Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/santos/h0121z11.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/18/11 22:37:53
Clique na imagem para voltar à página principal

HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - BIBLIOTECA - TEATROS
Memórias do Teatro de Santos (11)


Clique na imagem para voltar ao índice da obraComo em muitas outras cidades brasileiras, a memória do teatro santista raramente é registrada de modo ordenado que permita acompanhar sua história e evolução, bem como avaliar a importância dos artistas no contexto nacional, rememorando as grandes atuações, as principais montagens etc.

Uma tentativa neste sentido foi feita na década de 1990 pela crítica teatral santista Carmelinda Guimarães, que compilou depoimentos escritos e orais, documentos e outros registros, nas Memórias do Teatro de Santos - livro publicado pela Prefeitura de Santos em 1996, com produção de Marcelo Di Renzo, capa de Mônica Mathias, foto digitalizada por Roberto Konda. A impressão foi da Prodesan Gráfica.

Esta primeira edição digital em Novo Milênio foi autorizada pela autora, Carmelinda Guimarães, em 6 de janeiro de 2011. O exemplar aqui utilizado foi cedido pelo ator santista Osvaldo de Araujo:

Leva para a página anterior

Memórias do Teatro de Santos

Carmelinda Guimarães

Leva para a página seguinte da série

Sociedade Italiana

Na Sociedade Italiana, que reunia imigrantes e filhos de imigrantes italianos, as crianças primeiro aprendiam português, para depois estudar italiano. O teatro era utilizado como instrumento de educação.

Também era comum a Sociedade abrir seu salão, situado à Av. Ana Costa, para apresentações de grupos profissionais. Entre outros, lá se apresentou o ator Rubens Correia com Diário de um Louco. Também para grupos da cidade, com Os Independentes que encenaram Enquanto o Rei Joga Buraco, de Evêncio da Quinta.

Eu fui atriz de várias peças infantis e adultas, dentro da Sociedade. A colônia italiana gosta muito de teatro e esta era uma atividade constante desde sua fundação.

Josefina Vieira Marchese

O Movimento Anarquista

Antes de falarmos de anarquismo no Brasil, necessário falar do surgimento do anarquismo no mundo. O anarquismo deriva da teoria socialista. O que o diferencia em grande parte do socialismo é a recusa a qualquer forma de poder. Proudhon foi o primeiro a usar a palavra "anarquismo" em seus escritos. Proudhon e Mikhail Bakunin são do princípio teórico dessa corrente. O anarquismo teve forte influência no séc. XIX e início do séc. XX em países como a França, Itália e Espanha.

O mundo capitalista passava por profundas transformações no séc. XIX decorrentes da chamada Revolução Industrial. Entre outras coisas houve uma apropriação das terras dos camponeses europeus, gerando uma raça de homens que se dirigiam para as cidades. Esse contingente de homens sem emprego e sem perspectivas irá emigrar em grande parte para a América Latina. Essa vinda foi estimulada pela propaganda feita na Europa pelos fazendeiros de café que queriam essa mão-de-obra trabalhando em suas fazendas.

Santos no início do séc. XX enfrentava uma carência de mão-de-obra para trabalhar no porto, fruto das constantes epidemias que assolavam a região. Ninguém queria vir trabalhar na cidade, apesar das campanhas que se fazia no Nordeste para trazer trabalhadores.

Esse imigrante que veio para Santos era originário na sua maioria de Portugal, Espanha e Itália. Entre eles vieram teóricos anarquistas. Esses ativistas atuaram no sindicato, daí o anarco-sindicalismo. O anarquismo mesmo rejeita a participação nos sindicatos por entenderem que essas instituições reproduzem na sua organização o "sistema capitalista": presidente, diretor etc. ...

Para conseguirem novos adeptos, promoviam festas como estratégia para atrair os operários para as reuniões e fazerem proselitismo das idéias anarquistas. Essas festas seguiam uma seqüência de atividades de maneira a atender as diversas preferências: poesia, música, teatro, depois conferência e, finalmente, o baile.

Nesse teatro provavelmente eram encenadas peças que traziam teor anarquista. Não há documentação a respeito. É uma dedução de análise dos procedimentos usados pelos anarquistas para divulgarem suas idéias.

Ivani Ribeiro.

Carlos Pinto em A Paz

Foto publicada com o texto