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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM...
1817 - por Aviso Régio de 21/10/1817

"N. 68 - Jeribatyba - Treze léguas de testada, e fundos até onde chegar a conquista de Portugal..."

Ao longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.

Já neste caso, a descrição é dada por um documento real: o Aviso Régio de 21 de outubro de 1817, republicado 60 anos depois na Revista Nacional de Sciências, Artes e Letras (volume I/ano 1, 1877, páginas 7 a 24, editada e dirigida por dr. Antonio Carlos e Inglez de Souza, com impressão na Tipografia a Vapor do Diário de Santos - exemplar no acervo da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio de Santos - SHEC).

Vale observar que braça é antiga medida de comprimento, equivalente a 2,2 metros em terra; a légua era medida itinerária para comprimentos longos e valia 3.000 braças, o que corresponderia a algo entre 4 e 7 quilômetros, sendo usual descrevê-la como correspondendo a 6,6 km. Só em 2 de maio de 1855 foi definida em decreto a légua métrica, equivalente a 5 km. A ortografia foi atualizada nesta transcrição, excetuando-se os nomes próprios/topônimos, que mantêm assim a grafia original:


Imagem: reprodução da página 7 da publicação original na Revista Nacional de 1877

SANTOS DE OUTRORA [*]

Relação das Terras, Sítios ou Fazendas compreendidas no distrito ou repartição da VILA E PRAÇA DE SANTOS

Suas denominações, extensões, senhorios títulos, cultivados ou não cultivados, e residência de seus proprietários, tudo na forma do Régio Aviso de 21 de outubro de 1817

TERRA FIRME

N. 1 - Sahy - Mil e quinhentas braças de testada, légua e meia de fundo, da parte de Leste se divide com terras de Sebastião Corrêa, e da parte de Oeste do padre Domingos Moreira; pertence este sítio a Manoel Antonio dos Santos, que houve por título de compra: é cultivado pelo proprietário, sua mulher, três filhos, e seus escravos.

N. 2 - Juquihy - Duas mil braças de testada, légua e meia de fundo, parte de um lado com terras de Manoel Antonio dos Santos, e do outro com terras de Felippe da Trindade; pertence ao padre Domingos Moreira, por título de compra; é cultivado por três agregados, e o senhorio reside na Vila de S. Sebastião.

N. 3 - Saguaraguaré - Cinqüenta braças de testada, légua e meia de fundo, parte de um lado com terras do padre Domingos Moreira e do outro com terras de Antonio Manoel; pertence a Felipe da Trindade por título de compra: é cultivado pelo mesmo, sua mulher e três filhos.

N. 4 - Engenho Novo - Quatrocentas braças de testada, légua e meia de fundo, parte de um lado com terras de Felippe da Trindade, e de outro com terras do Convento do Carmo desta Vila: pertence a Antonio Manoel por título de compra, e é cultivado pelo senhorio, sua mulher, três filhos e dois agregados.

N. 5 - Una - Duas mil braças de testada, légua e meia de fundo; parte de um lado com terras de Antonio Manoel, e de outro com terras do tenente Manoel Joaquim Prudente: pertence ao convento do Carmo desta Vila por título de compra, e é cultivado por 12 escravos.

N. 6 - Buracêa - Quinhentas e cinqüenta braças de testada, légua e três quartos de fundo, parte de um lado com terras do Convento do Carmo, e de outro com terras do brigadeiro Candido Xavier de Almeida e Souza; pertence ao tenente Joaquim Manoel Prudente por título de herança e é cultivado por 7 agregados.

N. 7 - Canto do Tagoá - Quinhentas braças de testada, e légua e três quartos de fundo, parte de um lado com terras do tenente Joaquim Manoel Prudente e de outro com terras do mesmo tenente; pertence ao brigadeiro Candido Xavier de Almeida e Souza por título de herança; sem cultura.

N. 8 - Guaratuba - Légua e quarto de testada, e légua e três quartos de fundo, parte de um lado com terras do brigadeiro Candido Xavier de Almeida e Souza, e do outro com terras dos herdeiros de Simão da Veiga, pertence ao tenente Joaquim Manoel Prudente por título de herança; cultivado com 4 escravos e um agregado.

N. 9 - Morretes - Cem braças de testada, légua e três quartos de fundo, parte de um lado com terras do tenente Joaquim Manoel Prudente, e de outro com terras de d. Archangela Gomes: pertence aos herdeiros de Simão da Veiga moradores desta Vila por título de herança; sem cultura.

N. 10 - Tagoaré - Três quartos de légua de testada, légua e meia de fundo, parte de um lado com terras dos herdeiros de Simão da Veiga, e de outro com terras de Domingos Nunes: pertence a d. Archangela Gomes, moradoras em S. Paulo, por título de compra; sem cultura.

N. 11 - S. Lourenço - Cem braças de testada, légua e meia de fundo; parte de um lado com terras de d. Archangela Gomes, e de outro com terras de José de Souza; pertence a Domingos Nunes, por título de herança; é cultivado por 2 agregados.

N. 12 - Ribeirão - Cinqüenta braças de testada, légua e meia de fundo, parte de um lado com terras de Domingos Nunes e de outro com terras dos herdeiros do capitão Antonio Pedroso, existente nesta Vila; pertence a José de Souza que não mostra título nem de compra, nem de herança; devolutas e sem cultura.

N. 13 - Tapéra Velha - Trezentas braças de testada, légua e meia de fundo, parte com terras de José de Souza por um lado, e pelo outro com terras de Anna de França, pertence aos herdeiros do capitão Antonio Pedroso, por título de herança: devoluto e sem cultura.

N. 14 - Ribeirão Grande - Duzentas braças de testada, légua e meia de fundo, parte de um lado com terras dos herdeiros do capitão Antonio Pedroso, e de outro com terras dos herdeiros do sargento-mor João Ribeiro da Silva, pertence a Anna de França e mais herdeiros, por título de herança; sem cultura.

N. 15 - Riacho - Cinqüenta braças de testada, e légua e meia de fundo, parte de um lado com terras de Anna França, desta Vila, e de outro com terras de Maria Thereza: pertence aos herdeiros do sargento-mor João Ribeiro da Silva, por título de herança, devolutas e sem cultura.

