Com inúmeras portas nas quatro faces, por se destinar a uma série de lojas independentes no andar térreo, e sem uma entrada principal, este prédio no
Largo Marquês de Monte Alegre, defronte à estação ferroviária da São Paulo Railway (E.F. Santos a Jundiaí) abrigou assim mesmo a Prefeitura Municipal
e a Câmara, no início do século XX.
Foto: coleção do cartofilista Laire José Giraud
Imagem semelhante, de um cartão postal circulado em 1904, possivelmente da mesma série da foto acima, mostrando as carroças que iam à estação para receber as cargas transportadas pelo
trem:
Foto: reprodução de cartão postal de João Emílio Gerodetti e Carlos Cornejo, no livro
Lembranças de São Paulo - imagem incluída no Calendário 2002 da Gráfica Guarani, de Santos/SP
A mesma foto, em outro cartão postal da época, editado por M. Pontes & Cia. - Bazar de Paris:
Imagem: acervo do professor e pesquisador santista Francisco Carballa
As instalações da Câmara Municipal, registradas pelo fotógrafo José Marques Pereira, numa foto publicada em janeiro de 1902:
Foto publicada na edição especial da Revista da Semana/Jornal do Brasil de janeiro de 1902, pág.5
O prédio duplo, no início do século XX, quando as carroças para o transporte de mercadorias ainda reinavam sem concorrência nas imediações da estação ferroviária:
Foto: José Marques Pereira, in jornal Espaço Aberto 153, Santos/SP, 24/1 a 6/2/1992
Esta foto foi transformada em cartão postal, com o título "Santos. Câmara Municipal e Casa Zerrenner, Bülow & Cia.".
Lembra o cartofilista José Carlos Silvares que "o conjunto de estilo neoclássico do Largo Marquês de Monte Alegre, no Valongo, serviu de sede da Câmara e da Prefeitura de Santos (antes Intendência), entre o final do
século XIX e 1939, quando os dois poderes se transferiram para o atual prédio da Praça Mauá. No térreo dos casarões, construídos com material importado pelo comendador Manoel Joaquim Ferreira Netto (que também construiu a
Casa de Frontaria Azulejada, na Rua de Santo Antonio, atual do Comércio), funcionavam comércios. Embaixo da Câmara ficava a Zerrenner, Bülow & Cia., importadora de máquinas industriais e matéria prima para a
Companhia Antarctica Paulista. Os sócios Antonio Zerrenner e Adam Dietrik von Bülow, acionistas da cervejaria e principais credores, assumiram o controle quando foi à falência, em 1893. Herdeiros alemães foram donos da
empresa até 1940, quando morreram sem deixar sucessores. A companhia foi incorporada à União e recomprada por diretores brasileiros. Com a mudança dos poderes para a Praça Mauá, os prédios foram ocupados por escritórios, bares e hotéis, de 1940 a
1976, mas entraram em decadência. Incêndios em 1985 e 1992 os deixaram em ruínas. O conjunto fica em frente à Igreja do Valongo e à antiga estação da São Paulo Railway. A Prefeitura tem projeto para recuperar os imóveis":
Foto: Acervo José Carlos Silvares/Santos Ontem
Outro exemplar desse cartão postal, em imagem mais completa:
Cartão postal: acervo do pesquisador e professor de História Francisco Carballa
Em pormenores como este, a vida cotidiana dos primeiros anos do século XX, vendo-se um carroção levando café para embarque no cais:
Cartão postal: acervo do pesquisador e professor de História Francisco Carballa
Neste pormenor, os carregadores conversam, à porta da Igreja do Valongo, enquanto esperam pela chegada do trem da São Paulo Railway com seus passageiros e bagagens:
Cartão postal: acervo do pesquisador e professor de História Francisco Carballa
Na edição de 27 de novembro de 1913, a revista santista A Fita publicou foto-legenda sobre as comemorações do Dia da Bandeira realizadas junto a esse
casarão:
"Em frente à bandeira rodeada das autoridades superiores do município: presidente da câmara, prefeito, vereadores e os empregados da nossa edilidade, a banda municipal executa o hino nacional
(clichê Marques Pereira)"
Imagem: reprodução parcial da página de A Fita nº 32, de 27/11/1913
(exemplar no acervo da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio -SHEC)
Imagem: detalhe da foto acima
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