreiro e da escravidão e o desenvolvimento
industrial colocavam os países americanos ante a necessidade de mão-de-obra mais especializada, além de algumas questões raciais, como o que ocorre
no Brasil.
No Brasil, segundo a historiadora Maria Teresa S. Petrone, a existência de
amplas áreas no Sul do País - cujas condições climáticas favoreciam a instalação de imigrantes europeus em pequenas propriedades policultoras - e o
avanço dos cafezais, especialmente em São Paulo, que exigia contínua mão-de-obra, explicam em grande parte a imigração [1].
A emigração européia do século XIX e início do XX tem, portanto, características que a
distinguem de movimentos migratórios anteriores: está ligada ao progresso econômico dos novos continentes e às transformações também econômicas e
populacionais do Velho Mundo. Foi também a válvula de escape dos países industrializados, permitindo o desenvolvimento sem afetar o crescimento
demográfico.
No Brasil, desde 1883 a 1891, funcionava a Sociedade Central de Imigração,
que defendia a imigração para a pequena propriedade, visando transformar um país de latifundiários escravocratas, em pequenas propriedades
policultoras, através de um campesinato europeu - idealizado como tipo social. Isto reflete a mentalidade dos liberais da época. Já a Sociedade
Promotora da Imigração, fundada por fazendeiros paulistas entre 1886 e 1896, sob a inspiração do conde de Parnaíba, então Presidente da Província,
teve como objetivo promover a vinda de imigrantes para a lavoura cafeeira, tendo recrutado em torno de 120.000 imigrantes, em sua maioria italianos
[2].
Com a República, visou-se à dinamização, com a chegada de imigrantes sob a tutela dos
Estados para atender às necessidades regionais. Entretanto, São Paulo manteria a corrente imigratória graças às riquezas produzidas pelo café. Mas a
partir de 1907, o governo federal voltaria a assumir o controle da imigração, visto que a maioria dos Estados não podiam arcar com as despesas do
movimento imigratório para os núcleos coloniais.
Cresce então a imigração a partir de 1908, e 1913 é um ano de pico! Chegam
ao Brasil 192.683 imigrantes pelas estatísticas oficiais [3], e apesar da
intervenção federal, o processo imigratório continua vinculado à administração estadual e São Paulo se manteria na liderança graças ao contínuo
desenvolvimento da lavoura cafeeira, que traria para o Estado milhares de imigrantes, sobretudo italianos. Esse fluxo só diminuiria por volta de
1930, depois que Getúlio Vargas criou a Lei 2/3 para evitar que excessiva imigração fosse responsável pelo
desemprego urbano, principalmente dos nacionais.
As Constituições de 1934 e
1937 reservavam ao Governo Federal o serviço de imigração e colonização, e se estabelece o sistema de quotas
limitando a imigração ao máximo de 2% dos imigrantes de cada nacionalidade, chegados nos últimos 50 anos [4].
Anteriormente, com a crise de 1929, que atingira o Brasil, em especial a economia cafeeira, reduz-se a corrente
imigratória e passa então a se avolumar a mão-de-obra nordestina.
Mas um novo surto imigratório teria início logo após a Segunda Guerra
Mundial, e esta seria a segunda fase da imigração européia moderna para o Novo Mundo [5],
embora fosse uma imigração bem menor do que a anterior, mas com indivíduos mais especializados.
A lavoura, a urbanização e a industrialização desempenharam papel importante no Estado
de São Paulo, atraindo imigrantes, acenando com a possibilidade de terras, de se tornarem proprietários, e no meio urbano o imigrante participará do
incipiente processo de industrialização e dos movimentos operários.
Das correntes imigratórias mais significativas que se fixaram no Estado de São Paulo,
podemos citar: a italiana, portuguesa, espanhola e japonesa - esta última iniciada em 1908, graças à intensa propaganda do café feita no Japão,
importante mercado consumidor. A maior parte da imigração italiana e nipônica foi subvencionada pelo governo brasileiro e - no caso desta última - a
partir de 1926, pelo próprio governo japonês, devido a problemas demográficos e econômicos que se intensificaram.
Quanto à imigração estrangeira para Santos, é preciso inseri-la no contexto da grande
imigração para o Brasil e sobretudo para São Paulo, ligada ao desenvolvimento do café, que teve em Santos o seu principal
porto exportador. A vila de Santos, fundada no século XVI, mostra até o século XIX uma fisionomia provinciana, cujo marasmo foi um pouco
sacudido no século XVIII, quando da exportação do açúcar. Mas só o café do Estado de São Paulo e a necessidade de aparelhar
o porto para a exportação cafeeira fariam de Santos uma cidade de imigrantes, graças às atividades profissionais que oferecia.
Segundo Arthur Hehl Neiva e L. Fernandes Carneiro, de 1820 a 1929 chegaram
ao Brasil 3.523.591 imigrantes de diversas nacionalidades. Desses, o maior número era de italianos: 1.156.472; os portugueses somavam 1.030.666; os
espanhóis, 551.385 e os japoneses, 86.577 [6].
O censo de 1872, em Santos, mostra 9.192 habitantes, sendo 1.577
estrangeiros; os portugueses eram 931 [7].