N. 16 - Geraldes - Cinqüenta braças de testada, e légua e meia de fundo, parte de um lado com terras dos herdeiros do sargento-mor João Ribeiro da Silva e de outro com terras do capitão Manoel Alvarenga Braga; pertence a Maria Thereza, desta Vila, por título de herança; cultivado por 2 escravos.

N. 17 - Tapéra-grande - Cem braças de testada, légua e meia de fundo, parte de um lado com terras de Maria Thereza e de outro com terras de Prudente Francisco: pertence ao capitão Manoel de Alvarenga Braga, desta Vila, por título de compra; sem cultura.

N. 18 - A Baleia - Trinta braças de testada, e uma légua de fundo, parte de um lado com terras do capitão Manoel de Alvarenga Braga e de outro com terras de Antonio Guedes, pertencente a Prudente Francisco por título de doação, e está sem cultura.

N. 19 - Saúbál - Quinhentas braças de testada, e uma légua de fundo, parte de um lado com terras de Prudente Francisco, e de outro com terras de Joaquim Ribeiro, pertence a Antonio Guedes, sem cultura.

N. 20 - Ribeirão-grande - Cem braças de testada, e uma légua de fundo, parte de um lado com terras de Antonio Guedes e de outro com terras de Antonio Damaso: pertence a Joaquim Ribeiro por título de compra, e as cultiva com 2 filhos.

N. 21 - O Ribeiro - Vinte braças de testada e uma légua de fundo, parte de um lado com terras de Joaquim Ribeiro e de outro com terras dos herdeiros do sargento-mor João Ribeiro; pertence a Antonio Damaso por título de compra, e as cultiva com 3 escravos.

N. 22 - Enseada - Trezentas braças de testada, e uma légua de fundo, parte de um lado com terras de Antonio Damaso, e de outro com terras de José de Souza, pertence aos herdeiros do sargento-mor João Ribeiro por título de herança, e é cultivado pelo herdeiro Francisco Maximino com 2 escravos.

N. 23 - Guaiatuba - Cinqüenta braças de testada, e uma légua de fundo, parte de um lado com terras do sargento-mor João Ribeiro, e de outro com terras de Salvador Rodrigues; pertence a José de Souza por título de herança, e as cultiva com 3 filhos e 3 agregados.

N. 24 - Gaituba-mirim - Cinqüenta braças de testada, uma légua de fundo, parte de um lado com terras de José Souza, e de outro com terras do Capão; pertence a Salvador Rodrigues por título de compra e por ele são cultivadas.

N. 25 - Capão - Cem braças de testada, e uma légua de fundo, parte de um lado com terras de Salvador Rodrigues e de outro com terras do ajudante José Felisberto; não tem dono este terreno por morrerem seus proprietários, e por isso sem cultura.

N. 26 - Campanha - Cinqüenta braças de testada e uma de fundo, parte de lado com terras do Capão e de outro com terras de José Ribeiro: pertence ao ajudante José Felisberto Garcez por título de compra e as cultiva com 3 escravos.

N. 27 - Porto-Alegre - Cem braças de testada, e uma légua de fundo, parte de um lado com terras do ajudante José Felisberto, e de outro com terras de Antonio Damaso; pertence a José Ribeiro por título de herança, e cultiva com 3 escravos.

N. 28 - Regão - Cem braças de testada e uma légua de fundo, parte de um lado com terras de José Ribeiro e de outro com terras de Ignacio da Rosa; pertence a Antonio Damaso, por título de herança, sem cultura.

N. 29 - Reguinho - Vinte braças de testada, e uma légua de fundo, parte de um lado com terras de Antonio Damaso, e de outro com terras de Margarida Cesarina; pertence a Ignacio da Rosa por título de compra, e cultiva com seus filhos.

N. 30 - Canaveeiras - Oitenta braças de testada, e uma légua de fundo, parte de um lado com terras de Ignacio da Rosa, e de outro com terras de Maria Catharina; pertence a Margarida Cesarina, por título de herança, e as cultiva com seus filhos.

N. 31 - Mata-fome - Cinqüenta braças de testada e uma légua de fundo, parte de um lado com terras de Margarida Cesarina e de outro com terras de José Onorio Bueno; pertence a Maria Catharina, por título de herança, sem cultura.

N. 32 - Guararihy - Cinqüenta braças de testada, e uma légua de fundo, parte de um lado com terras de Maria Catharina e de outro com terras de Antonio Pereira; pertence a José Onorino Bueno, por título de herança, sem cultura.

N. 33 - Pastaria - Cinqüenta braças de testada e uma légua de fundo, parte de um lado com terras de José Onorino Bueno e de outro com terras de ausentes; pertence a Antonio Pereira, por título de herança, devolutas.

N. 34 - Campestre - Cem braças de testada, e uma légua de fundo, parte de um lado com terras de Antonio Pereira e de outro com terras de Margarida Cesarina; ignora-se quem seja o dono; sem cultura.

N. 35 - Serraria - Cinqüenta braças de testada e uma légua de fundo, parte de um lado com terras de ausentes e de outro com terras de Clara Rosa; pertence a Margarida Cesarina, por título de herança, sem cultura.

N. 36 - Taperinha - Cinqüenta braças de testada e uma légua de fundo, parte de um lado com terras de Margarida Cesarina e de outro com terras do tenente-coronel Ignacio Alves de Toledo; pertence a Clara Rosa por título de compra, que cultiva com um filho e dois agregados.

N. 37 - Estrada - Quatrocentas braças de testada, três quartos de légua de fundo, parte de um lado com terras de Clara Rosa e de outro com terras de Francisco Cesarino; pertence ao tenente-coronel Ignacio Alves de Toledo, morador em Sorocaba, por título de herança, sem cultura.

N. 38 - S. Gonçalo - Duzentas braças de testada, três quartos de légua de fundo, parte de um lado com terras do tenente-coronel Ignacio Alves e de outro com terras dos herdeiros do capitão Antonio Pedroso; pertence a Francisco Cesarino por título de compra, e o cultiva com cinco filhos.

N. 39 - Capara - Uma légua e quarto de testada, e outro tanto de fundo pouco mais ou menos, parte de um lado com terras de Francisco Cesarino e de outro com terras de Catharina Ribeiro; pertence aos herdeiros do capitão Antonio Pedroso, que as cultivam com 17 escravos.

