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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - CLIMA
Culpa globalizada (14)

Aquecimento global é responsável pela mudança no clima da Baixada Santista
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A agressividade climática se intensifica, com rápidas transições, de poucos minutos, entre céu limpo e poderosa tempestade. Assim foi em maio de 2009, conforme citado em matéria do jornal santista A Tribuna, na terça-feira, 5 de maio de 2009 (páginas primeira e A-6):


A NOITE, DE DIA - Ontem, pouco depois das 15 horas, nuvens escuras mudaram a paisagem de Santos. Seguiram-se uma rápida, mas intensa, chuva de granizo e ventos: árvores caíram, vias públicas ficaram alagadas. No Porto, dois navios se chocaram
Fotos: Rogério Soares, Alberto Marques e Irandy Ribas publicadas com a matéria, na página 1

TEMPORAL

Tempestade de granizo e ventos assustam e provocam estragos

Em poucos minutos, por volta das 15h30 de ontem, o dia virou noite e uma chuva de granizo desabou sobre a Cidade

Flávia Saad

Da Redação

Eram pouco mais de 15 horas de ontem quando, de repente, o céu de Santos começou a escurecer. Logo depois, muita chuva, raios, trovões e ventos fortes pegaram a população de surpresa. Em alguns pontos da Cidade, o fenômeno provocou chuva de granizo.

Segundo a Base Aérea de Santos, o temporal teve início às 15h45. As rajadas de vento chegaram a 70 km/h (35 nós). A Defesa Civil de Santos registrou quatro ocorrências de quedas de árvores.

Uma delas foi em frente à Paróquia de Nossa Senhora da Aparecida, na Aparecida, bloqueando a rua. Benedito Pereira estava no grupo de oração da igreja quando ouviu um estrondo. O que se seguiram foram "cinco minutos de chuva muito forte". Ninguém se feriu no acidente.

Na Rua Conselheiro Ribas, na altura da Rua Delfim Moreira, no Embaré, outra árvore não resistiu aos ventos e tombou, derrubando os fios de energia. Até as 20 horas de ontem, a CPFL ainda trabalhava em alguns bairros para reparar os danos.

Camila Maria Garcia estava com sua sobra, uma amiga e duas crianças dentro de seu carro, parado em frente ao Hospital São Lucas, na Avenida Ana Costa, quando uma telha atingiu o veículo e machucou sua sogra. "Acabou com o carro", disse Camila.

REFLEXOS

ÁRVORES - Além do Embaré e da Aparecida, outros pontos que tiveram queda de árvores, conforme a Defesa Civil, foram a Rua Carlos de Campos (Ponta da Praia), Rua Luís Gama (Encruzilhada) e Rua Barão de Ramalho (Macuco)

FORA DO AR - Clientes da empresa de telefonia Claro relataram queda no serviço durante a chuva de ontem. Uma antena da operadora, localizada na Avenida Afonso Pena, caiu com os ventos

  

Sem luz - Na Rua João Pessoa, no Centro, a água invadiu lojas e muitos comerciantes fecharam as portas. Vários edifícios comerciais ficaram sem energia. Os bairros Campo Grande, Estuário, Monte Serrat, Areia Branca e Rádio Clube, em Santos, também foram afetados pela falta de luz. Já em Cubatão, Vila dos Pescadores, Vila Nova, República e Jardim Casqueiro sofreram queda de energia. De acordo com a CPFL, a situação foi normalizada por volta das 16h40.

O trânsito também foi afetado pelo temporal. Vários semáforos pararam de funcionar, entre eles os do Canal 5 com a Avenida Afonso Pena, Avenida Ana Costa com a Rua Carvalho de Mendonça, Rua Senador Feijó com Carvalho de Mendonça e Rua João Guerra com Avenida Conselheiro Nébias.

Por volta das 16 horas, a chuva deu uma trégua e diminuiu até parar por completo. Quem estava na rua no final da tarde mal podia acreditar: com o céu claro, era possível ver os últimos raios de sol despontando no horizonte depois da tempestade.

Colaborou Luiz Fernando Yamashiro.


Com muitos raios, trovões e vento, a tempestade de granizo assustou a população e provocou danos em várias partes de Santos, como na Praça de Nossa Senhora Aparecida, onde uma árvore tombou próximo à igreja

Fotos: Carlos Nogueira (superior) e Alberto Marques (inferior), publicadas com a matéria

Navios colidem no Porto de Santos

Diogo Caixote

Da Redação

A tempestade também causou danos no Porto de Santos. A força dos ventos provocou uma colisão entre navios atracados e a queda de um guindaste para operação de contêineres. Houve, ainda, o desabamento da cobertura de uma das entradas para o complexo marítimo.