Em 1891, os lusos são 23.055 e os espanhóis, 8.491. Em 1914, numa população
de 88.697 habitantes, os lusitanos são 23.000 [8]. Nos recenseamentos gerais
de 1920 e 1940, os imigrantes somam:
|
1920
|
1940
|
portugueses |
21.014
|
22.157
|
espanhóis |
8.610
|
6.582
|
italianos |
3.059
|
2.271
|
japoneses |
606
|
1.621
|
alemães |
354
|
701
|
outras nacionalidades |
2.896
|
|
Santos torna-se a partir do início do século XX um importante centro comercial.
Mas, somente com o Plano de Saneamento de Saturnino de Brito em 1912 é que ganharia o "status" de cidade balneária e
sua expansão iria se acelerar em outras direções, inclusive a praia.
À medida em que o centro comercial se alarga, os trabalhadores, mais os do cais,
ocupam os novos espaços e principalmente os morros próximos ao local de trabalho e onde os terrenos eram mais baratos. Entre esses trabalhadores
estão em maioria os imigrantes, especialmente ibéricos.
De 1854 à década de 1940, o grupo lusitano é o maior grupo étnico, segundo
as estatísticas. Daí poder-se verificar a importância da imigração portuguesa na composição da população santista. Já o Censo de 1913 revela que
representavam 45% da população urbana, chegando quase a 54% da população masculina [10],
o que explica em grande parte o maior número de casamentos com brasileiras e não com portuguesas, também perfeitamente explicável por ser a
imigração lusa basicamente jovem e masculina.
E, ao que tudo indica, seriam também o maior número de trabalhadores urbanos
estrangeiros, embora não fosse o grupo que tivesse maior participação como líderes de movimentos operários; aí se encontravam os espanhóis e
italianos. Dos imigrantes lusitanos que se radicaram na cidade, grande número era proveniente da Ilha da Madeira e
habituados a morar em morros. Concentraram-se principalmente nos morros de São Bento, do Pacheco
e Nova Cintra.
Neles construíram chalés sobre plataformas de
pedra fincada e faziam trabalhos de terraceamento, típicos da Madeira. Essa técnica era conhecida como "muro de pedra seca" e consistia em encaixar
bem as pedras sem ligá-las com massa - a parte de dentro era de pedras entrelaçadas e fincadas na terra para maior segurança e as casas construídas
nas curvas de nível; isso valeu aos "ilhéus" muito serviço na cidade. Nesses locais, formaram chácaras e sítios onde criavam gado leiteiro, suínos e
galináceos, além de plantações de banana de boa qualidade por ser cultivada em lugar seco; também plantavam "novidades"
(batata-doce e mandioca); as bananas tinham um bom mercado na cidade, representavam uma fonte de renda. Já as verduras e os legumes eram cultivados
nas baixadas dos morros, sobretudo pelos japoneses [11].
Mas a cana-de-açúcar foi sem dúvida o maior investimento; com ela
produziam a pinga, destinada ao consumo próprio e à venda na planície, a fim de completar a renda familiar, e por vezes era a única renda. Os
alambiques ficavam próximos às bicas d'água e estas eram muitas, formando vários regatos; aí se instalaram pela necessidade de resfriar as
serpentinas. Até o início dos anos 50 chegaram a funcionar 38 alambiques, sendo os mais famosos os do morro da Nova Cintra. Esses estabelecimentos
pertenciam em sua maioria aos "ilhéus", responsáveis pela conhecida pinga "Morrão"; havia outro no
Marapé, "A Gota do Marapé" e o de Antonio Relva, no morro da Caneleira, este no caminho para São Vicente, próximo ao
antigo Matadouro Municipal, na linha do bonde 1 [12].
Para o transporte da cana morro abaixo, era utilizada a "zorra", espécie de trenó.
Depois de pronta, a aguardente era armazenada em grandes garrafões, transportados em carroças, para ser vendida na cidade. Nessa atividade
trabalhavam homens, mulheres e crianças (embora a maioria dos homens tivesse outra ocupação na planície).
Porém, o mais importante trabalho exercido pelas mulheres eram os
bordados típicos da Ilha da Madeira, ensinados de mãe para filha. Os pontos eram variados: cheio aberto, cheio corda, crivo, ponto sombra,
bolinha cheia e aberta, bolinha areia e o matiz.
Essa arte, as meninas aprendiam desde pequenas em simples pedaços de
tecido até estarem habilitadas a bordar uma peça. Essa tradição foi passada ao longo de gerações, e havia também os trabalhos em crochê. Tal
ocupação permitia às mulheres participarem da renda familiar, uma vez que os bordados passaram a ser vendidos para lojas da cidade e principalmente
para comerciantes de São Paulo que traziam as peças com os riscos a serem bordados. Em parte, isso levou à perda de alguns motivos folclóricos
(bonequinhos em trajes típicos), por exemplo. Felizmente, hoje há a associação das bordadeiras do Morro de São Bento; trata-se do Instituto do
Bordado, Tapeçaria e Artesanato da Madeira [13].