N. 40 - A Chácara - Vinte braças de testada, e duzentas de fundo, parte de um lado com terras dos herdeiros do capitão Antonio Pedroso, e de outro com terras de Pedro José da Costa; pertence a Catharina Ribeiro, por título de compra, e as cultiva com dois escravos.

N. 41 - O Sombrio -  Vinte braças de testada e duzentas de fundo, parte de um lado com terras de Catharina Ribeira e de outro com terras de Luiza Maria; pertence a Pedro José da Costa por título de compra, e cultiva com cinco escravos;

N. 42 - Jaguaru - Dez braças de testada, e duzentas de fundo, parte de um lado com terras de Pedro José da Costa, e de outro com terras de Francisco Pedroso; pertence por herança a Luiza Maria, que as cultiva.

N. 43 - Jaguara-mirim - Vinte braças de testada, duzentas e vinte de fundo, parte de um lado com terras de Luiza Maria e de outro com terras de Maria Thereza; pertence a Francisco Pedroso por título de herança e as cultiva com seus filhos e um escravo.

N. 44 - Charco-grande - Trinta braças de testada e duzentas e vinte de fundo, parte de um lado com terras de Francisco Pedroso, e de outro com terras de Catharina Ribeiro; pertence a Maria Thereza, sem cultura.

N. 45 - Adega - Trinta braças de testada e duzentas e vinte de fundo, parte de um lado com terras de Maria Thereza, e de outro com terras de Ignacio Eloy: pertence a Catharina Ribeiro por título de compra, sem cultura.

N. 46 - Ponta de Bertióga - Cento e cinqüenta braças de testada, duzentas de fundo, parte de um lado com terras de Catharina Ribeiro, e de outro com terras do Convento do Carmo desta Vila: pertence a Ignacio Eloy, por título de herança, e cultiva com 7 escravos.

N. 47 - Camboá - Cento e cinqüenta braças de testada, e cento e vinte de fundo, parte de um lado com terras de Ignacio Eloy, e de outro com o fundo das terras do falecido Antonio Pedroso: pertence ao Convento do Carmo desta Vila, por título de ação, sem cultura.

N. 48 - Fazenda dos Pelaes - Treze mil e trezentas braças de testada, légua e meia de fundo para a serra, que da parte do Norte se divide pelo morro denominado Caiacica no rio Tapanhaum - fundo dos sítios da praia da enseada da Bertioga; e da parte do Sudoeste parte com terras de Antonio Joaquim Fogaça, chamadas Cayubura -: pertence a Manoel e Almeida Marques, morador na Ilha Grane, sem cultura.

N. 49 - Cajubura-mirim - Cento e cinqüenta braças de testada, légua e meia de fundo, parte de um lado com a fazenda dos Pelaes, e de outro com terras do padre Manoel Gomes Loureiro: pertence a Antonio Joaquim Fogaça que as cultiva com seus dois escravos e quatro agregados.

N. 50 - Cajubura - Setecentas e cinqüenta braças de testada e uma légua de fundo até a serra, parte de um lado com terras de Antonio Joaquim Fogaça, e de outro com terras dos herdeiros de d. Isabel Ribeiro da Silva e patrimônio do reverendíssimo vigário Manoel Gomes Loureiro, morador na Vila de S. Vicente desta Capitania, sem cultura.

N. 51 - Caruára - Duzentas e cinqüenta braças de testada, e quinhentas de fundo, parte de um lado com terras do reverendíssimo Manoel Gomes Loureiro, e de outro com terras do reverendíssimo Manoel Angelo Figueira de Aguiar: pertence aos herdeiros da falecida d. Isabel Ribeiro da Silva, por título de herança, sem cultura.

N. 52 - Monte-bello - Duzentas e cinqüenta braças de testada, e quinhentas de fundo, parte de um lado com terras dos herdeiros de d. Isabel Ribeiro da Silva e com outras, com terras de d. Maria do Rosario, é patrimônio do revdo. Manoel Angelo Figueira de Aguiar que cultiva com 20 escravos.

N. 53 - Prainha - Trezentas braças de testada, e uma légua de fundo, parte de um lado com terras do revdo. Manoel Angelo Figueira de Aguiar e de outro com terras do Convento do Carmo: pertence a Maria do Rosario, desta Vila, por título de herança, é cultivada por dois filhos, dois agregados e dois escravos.

N. 54 - Caité - Mil e quinhentas braças de testada e uma légua de fundo pelo rio de Caboçú até a serra, que de uma parte se divide com terras de Maria do Rosario, da Prainha, e de outra com o rio Caboçú, pertencente ao coronel João Xavier da Costa Aguiar: pertence ao Convento do Carmo desta Vila, por título de compra; é cultivado por 5 escravos.

N. 55 - Caboçú e Trindade - Meia légua de testada, e meia légua de fundo, parte de um lado com o rio Caboçú, e terras do Convento do Carmo, e de outro com terras dos herdeiros de Felippe Neri; pertence ao coronel João Xavier da Costa Aguiar, por título de compra, e as cultiva com 30 escravos.

N. 56 - Trindade pequena - Cem braças de testada e duzentas de fundo, parte de um lado com terras do coronel João Xavier da Costa Aguiar, e de outro com terras de Domingos Alves Lisboa; pertence aos herdeiros de Felippe Neri; sem cultura.

N. 57 - Curral e Monte Cabrão - Oitocentas braças de testada e quatrocentas de fundo parte de um lado com terras de Felippe Neri, e de outro com terras de d. Anna da Graça Cardoso; pertence a Domingos Alves Lisboa, por título de compra, e cultiva com seus escravos.

N. 58 - Itátuba - Cento e cinqüenta braças de testada e duzentas de fundo, parte de um lado com terras de Domingos Alves Lisboa, e de outro com terras de Manoel José Dias Guimarães; pertence a d. Anna da Graça Cardoso, por título de compra; trabalha em olaria de telha com 2 escravos.

N. 59 - Taobatinga - Novecentas braças de testada, e quinhentas de fundo, parte de um lado com terras de d. Anna da Graça Cardoso, de outro com terras de d. Joanna Maria Bueno; pertence a Manoel José Dias Guimarães, desta Vila, por título de compra; e cultiva com seis escravos e três agregados.

N. 60 - Boturuá - Trezentas braças de testada, e quatrocentas de fundo, parte de um lado com terras de Manoel José Dias Guimarães, e de outro com terras de d. Gertrudes Maria Bueno; pertence a d. Joanna Maria Bueno, por título de herança; e cultiva com 2 escravos.

