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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - BIBLIOTECA - TEATROS
Memórias do Teatro de Santos (16)


Clique na imagem para voltar ao índice da obraComo em muitas outras cidades brasileiras, a memória do teatro santista raramente é registrada de modo ordenado que permita acompanhar sua história e evolução, bem como avaliar a importância dos artistas no contexto nacional, rememorando as grandes atuações, as principais montagens etc.

Uma tentativa neste sentido foi feita na década de 1990 pela crítica teatral santista Carmelinda Guimarães, que compilou depoimentos escritos e orais, documentos e outros registros, nas Memórias do Teatro de Santos - livro publicado pela Prefeitura de Santos em 1996, com produção de Marcelo Di Renzo, capa de Mônica Mathias, foto digitalizada por Roberto Konda. A impressão foi da Prodesan Gráfica.

Esta primeira edição digital em Novo Milênio foi autorizada pela autora, Carmelinda Guimarães, em 6 de janeiro de 2011. O exemplar aqui utilizado foi cedido pelo ator santista Osvaldo de Araujo:

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Memórias do Teatro de Santos

Carmelinda Guimarães

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A paixão pelo teatro

A paixão pelo teatro em Santos não é nova, sempre houve gente interessada na aventura do palco, como participantes ou assistentes. As temporadas das famosas companhias de repertório Procópio, Palmeirim, Dulcina, Eva Todor, que saudade – lotavam o Coliseu. Foi naquele palco imenso que assisti uma delicada bailarina, quase evanescente, à época companhia constante de poeta Roldão Mendes Rosa, que viria a tornar-se a grande estrela, a grande dama do teatro brasileiro, Cacilda Becker.

Ao lembrar-me de Cacilda, não posso deixar de mencionar esse outro apaixonado pelo teatro que foi Miroel Silveira, o primeiro a acreditar no talento daquela jovem bailarina, levando-a para o Rio de Janeiro, onde ela teria oportunidade de aprimorar-se e desenvolver-se. Foi Miroel também quem profissionalizou o grupo de comediantes, embora já tivessem se destacado, principalmente pela presença de Ziembinski. Sobre a participação de Miroel no teatro brasileiro recomendo a leitura do volume II da série Depoimentos, editado pelo Serviço Nacional de Teatro em 1977. É uma série notável contendo depoimento importantíssimo de Alfredo Mesquita, Décio de Almeida Prado, Cleyde Yáconis, Paulo Autran, Paschoal Carlos Magno e outros.

Paschoal Carlos Magno trouxe para Santos o seu famoso Festival de Teatro, carregando jovens do Brasil inteiro, albergados no Escolástica Rosa, cada noite era um deslumbramento. Plínio Marcos conta bem a história desse Festival. Paschoal não conseguiu verba alguma dos órgãos oficiais, mas se atirou à aventura. Teve a sorte de encontrar em Santos gente como a Patrícia Galvão e o Geraldo Ferraz, este na função de secretário da redação de A Tribuna, que contagiaram Giusfredo Santini, o jornal apoiou, saíram algumas verbas e foi aquele clima inesquecível, arte total, teatro total.

Quando assumimos nos anos sessenta a Comissão Municipal de Cultura, ainda com a intermediação de Patrícia Galvão, uma das primeiras decisões foi firmar um convênio com a Escola de Arte Dramática, do Alfredo Mesquita, patrocinando a Prefeitura bolsas de estudo para estudantes santistas daquela Escola.

Narciso de Andrade.

Attílio Miceli

Foto publicada com o texto