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SANTOS DE ANTIGAMENTE
Porto santista, segunda metade do séc. XX (1)
Vista aérea do porto de Santos em 1959, no trecho inicial, que tem por trás o Centro de Santos e o bairro do Paquetá:


Foto: publicação especial comemorativa dos 80 anos da 
Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio (SHEC), de 1959, Santos/SP

Nesta foto, de 1987, esse mesmo trecho inicial do porto, no Valongo, tendo ao fundo o Monte Serrate e em destaque o casarão duplo do Valongo onde funcionaram a Prefeitura e a Câmara Municipal de Santos. O cais, mesmo, já estava quase desativado, sendo empregado como atracadouro de pequenas embarcações e navios de pesquisa:


Foto: Boletim Mensal Estatístico da Codesp, junho de 1987

Em 1970, as obras eram realizadas principalmente no lado interno da faixa portuária, para a criação de uma avenida ao longo do perímetro do cais:


LÁ VAI A NOVA AVENIDA - É a da faixa portuária, que já está sendo usada, graças à derrubada dos muros da Docas. Acabou a grande volta para ir ao Macuco e as ruas do cais ficaram livres
Foto e legenda: jornal Cidade de Santos, 19 de agosto de 1970, primeira página
(Exemplar no acervo de António Mendes, de Praia Grande/SP)

No início da década de 1980, as instalações portuárias já ocupavam toda a margem direita do Estuário (na ilha de São Vicente)...


Foto: Boletim Mensal Estatístico da Codesp, agosto de 1993

...e continuavam avançando pela margem da ilha...


Foto: Assessoria de Comunicação Social/Codesp

... chegando ao limite na Ponta da Praia, em Santos...


Foto: Boletim Mensal Estatístico da Codesp, janeiro de 1986

...e se expandiam rapidamente pela margem esquerda, na área de Conceiçãozinha (Guarujá):


Foto: Boletim Mensal Estatístico da Codesp, junho de 1987

Em Conceiçãozinha, ampliou-se o Terminal de Fertilizantes (Tefer):


Foto: Boletim Mensal Estatístico da Codesp, setembro de 1981

Após a Segunda Guerra Mundial, na década de 1950, escalou em Santos o navio Brasilien, da armadora dinamarquesa Det Forened Dampskibs (DFDS) Entregue ao tráfego em 1954, foi o segundo navio desse nome na armadora, e em 1968 foi vendido para a Etiopia National Line, que o rebatizou como Tana Haiq:


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, postada na rede social Facebook em 4/3/2014

Por volta de 1979, escalou em Santos o navio cargueiro Baška (nome significando algo como "para além"), da armadora Jugolinija, pertencente à antiga Iugoslávia e registrado no porto de Rijeka. Com o fim da Iugoslávia e o surgimento da Croácia, a Jugolinija passou a ser Croatia Line:


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, postada na rede social Facebook em 1/3/2014

Em 1958, o navio de passageiros italiano Federico C fazia manobras de atracação defronte ao antigo Armazém de Bagagem do porto santista, enquanto familiares dos passageiros aguardavam no cais. Foto de José Dias Herrera:


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, postada na rede social Facebook em 17/2/2014

Ainda na década de 1950, um navio do Lloyd Brasileiro encalhou nas proximidades da praia do Góis, por alguns dias. Nesta foto de José Dias Herrera, rebocadores Saturno e Marte, da empresa Wilson Sons, auxiliam no reboque da embarcação, vendo-se ao fundo a Ponta da Praia e seus primeiros edifícios:


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, postada na rede social Facebook em 10/2/2014

Outra foto de Zezinho Herrera mostra em 1952 o navio-escola Guanabara (que pertenceu à Marinha do Brasil de 1948 a 1962) atracado ao cais do armazém 6 do porto santista. Esse veleiro seria depois adquirido pela Marinha de Portugal e rebatizado como navio-escola Sagres:


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, postada na rede social Facebook em 30/12/2013

0 navio-escola Juan Sebastian Delcano, da Marinha da Espanha, também escalou em 1953 no porto santista. A bordo estavam jovens guardas-marinha em viagem de instrução. A manobra de atracação era auxiliada por um dos rebocadores da empresa Wilson, Sons. O registro de imagem foi feito pelo repórter fotográfico José Dias Herrera:

 


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 14/6/2014

O navio misto (carga e passageiros) holandês Tegelberg, em aproximação para atracar ao cais do armazém 15 do porto santista, em 1953. O navio pertencia à linha Extremo Oriente-Kobe/Japão via África do Sul, da armadora Royal Interocean Lines, representada em Santos pela Agência Marítima Martinelli. Foi lançado ao mar em 1938 e demolido em 1968. Tinha 170 metros de comprimento e capacidade para 394 passageiros:


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, postada na rede social Facebook em 8/12/2013

Em 1954, o porto santista recebia o navio francês de passageiros Louis Lumière, visto aqui em primeiro plano, tendo atracado em sua popa, ao fundo, o antigo navio de passageiros estadunidense Argentina:

 