N. 61 - Caxueira - Trezentas braças de testada, quatrocentas de fundo, parte de um lado com terras de d. Joanna Maria Bueno, e de outro com Domingos Ribeiro de Escobar; pertence a d. Gertrudes Maria Bueno, por título de herança; e cultiva com dez escravos.

N. 62 - Perequé-mirim - Quatrocentas braças de testada e seiscentas de fundo, parte de um lado com terras de d. Gertrudes Maria Bueno, e de outro com terras de d. Anna Maria Sandim; pertence a Domingos José Ribeiro de Escobar, por título de herança, e cultiva com seis escravos.

N. 63 - Guarapá - Quatrocentas braças de testada e quatrocentas e cinqüenta de fundo, parte de um lado com terras de Domingos Moreira de Escobar e de outro com terras do Convento do Carmo, desta Vila; pertence a Anna Maria Sandim, por título de compra, e cultiva com seis escravos.

N. 64 - Medeiros - Quatrocentas braças de testada, e cento e vinte de fundo, parte de um lado com terras de Anna Maria Sandim, e de outro com terras de Antonio Vicente Ferreira; pertence ao Convento do Carmo, desta Vila, por título de doação, é cultivada por um foreiro, sem escravos.

N. 65 - Bom-retiro - Duzentas braças de testada e cem de fundo, parte de um lado com terras do Convento do Carmo, e de outro com terras de Luiz José de Jesus; pertence a Antonio Vicente Ferreira, por título de compra, e cultiva com quatro escravos.

N. 66 - O Vermelho - Trezentas braças de testada e cem braças de fundo, parte de um lado com terras do licenciado Antonio Vicente Ferreira, e de outro com terras do Convento do Carmo; pertence a Luiz José de Jesus, e cultiva com dois escravos.

N. 67 - Tapera-velha - Mil e seiscentas braças de testada e quinhentas de fundo, parte de um lado com terras de Luiz José de Oliveira e de outro com terras de d. Isabel Pinheiro Sandim; pertence ao Convento do Carmo, desta Vila, por título de doação; cultivado por 3 foreiros com 8 escravos.

N. 68 - Jeribatyba - Treze léguas de testada, e fundos até onde chegar a conquista de Portugal, parte de um lado com terras de d. Isabel Pinheiro e de outro com terras do Convento do Carmo; pertence por doação que fez Braz Cubas ao dito Convento; não tem cultura.

N. 69 - Caxueira - Duzentas e cinqüenta braças de testada, e uma légua de fundo, parte de um lado com terras do Convento do Carmo, e de outro com terras do patrimônio da Capela de S. José; pertence a d. Isabel Pinheiro Sandim Ribas, por título de compra, são cultivadas por 2 escravos.

N. 70 - S. José [*] - Novecentas braças de testada e uma légua de fundo, parte de um lado com terras de d. Isabel Pinheiro e de outro com terras de Valentim Gomes de Miranda; é patrimônio da Capela de S. José, nas mesmas existente, administrada por d. Maria Francisca Bueno, que cultiva com 3 escravos, e três foreiros.

N. 71 - Bom Jardim - Quatrocentas braças de testada e quatrocentas de fundo, parte de um lado com terras do patrimônio da Capela de S. José, e de outro com terras de Manoel Jeronymo de Oliveira; pertence a Valentim Gomes de Miranda, por título de compra, e as cultiva com vinte escravos.

N. 72 - Santa Cruz - Quatrocentas braças de testada e outro tanto de fundo, parte de um lado com terras de Valentim Gomes de Miranda, e de outro com terras do Mosteiro de S. Bento; pertence a Manoel Jeronymo de Oliveira, por título de compra, e as cultiva com quatro escravos e dois agregados.

N. 73 - Santa Rita - Duas mil braças de frente e seiscentas de fundo, parte de um lado com terras de Manoel Jeronymo de Oliveira, e de outro com terras do patrimônio da Capela de Nossa Senhora das Neves; pertence ao Mosteiro de S. Bento, desta Vila, por título de compra; cultivadas por dois foreiros que nelas trabalham com doze escravos.

N. 74 - Nossa Senhora das Neves - Oitocentas braças de testada, e seiscentas de fundo, parte de um lado com terras de Santa Rita, e de outro com terras de Pedro Joaquim da Costa; pertence ao patrimônio da mesma Capela, existente no mesmo terreno, de que é administrador o capitão José Francisco de Menezes, e cultiva com oito escravos.

N. 75 - Pedreira - Quatrocentas braças de testada e duzentas de fundo, parte de um lado com terras de Nossa Senhora das Neves, e de outro com terras do capitão Francisco Xavier de Sant'Anna; pertence a Pedro Joaquim da Costa, por título de herança, e as cultiva com três escravos.

N. 76 - Tapurucaia - Quatrocentas braças de testada e seiscentas de fundo, parte de um lado com terras de Pedro Joaquim da Costa, e de outro com terras de João Ortiz de Camargo; pertence ao capitão Francisco Xavier de Sant'Anna, por título de compra; e as cultiva com dois escravos.

N. 77 - Boa-Vista - Quatrocentas braças de testada e seiscentas de fundo, parte de um lado com terras de Francisco Xavier de Sant'Anna e de outro com terras do capitão Francisco Ignacio dos Santos; pertence a João Ortiz de Camargo, por título de compra.

N. 78 - Peruty - Quatrocentas e cinqüenta braças de testada e trezentas e cinqüenta de fundo, parte de um lado com terras de João Ortiz de Camargo, e de outro com d. Gertrudes Ferreira Bueno: pertence a Francisco Ignacio dos Santos, por título de herança e compra, e as cultiva com oito escravos.

N. 79 - Morrão e Quilombo - Três mil braças de testada e légua e meia de fundo, parte de um lado com terras do capitão Francisco Ignacio dos Santos, e de outro com terras do coronel José Antonio Vieira de Carvalho; pertence a d. Gertrudes Ferreira Bueno, por título de compra, e as cultiva com trinta e seis escravos.

N. 80 - Bracaiáquara - Novecentas braças de testada, e outro tanto de fundo, parte de um lado com terras de d. Gertrudes Ferreira Bueno, e de outro com terras do tenente Antonio José de Souza; pertence ao coronel José Antonio Vieira de Carvalho e mais herdeiros, por título de herança, sem cultura.

