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ROTA DE OURO E PRATA - ARMADORAS
Royal Mail Steam Packet (RMSP)

SUMÁRIO

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3º Período - de 1903 a 1932:

A armadora Royal Mail encontrava-se em franco declínio. A concorrência de outras empresas, sobretudo na Rota de Ouro e Prata, se fez sentir. A direção da RMSP passou em 1903 às mãos dos irmãos Owen (John e Phillips), jovens empresários, que investiram de seu bolso para levantar a companhia.

Tais acontecimentos, associados ao início de colaboração entre a RMSP e o estaleiro Harland & Wolff, de Belfast (Irlanda), dirigido por William James Pirrie, mudaram completamente os destinos da armadora, que nos anos subseqüentes renasceu com todo o esplendor.

Uma das primeiras iniciativas foi proceder ao aumento do capital da empresa pela simples chamada aos investidores já existentes para a complementação das quantias não depositadas no passado.

Outro passo importante foi dado, solicitando-se ao governo novas concessões de linhas de navegação e portos de escala, permitindo assim a compra de ações em outras empresas de navegação que atuavam em outras rotas, diferentes das praticadas pelos navios da RMSP.

São analisadas as origens e o desenvolvimento do Estaleiro Harland & Wolff, a partir de 1850; a entrada na empresa de três novos sócios e a influência de William James Pirrie no crescimento dos negócios. A colaboração entre os novos dirigentes da RMSP, os irmãos Owen, e W.J.Pirrie (a partir de 1904). A venda do Minho e do Ebro, a passagem dos mesmos à armadora francesa CGT em 1905.

Mudanças de nome, novas rotas. O Minho passa a ser chamado Montreal, o Ebro muda para Quebec. A perda dos dois vapores, 1917, por causas bélicas.


O Montréal no porto francês de Le Havre

A encomenda do par de navios mistos Pardo e Potaro ao Harland & Wolff e do Parana ao Workman Clark, trio de navios destinados à Rota de Ouro e Prata.

Viagens inaugurais dos três vapores na rota e esquema de utilização dos mesmos.

A última viagem do Potaro (1914), sua interceptação, captura e afundamento pelo Kronprinz Wilhelm.

A série A da RMSP e seus nove transatlânticos antes do início da Primeira Guerra Mundial.

As características externas e internas do Aragon, pioneiro da série.

A viagem inaugural do Aragon para o Brasil e o Prata e a primeira escala em Santos.

O Aragon em águas da América do Sul no início do conflito, em agosto de 1915.

Sua conversão (em 1915) em navio-transporte de tropas, sua participação na campanha dos Dardanelos, viagens no Mediterrâneo nessa condição, seu fim em dezembro de 1917, ao largo de Alexandria (Egito), torpedeado por submarino alemão.

O primeiro Amazon da RMSP, de 1852, e sua perda.

As rédeas da armadora são assumidas pelos irmãos Owen (1903). Aumento do capital da empresa por chamada de complementação dos acionistas.

A construção de novos navios, das séries P e C (navios mistos) e da série A (passageiros).

Desenho e características técnicas do Amazon, o primeiro com mais de 10 mil toneladas de arqueação bruta (TAB) a servir na Rota de Ouro e Prata.

A utilização do Amazon como navio de cruzeiro (de 1908 a 1911) e a continuação de seu serviço na Rota de Ouro e Prata até 1918.

A perda do Amazon por torpedeamento, em março de 1918, por obra do submarino alemão U-110 (e não o U-52).

Imagem do Amazon no Porto de Santos no início do século XX.


O Amazon no porto de Santos

A progressão da tonelagem e capacidade dos navios da série A.

A colaboração entre os irmãos Owen e W.J.Pitrie.

