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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - BIBLIOTECA - TEATROS
Nossos primeiros teatros (12)

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Como em muitas outras cidades brasileiras, a memória do teatro santista raramente é registrada de modo ordenado que permita acompanhar sua história e evolução, bem como avaliar a importância dos artistas no contexto nacional, rememorando as grandes atuações, as principais montagens etc.

Uma tentativa neste sentido foi feita na década de 1990 pela crítica teatral santista Carmelinda Guimarães, que compilou depoimentos escritos e orais, documentos e outros registros, nas Memórias do Teatro de Santos - livro publicado pela Prefeitura de Santos em 1996, com produção de Marcelo Di Renzo, capa de Mônica Mathias, foto digitalizada por Roberto Konda. A impressão foi da Prodesan Gráfica.

Esta primeira edição digital em Novo Milênio foi autorizada pela autora, Carmelinda Guimarães, em 6 de janeiro de 2011. O exemplar aqui utilizado foi cedido pelo ator santista Osvaldo de Araujo:

    

Memórias do Teatro de Santos

Carmelinda Guimarães

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Índice Página original
Prefácio 11
Introdução 15
O Teatro de Santos 19
O Teatro Guarani 21
Em 1933 éramos atrizes 27
Crônica da Época: O Novo Theatro Colyseu 31
A história do Coliseu 33
Primeiros Teatros 43
Teatro Parque Balneário 49
          Outros Espaços 49
O Real Centro Português 55

-                 Salão Camoniano

57
          Rancho Folclórico Verde Gaio 57
          Diário de Uma Época 57
          Depoimentos 60
Sociedade Italiana 63
          O Movimento Anarquista 63
O Teatro Amador Desponta 65
          O I Festival Regional 66
Teatro nos Clubes 71
          Belarmino Franco e o teatro do Clube XV 73
          Depoimento Jean Louis 73
          Atlético 75

Centro de Expansão Cultural

77
O Clube de Arte 81
          Crônica da Época – Queixa Contra o Desconhecido 86
A Paixão pelo Teatro 91
Crônica da Época: Pagu que falta Tu Fazes 93
Na Boca, o Teatro de Cabaré 97
Lendas e Mitos da Cidade de Santos 101
Plínio Marcos 105
TIC – Teatro Íntimo de Comédia 111
          Crônica da Época – 'Toda donzela tem um pai que é uma fera' 112
          Memórias Completas, Greghi Filho 114

Três Atrizes

117
          Outros Depoimentos 119
Os Independentes 121
O TEFFI – Teatro Escola da Faculdade de Filosofia 125
TEVEC 143
Apogeu e Decadência 155
          TEVC – Teatro Estudantil Vicente de Carvalho 161
          PERSAN – Grupo Teatral Perspectiva de Santos 163
          A Década de 70 163
          Studio 800, um Grupo 'Underground' 165
          Motim 169
          Teatro Independência 170
          Gextus 170
          TEP – Teatro Estudantil de Pesquisa 173
          Grupo Uma Mão com Mel 178
          A Federação Santista de Teatro Amador 179
          Pernilongos Insolentes Pintam de Humor e Tragédia 180
Paulo Autran, o ator da nossa memória 187
Teatro Municipal 189
          Retrospecto Histórico da Ocupação do Teatro 190
Teatro do SESI 193
Teatro do SESC 195
O Salto Qualitativo do Teatro Santista 197
Depoimentos 199
Fotos [1]  [2]  [3] 205
 


Capa do livro Memórias do Teatro de Santos

Ficha Técnica

Produção – Marcelo Di Renzo

Capa - Mônica Mathias

Foto Digitalizada – Roberto Konda

 

Prodesan Gráfica

Departamento Gráfico – Pedro Agona Vargas

Editoração Eletrônica – Márcia Virgínia Lopes Castanheira de Almeida

Coordenação de Montagem – Manoel Antonio Martini

Montagem – Tenysson Santos

Impressão – Ricardo Alves, Felisberto D'Anella, Manuel Justiniano de Carvalho, Luiz Gonzaga Porto, Jorge Henrique da Costa

 

Lição de Competência

 

Não direi que Carmelinda Guimarães me surpreendeu porque sei da sua capacidade e dedicação, da firmeza de caráter e integridade de critério que a colocam em posição de destaque no panorama da crítica teatral.

