Encomendado
em 1895 ao estaleiro Forges et Chantiers de la Mediterranée, de La Seyne (Toulon, na França), o encouraçado guarda-costas Deodoro foi lançado
ao mar em 1898 com o nome de Marechal Deodoro, em homenagem ao marechal Manuel Deodoro da Fonseca, proclamador e primeiro presidente da
República.
Incorporado à Marinha Brasileira em 20 de
junho de 1898, permaneceu no serviço ativo até 1924, quando foi vendido ao México, sendo rebatizado como Anahuac. Nesse período, esteve
várias vezes em Santos, principalmente até o início da Primeira Guerra Mundial, sendo assim fotografado para um cartão postal da época, em que se
vê, à esquerda, o prédio da antiga Alfândega (demolido para dar lugar em 1934 às instalações
atuais), e ao fundo o Monte Serrat:
Imagem: postal negociado no site de leilões
brasileiro Mercado Livre, em 2
de abril de 2010
Para determinar a época dessa foto,
estimada como sendo da primeira década do século XX, pode-se compará-la com a imagem a seguir, do mesmo navio
fundeado na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, feita pelo fotógrafo Marc Ferrez por volta de 1910:
Imagem: site
Navios de Guerra do Brasil, reprodução do livro A Marinha por
Marc Ferrez - 1880-1910 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil - 1986, Editora Index - VEROLME.
Da mesma forma que na imagem seguinte, da
belonave fundeada no porto de Toulon, note-se que em ambas os mastros comuns vistos quando da escala santista foram depois substituídos por
mastreação de guerra:
Imagem: site
Navios de Guerra do Brasil, reprodução de foto da coleção Marinha
do Brasil/Edson Lucas
Nesta foto, do lançamento ao mar em 1898
no porto francês de Toulon, ele ainda está sem mastros:
Imagens: site
Navios de Guerra do Brasil, reproduções de fotos de autor
desconhecido
Em 1904, este navio de guerra bombardeou a
Escola Militar da Praia Vermelha (no Rio de Janeiro/RJ), que havia se revoltado, e de 1916 a 1918 capitaneou a Força Naval do Norte, em plena
Primeira Guerra Mundial. Em 1910, participou ao lado dos revoltosos da famosa Revolta da Chibata, em que os marinheiros protestaram contra a punição
bárbara de um companheiro (com chibatadas) e se amotinaram na madrugada de 22 para 23 de novembro. Os revoltosos foram anistiados e a prática de
disciplinar os marinheiros com surras de chibata acabou a partir de então.
Já a Cinemateca Brasileira registra com o
ID=001481 a
existência de um filme (desaparecido) feito em 1915 a bordo dessa belonave, pela Companhia Cinematográfica Brasileira, quando dos funerais do
general Pinheiro Machado. |