Bordadeiras da Ilha da Madeira, no Morro de São Bento
Fotograma: TV Tribuna, Jornal da Tribuna 1ª Edição, 21/12/2003, 12h46
A sociabilidade, o lazer e as tradições marcam a presença madeirense nos
morros. O morro de São Bento detinha a maior concentração de "ilhéus". A convivência era mais fácil devido à proximidade do grupo. Gostavam
especialmente de se reunir à noitinha depois do trabalho, para uma boa conversa, jogar dominó e "bisca" (um jogo de cartas). Jogavam nos bares e nas
vendas e armazéns (estes pertenciam na maior parte a portugueses) "enquanto mastigam e bebem alguma coisa"; depois iam para casa jantar e dormir,
"pois o dia de trabalho começa bem cedo" [14].
Aos domingos a animação era bem maior: logo após a missa se reuniam para
conversar, jogar e tocar; o "ilhéu", como todo o português, é inclinado à música e à dança. Ficavam nas calçadas, em frente às casas e às vendas,
ali colocavam cadeiras trazidas de suas residências para que a conversa fosse mais confortável. No Morro de São Bento, até em frente à Capela havia
cadeiras, porque aí se reunia a banda musical do morro, a Tocata, composta por madeirenses; logo a seguir começava a cantoria, por vezes difícil de
se entender, pelos que vinham da "cidade baixa" [15].
Não era apenas a banda musical o orgulho dos "ilhéus", mas especialmente
seu Rancho Folclórico, que até hoje mantém a tradição das cantigas populares e das danças da Madeira. É composto por oito pares de bailarinos e dois
pares de reserva, quatro porta-bandeiras e quatro crianças, mascotes que aprendem a cantar e a dançar, a fim de que, mais tarde, possam integrar o
corpo de bailarinos. As roupas são vistosas, refletindo o vestuário típico madeirense [16].
Outra marca são suas tradições religiosas, como as festas de Nossa Senhora da
Assunção, padroeira do Morro de São Bento; Nossa Senhora do Rosário; Nossa Senhora do Bom Sucesso; a festa de São Vicente e a do Pão de Deus; a
festa de Natal, sem dúvida uma das mais bonitas, hoje (N.E.: década de 1990) já perdeu
muito das antigas características. As casas eram enfeitadas com frutas e a igreja com flores. Na véspera havia a Romaria da
Noite de Natal. Procuravam ao máximo imitar os festejos realizados na Ilha da Madeira. A procissão do Natal nos foi descrita pelo Sr. José
Teixeira, antigo morador do Morro, um músico notável e grande conhecedor do folclore madeirense:
A porta da igreja se abre, está repleta. Um grupo de homens entra
cantando. Cantam sobre a vida dos pescadores, arrematando que Jesus foi também um pescador. Enquanto o coro canta, as ofertas seguem igreja adentro:
batatas, frutas, legumes e outras; vão dentro de um barco pequeno carregado nas costas de dois homens. Seguem também os animais como cabritos e
ovelhas. As bebidas ofertadas são colocadas aos pés do altar juntamente com as demais prendas, para serem vendidas depois da quermesse, para as
obras. Entra ainda a "charéla" ou "charola" (um cesto preso por uma vara, colocado às costas de um homem) com as ofertas em dinheiro daqueles que,
morando mais longe, não podiam trazer alimentos e animais. As notas eram arrumadas de modo a parecerem bandeirinhas, como pirulitos num pauzinho.
Durante a festa eram feitos os leilões. Mas, antes de entrar na igreja, a banda tocando ia buscar as oferendas e algumas pessoas vinham atrás dela
com as prendas na cabeça. Isso trazia alegria e entusiasmo [17].
Sem dúvida, as festas mais animadas são as
Juninas, com sua espetacular queima de fogos, e ocorrem sobretudo no Morro da Nova Cintra. No Morro de São Bento, eram por vezes um problema. O
morro era enfeitado com arcos de flores e os "ilhéus" gostavam de fogos, mas nem sempre o padre concordava, este acreditava que o dinheiro devia ser
gasto em coisas mais úteis, porém os madeirenses não arredavam pé - o dinheiro era deles, a igreja também era deles, pois a haviam construído - e os
fogos traziam alegria - portanto, o padre não tinha nada com isso - (segundo a opinião deles). Houve anos em que a festa não se realizou por causa
das brigas [18].
As superstições também fazem parte da cultura madeirense; uma delas manda
encher um copo com água pela metade e nele colocar um ovo estalado, isto na véspera do dia de São João - o copo
deve ficar no sereno e é preciso dizer: "São João, São João, mostrai nesse copo a minha sorte". No dia seguinte, antes do sol nascer, reza-se uma
Ave Maria e um Pai Nosso e olha-se para o copo. Depois é só conferir a sorte [19].
Entretanto, a maioria dos imigrantes lusos, em especial do continente, preferiram a
planície. A cidade sempre atraiu os portugueses, e a grande expansão cafeeira e a urbanização que se verificou na cidade, graças ao café, fizeram
com que para ela acorressem milhares de imigrantes lusitanos. E, desse modo, o contingente luso iria superar de longe o de qualquer nacionalidade,
transformando Santos, até meados do século XX, numa "cidade portuguesa", se levarmos em conta os imigrantes e seus descendentes de segunda e
terceira gerações.