A encomenda da construção do Araguaya ao Estaleiro Workman Clark. Sua viagem inaugural (1906) e seu serviço (11 anos) na Rota de Ouro e Prata. Conversão como navio-hospital (1913) a serviço do governo canadense. Retorno ao serviço comercial na linha sulamericana do Atlântico (1920). Conversão a navio de cruzeiro (em 1926) e sua utilização como tal (até 1929). Venda do navio ao Lloyd Iugoslavo (1930) e à CET (1940), que o rebatiza como Savoie. Perda do Savoie por causa bélica em Casablanca (Marrocos) em 1942.


O Araguaya saindo da barra de Santos

Tradição da RMSP de dar a seus navios nomes de rios. A ascensão de William James Pirrie no mundo da navegação. A carreira de Phillips Owen, principal acionista da armadora.

A grande capacidade de passageiros do Avon e sua viagem inaugural (1907).

O uso dos transatlânticos da série A até 1914.

Aspectos relativos à implicação na navegação durante a Primeira Guerra Mundial; situação e uso dos navios da RMSP no início do conflito.

Transformação do Avon em  cruzador auxiliar armado (1915) e novo nome, Avoca. Utilização do Avoca nessa função e no seio do XV Esquadrão da Royal Navy (Marinha Real da Grã-Bretanha).

Retorno do navio ao uso civil e a seu nome original, seu retorno à Rota de Ouro e Prata e seu serviço entre 1920 e 1927.

Entrada, na linha do Prata, do Asturias e do Alcantara (1926-1927).

O Avon é deslocado para a rota entre Nova Iorque e Bermudas (1927-1929), até ser demolido, em 1930.

A construção do Asturias e a origem de seu nome. Viagem inaugural para a Austrália (1908) e a primeira viagem para o Brasil e o Prata (no mesmo ano). No início da Primeira Guerra Mundial, é transformado em navio-hospital.

A oficialização de navios-hospitais através de iniciativa da Cruz Vermelha em Genebra (1864) e a imunidade desse tipo de navio em caso de conflito (Convenção de Haia de 1907) e os tipos de pintura de casco e de identificação.

Utilização do Asturias no decurso da guerra; vítima de uma mina naval, o navio-hospital é danificado e encalhado.

Reconstrução, a partir de 1920, como transatlântico de passageiros; com o novo nome, Arcadian, é utilizado como navio de cruzeiro em diversas áreas do planeta. Venda para demolição, em 1930.

Protótipo da série que resultou em três transatlânticos gêmeos (Andes, de 1912, Alcantara, de 1914, e Almanzora, de 1915), o Arlanza, por sua vez, derivou do desenho de base do Asturias, de 1908.

A RMSP empregou ainda, nesse período, outros 19 vapores, para o serviço de passageiros ou mistos. Destacam-se os componentes da série D, de 1912: Deseado, Demerara, Desna, Darro e Drina.

Em 1913, foi lançado ao mar o transatlântico Andes, realizando a viagem inaugural pela Pacific Steam Navigation Company (PSNC), na época uma subsidiária da Royal Mail.


O comandante Nikolaus na ponte de comando do Möwe, com seus oficiais, em alto mar

Em 1915, o Pungo foi transformado no corsário Möwe. Em 1917, o Brecknockshire foi lançado ao mar. São descritas as características técnicas do navio inglês, os dois cruzeiros de guerra do Möwe, o encontro do corsário e do navio da RMSP em águas do Atlântico Sul, a interceptação e o afundamento do valor inglês enquanto realizava a viagem inaugural.

Os cargueiros gêmeos Radnorshire e Merionethshire e suas viagens inaugurais na Rota de Ouro e Prata (1917) são descritos a seguir, bem como os Regulamentos da Convenção de Haia (1907) sobre a guerra no mar, a interceptação e o afundamento do Radnorshire pelo corsário alemão Möwe, em 1917.