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 19/10/2014

Santos é escala constante de belonaves. Em 1955, atracados pela popa do cruzador Barroso (C11), quatro contratorpedeiros de escolta da classe Bertioga, ou classe B da Marinha de Guerra do Brasil,  que compreendia as belonaves Bertioga, Babitonga, Baependi, Bauru, Beberibe, Benevente, Bocaina e Bracuí. O único "sobrevivente" é o Bauru, que se tornou navio-museu no Rio de Janeiro. Foram construídos nos Estados Unidos para a US Navy (classe Canon) e depois da II Guerra Mundial vieram para o Brasil. Foi possível identificar os dois primeiros nesta foto pela identificação no casco - Babitonga (D16) e Beberibe (D19):


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 10/6/2014

Nesta foto de 1956, os cruzadores Barroso (ex-USS Philadelphia) e Tamandaré (ex-USS Saint Louis), da Marinha do Brasil, atracados a contrabordo no porto santista, em foto de José Dias Herrera:


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, postada na rede social Facebook em 24/2/2014

O cruzador Barroso (ex-USS Philadelphia - sigla CL-41) foi construído pelo estaleiro Philadelphia Naval Shipyard, de Philadelphia/EUA e pertencia à Brooklyn Class - a mesma classe do ARA General Belgrano, afundado em 1982 pelo submarino nuclear HMS Conqueror, durante a Guerra das Malvinas. O navio foi adquirido pelo Brasil em 1951, junto com o Tamandaré (C-12, uma versão modernizada do Barroso, ambos com 185 metros de comprimento). Tinha cinco torres triplas de canhões de 155 mm. Participou no episódio denominado Guerra da Lagosta, envolvendo as marinhas brasileira e francesa, ocorrido no litoral do Nordeste Brasileiro em 1963. O C-11, sigla pela qual era também conhecido, sofreu vários acidentes durante os 22 anos em que serviu à Marinha do Brasil, inclusive explosões e incêndios a bordo. Em 14 de agosto de 1967, navegando em viagem de adestramento entre Salvador e o Rio de Janeiro, e tendo a bordo o ministro da Marinha, almirante-de-esquadra Augusto Rademaker, sofreu a explosão de uma de suas oito caldeiras, ocasionando 11 mortes e precisando ser rebocado para salvador pela corveta Caboclo (V-19). Representou o país durante a coroação da rainha Elizabeth II, em 1953, na parada naval de Southampton, na Inglaterra, quando desfilaram 221 belonaves das diversas marinhas mundiais. Durante as Comemorações Henriquinas (V centenário da morte do infante português D. Henrique), em 1960, participou do desfile naval no Rio Tejo, em Lisboa. Na foto de José Dias Herrera, o Barroso atracado em Santos, com seus tripulantes:


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 15/11/2014

A história desse cruzador, aliás, terminou em Santos. O Barroso, abaixo visto em foto de José Dias Herrera, foi desativado em 15 de maio de 1973, pelo Aviso 0423 do Ministério da Marinha. Conta o despachante aduaneiro Laire José Giraud que em 1975 fazia os despachos da empresa que comprou o navio para desmanche, a Igrafer Comércio de Ferros e Metais Ltda., de Diadema/SP. O casco ficou em Vicente de Carvalho para o desmanche. Como curiosidade, relatada na rede social Facebook por Luiz Armando de Alcântara, ocorreu que, após o desmanche, uma de suas portas acabou sendo utilizada numa sauna, na cobertura de apartamento pertencente a Cid Carlos Leite, na Rua da Paz, 3:


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 30/9/2014

Em 1961, o porto de Santos com vários navios fundeados (ancorados) no Estuário. Essa zona de fundeio foi extinta na década de 1970, com a inauguração do cais da Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa - atual Usiminas), no canal de Piaçaguera. A partir de então, para evitar perigos ao tráfego marítimo, fundear no Estuário só se tornou permitido em casos de emergência. Na foto, a curva do Paquetá ao fundo (com o vértice do ângulo no local onde foi construído o prédio do controle do tráfego do porto), vista do centro santista, tendo à esquerda a Praça Barão do Rio Branco com o prédio do Santos Hotel. A imagem faz parte da coleção do comandante Wanderley Duck:


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 16/7/2014

Assim se apresentava em 1965 o "porto do café", então o maior porto da América Latina. Muitas práticas de então foram depois modificadas: as cargas eram embarcadas em lingadas, soltas ou paletizadas, mas a partir do ano seguinte e especialmente a partir de 1981 os contêineres passaram a fazer parte do cotidiano do cais. Entre os navios atracados na área de Outeirinhos, um do Lloyd Brasileiro, extinto em 1997, além de uma embarcação da também extinta armadora estadunidense Delta Line, e na extrema esquerda, após a curva, o casco claro de um navio frigorífico argentino, possivelmente o Rio Lujan. Note-se ainda a chamada atracação em "gavetas", isto é, com mínimo espaço livre entre os navios:


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 27/6/2014

Na mesma foto de 1965, ao fundo, é possível notar os anúncios gigantes que marcavam a encosta dos morros na Ilha de Santo Amaro, em Guarujá, próprios para serem vistos desde as praias de Santos:


Detalhe de foto do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 27/6/2014