N. 81 - Poço-grande - Quinhentas braças de testada e seiscentas de fundo, parte de um lado com terras do coronel José Antonio Vieira de Carvalho e de outro com terras de Maria Thereza; pertence ao tenente Antonio José de Souza, por título de compra; sem cultura.

N. 82 - Estaleiro - Quinhentas braças de testada, e quatrocentas de fundo, parte de um lado com terras do tenente Antonio José de Souza, e de outro com os herdeiros do falecido capitão-mor Ignacio Luiz da Silva; pertence a Maria Thereza, por título de doação que lhe fez Manoel de Castro; cultivada por quatro agregados.

N. 83 - Porto Velho de Mogy - Oitocentas braças de testada que principiam no rio, até o Pico do Morrão, e duas léguas de fundo pelo mesmo rio até a Serra, parte de um lado com terras de Luiz Pereira Machado; pertence aos herdeiros do falecido capitão-mor Ignacio Luiz da Silva, moradores em Paranaguá, por título de compra; estão sem cultura.

N. 84 - Piassaguera - Três mil braças de testada e duas léguas de fundo até o cume da serra, parte de um lado com o rio do Porto-Velho de Mogy, desde a sua embocadura, rio acima, e de outro com terras de S. M. que foram dos extintos jesuítas; pertence a Luiz Pereira Machado, por título de compra, e cultiva com trinta escravos.

N. 85 - Os Areaes e Cubatão geral - Duas léguas mais ou menos, fundos até a Serra e caminho de S. Paulo, parte de um lado com terras de Luiz Pereira Machado, e de outro com terras de d. Josepha Ferreira Bueno; pertence a S. M. por confisco dos bens dos extintos jesuítas, serve de porto para a Cidade de S. Paulo, nelas cultivam povoadores ilhéus, que há pouco vieram e seis foreiros com quatro escravos.

N. 86 - Serra de Paranapiacaba - Três léguas de terras devolutas, sem senhorio, e sem cultura, que compreendem a Serra até o rio pequeno do caminho de S. Paulo e que por sua incapacidade e esterilidade ninguém as pretende, nem cultiva; portanto não tem morador até a paragem Rio Pequeno.

N. 87 - Rio Pequeno - Uma légua de testada, e meia de fundo, parte de um lado com terras devolutas, e de outro com terras do Rio-Grande do alferes Antonio Xavier de Lima; pertence a Salvador Pires, morador em S. Paulo, por título de compra, e as cultiva com dois escravos.

N. 88 - Rio-Grande - Meia légua de testada, e uma légua de fundo, parte de um lado com terras de Salvador Pires e de outro com o mesmo Rio-Grande; pertence ao alferes Antonio Xavier de Lima, por título de compra, e cultiva com cinco escravos.

Nas mesmas terras se acham estabelecidos dois moradores, seus genros; moram na cidade de S. Paulo [*].

ILHAS QUE SE ACHAM PRÓXIMAS À TERRA FIRME

N. 89 - Sahy - Cento e cinqüenta braças de testada e vinte cinco de fundo, parte por ambos os lados, frente e fundo com o mar grosso; pertence a Manoel Antonio dos Santos, por título de compra; sem cultura.

N. 90 - Ilha das Couves - Cento e oitenta braças de frente, e oitenta de fundo, parte em toda a sua circunferência com o mar grande; pertence ao sargento-mor Ignacio Rodrigues Lisboa, desta Vila, por título de compra; são cultivadas por três agregados que gratuitamente ali vivem com suas famílias.

N. 91 - Ilha de Guanique - Cento e oitenta braças de testada, e cem de fundo, é circulado este terreno pelo mar, e só pega em uma ponta com terras do Caeté do Convento do Carmo, no rio Bertioga: pertence ao padre José da Silva Cruz, morador na Vila de Ubatuba, por título de doação para seu patrimônio; tem um foreiro que a cultiva com sua família.

N. 92 - Ilha dos Padres - Duzentas braças de testada e cem de fundo, é circulada de mar, e mangue; pertence ao coronel José Antonio Vieira de Carvalho, desta Vila, serve de pasto a gado vacum, e tem quatro escravos efetivos.

N. 93 - Ilha do Teixeira [*] - Quatrocentas braças de testada, e outras tantas de fundo, é circulada pelo rio do Cubatão; pertence ao padre José Francisco de Mendonça, vigário colado de Nossa Senhora da Guia, da Vila de Iguape, por título de doação em que estabeleceu o seu patrimônio; está cultivada por um morador com sua família gratuitamente.

SÍTIOS ESTABELECIDOS NA ILHA DE SANTO AMARO [*]

N. 94 - Armação de Santo Antonio da Bertioga - Meia légua de testada, e outro tanto de fundo, parte de um lado com o rio da barra da Bertioga, o mar largo e costa brava, e de outro com terras de Ponta Grossa, dos herdeiros de Antonio Faves. Este terreno pertence ao Real contrato das pescas da Baleias, por título de compra; nela subsiste a Armação da dita pescaria, e se servem das lenhas para o tráfico em que se ocupam trinta escravos.

N. 95 - Ponta Grossa - duzentas braças de testada, e meia légua de fundo, do mar pequeno ao mar grande, terra montuosa, parte de um lado com terras do Real contrato das Baleias, e de outro com terras de d. Gertrudes Maria Bueno; pertence por título de herança aos três herdeiros Manoel Joaquim, Antonio Froes e José Lopes, que as cultivam com seis escravos.

N. 96 - Bom Jardim - Trezentas braças de testada, e meia légua de fundo até o mar grande, parte de um lado com terras do sítio da ponta grossa e de outro com terras das  Pedrinhas; pertence a d. Gertrudes Maria Bueno por título de compra, são cultivadas por Antonio Froes, dois filhos e um escravo.

N. 97 - Pedrinhas - Cinqüenta braças de testada, duzentas de fundo até o cume do morro, parte de um lado com terras do Bom Jardim, e de outro com terras do padre-mestre Francisco Xavier de Passos; pertence aos herdeiros de Brigida Maria que vivem ausentes; sem cultura.

