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*Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos/SP em 22/6/1999
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 05/20/00 21:53:34
COMÉRCIO ELETRÔNICO
Duas siglas que já beneficiam os usuários

EDI e ERP. Talvez você não conheça essas siglas, mas saiba que, com certeza, já está se beneficiando de toda a tecnologia que está por trás delas. Electronic Data Interchange, ou Troca Eletrônica de Dados, é um sistema que muitas empresas já estão usando, como as principais redes de supermercados. Quando você compra um produto como sabão em pó no supermercado da esquina de sua casa (o exemplo é o Pão de Açúcar, bastante citado ultimamente nas publicações sobre EDI), o ato de registrar a compra no caixa do estabelecimento detona uma ampla cadeia de procedimentos automáticos que chegam diretamente ao produtor do sabão. Em poucas horas, uma nova caixa de sabão em pó estará nas prateleiras, para repor a que você adquiriu.

As grandes redes já não compram mais o sabão a partir de um pedido assinado com o vendedor: é feita uma ampla negociação prévia sobre preços e prazos de entrega, e a partir de então é montado um sistema EDI entre a central de distribuição do supermercado e a fábrica. Logística é a palavra-chave: há uma rigorosa medição de tempos, rotas de distribuição, alternativas etc. Os dados assim obtidos são colocados nos computadores, que a partir de então assumem o controle.

A compra do sabão que você faz às 18 horas é lançada instantaneamente no banco de dados do supermercado que controla o estoque. Quando o estoque de sabão na loja atinge o nível mínimo de segurança (o suficiente para atender à demanda prevista até que chegue novo carregamento), o computador automaticamente envia uma ordem de compra à fábrica. O computador da fábrica aciona os sistemas de produção - também automaticamente - para produzir o sabão, e emite aviso para que um caminhão esteja posicionado na área de carregamento em determinada hora e minuto no início da madrugada. O motorista tem um tempo determinado para chegar à área de recepção de mercadorias do supermercado. Nela, uma baia de descarga já estará vazia e pronta para que o caminhão estacione e a mercadoria seja retirada, na hora marcada para a descarga (os computadores controlam também esses horários, até emitem avisos para que o sistema de vigilância do pátio de descarga identifique o caminhão transportador e seu motorista). Descarregada a mercadoria, já existem instruções à espera sobre em que prateleiras deverá ser colocada, o que é feito no final da madrugada pelos funcionários da loja.

Do momento em que você comprou a caixa de sabão e detonou esse processo, até a reposição do produto na prateleira, não se passaram mais que algumas horas: isso tudo é feito durante a noite mesmo. E a própria freqüência com que são feitas as vendas e reposições alimenta um outro banco de dados, sobre estatísticas de venda, que vai servir para ajustar melhor o nível de estoque mínimo de segurança necessário. O sistema consegue detectar até mesmo que, se um produto infantil estiver colocado em determinada altura (a das crianças a que é destinado), tenderá a ser vendido mais rapidamente.

Com isso, o supermercado consegue trabalhar com estoque otimizado (o que significa menos espaço de armazenagem, portanto menos custo). Consegue manter as prateleiras cheias, garantindo que o consumidor encontre o produto desejado. Permite ampliar a variedade de produtos (já que não há espaço perdido com estocagem inútil). O novo papel do vendedor da fábrica é gerenciar os fluxos de vendas para detectar anormalidades (produtos com vendagem muito acima ou abaixo do padrão em determinada loja) e analisá-las, funcionando assim como um consultor de negócios junto aos supermercados. Informar ao dono de um supermercado, por exemplo, que se produtos para dentaduras forem colocados junto com as escovas de dentes tenderão a ser mais vendidos (fato real: as vendas aumentam 12%).

O sistema permite até reduzir os preços, transferindo ao consumidor os benefícios obtidos com o EDI. Que é apenas uma das ferramentas disponíveis dentro do que se chama genericamente de Tecnologia da Informação, o conjunto de tecnologias baseadas em informações registradas em computador que permitem aperfeiçoar os procedimentos e praticamente adivinhar como os usuários vão agir/reagir, a partir de estatísticas e controles comportamentais.

ERP – Especializado em Tecnologia da Informação, o americano Gartner Group cunhou um outro termo que cada vez mais vem fazendo parte do cotidiano das empresas: Enterprise Resource Planning (ERP - planejamento de recursos empresariais). O ERP utiliza arquitetura de computação cliente/servidor, interfaces gráficas para os usuários e outros elementos que visam facilitar ao usuário o relacionamento com a empresa, ao mesmo tempo em que dão aos diretores e gerentes ferramentas para planejar melhor o uso dos recursos de que essa empresa dispõe.

Como no caso dos bancos e seus sistemas de agências eletrônicas: o objetivo é que o usuário interaja intuitivamente e da forma mais simples possível com as máquinas da agência (as Automatic Teller Machines - um dos significados da sigla inglesa ATM), ao mesmo tempo em que os gerentes tenham facilidade, por exemplo, de obter um perfil amplo e confiável do usuário, e também dos próprios recursos que o banco possui nesse instante, na hora de aprovar um crédito. Ou de recomendar ao cliente um determinado investimento.

Veja nesta série:
     I - Abertura
       Crescimento começou com a Web
       "É uma nova revolução nos negócios"
     II - Abertura
       Duas siglas que já beneficiam os usuários
       Web tem respostas até mais rápidas
     III - Abertura
      Se minha geladeira falasse...
      Mulheres lideram no número de net-compradores (40% em nove meses)
      Shopping virtual é inaugurado em Ribeirão Preto.
     IV - Abertura
      Opus é exemplo santista de loja virtual
      Promoções e preço menor atraem clientes
       Tomorrow é exemplo de shopping digital
       Uma loja de ferramentas faz sucesso na Internet
       Automóveis usados ganham maior loja virtual da Internet brasileira
     V - Abertura
       Internet muda relação entre comerciante e cliente.
       Canais de distribuição reformulam suas práticas.
     VI - Abertura
      Custo da publicidade na Web não é o problema
       Presença na Internet é tão importante quanto dispor de telefone e fax.
      Nova economia é alicerçada na informação.
     VII - Mais de vinte motivos para a empresa se instalar na Internet
      Quem tem medo de entrar na Web?
      Banners apresentam resultados acima das expectativas