Capa do livro Memórias do Teatro de Santos
Ficha Técnica
Produção –
Marcelo Di Renzo
Capa - Mônica
Mathias
Foto Digitalizada
– Roberto Konda
Prodesan Gráfica
Departamento
Gráfico – Pedro Agona Vargas
Editoração
Eletrônica – Márcia Virgínia Lopes Castanheira de Almeida
Coordenação de
Montagem – Manoel Antonio Martini
Montagem –
Tenysson Santos
Impressão –
Ricardo Alves, Felisberto D'Anella, Manuel Justiniano de Carvalho, Luiz Gonzaga Porto, Jorge Henrique da Costa
Lição de Competência
Não direi que Carmelinda
Guimarães me surpreendeu porque sei da sua capacidade e dedicação, da firmeza de caráter e integridade de critério que a colocam em posição de
destaque no panorama da crítica teatral.
Não surpreendeu mas se
excedeu oferecendo uma lição de amor por esta Cidade e prestando serviço de alta relevância ao idealizar e realizar o levantamento da história
e desenvolvimento do teatro em Santos de maneira isenta de preconceitos, invejas, despeitos, coisas assim. Trabalho limpo, bem concatenado,
conduzido com elegância e sobriedade, verdadeira lição de competência. E competência é artigo em falta em nosso mercado.
Um aspecto que gostaria de
destacar desde já: o contato pessoal com as fontes humanas, ouvindo diretamente os participantes da evolução do movimento teatral em Santos. A
palavra direta, depoimentos vivos, autênticos, desprovidos de qualquer tipo de influências ou interesses menores, cristalizando uma época, um
tempo, a vida.
Como disse Paulo Autran em
seu depoimento, "teatro é paixão e vida. Só nele me sinto realizado".
Narciso de Andrade
"A Tribuna"
09/12/94 |
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Santos é minha terra
aonde nunca me sinto só
A cidade me acolhe o mar me
embala
o vento me beija.
Pode não existir mais o
coreto
do José Menino
onde eu ouvia a
bandinha no domingo.
Mas está lá a mesma praia
e o mesmo jardim.
Não existe mais o bonde,
nem o Parque Balneário.
Mas estão lá
a Beneficência Portuguesa,
o teatro Coliseu,
com seus fantasmas,
os casarões antigos.
O Monte Serrat,
com sua imensa escadaria
de onde se
descobrem vistas que são
quadros de Benedicto Calixto.
E o Centro,
com a Bolsa de Café,
as velhas ruas
de igrejas centenárias,
cheias de histórias
em seus cantos escuros.
Quantas promessas, meu
Deus, que confissões
sofridas!
Tanta beleza, mistério,
histórias e memórias...
É tão bela esta terra, que
ainda que não fosse minha, mesmo assim eu a adoraria.
Minha terra é minha casa,
carinhosa e acolhedora
aonde nunca me sinto só.
Carmelinda Guimarães |
Orelhas do livro
A Irene Soares e Ione Cruz,
mãe e tia, raízes.
Ao teatro, profissão, vida.
Ao filho, Maurício Bergerman,
que terá 20 anos no ano 2000, futuro.
Dedicatória existente no exemplar consultado, a Zezinha
Resende
Me envolvo com o teatro,
ele me inquieta, me seduz, me rodopia
e depois me anestesia.
Que arte é esta
que libera meus demônios,
me desfia e fia,
tece outros eus em sua trajetória,
me desafia, me dissolve e me recria.
Se eu soubesse que ia ser assim,
nunca teria entrado num teatro,
nem lido um livro de filosofia.
Carmelinda Guimarães
Capa final do livro Memórias do Teatro de Santos
Carmelinda Guimarães, crítica de teatro e
historiadora. Trabalhou para os seguintes veículos de comunicação: jornal A Tribuna (prêmio APCA de 1992 por 20 anos de crítica teatral
ininterrupta); jornal O Estado de S. Paulo, Suplemento Literário e Suplemento do Centenário, (prêmio Esso de Contribuição
Jornalística, equipe); TV Cultura – realizou como pesquisadora a série de 20 programas Aventura do Teatro Paulista (prêmio Van Jaffa
do Ministério de Cultura); jornal Shopping News; revistas Visão; El Publico, de Madrid; Conjunto, de Cuba; Revista do
CELCIT, Buenos Aires; Revista de Teatro da SBAT; Entré, Suécia; Theatro Public, França; Sipário, Itália; Revista
de Teatro, Egito.
É autora dos livros: Um Ato de
Resistência – O teatro de Oduvaldo Vianna Filho (MG Editores), prêmio Cesar Rengifo de Caracas, Venezuela, e prêmio APCA, São Paulo; Teatro
de Arena, co-autora (ed. SNT); coordenadora da parte brasileira do Inventário do Teatro Ibero Americano – Scenarios de Dos Mundos (edição
Ministério de Cultura da Espanha, 4 volumes); Antunes Filho Um Renovador do Teatro Brasileiro (ed. Unicamp); Teatro Brasileiro 1900-1990
(ed. Atica, in prenta).
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