N. 98 - Pinheiro ou Buração - Trezentas braças de testada, e meia légua de fundo até o mar grande, parte de um lado com terras das Pedrinhas, e de outro com terras do sítio denominado S. Pedro; pertence ao padre-mestre Francisco Xavier de Passos por título de doação em que fez o patrimônio para ordens sacras; são cultivadas pela parte do mar grosso por casais com suas famílias gratuitamente.

N. 99 - S. Pedro - Duas mil e duzentas braças de testada, e outro tanto de fundo, parte de um lado com terras do padre-mestre Francisco Xavier dos Passos e de outro com terras dos herdeiros de Renel Rons, chamadas Baregui, no mar pequeno, e da parte do mar grosso, parte com terras do capitão-mor João Baptista da Silva Passos: pertence ao Real contrato da pescaria das Baleias, donde se tira a lenha para o fabrico da Armação, da arte do mar pequeno e do lado do mar grande que tem o nome de Yporanga são trabalhadas em cultura por alguns pobres agregados.

N. 100 - Baregui - Quinhentas braças de testada, fundos até o cume do morro que terá igual quantidade, parte de um lado com terras denominadas S. Pedro, e de outro com terras do cirurgião-mor João Baptista Teixeira; pertence aos herdeiros do falecido Renel Rons por título de herança, que as cultivam com seis escravos.

N. 101 - Indahyá - Cento e cinqüenta braças de testada, e trezentas de fundo, até o pico do morro, parte de um lado com terras dos herdeiros do falecido Antonio José de Souza; pertence ao cirurgião-mor João Baptista Teixeira, por título de compra; cultiva com 12 escravos.

N. 102 - Estaleiro - Cento e cinqüenta braças de testada e trezentas de fundo até o pico do morro, parte de um lado com terras do Indahyá, e de outro com terras do capitão-mor João Baptista da Silva Passos; pertence aos herdeiros do falecido Antonio José de Souza; sem cultura.

N. 103 - Morrinho - Cinqüenta braças de testada e trezentas de fundo, até o cume mais alto, parte de um lado com terras do Estaleiro, e de outro com terras de Manoel Rodrigues; pertence ao capitão-mor João Baptista da Silva Passos, por título de compra; estão arrendadas para a Feitoria da casca de mangue para curtume, e são cultivadas por dois escravos [*].

N. 104 - Agua-Branca - Trezentas braças de testada e trezentas de fundo até o cume do morro, parte de um lado e pelo fundo com terras do capitão-mor João Baptista da Silva Passos, e de outro com terras do mesmo capitão-mor e do terreno denominado Emboaba; pertence a Manoel Rodrigues de Oliveira, por título de herança; sem cultura.

N. 105 - Guarúrini-pitanga - Trezentas braças de testada e duzentas de fundo, parte de um lado com terras de Manoel Rodrigues, e de outro com terras do padre cura Antonio José Pinto; pertence ao capitão-mor João Baptista da Silva Passos, por título de compra, e são cultivadas por quatro agregados.

N. 106 - Guarúrini-Taguá - Trezentas braças de testada e duzentas de fundo, parte de um lado com terras do capitão-mor João Baptista, e de outro com terras do Crumahú e terras do Emboaba; pertence ao padre cura Antonio José Pinto, morador em S. Paulo, por título de compra, e é cultivado por um agregado com sua família.

N. 107 - Emboaba - Duzentas braças de testada e outras tantas de fundo, parte de um lado com terras da Capela do Crumahú; o dono destas terras passou-se a muitos anos para as Minas, e nunca mais se soube dele; sem cultura.

N. 108 - Crumahú - Mil braças de testada e quatrocentas e cinqüenta de fundo até o pico do morro, parte de um lado com terras do Emboaba, e de outro com terras do capitão Manoel de Alvarenga Braga, é patrimônio da Capela de nossa Senhora da Apresentação, ereta no mesmo sítio do qual é administrador o tenente-coronel José Vicente de Oliveira, parente dos instituidores, cultivada por Pedro Francisco da Costa com seis escravos, por concessão do administrador.

N. 109 - S. João do Crumahy - Quinhentas braças de testada, e trezentas de fundo até o pico do morro, parte de um lado com terras de Nossa Senhora da Apresentação, e de outro com terras João Antonio de Souza; pertence ao capitão Manoel de Alvarenga Braga, por título de compra, e cultiva com dezoito escravos.

N. 110 - Boa-Vista - Quinhentas braças de testada e trezentas de fundo, parte de um lado com terras do capitão Manoel de Alvarenga Braga, e de outro com terras de João Octavio Nébias; pertence a João Antonio de Souza, por título de compra, e cultivada com sete escravos.

N. 111 - Tapéra - Trezentas braças de testada e duzentas de fundo, parte de um lado com terras de João Antonio de Souza, e de outro com terras do Saco; pertence a Bento Nunes, por título de herança; é cultivada com quatro escravos.

N.B. - O proprietário deve ser João Octavio Nebias.

N. 112 - O Saco - Quinhentas braças de testada e trezentas de fundo até o pico do morro, parte de um lado com terras de João Octavio Nebias, e de outro com terras de José da Silva Santos. Este terreno está seqüestrado há muitos anos pela Fazenda Real; pertence ao falecido Bento Nunes, e não há quem declare os seus títulos; não tem cultura.

N. 113 - Boa-Vista do Saco - Cem braças de testada e cem de fundo, parte de um lado com terras do Saco, e de outro com terras de d. Maria Rosa de Oliveira; pertence a José da Silva Santos, por título de dote, e é cultivada com três escravos.

N. 114 - Caxueira de Santo Amaro - Quatrocentas braças de testada e trezentas de fundo, parte de um lado com terras de José da Silva Santos e de outro com terras de d. Maria Barboza da Silva; pertence a d. Maria Rosa de Oliveira, por título de herança, e cultiva com onze escravos.

N. 115 - Porto de Santo Amaro - Trezentas braças de testada, e duzentas de fundo, parte de um lado com terras e d. Maria Rosa de Oliveira, e de outro com terras da Gloria; pertence a d. Maria Barboza da Silva por título de compra, e cultiva com dez escravos.

N. 116 - Gloria - Duzentas braças de testada e trezentas de fundo, parte de um lado com terras de d. Maria Barboza da Silva, e de outro com terras do tenente Antonio Botelho de Carvalho; pertence a Anna Severina, por título de doação; sem cultura.