Desde o primeiro surto de progresso de Santos em fins do século XIX, imigrantes
portugueses, espanhóis e italianos trabalharam nas obras do porto, nos armazéns de café e na construção civil.
Além das obras do cais e das atividades portuárias, os imigrantes europeus em Santos
trabalhavam praticamente em todas as ocupações oferecidas pela cidade. Foram operários da City, criada em 1881 como
empresa de serviços, e até 1930 seus empregados eram em sua maioria estrangeiros, mas após a Lei 2/3 cresce o número de nordestinos. Além das
Docas, City, e depois Light, destacam-se o Moinho Paulista e o Moinho Santista.
Inúmeras foram as profissões nas quais os europeus tiveram
maior participação: operários, agricultores, carpinteiros, comerciantes, empregados no comércio, marítimos, pedreiros,
proprietários, sapateiros, serralheiros, alfaiates, jardineiros, mestres de ofícios, artesãos e artífices, motorneiros de
bondes, carroceiros, condutores, pequenos industriais e prestadores de serviços em praticamente todos os ramos e em atividades de importação e
exportação, além de outras, ligadas à exportação de café.
As mulheres eram domésticas ou se ocupavam em outras atividades como, por exemplo, o
trabalho de sacaria, necessário ao café. Como domésticas, as mais solicitadas eram as ibéricas, especialmente as portuguesas, como é possível
verificar pelos anúncios nos jornais locais. Estas eram preferidas por famílias inglesas e norte-americanas; mesmo jardineiros e motoristas dessas
famílias eram sobretudo ibéricos. Na orla da praia e nas ruas próximas, em Santos e São Vicente, ficavam essas mansões com seus extensos gramados e
jardins.
Os ingleses e norte-americanos, dentro da corrente imigratória para
Santos, eram minoria, mas detinham liderança no alto comércio do café, em agências de navegação e em serviços públicos. Diante disso, as famílias
brasileiras passaram a imitar esses estrangeiros, e a contratar imigrantes como empregados domésticos, mas pagavam salários mais baixos e muitos não
respeitavam o horário de trabalho dos empregados; por isso, tanto ingleses quanto norte-americanos eram preferidos pelos ibéricos como patrões -
pagavam mais e davam folga semanal [20].
Como comerciantes, destacaram-se em todos os ramos:
armazéns de secos e molhados, panificadoras e confeitarias, restaurantes e cafés, bares e cantinas; nestas, o destaque foi para os italianos,
que também se sobressaíram ao lado dos portugueses no ramo de hotelaria. Já na construção civil estão os ibéricos, e, como artífices, fizeram nome
sobretudo os italianos [21].
Os lusitanos, como representavam a maior corrente imigratória em Santos,
possuíam maior peso em todas as atividades urbanas, quer como patrões, quer como empregados. E o comércio foi sem dúvida o seu maior sonho. Dentre
as firmas cujos proprietários eram portugueses, algumas passaram de pais para filhos; no ramo de importação, podemos citar algumas: Bento de Souza e
Cia., C. Costa e Cia., Souza Santos e Cia. Os produtos alimentícios importados eram os de maior volume, uma vez que a cidade contava com tantos
imigrantes, seus filhos e netos também aprenderam a consumi-los na culinária preparada por suas mães e avós [22].
No ramo de comércio a retalho, comercializavam com farinhas e cereais. Até 1920 há
lojas que vendiam alfafa, devido ao grande número de muares nos transportes, e principalmente no transporte de café para o porto. Outros lusos
dedicaram-se ao comércio de bebidas, como famosas "caninhas", bastante consumidas na cidade, especialmente a "19" de Pirassununga, além de outras
marcas, e até as que eram fabricadas nos morros santistas.
Um bom número de portugueses especializou-se no comércio do café, como exportadores, a
exemplo da Casa Comissária Alberto Ferreira, e alguns eram proprietários de torrefações e moagens; este café era vendido por atacado e no varejo,
inclusive abasteciam os navios. Como exemplos: os tradicionais Café Adelino e Café Luso-Brasileiro.
As panificadoras fabricavam pães regionais, como o de Petrópolis, o pão
alemão, o vienense, e recebiam encomendas para festas. As confeitarias eram por vezes os pontos de encontro de senhoras e senhoritas; a Confeitaria
e Café Lisbonense marcou presença. Os Cafés são talvez os estabelecimentos que mais chamam a atenção, alguns simples, outros mais sofisticados, com
mesinhas de mármore, espelhos, cortinas, lustres, porta-chapéus. Bem ao modelo da "belle époque", suas salas eram movimentadas. Alguns, como o Café
Chic, possuíam uma orquestra; outro era o Café da Bolsa, bem freqüentado. Muitos deles ficavam no coração dos grandes negócios, a
Rua XV de Novembro e a Praça Mauá; nesta existe até hoje o Café Carioca, que embora tenha
mudado de proprietário, manteve o nome que o tornou tão conhecido na cidade [23].