O principal problema registrado aconteceu no Terminal de Contêineres (Tecon), administrado pela operadora Santos Brasil, na Margem Esquerda (Guarujá) do Porto. Segundo funcionários da empresa, por volta das 15h30, as rajadas de vento causaram o rompimento das amarras do navio chinês Zen Hua 27.

A embarcação trouxe a Santos, da China, três portêineres (pórticos especiais sobre rodas para operação de contêineres) comprados pela operadora. Por conta do acidente, a operação para o desembarque dos equipamentos não aconteceu. Aparentemente, eles não foram danificados.

Sem as amarras, o Zen Hua 27 se chocou com o navio Amalthia, que o abastecia de combustível. Apesar do abalroamento, o Amalthia não sofreu danos. Apenas o mangote de abastecimento teria sido danificado, o que causou o vazamento de óleo no convés.

Ainda desgovernada, a embarcação chinesa avançou contra o cargueiro liberiano Kyla, atracado no cais do Terminal de Granéis do Guarujá (TGG). O impacto originou um rasgo no casco e amassou parte da proa (frente) do Zen Hua 27. No Kyla, houve a destruição da parte superior da sua popa (traseira).

Já no TGG, com o impacto, parte das esteiras que operavam no navio no momento do choque foi destruída. Uma outra parte caiu ao mar.

Os navios foram amarrados com ajuda de rebocadores.

Guindaste - Dois equipamentos da Santos Brasil, no Terminal de Exportação de Veículos (TEV), se chocaram.

Um portêiner foi arrastado e colidiu com um guindaste móvel de cais para contêineres, que estava a cerca de 10 metros de distância. O braço do guindaste bateu no navio sueco Grande Brasile, que estava no Tecon. A embarcação sofreu apenas danos superficiais.


Abalroado pelo navio chinês Zen Hua 27, o cargueiro liberiano Kyla atingiu as esteiras do TGG

Foto: Irandy Ribas, publicada com a matéria

Ruas e  avenidas ficaram alagadas

A Reportagem de A Tribuna percorreu as ruas de Santos durante e após o temporal e encontrou vários locais afetados pelo aguaceiro. Até mesmo avenidas como a Afonso Pena e a Conselheiro Nébias estavam inundadas, o que dificultava o trânsito de veículos.

Ainda durante a tempestade, os lojistas da Rua Senador Feijó começaram a fechar os estabelecimentos, temendo prejuízos com a força da chuva.

As ruas Silva Jardim e Campos Melo, alagadas em diversos pontos, também apresentavam dificuldades para os motoristas. Já os pedestres caminhavam pelas vias com água na altura dos joelhos.

Na Zona Noroeste, segundo a CET, houve alagamento na Avenida Martins Fontes, sentido Zona Noroeste/Centro. Já nos morros, a Defesa Civil registrou ocorrências de casas inundadas e a queda de um muro, mas sem vítimas.

Alerta aos motoristas

Ao primeiro sinal de nuvens muito escuras e vendavais, retire o carro da rua e procure um local coberto para abrigá-lo, como estacionamentos de shoppings ou supermercados;

Caso não haja nenhum desses locais por perto, procure apoiar a palma da mão no centro do pára-brisa enquanto procura um;
Se possível, fuja das vias que costumam ter trânsito mais intenso, para não ficar preso no engarrafamento;
Evite ficar debaixo de árvores e coberturas metálicas frágeis;
Não pare o veículo perto de torres de transmissão e placas de propaganda, ois elas estarão sob influência de ventos fortes;
Evite construções mal acabadas. Prefira locais mais resistentes a ventos, onde não haja risco de destelhamentos.

Fonte: Secretaria Nacional de Defesa Civil  

LEITURA RÁPIDA

SANTOS

Diário Oficial não circula hoje

O Diário Oficial do Município (DOM) não circulará hoje. O motivo, segundo a Prefeitura de Santos, foi a pane elétrica ocorrida na tarde de ontem, na área do Centro, motivada pelo forte temporal que desabou sobre a Cidade. O acidente deixou às escuras todas as instalações do Paço Municipal, onde o DOM é elaborado.

GUARUJÁ

CASAS DE CONJUNTO DA CDHU SÃO DESTALHADAS

O aguaceiro de ontem à tarde atingiu também as demais cidades da Baixada, provocando susto, alagamentos e danos. Em Guarujá, várias ruas ficaram inundadas e houve congestionamento de veículos na Avenida Santos Dumont, altura da Rodoviária. Além disso, os fortes ventos destelharam algumas unidades do conjunto residencial da CDHU situado na esquina das avenidas Mário Daige e Vicente de Carvalho, no Jardim Boa Esperança. Não houve registro de vítimas.


Foto: Édison Baraçal, publicada com a matéria

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