N. 117 - Guarujá-guassú - Quinhentas braças de testada e quatrocentas de fundo: parte de um lado com terras da Glória, e de outro com terras do Oiteiro grande; pertence ao tenente Antonio Botelho de Carvalho, por título de compra, e cultiva com doze escravos.

N. 118 - Oiteiro grande - Quinhentas braças de testada, e quatrocentas de fundo, parte de um lado com leras do tenente Antonio Botelho de Carvalho, e de outro com terras do tenente Benedicto Bueno d'Araujo; pertence aos herdeiros de Antonio Martins d'Aguiar, por título de herança, e é cultivado por dezessete escravos.

N. 119 - Oiteiro - Quinhentas braças de testada, e quinhentas de fundo, parte de um lado com terras do Oiteiro grande, e de outro com terras da Olaria; pertence ao tenente Benedicto Bueno de Araujo, por título de compra, cultiva com três escravos, e dois agregados.

N. 120 - Corumbaty, ou Olaria - Trezentas braças de testada, e trezentas de fundo parte de um lado com terras do Oiteiro, e de outro, com terras do porto de Guaibe; pertence ao tenente Joaquim José Lopes, por título de doação, sem cultura.

N. 121 - Porto de Guaibe - Quinhentas braças de testada, e trezentas de fundo, até o pico do morro, parte e um lado com terras da Olaria, e de outro com terras de Theodoro de Menezes Forjaz; pertence a d. Rosa Maria Leite, por título de compra, e cultiva com nove escravos.

N. 122 - Mato-Grosso - Quatrocentas braças de testada e mil de fundo até a costa do mar bravo, parte de um lado com terras de d. Roza Maria Leite e de Guaiabi, e se outro com terras de S. Sebastião, e Icanhema; pertence a Theodoro de Menezes Forjaz por título de compra, e cultiva com quatorze escravos.

N. 123 - S. Sebastião - Trezentas braças de testada e trezentas de fundo, em algumas partes cem, e em outras menos, se divide de um lado com terras de Theodoro de Menezes Forjaz e de outro e seus fundos com terras de Icanhema; pertence ao tenente-coronel Ignacio Alves de Toledo, morador em Sorocaba, e está arrendada ao capitão-mor João Baptista da Silva Passos, para pasto de animais do Sítio de Icanhema.

N. 124 - Icanhema - Oitocentas braças de testada, e meia légua de fundo, parte de um lado com terras de S. Sebastião e Matto-Grosso, e de outro com terras da Praia do Góes; pertence a Anna Luiza da Silva, por título de doação, e cultiva com quinze escravos.

N. 125 - Praia do Góes - Setecentas braças de testada e trezentas de fundo, águas vertentes para a entrada da barra grande, parte de um lado com terras da Fortaleza de Santo Amaro, e de outro com terras do Icanhema e Issangaba; pertence ao Real contrato da pescaria das Baleias que são ocupadas no tempo de pescaria pelos que se empregam nesse tráfico. Tem dois agregados com suas famílias, e dois escravos que servem de zeladores e de guardar a casa do mesmo contrato porque finda a pesca, tudo o mais se recolhe para a Armação de Bertioga.

N. 126 - Guaibe - Quinhentas braças de testada na frente do mar grosso e trezentas de fundo até o pico do morro, parte de um lado com terras do Matto grosso e de d. Rosa Maria Leite e de outro com terras do tenente Benedicto Bueno e Manoel Pedro Martins pertence a Joaquim José de Sant'Anna, por título de compra - e cultiva com vinte escravos.

N. 127 - Canto do Guaibe - Trezentas braças de testada e quatrocentas de fundo parte de um lado com terras de Joaquim José de Sant'Anna, e do tenente Benedicto Bueno e de outro com terras de Monduba; pertence a Manoel Pedro Martins por título de herança e cultiva com sete escravos.

N. 128 - Monduba - Mil braças de testada, e quinhentas de fundo na costa do mar bravo: parte com terras do Canto de Guaibe por um lado e de outro com terras do tenente Benedicto Bueno: pertence a d. Rosa Maria Leite por título de herança; e cultiva com seis escravos.

N. 129 - Guaruja-mirim - Vinte e cinco braças de testada e cem de fundo, parte de um lado com terras do tenente Benedicto, e de outros com terras de Maria Francisca; pertence a Francisco Gabriel Pereira por título de herança, e cultiva com sua família.

N. 130 - Guaruja - Cento e vinte braças de testada, e trezentas de fundo, parte de um lado com terras de Francisco Gabriel Pereira e de outro com terras das Campinas; pertence a Maria Francisca por título de herança, e são cultivadas pela mesma, seus filhos e parentes.

N. 131 - Campinas - Trezentas braças de testada, e duzentas de fundo, parte de um lado com terras de Maria Francisca, e de outro com terras de João Teixeira Chaves; pertence a Joaquim Meixedo por título de doação, e cultiva com sua família.

N. 132 - Paciencia - Uma légua de testada e outro tanto de fundo, parte de um lado com terras das Campinas, e de Santo Amaro, e de outro com terras da Enseadinha; pertence a João Teixeira Chaves, por título de compra, e as cultiva com sessenta e três escravos e doze agregados.

N. 133 - Enseadinha - Cento e quatro braças de testada, e duzentas de fundo, parte de um lado com terras da Paciencia e de outro com terras de José Ignacio Corrêa; seu dono há muitos anos retirou-se para Minas, deixou procuradores que já morreram; nelas cultiva um pobre Manoel da Graça com sua família.

N. 134 - Enseada de Santo Amaro - Quinhentas braças de testada e quatrocentos de fundo, parte de um lado com terras da Enseadinha, e de outro com o mar grosso, e terras de Pernambuco; pertence a José Ignacio Corrêa, por título de herança e compra, cultiva com quatro escravos e quatro agregados com suas famílias.

N. 135 - Pernambuco - Seiscentas braças de testada e mil e quinhentas de fundo, parte de um lado com terras da Enseada, e de outro com terras de Perequê-guassú: pertence ao capitão-mor João Baptista da Silva Passos por título de compra, e é cultivado gratuitamente por dois casais pobres com suas famílias.

N. 136 - Perequê Guassú - Quatro mil e quinhentas braças de testada e mil e quinhentas de fundo parte dum lado com terras de Pernambuco, e de outro com terras do Yporanga; pertence ao capitão-mor João Baptista da Silva Passos por título de compra e cultiva com quarenta escravos.