Em geral, esses estabelecimentos comerciais traziam escrito em anúncios
suas especialidades e a clientela que serviam: "Ao Bom Café Marujo" é um deles; já o "Ao Bom Café de Mello" servia todas as bebidas finas, inclusive
vinhos verdes, vinhos virgens e do Porto. As adegas funcionavam também como restaurantes. Os bares e restaurantes começaram a surgir em maior número
depois dos anos 20 e 30, quando o hábito de almoçar fora se tornou mais comum, uma vez que os novos bairros residenciais ficavam mais afastados.
Então aparecem com mais freqüência os restaurantes portugueses e espanhóis,
especializados em comidas típicas [24].
Lideravam os lusos os serviços fúnebres; as mais populares casas foram
"Casa Rosário" e a "A Religiosa", responsáveis ainda por ornamentações florais para festas, e possuíam um serviço de coches e carruagens, que tanto
servia para o acompanhamento dos féretros, como de casamentos e batizados [25].
Nos transportes atuaram com primazia os lusos. A mais antiga firma nesse
setor, ainda em atividade, é "A Lusitana" fundada em 1912, e cujo conhecido lema é "O mundo gira e a Lusitana
roda" [26].
Mas, a presença dos imigrantes em Santos é também marcada pelas sociedades, grêmios,
associações e instituições que fundaram. Essas associações nasceram numa época em que não havia leis trabalhistas. Seu objetivo foi de
auxílio-doença, funeral, desemprego, criação de hospitais que pudessem amenizar as dificuldades - numa cidade infestada por doenças - dos imigrantes
que possuíam pouco dinheiro para se tratar.
Também foram importantes como locais de lazer e de sociabilidade, para que o imigrante
não se sentisse isolado, visto que a sociedade nativa não aceitava bem o imigrante em seus clubes (isto só era possível quando este conseguia
riqueza e status social). Igualmente servia para reunir jovens e travar o conhecimento que levasse ao namoro e ao casamento; um bom exemplo
são os bailes. Por outro lado, era também o local onde se reuniam para reviver suas tradições, compartilharem sentimentos e aspirações.
A criação de escolas pelas associações foi importante. A maioria dos
imigrantes da primeira fase da imigração eram analfabetos, semi-analfabetos ou pessoas de pouca instrução. Desse modo, a criação de escolas torna-se
uma necessidade. Nas escolas, o número de crianças filhas de imigrantes era de longe maior do que os filhos de brasileiros
[27].
Santos era uma cidade portuária e comercial em expansão e muitos imigrantes, na
qualidade de comerciantes ou aspirantes a essas atividades, deviam aprender a ler e escrever, pelo menos melhor.
Havia também uma preocupação com a imagem das colônias, tidas muitas vezes como
ignorantes, porque a maioria dos imigrantes exercia trabalhos braçais classificados de ultrajantes. Devido à condição de imigrante, o estrangeiro
aceitava qualquer ocupação que lhe rendesse um salário. Daí surgirem as anedotas e piadas por vezes grosseiras que se referiam a esses indivíduos.
Assim havia o desejo de que os filhos estivessem melhor preparados e fossem aceitos socialmente.
Entre as associações, grêmios e instituições criadas pelos imigrantes,
podemos citar algumas que existem até hoje; a maioria - e não foram poucas - desapareceu na década de 1930 e 1940 [28].
Das que permaneceram e continuam em plena atividade estão: a
Sociedade Portuguesa de Beneficência de Santos (Hospital Santo Antonio), fundada em 1859, cuja finalidade básica ia além
da assistência hospitalar de hoje. Sua história é repleta de luta e trabalho. Inicialmente com um modesto patrimônio
nascido basicamente de doações, teve início no bairro do Paquetá, transformando-se com o tempo no hospital de maior
importânica da cidade e, entre os anos de 1923 e 1928, mudou-se para o bairro do Campo Grande. Embora criado por portugueses e para portugueses,
esteve sempre aberto à comunidade santista, cada vez que esta era marcada por catástrofes e tragédias [29].
Já o Real Centro Português, fundado em 1895, um dos edifícios
mais bonitos da cidade em "estilo manuelino", é também um marco da presença lusa. Sua finalidade foi a instrução associada ao lazer; para isso criou
a Escola João de Deus, com aulas noturnas, uma escola de dança e música e a formação de um grupo de teatro; conferências, palestras, biblioteca,
gabinete de leitura e banda musical completam esse quadro.
Também a Sociedade União Portuguesa,
fundada em 1913, destacou-se pela cultura e assistência. A Escola Portuguesa de Santos, desde 1922, foi responsável pela educação primária de
centenas de crianças. A Associação Atlética Portuguesa, de 1917, destacou-se no esporte e ainda hoje é uma das principais
agremiações da cidade [30].
Da imigração espanhola e pelos mesmos motivos, podemos lembrar o nome e o
trabalho de associações como: a Sociedade Española de Socorros Mútuos y Instrucción de Santos, fundada em 1900, que
assistiu os espanhóis com assistência médica, hospitalar e odontológica. Em 1988 veio a se fundir ao Centro Español a Sociedade Española Rosalia de
Castro. Também a Sociedade Española de Repatriacción, fundada em 1902, procurou auxiliar imigrantes espanhóis a retornarem à pátria de origem. Esta
associação uniu-se em 1954 ao Centro Español de Santos, que existe desde 1895. O Centro Español y Repatriacción de Santos
congregou também todas as classes sociais, tornando-se uma associação cultural beneficente e recreativa, inclusive com escola de canto e um grupo de
teatro, biblioteca e sala de leitura. Tanto o teatro do Centro Español [31]
como o do Centro Português se destacaram pelas peças baseadas em romances, comédias e sátiras, onde predominaram os temas de cunho familiar e
religioso.
