COMÉRCIO
ELETRÔNICO
Duas siglas que já beneficiam
os usuários
EDI e ERP.
Talvez você não conheça essas siglas, mas saiba que,
com certeza, já está se beneficiando de toda a tecnologia
que está por trás delas. Electronic Data Interchange, ou
Troca Eletrônica de Dados, é um sistema que muitas empresas
já estão usando, como as principais redes de supermercados.
Quando você compra um produto como sabão em pó no supermercado
da esquina de sua casa (o exemplo é o Pão de Açúcar,
bastante citado ultimamente nas publicações sobre EDI), o
ato de registrar a compra no caixa do estabelecimento detona uma ampla
cadeia de procedimentos automáticos que chegam diretamente ao produtor
do sabão. Em poucas horas, uma nova caixa de sabão em pó
estará nas prateleiras, para repor a que você adquiriu.
As grandes redes já não
compram mais o sabão a partir de um pedido assinado com o vendedor:
é feita uma ampla negociação prévia sobre preços
e prazos de entrega, e a partir de então é montado um sistema
EDI entre a central de distribuição do supermercado e a fábrica.
Logística é a palavra-chave: há uma rigorosa medição
de tempos, rotas de distribuição, alternativas etc. Os dados
assim obtidos são colocados nos computadores, que a partir de então
assumem o controle.
A compra do sabão que você
faz às 18 horas é lançada instantaneamente no banco
de dados do supermercado que controla o estoque. Quando o estoque de sabão
na loja atinge o nível mínimo de segurança (o suficiente
para atender à demanda prevista até que chegue novo carregamento),
o computador automaticamente envia uma ordem de compra à fábrica.
O computador da fábrica aciona os sistemas de produção
- também automaticamente - para produzir o sabão, e emite
aviso para que um caminhão esteja posicionado na área de
carregamento em determinada hora e minuto no início da madrugada.
O motorista tem um tempo determinado para chegar à área de
recepção de mercadorias do supermercado. Nela, uma baia de
descarga já estará vazia e pronta para que o caminhão
estacione e a mercadoria seja retirada, na hora marcada para a descarga
(os computadores controlam também esses horários, até
emitem avisos para que o sistema de vigilância do pátio de
descarga identifique o caminhão transportador e seu motorista).
Descarregada a mercadoria, já existem instruções à
espera sobre em que prateleiras deverá ser colocada, o que é
feito no final da madrugada pelos funcionários da loja.
Do momento em que você comprou
a caixa de sabão e detonou esse processo, até a reposição
do produto na prateleira, não se passaram mais que algumas horas:
isso tudo é feito durante a noite mesmo. E a própria freqüência
com que são feitas as vendas e reposições alimenta
um outro banco de dados, sobre estatísticas de venda, que vai servir
para ajustar melhor o nível de estoque mínimo de segurança
necessário. O sistema consegue detectar até mesmo que, se
um produto infantil estiver colocado em determinada altura (a das crianças
a que é destinado), tenderá a ser vendido mais rapidamente.
Com isso, o supermercado consegue
trabalhar com estoque otimizado (o que significa menos espaço de
armazenagem, portanto menos custo). Consegue manter as prateleiras cheias,
garantindo que o consumidor encontre o produto desejado. Permite ampliar
a variedade de produtos (já que não há espaço
perdido com estocagem inútil). O novo papel do vendedor da fábrica
é gerenciar os fluxos de vendas para detectar anormalidades (produtos
com vendagem muito acima ou abaixo do padrão em determinada loja)
e analisá-las, funcionando assim como um consultor de negócios
junto aos supermercados. Informar ao dono de um supermercado, por exemplo,
que se produtos para dentaduras forem colocados junto com as escovas de
dentes tenderão a ser mais vendidos (fato real: as vendas aumentam
12%).
O sistema permite até reduzir
os preços, transferindo ao consumidor os benefícios obtidos
com o EDI. Que é apenas uma das ferramentas disponíveis dentro
do que se chama genericamente de Tecnologia da Informação,
o conjunto de tecnologias baseadas em informações registradas
em computador que permitem aperfeiçoar os procedimentos e praticamente
adivinhar como os usuários vão agir/reagir, a partir de estatísticas
e controles comportamentais.
ERP –
Especializado em Tecnologia da Informação, o americano Gartner
Group cunhou um outro termo que cada vez mais vem fazendo parte do cotidiano
das empresas: Enterprise Resource Planning (ERP - planejamento de recursos
empresariais). O ERP utiliza arquitetura de computação cliente/servidor,
interfaces gráficas para os usuários e outros elementos que
visam facilitar ao usuário o relacionamento com a empresa, ao mesmo
tempo em que dão aos diretores e gerentes ferramentas para planejar
melhor o uso dos recursos de que essa empresa dispõe.
Como no caso dos bancos e seus sistemas
de agências eletrônicas: o objetivo é que o usuário
interaja intuitivamente e da forma mais simples possível com as
máquinas da agência (as Automatic Teller Machines - um dos
significados da sigla inglesa ATM), ao mesmo tempo em que os gerentes tenham
facilidade, por exemplo, de obter um perfil amplo e confiável do
usuário, e também dos próprios recursos que o banco
possui nesse instante, na hora de aprovar um crédito. Ou de recomendar
ao cliente um determinado investimento.
Veja nesta série:
I -
Abertura
Crescimento começou com a Web
"É uma nova revolução nos negócios"
II -
Abertura
Duas siglas que já beneficiam os usuários
Web tem respostas até mais rápidas
III
- Abertura
Se minha geladeira falasse...
Mulheres lideram no número de net-compradores
(40% em nove meses)
Shopping virtual é inaugurado em Ribeirão
Preto.
IV -
Abertura
Opus é exemplo santista de loja virtual
Promoções e preço menor atraem
clientes
Tomorrow é exemplo de shopping digital
Uma loja de ferramentas faz sucesso na Internet
Automóveis usados ganham maior loja virtual
da Internet brasileira
V -
Abertura
Internet muda relação entre comerciante
e cliente.
Canais de distribuição reformulam
suas práticas.
VI -
Abertura
Custo da publicidade na Web não é
o problema
Presença na Internet é tão
importante quanto dispor de telefone e fax.
Nova economia é alicerçada na informação.
VII
-
Mais de vinte motivos para a empresa se instalar
na Internet
Quem tem medo de entrar na Web?
Banners apresentam resultados acima das expectativas |