 

Não surpreendeu mas se excedeu oferecendo uma lição de amor por esta Cidade e prestando serviço de alta relevância ao idealizar e realizar o levantamento da história e desenvolvimento do teatro em Santos de maneira isenta de preconceitos, invejas, despeitos, coisas assim. Trabalho limpo, bem concatenado, conduzido com elegância e sobriedade, verdadeira lição de competência. E competência é artigo em falta em nosso mercado.

 

Um aspecto que gostaria de destacar desde já: o contato pessoal com as fontes humanas, ouvindo diretamente os participantes da evolução do movimento teatral em Santos. A palavra direta, depoimentos vivos, autênticos, desprovidos de qualquer tipo de influências ou interesses menores, cristalizando uma época, um tempo, a vida.

 

Como disse Paulo Autran em seu depoimento, "teatro é paixão e vida. Só nele me sinto realizado".

 

Narciso de Andrade

"A Tribuna" 09/12/94

 

Santos é minha terra

aonde nunca me sinto só

A cidade me acolhe o mar me embala

o vento me beija.

Pode não existir mais o coreto

do José Menino

onde eu ouvia a

bandinha no domingo.

Mas está lá a mesma praia

e o mesmo jardim.

Não existe mais o bonde,

nem o Parque Balneário.

Mas estão lá

a Beneficência Portuguesa,

o teatro Coliseu,

com seus fantasmas,

os casarões antigos.

O Monte Serrat,

com sua imensa escadaria

de onde se

descobrem vistas que são quadros de Benedicto Calixto.

E o Centro,

com a Bolsa de Café,

as velhas ruas

de igrejas centenárias,

cheias de histórias

em seus cantos escuros.

Quantas promessas, meu

Deus, que confissões sofridas!

Tanta beleza, mistério,

histórias e memórias...

É tão bela esta terra, que ainda que não fosse minha, mesmo assim eu a adoraria.

Minha terra é minha casa, carinhosa e acolhedora

aonde nunca me sinto só.

 

Carmelinda Guimarães

Orelhas do livro

A Irene Soares e Ione Cruz,

mãe e tia, raízes.

Ao teatro, profissão, vida.

Ao filho, Maurício Bergerman,

que terá 20 anos no ano 2000, futuro.

 

  
Dedicatória existente no exemplar consultado, a Zezinha Resende

 

Me envolvo com o teatro,

ele me inquieta, me seduz, me rodopia

e depois me anestesia.

Que arte é esta

que libera meus demônios,

me desfia e fia,

tece outros eus em sua trajetória,

me desafia, me dissolve e me recria.

Se eu soubesse que ia ser assim,

nunca teria entrado num teatro,

nem lido um livro de filosofia.

 

Carmelinda Guimarães


Capa final do livro Memórias do Teatro de Santos

Carmelinda Guimarães, crítica de teatro e historiadora. Trabalhou para os seguintes veículos de comunicação: jornal A Tribuna (prêmio APCA de 1992 por 20 anos de crítica teatral ininterrupta); jornal O Estado de S. Paulo, Suplemento Literário e Suplemento do Centenário, (prêmio Esso de Contribuição Jornalística, equipe); TV Cultura – realizou como pesquisadora a série de 20 programas Aventura do Teatro Paulista (prêmio Van Jaffa do Ministério de Cultura); jornal Shopping News; revistas Visão; El Publico, de Madrid; Conjunto, de Cuba; Revista do CELCIT, Buenos Aires; Revista de Teatro da SBAT; Entré, Suécia; Theatro Public, França; Sipário, Itália; Revista de Teatro, Egito.

É autora dos livros: Um Ato de Resistência – O teatro de Oduvaldo Vianna Filho (MG Editores), prêmio Cesar Rengifo de Caracas, Venezuela, e prêmio APCA, São Paulo; Teatro de Arena, co-autora (ed. SNT); coordenadora da parte brasileira do Inventário do Teatro Ibero Americano – Scenarios de Dos Mundos (edição Ministério de Cultura da Espanha, 4 volumes); Antunes Filho Um Renovador do Teatro Brasileiro (ed. Unicamp); Teatro Brasileiro 1900-1990 (ed. Atica, in prenta).