COMÉRCIO
ELETRÔNICO
Comércio eletrônico
já é uma realidade - VI
Mas ainda precisa ser melhor
compreendido pelos próprios publicitários
Carlos Pimentel Mendes
Editor
Disponível
comercialmente no Brasil há apenas quatro anos, a Internet ainda
é vista com algumas restrições por muitos publicitários,
que não perceberam todas as possibilidades que esse veículo
oferece como mídia para seus clientes. O tamanho da Internet e a
própria forma de veiculação publicitária na
Web estão mudando rapidamente, e ainda faltam estatísticas
mais aprofundadas e atualizadas como as disponíveis para outros
meios de comunicação, o que cria dificuldades adicionais
para a percepção desse potencial. É preciso aprender
e reaprender constantemente, revisar sempre os conceitos, para se manter
atualizado. É por isso que o presidente para o Litoral Paulista
da Associação dos Profissionais de Propaganda (APP), Fernando
Montanha, está planejando realizar em breve um seminário
sobre publicidade na Internet, dirigido aos publicitários.
Ele observa que, por não dominarem
essa nova ferramenta, muitos publicitários da região ainda
não sabem ou não se empenham em demonstrar aos clientes as
vantagens da Internet como mídia. Os donos de empresas também
geralmente não analisaram esse potencial de mercado, muitos até
nem sabem o que é Internet (exceto os que possuem filhos internautas).
Por sua vez, empresários da
região que se mantêm atualizados com as tendências de
mercado se queixam de que publicitários e até mesmo criadores
de material para Internet não compreendem as necessidades do comércio
(quesitos de segurança nas transações eletrônicas
ou a necessidade de resposta imediata à consulta feita pelo cliente,
por exemplo) e desconhecem muitos dos recursos já disponíveis
para o setor. Ou seja, o empresário é que tem de procurar
as soluções para os problemas surgidos na construção
e manutenção das páginas Web, tarefa que pela lógica
deveria estar a cargo dos especialistas em desenvolvimento dessas páginas.
Potencial
inexplorado - Mesmo em relação à publicidade,
há muitas alternativas inéditas. Nos Estados Unidos, as empresas
se dispõem a dar um computador de presente ao internauta em troca
de parte da tela do monitor ser ocupada por publicidade. A sofisticação
da idéia chega ao ponto de a empresa oferecer no pacote um monitor
de 17 polegadas, de forma que, descontado o espaço publicitário,
reste uma tela livre para o usuário eqüivalente à de
um monitor de 14 polegadas.
Outra alternativa que vem ganhando
força no exterior é o provedor de acesso dar o computador
a quem assinar um contrato se comprometendo a usar seus serviços
por um mínimo de três anos. Com isso, é conquistada
toda aquela parcela do público que só não usa a Internet
por não ter condições financeiras de comprar um computador
(no Brasil, o único entrave à criação dessas
possibilidades é o custo do computador, ainda longe da média
de US$ 400, que é o custo de um computador básico nos Estados
Unidos).
Relação
nova - Para completar o quadro, trata-se de uma forma totalmente
nova de relacionamento das empresas com os clientes, o que gera problemas
a serem resolvidos. A tradicional cultura do tangível (documento
em papel, certificação em cartório, fita de vídeo,
cópia do anúncio) conflita com os novos métodos digitais.
Há o problema da prova legal:
por exemplo, a ficha de cadastro precisa ser assinada pelo cliente, o que
dificulta disponibilizá-la on-line para que o cliente a preencha
via Internet e tenha seu crédito aprovado. Existem alternativas,
mas que ainda não se firmaram como padrão no mercado, e assim
são pouco conhecidas, em alguns casos trabalhosas de implantar,
como no caso da certificação digital.
Fazer com que o cliente em potencial
se desloque até a loja para preencher um cadastro, ainda que apenas
na primeira vez, implica em perder boa parte do potencial de vendas da
Internet. Simplificar esses controles, entretanto, significa correr um
grande risco de calotes: o vendedor não tem como conversar com o
comprador e analisar se ele é quem diz ser, enfim, observar seu
comportamento, como faz ao atendê-lo no balcão da loja.
Além de tudo, a mídia
na Internet só funciona satisfatoriamente se as respostas forem
rápidas: a velocidade nas interações empresa/cliente
é outra, muito maior. Uma consulta feita por e-mail precisa
ser respondida em poucas horas, enquanto antes a mesma consulta, por carta,
poderia demorar dias ou semanas. Isso significa criar toda uma estrutura
especializada (equipamentos, programas de computador e pessoas) para lidar
com a Internet.
Veja nesta série:
I -
Abertura
Crescimento começou com a Web
"É uma nova revolução nos negócios"
II -
Abertura
Duas siglas que já beneficiam os usuários
Web tem respostas até mais rápidas
III
- Abertura
Se minha geladeira falasse...
Mulheres lideram no número de net-compradores
(40% em nove meses)
Shopping virtual é inaugurado em Ribeirão
Preto.
IV -
Abertura
Opus é exemplo santista de loja virtual
Promoções e preço menor atraem
clientes
Tomorrow é exemplo de shopping digital
Uma loja de ferramentas faz sucesso na Internet
Automóveis usados ganham maior loja virtual
da Internet brasileira
V -
Abertura
Internet muda relação entre comerciante
e cliente.
Canais de distribuição reformulam
suas práticas.
VI -
Abertura
Custo da publicidade na Web não é
o problema
Presença na Internet é tão
importante quanto dispor de telefone e fax.
Nova economia é alicerçada na informação.
VII
-
Mais de vinte motivos para a empresa se instalar
na Internet
Quem tem medo de entrar na Web?
Banners apresentam resultados acima das
expectativas |