No que se refere ao esporte, os espanhóis fundaram o España Football Club (o
Jabaquara).
Chegada dos italianos a Santos em 1875
Foto: livro Cem anos de colonização italiana no ABC, de Roberto Botacini e Maria
Silene,
1ª edição, 1976, Editora Combrig, Ribeirão Pires/SP
A imigração italiana, a exemplo das outras estrangeiras,
teve necessidade de se reunir em torno de associações que lhe prestassem auxílio e lazer.
A marca da colônia italiana de Santos é vista através da Società
Italiana di Santos, fundada em 1897, nascida da necessidade de criar uma entidade de apoio e auxílio ao grande afluxo imigratório em fins do
século passado (N.E.: século XIX), com objetivos de: socorrer imigrantes em dificuldades
(recém-chegados), divulgação da língua italiana, beneficência e instrução.
Em 1901 a Società funda a escola "Dante Alighieri", responsável por mais
de três décadas pela formação primária de crianças [32].
A imigração japonesa é a mais tardia, embora já em 1895 tenha sido assinado um tratado
de comércio entre Brasil e Japão. A corrente imigratória japonesa chega em 1908 para as fazendas de café e núcleos coloniais, dirigindo-se para o
interior do Estado de São Paulo e para o litoral paulista.
Este foi provavelmente o grupo que mais sofreu as diferenças culturais - a disparidade
de culturas era muito grande e a desilusão também (problemas de alimentação, habitação, comunicação, namoro, preconceitos, religião etc.).
Em Santos, o fluxo imigratório se originou principalmente da inadaptação
do trabalho de muitos japoneses, nas fazendas de café. Os primeiros imigrantes a se fixarem eram originários da ilha de
Okinawa e haviam abandonado as fazendas na Alta Sorocabana; chegam em 1911 em número de 8 famílias
[33].
Radicaram-se principalmente no bairro da Ponta da Praia,
dedicando-se sobretudo à pesca e à agricultura, além do porto que exercia uma forte atração de mão-de-obra. Estabeleceram-se como arrendatários de
terras, muitas delas ociosas, e produziam hortigranjeiros. O arrendamento dessas terras e a concentração de japoneses vinham desde o Marapé,
Campo Grande, Jabaquara, Vila Belmiro, Santa
Maria, Nova Cintra, em terras próximas aos morros onde se concentravam as chácaras, e no bairro da Ponta da Praia.
É possível cogitar que o japonês funcionou como elemento que se aproveitou dos vazios
periféricos da cidade e que futuramente direcionou a expansão urbana de Santos; a Ponta da Praia seria um exemplo. Além disso, se instalaram também
como operários, carregadores do cais, pequenos agricultores, pescadores, verdureiros, armadores, pequenos comerciantes, carpinteiros, artesãos,
tintureiros etc.
Como comerciantes inicialmente de produtos agrícolas e pescado, essa atividade era
exercida especialmente pelas mulheres, que vendiam no mercado ou de casa em casa.
Como pescadores, formaram uma comunidade nas proximidades da Av. Rei Alberto com a
Capitão João Salerno. No início, a pesca era de linha, para subsistência; depois com rede, a fim de aumentar a produção pesqueira para o mercado; aí
o pescado era comercializado e, embora tendo alguns "caiçaras" do litoral Norte como empregados, a empresa japonesa era basicamente familiar. Além
disso, as mulheres dedicavam-se à coleta de uma alga, o "nori", que servia para embalar recheios de legumes típicos da cozinha japonesa, e mantinham
as redes. Em 1932 fundaram a Cooperativa Pesqueira de Santos. Mas, anos depois, os seus descendentes já estavam trabalhando nos armazéns gerais,
exportadores de frutas, empresas de carga e transportes, empresas pesqueiras e academias de artes marciais.
A preocupação com a escolarização dos filhos, a exemplo dos outros imigrantes, é
bastante grande e ficou viável na segunda e terceiras gerações, que vão ganhando status social com cursos superiores e participação na
política local. Isto, contudo, não é apenas uma especialidade dos japoneses: o mesmo ocorreu com os demais imigrantes que se fixaram em Santos.
Após trinta anos, quando haviam alcançado estabilidade, a Segunda Guerra Mundial veio
retirá-los do litoral para o interior, uma vez que o Brasil era aliado dos EUA, e o Japão inimigo destes; o rompimento ocorre em 1943. Dessa forma,
os nipônicos tiveram 24 horas para deixar a cidade, ficando para trás os bens que possuíam. Mesmo os descendentes, nascidos no País e com mais de 18
anos de idade, preferiram acompanhar a família.
