Sabe-se lá qual o critério usado para se definir os limites de Aparecida. Fizeram a
coisa de tal forma que o bairro abriga três mundos bem distintos. A suntuosidade da orla da praia nada tem em comum com o núcleo nas proximidades
da Praça Senador Correa, que ainda mantém as características de reduto eminentemente operário que foi em outros tempos.
E, estabelecendo uma clara divisão entre o lado chique e o mais popular, há nada menos que
quatro conjuntos habitacionais, onde se constata um modo de vida bem particular. Neles, prevalece a impressão de que as pessoas estão sufocadas
entre tanto concreto e, o que é pior, as crianças não dispõem de áreas de lazer onde possam se espalhar.
Os contrastes de Aparecida ficam mais evidentes quando se caminha pelas ruas onde os
chalés resistem e a comunidade parece se constituir em uma grande família. Como em pequenas cidades do Interior, a igreja fica junto à praça mais
bonita e merece todo o respeito dos moradores. Ninguém passa defronte dela sem se benzer, e isso vem desde o remoto ano de 1937, quando era apenas
um barracão de madeira. O templo que se conhece hoje, com uma bonita imagem de Nossa Senhora Aparecida, foi inaugurado em 1938.
Há muita gente que se espanta quando descobre que Aparecida se estende até a orla da
praia. Os próprios moradores desconhecem seus limites, porque se trata de um bairro novo, criado sobre áreas que pertenceram ao Macuco, Embaré e
Ponta da Praia. Nos últimos 10 anos, sua população pulou para quase 40 mil habitantes, devido principalmente à construção de dois conjuntos
habitacionais: Castelo Branco e Martins Fontes.
Aos poucos as casas vão cedendo lugar aos conjuntos habitacionais
Aparecida tem uma praia que alguns dizem pertencer ao Embaré
e outros preferem situá-la como Ponta da Praia
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