Em maio de 1913, foi lançado ao mar o Almanzora. Antes de ser aprestado (concluído) e entrar em serviço comercial, iniciou-se a Primeira Guerra Mundial. O Almanzora foi transformado em cruzador auxiliar da Royal Navy e incorporado ao X Esquadrão de Cruzadores, participando, nessa condição, das buscas do corsário alemão Möwe (1916). Foi baixado da condição de navio de guerra em 1918 e reconstruído como navio de passageiros em 1919, tendo viagem inaugural para o Brasil e o Prata em janeiro de 1920. Em 1932, foi feita a conversão das máquinas para turbina. Novamente transformado e usado como cruzador auxiliar durante a Segunda Guerra Mundial, foi demolido em 1948, sem ter voltado ao uso civil.


O comandante Nikolaus fala aos tripulantes, a bordo do raider Möwe

Em 7 de julho de 1925, foi lançado ao mar o Asturias, destinado à linha sulamericana, pela qual faria a primeira viagem em fevereiro de 1926.

A partir de 1920, nova linha da RMSP para Nova Iorque, a partir de portos europeus.

No artigo sobre o Alcantara, é descrita a construção do par Asturias e Alcantara, suas características internas e externas; a viagem inaugural do Alcantara (em 1927), sua primeira passagem por Santos e reforma geral de 1934; a transformação do Alcantara em cruzador auxiliar armado (1939), a utilização do navio em missões navais no Atlântico Sul, o encontro com o corsário alemão Thor, a ação bélica, com perdas e danos de ambas as partes. Em 1943-1944, ocorreu a transformação do Alcantara em navio-transporte de tropas: foi utilizado como tal até 1947, reformado como navio de passageiros, reiniciando as atividades na Rota de Ouro e Prata em outubro de 1948. Foi vendido para demolição em 1958, no Japão.


O Alcantara entrou em 1927 na Rota de Ouro e Prata

Navios da Royal Mail Steam Packet no período:

Navio

Ano

TAB

Comprimento/m

Boca/m

Passageiros

Casco nº

Deseado

1912

11.475

152

19

933

420

Demerara

1912

11.484

152

18

933

425

Desna

1912

11.466

152

19

933

426

Darro

1912

11.493

152

19

933

426

Drina

1912

11.483

152

19

933

428

Arlanza

1912

14.930

173

20

1.330

415

Andes

1913

15.620

180

20

1.330

434

Alcantara

1914

15.831

180

20

1.330

435

Asturias

1912

22.071

199

24

1.410

507

TAB = Tonelagem de Arqueação Bruta
Comprimento e boca (largura) medidas em metros
Todos os navios foram construídos no estaleiro Harland & Wolff.
Todos os navios - exceto o Alcantara, registrado em Govan - têm como porto de registro Belfast.

Navios do Royal Mail usados na Rota de Ouro e Prata de 1903 a 1932:

Navio

TAB

1ª viagem

Parana (II)
4.378

1904

Pardo
4.538

1904

Potaro
4.378

1904

Aragon (I)
9.588

1905

Amazon (I)
10.037

1906

Araguaya
10.537

1906

Avon
11.073

1907

Asturias
12.015

1908*

Deseado
11.475

1912

Demerara
11.493

1912

Desna
11.466

1912

Darro
11.493

1912

Drina
11.493

1912

Arlanza
14.930

1912

Andes
15.620

1913*

Alcantara (I)
15.831

1914

Almanzora
15.551

1920*

Radnorshire
4.310

1913

Merionetshire
4.308

1913

Carmarthenshire
7.823

1915

Brecknockshire
8.422

1917

Navasota
8.803

1918

Nagara
8.803

1918

Nariva
8.723

1920

Natia
8.723

1920

Radnordshire
6.723

1920

Asturias (II)
28.071

1926

Alcantara (II)
22.181

1927

TAB = Tonelagem de Arqueação Bruta
* Navio não realizou a viagem inaugural na Rota e Ouro e Prata

Artigo publicado no jornal A Tribuna de Santos em 27/2, 5, 12, 19 e 26/3 e 2/4/2000

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