Em 10 de julho de 1943, A Tribuna registrou a ida dos japoneses para o
Interior
O jornal de Santos, A Tribuna de 10 de julho de 1943, registrava:
Mais de 1.500 súditos japoneses e alemães são removidos. E segue:
"Colhidos de surpresa, numerosos japoneses trataram de se desfazer de seus bens. No Marapé, na Ponta da Praia e em Santa
Maria, houve verdadeira corrida para venda de suínos, galináceos, muares etc. ... Quase todos os proprietários de chácaras, eles puseram à venda
quase tudo o que possuíam. Vendiam a qualquer preço, pois não havia tempo para regatear. Um deles, para desfazer-se de sua chácara, em Santa Maria,
vendeu três porcos, uma carroça e um muar pela quantia de mil cruzeiros. As galinhas eram vendidas a dois ou três cruzeiros".
A polícia publicava na mesma página do jornal um apelo ao povo de Santos, para que tomassem para si a responsabilidade de guardar essas
propriedades, tornando-se cada vizinho um vigilante atento, que deveria dar notícia urgente de qualquer irregularidade. Não é preciso dizer que isso
pouco aconteceu.
Após a Guerra, houve a possibilidade de voltar, mas a maioria preferiu não vir. E, na
década de 1950, os nipônicos se voltaram para a organização de empresas nos moldes do capitalismo moderno.
Em Santos talvez fosse maior a corrente imigratória japonesa, caso não
houvessem sido enviados ao interior durante a Guerra. E como todos os demais imigrantes de outras nacionalidades radicados em Santos, criaram suas
associações de lazer e auxílio. Das associações japonesas, uma das mais importantes é o Estrela Club e a Escola Japonesa de Santos; promoveram a
confraternização e mantiveram suas tradições. Muitos japoneses foram cristianizados em Santos. Os padres jesuítas iniciaram a evangelização dos
nipônicos a partir de agosto de 1929, com a missão católica japonesa [34].
Algumas das associações de maior renome foram acusadas de terem centros políticos,
como aconteceu ao Centro Español, que foi envolvido por boatos desfavoráveis na Cia. Docas de Santos, uma vez que os operários espanhóis e também os
italianos não gozavam de boa fama junto ao patronato, por suas reivindicações, pois tratava-se de um grupo mais politizado,
conhecido como "anarquistas" e "agitadores".
O Centro Español defendeu-se dizendo que era apolítico - aliás, isso consta dos
estatutos de todas as associações estrangeiras, mas sem dúvida era difícil que isso imperasse cem por cento entre os associados. Tanto é que o
Centro Português e o Centro Español uniram-se para pagar advogado que soltasse seus associados presos nas greves; até os
cônsules de Portugal e Espanha eram solicitados a acalmar os ânimos de seus compatriotas.
Como marcos da imigração, são relevantes as associações especialmente no tocante à
assistência social e cultural na comunidade. Criadas a princípio em função de suas colônias, foram aos poucos se abrindo e prestando serviços à
comunidade santista e imprimindo sua marca à fisionomia da cidade. Como locais de cultos à tradição, ainda brilharam até o final dos anos 50; a
partir dos anos 60, esse culto enfraquece, pois os netos e bisnetos dos imigrantes estão menos ligados a elas. A própria comunidade foi
progressivamente se fundindo através de casamentos, e outros interesses de lazer surgiram.
Se por vezes os resultados de algumas associações
foram pequenos, valeram pela tenacidade e espírito de fraternidade que as uniu. As que permaneceram marcam a paisagem sócio-cultural da cidade e
honraram a comunidade santista em que se inseriram.
*****
Pudemos observar a importância que tiveram os
imigrantes na composição da população de Santos e no desenvolvimento econômico e social da cidade. Apesar de certa marginalização inicial,
conviveram bem com os santistas. O grande número de descendentes possibilitou isso.
Em Santos, é marcante a existência de sociedades e associações culturais variadas, clubes,
templos e mesquita de outras nacionalidades, o que demonstra a diversidade da ocupação citadina por estrangeiros, apesar de termos nos dedicado aos
grupos mais representativos em termos de volume imigratório.
Procuramos dar uma idéia de sua importância - destacamos mais a imigração
portuguesa por tratar-se de nossa dissertação de Mestrado e aquela que foi mais estudada; dentro dela, colocamos em destaque aspectos da imigração
madeirense no Morro de São Bento, por constituir um grupo coeso e defensor de suas tradições [35].
Em qualquer das atividades que exerceram, os imigrantes fizeram de Santos o seu lar,
ao mesmo tempo em que contribuíam para o progresso da cidade.
Muitos alcançaram o horizonte procurado. Para os que regressaram sem sucesso às suas
pátrias de origem, morreram ou viveram com dificuldades, o sonho da fortuna não se realizou. Para os que permaneceram, Santos foi para muitos deles
uma cidade de perspectivas realizáveis. E o café teve muito peso nisso.
(*) Maria Suzel Gil Frutuoso é mestre em História
pela Universidade de São Paulo e licenciada em História (UniSantos), professora de História Moderna e vice-chefe do Departamento de História da
UniSantos.
Festa portuguesa no São Bento em 1979
Foto: Carlos Pimentel Mendes, 18/8/1979
NOTAS:
[1] PETRONE, Maria Tereza S.
As Migrações Transoceânicas. In: História Geral da Civilização Brasileira. O Brasil Republicano. Sociedade e Instituições
(1889-1930). Tomo III. São Paulo, Difel, 1969.