Três anos depois, em 1968, a foto aérea mostra dois navios atracados, sendo um da armadora alemã Hamburg-Sud e outro da argentina Flota Mercante del Estado (mais tarde Empresa Lineas Maritimas Argentinas - ELMA), na ocasião representada pela agência marítima Gracioso & Filho:


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 28/12/2014

Em 1970, vista parcial do porto e do centro de Santos, tendo ao fundo o Monte Serrat. Neste cartão postal é visto em primeiro plano, à esquerda, o navio Corina, da armadora Paulista, e ao centro o navio frigorífico Rafael Lotito, da armadora carioca Aliança:


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 23/7/2014

No início da década de 1970, uma vista aérea do porto, no trecho entre o Paquetá e o Valongo, tendo em primeiro plano os depósitos de inflamáveis da Ilha Barnabé e na mancha urbana o destaque para o Monte Serrat:


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 26/12/2014

Na mesma época (cerca de 1974, a julgar pelo fato de estarem concluídas as obras do trecho de cais 29 a 35), a vista aérea do porto mostra desde a área do centro santista, à direita, até a curva do Paquetá, prosseguindo em direção à Ponta da Praia, enquanto na margem oposta do estuário, à direita, destaca-se a área de Vicente de Carvalho, distrito de Guarujá:


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 10/8/2014

Uma das embarcações encarregadas de ajudar na manobra dos navios, na década de 1950, era o rebocador Saboó, aqui visto tendo ao fundo uma das torres de transmissão de energia elétrica através do estuário santista, em foto reproduzida do Álbum da Companhia Docas de Santos, editado em 1957:


Foto: acervo de Pedro Pinto, por ele publicada na rede social Facebook em 26/5/2014

Em 1973, a barcaça Bagre, da companhia Estrela, fazia o abastecimento de combustíveis aos navios. Atracado, à esquerda, um navio holandês:


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 30/12/2014

No então (1973) recém construído cais novo do Macuco (correspondendo aos armazéns 29 a 31), a vista aérea mostra a então Avenida Portuária, antes de ser ampliada e receber a denominação de Avenida Governador Mário Covas Jr. Os armazéns eram marcados com as siglas MT-DNPVN, correspondentes ao Departamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis, do Ministério dos Transportes. Entre os navios atracados, um da série Cap da armadora alemã Hamburg-Sud:


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 29/12/2014

Ainda na década de 1970, os guindastes apelidados de Palmeiras, devido à grande altura de suas lanças. Eram os equipamentos Stothert & Pitt, construídos na Inglaterra e importados em 1947 pela Companhia Docas de Santos (CDS). Tinham capacidade para içar cerca de 1,5 tonelada:


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 28/12/2014

Na foto feita por Laire Giraud desde a janela de seu escritório, em 1999, esses guindastes são vistos, já desativados e prontos para sucateamento. À esquerda, parte do prédio atualmente ocupado pela Justiça Federal e situado na Praça Barão do Rio Branco:


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 3/12/2014

O guindaste flutuante (cábrea) Sansão, segundo no nome no porto santista (no início do século XX existiu a cábrea Samsão), foi construído na Holanda e começou a operar em 1951 neste porto, onde operou até 1994. Tinha capacidade para 150 toneladas e media 33 metros de comprimento. Em 1949 a Metro Goldwin Mayer (MGM) produziu o filme Sansão e Dalila, do cineasta Cecil B. de Mille, com os astros Vitor Mature e Eddy Lamar. Esse filme de Hollywood fez muito sucesso e serviu de inspiração para os diretores da Companhia Docas de Santos (CDS) batizarem a nova cábrea com o mesmo nome daquele gigante mitológico. A imagem foi registrada pelo repórter fotográfico José Dias Herrera, o Zezinho:


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 5/12/2014

No detalhamento da imagem acima, é possível observar melhor a estrutura. Ao fundo, o Fortim do Itapema, em Vicente e Carvalho (Guarujá):


Imagem: detalhe da foto de
Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 5/12/2014

Em imagem de 1973, a cábrea Sansão içava uma base de guindaste e era conduzida através do estuário pelo rebocador São Paulo, a contrabordo. Ambos pertenceram à antiga administradora do porto, a Companhia Docas de Santos (CDS):


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 27/12/2014

Neste cartão postal santista de fins da década de 1980, mostrando a Ponta da Praia com o Aquário Municipal em primeiro plano, vê-se ao centro a Fortaleza da Barra Grande e um navio transportador de veículos da Volkswagen saindo pelo canal do porto. A foto comprova ainda as mudanças provocadas pela Natureza na praia, pois três décadas depois toda esta faixa de areia foi tomada pelo mar e conta com mureta de proteção:


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 8/12/2014

As incertezas climáticas e tempestades também provocam reveses como este encalhe do rebocador Titã na praia do Embaré, em 2012, em foto de Roberto Smera:


Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud, publicada na rede social Facebook em 25/12/2014

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Primeiro navio no porto santista, em 1892

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Um porto a todo o vapor, cerca de 1900

Encouraçado Deodoro no porto, início do século XX

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Tema: porto de Santos

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