Um dos principais atracadouros santistas no século XIX era
o Porto do Consulado, situado no largo do mesmo nome, aproximadamente na direção da atual Rua Frei Gaspar. Ele é aqui
visto numa foto de 1865:
Porto do Consulado em 1865, visto das proximidades do Hotel Palm no sentido
Oeste-Leste, vendo-se à esquerda o chafariz, em foto de Militão Augusto de Azevedo
(albúmen com 10,8 x 17,0 cm – Acervo Museu Paulista)
Imagem reproduzida no livro Santos e seus Arrabaldes - Álbum de Militão Augusto de
Azevedo, de Gino Caldatto Barbosa (org.), Magma Editora Cultural, São Paulo/SP, 2004
Uma embarcação a vela, atracada ao trapiche, é vista nesta ampliação da foto superior
Outro detalhe da foto superior, mostrando o chafariz então existente naquela área
Outra vista desse porto, também de 1865:
Porto do Consulado, em foto de Militão Augusto de Azevedo
(albúmen com 10,6 x 17,5 cm – Acervo Museu Paulista)
Imagem reproduzida no livro Santos e seus Arrabaldes - Álbum de Militão Augusto de
Azevedo, de Gino Caldatto Barbosa (org.), Magma Editora Cultural, São Paulo/SP, 2004
Sobre esse porto e as fotos feitas em 1865, escreveu o arquiteto Gino Caldatto
Barbosa, no livro Santos e seus Arrabaldes - Álbum de Militão Augusto de Azevedo, em 2004:
"No início do século XVIII, o serviço alfandegário se
concentrava no alinhamento do Beco da Alfândega, atual Rua Frei Gaspar, em uma pequena edificação que avançava sobre o mar. Construção retangular,
organizada sob o telhado em quatro águas com alpendre na entrada, seu aspecto lembrava um barracão. Posteriormente, adquiriu a denominação de
Consulado, quando a Alfândega passou a funcionar, em 1806, nas instalações do antigo Colégio dos Jesuítas.
"Referência que aponta para a atividade da Mesa do Consulado, repartição vinculada à
fiscalização alfandegária com atribuição de arrecadar impostos sobre embarcações, consumo de aguardente entre outras cobranças (Os
Andradas, de Alberto Sousa, publicado pela Tipografia Piratininga, da capital paulista, em 1922, páginas 151-152). Também serviu à
Recebedoria de Rendas anos antes da demolição, ocorrida por volta de 1880.
"Em meados do século XIX, as imediações da antiga Alfândega se haviam constituído num
ativo ponto comercial e contavam com os melhores armazéns e hotéis da cidade. Vocação que atraiu investimentos visando fazer benfeitorias nesse
trecho do porto, cuja precariedade na infra-estrutura dificultava a circulação dos produtos. Urgência por melhorias que às vezes acarretava
percalços, como o desastre ocorrido em 1864 no trecho do cais compreendido entre o Consulado e a Capela de Jesus, Maria e
José, que submergiu por problemas causados durante a execução (jornal santista Revista Comercial, 23 de fevereiro de 1864, página 2).
"O cenário de canteiro de obras junto ao mar ainda persiste nas tomadas do porto que
Militão de Azevedo realizou. Desse ponto, ele registrou três vistas do Porto do Consulado, construindo um sentido e continuidade no percurso visual
proposto ao observador. Da ponte da Rua do Sal, obteve a imagem da antiga Alfândega, subseqüente à
fotografia da capela, em conformidade com a montagem panorâmica que pretendia. Em seguida, dirigiu-se ao cais do Consulado
e registrou os navios, o pontilhão de madeira e o pequeno chafariz, enfim, o cotidiano do Porto de Santos".
As embarcações ancoradas no cais do Consulado, em 1865:
Porto do Consulado, em foto de Militão Augusto de Azevedo
(albúmen com 10,0 x 17,0 cm – Acervo Museu Paulista)
Imagem reproduzida no livro Santos e seus Arrabaldes - Álbum de Militão Augusto de
Azevedo, de Gino Caldatto Barbosa (org.), Magma Editora Cultural, São Paulo/SP, 2004
Militão procurava superar as limitações técnicas do enquadramento
fotográfico de sua época registrando imagens em seqüência, que poderiam ser justapostas parcialmente (embora nem sempre de modo exato), como nesta
cena de 1865, que recria uma vista desenhada por Burchell em 1826:
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Fotos de Militão Augusto de
Azevedo
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