[2] Id. ibid.
[3] Id. ibid.
[4] Id. ibid.
[5] A emigração se dirige
sobretudo para os EUA, Argentina e Brasil. Cai o número de imigrantes em relação à primeira fase, anterior à Segunda Guerra Mundial, devido às leis
de imigração dos países de destino, que passam a fazer maiores exigências quanto à situação dos imigrantes, sem nível cultural e profissional, bem
diferente da primeira fase, onde predominavam analfabetos e indivíduos de pouca instrução. Por outro lado, a imigração se intensifica dentro da
própria Europa no período do pós-guerra - como resultado da falta de mão-de-obra nos países mais atingidos.
[6] Dados de Arthur Hehl
NEIVA e J. Fernandes CARNEIRO, publicados em 1950, citados por Maria Tereza S. PETRONE. "Imigração". In: História Geral da
Civilização Brasileira. O Brasil Republicano. Tomo III. São Paulo: Difel, 1969.
[7] ÁLVARO, Guilherme. A
campanha sanitária de Santos: causas e efeitos. São Paulo: Casa Duprat, 1918.
[8] SANTOS, Francisco
Martins dos. História de Santos: 1532-1936. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1937.
[9] FILHO, José de Araújo.
A Expansão Urbana de Santos. In: A Baixada Santista (aspectos geográficos). Vol. 3. São Paulo: Edusp, 1965.
[10] MARAN, L. Sheldon.
Anarquistas Imigrantes e Movimento Operário Brasileiro (1890-1920). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
[11] FRUTUOSO, Maria Suzel
Gil. Imigração Portuguesa e sua influência no Brasil: o caso de Santos -1850 a 1950. Dissertação de Mestrado apresentada no Departamento de
História da USP, 1990.
[12] Id. ibid.
[13] FRUTUOSO, Maria Suzel
Gil. Op. cit.
[14] Id. ibid.
[15] Id. ibid.
[16] Id. ibid.
[17] Id. ibid.
[18] Id. ibid.
[19] Id. ibid.
[20] Id. ibid.
[21] Id. ibid.
[22] Id. ibid.
[23] Id. ibid.
[24] Id. ibid.
[25] Id. ibid.
[26] Id. ibid.
[27] PEREIRA, Maria
Apparecida Franco. Mentalidade Liberal da Elite Paulista e instituições de Ensino de Santos (1870-1920). Pesquisa e trabalho no Programa
Memória da Educação Brasileira, INEP, 1986.
[28] As leis trabalhistas
e os sindicatos assumem em grande parte o papel das associações beneficentes criadas pelas colônias estrangeiras.
[29] FRUTUOSO, Maria Suzel
Gil. Op. cit.
[30] Id. Ibid.
[31] GALIÑA, Lúcia Rivero.
Centro Español y Repatriación de Santos: 1895-1940. Monografia de conclusão de curso de pós-graduação "lato sensu" em História, UniSantos,
1990. Orientação da professora-doutora Maria Apparecida Franco PEREIRA.
[32] RAMOS, Márcia Campelo
de Souza. A Imigração Italiana em Santos: 1888-1940. Monografia de conclusão de curso de pós-graduação "lato sensu" em História, UniSantos,
1990. Orientação da professora-doutora Wilma Terezinha Fernandes de ANDRADE.
[33] ALMEIDA, Ana Maria.
Imigração japonesa em Santos: a presença japonesa na Ponta da Praia. Monografia de Licenciatura em História, UniSantos, 1987. Orientação da
professora Maria Suzel Gil FRUTUOSO.
[34] PEREIRA, Maria
Apparecida Franco. A Igreja e a pobreza em Santos: 1924-1941. Tese de doutorado defendida na USP, 1992.
[35] Trabalhos de pesquisa
que foram desenvolvidos por nossos alunos dos cursos de Licenciatura e Pós-Graduação "lato sensu" da Unisantos e deram base a pesquisas mais amplas.
Têm esses estudos sido sugeridos e orientados em favor de um maior conhecimento da História da Baixada Santista. O tema é rico e cheio de nuances,
onde é possível verificar de que forma os imigrantes atuaram no fazer da história da nossa região e a riqueza que o café trouxe à mesma. Citamos
aqui os nomes e as monografias em História de Ana Maria ALMEIDA, Imigração japonesa em Santos: a presença japonesa na Ponta da Praia; Ana
Maria Feliciano da SILVA, Imigração japonesa em São Paulo; Isolina Rose Lorenzo DIEGUES, História do Centro Espanhol e Repatriação de
Santos: 1895-1990; Jurema Nicolosi FIRVEDA, Società Italiana di Santos: 1897-1990; Márcia Campelo de Souza RAMOS, A imigração italiana
em Santos: 1888-1940; Lúcia Rivero GALIÑA, Centro Español y Repatriacción de Santos: 1895-1919; Rosa Pires de ALMEIDA, Manifestações
Folclóricas de Cultura e Religiosidade Populares em Santos. Uma tentativa de preservar suas raízes. Monografia de conclusão de curso de Relações
Públicas da Facos, UniSantos, 1983. |