N. 137 - Conceição - Duas mil e duzentas braças de testada e duas mil de fundo, parte de um lado com o rio chamado Santo Amaro e terras de d. Maria Rosa de Oliveira, e de outro com terras do Itapema; pertence ao dr. médico Joaquim José Freire, por título de arrematação dos bens dos extintos jesuítas, cultiva com cinco escravos e cinco moradores com suas famílias que trabalham gratuitamente.

N. 138 - Itapema - Oitocentas braças de testada, e mil de fundo, parte de um lado com terras da Conceição, e de outro com o rio Acarahy e terra do Convento do Carmo; pertence uma parte a Alexandre José Dias, por título de herança, cultiva com oito escravos.

N. 139 - Acarahy - Três mil braças de testada, e outro tanto de fundo, parte de um lado com o rio Acarahy, e d. Maria Rosa de Oliveira, e com terras de Itapema, e de outro com terras do Sitio Maratão-há; pertence ao Convento do Carmo por título de doação e cultiva com cinco escravos.

N. 140 - Maratão-há - Trezentas braças de testada e quinhentas de fundo, parte de um lado com o rio chamado Maratão-há, e de outro com outro rio que vai para o Sitio do Sacco, os fundos partem com terras do Convento do Carmo, e do dito Saco; pertence ao capitão Manoel Alvarenga Braga por título de compra e cultiva com cinco escravos.

N. 141 - Varjão, ou Sambaqui - Mil braças de testada, e trezentas de fundo, parte nos fundos com terras do padre Antonio José Pinto, chamado Emboaba, e de outro com o rio chamado Agoa branca; pertence aos herdeiros do falecido sargento-mor Manoel Angelo de Aguiar; sem cultura.

N. 142 - Ponta da Praia de Embaré - Duas mil duzentas e oitenta braças de testada, e mil e quinhentas de fundo; parte de um lado com terras de José Onorio Bueno e de outro com terras do Sitio Oiteirinhos; pertence aos herdeiros do capitão Francisco Cardoso de Menezes e Souza por título de herança; é cultivada por doze foreiros com suas famílias.

N. 143 - Oiteirinhos - Quinhentas braças de testada, e oitocentas de fundos, parte de um lado com terras da Ponta da Praia, e de outro com terras do Sítio Caldeireiro. Os proprietários deste terreno se ausentaram há muitos anos para Minas e Goiás, deixando nesta Vila procuradores que já faleceram; porém os herdeiros destes procuradores o dominam, e presentemente é Antonio Teixeira. Cultivado por dois foreiros com suas famílias.

N. 144 - Caldeireiro - Quatrocentas braças de testada e quinhentas de fundo, parte de um lado com terras do alferes Athanazio José do Couto; pertence aos herdeiros do falecido capitão Francisco Cardoso de Menezes por título de herança, estão aforados e são cultivados com dois escravos.

N. 145 - Guaruruú-mirim - Sessenta braças de testada e cem de fundo, parte de um lado com terras do capitão Francisco Cardoso de Menezes, e de outro com terras chamadas Os Bexiguentos; pertence ao alferes Athanazio José do Couto por título de compra; cultiva com quatro escravos.

N. 146 - Bexiguentos - Trezentas braças de testada e duzentas de fundo, parte de um lado com terras do alferes Athanazio José do Couto, e de outra com terras do Sitio chamado Seixas, e com a Vila, onde já tem muitas casas que pagam foro. Este terreno serve de patrimônio ao reverendo Manoel Jorge, morador em São Sebastião, não tem cultura, porque a Vila se vai estendendo por ele por falta de rocio; é possuído por herança, e serve-lhe de título a escritura de patrimônio.

N. 147 - O Seixas - Duzentas braças de testada, e duzentas e cinqüenta de fundo, parte de um lado com terras do alferes Athanazio José do Couto, e padre Manoel Jorge, e de outro com terras do reverendíssimo vigário colado José Antonio da Silva Barbosa, e terras do Convento do Carmo; pertence ao capitão Manoel Alves Guedes de Carvalho por título de compra, cultiva com quatro escravos.

N. 148 - Morrinho - Quinhentas braças de testada, e seiscentos de fundo, parte de um lado com terras dos herdeiros do capitão Francisco Cardoso de Menezes, e de outro com terras do capitão Manoel Alves Guedes, e terras do Convento do Carmo; pertence ao reverendíssimo vigário colado desta Vila, José Antonio da Silva Barbosa, por título de compra, sem cultura.

N. 149 - Monserrate - Duzentas braças de testada, e trezentas de fundo parte de um lado com o capitão Manoel Alves Guedes, e com terras do reverendíssimo vigário, e de outro com terras do Jabaquara, e do Mosteiro de São Bento; pertence ao Convento do Carmo desta Vila por título de doação, está uma parte aforada, e cultivada por quatro escravos.

N. 150 - Jabaquara - Mil braças de testada, e setecentas de fundo, parte de um lado com terras de José Honorio Bueno, e do Convento do Carmo, e de outros com terras do Sítio chamado Combuca e do Mosteiro de São Bento; pertence aos herdeiros do falecido Marçal Ferreira dos Santos por título de herança, e cultivado com quatro escravos, e por dois agregados.

N. 151 - Morro de N. Senhora do Desterro - Seiscentas braças de testada e trezentas de fundo, parte de um lado com terras do Convento do Carmo, e de outro com terras dos herdeiros do falecido capitão Francisco Cardoso de Menezes; e os fundos partem com terras de Jabaquara; pertence ao Mosteiro de São Bento, por título de doação; cultivadas por dois foreiros, um filho com oito escravos.

N. 152 - Penha e Saboó - Mil e quinhentas braças de testada e duzentas de fundo, parte de um lado com terras de São Bento, e de outro com terras de Saboó-guassú; pertence aos herdeiros do falecido capitão Francisco Cardoso de Menezes e Sousa, por título de herança, cultivado por cinco escravos.

N. 153 - Saboó-guassú - Mil braças de testada e outras tantas de fundo, parte um lado com terras de Saboó-mirim, e de outro com terras de Anna Francisca da Graça, e com terras do Sítio chamado Combuca; pertence aos herdeiros de Silvestre de Cerqueira Lima, por título de herança; cultivado com ?... escravos.

N. 154 - Combuca - Duzentas braças de testada e cento e cinqüenta de fundo, parte de um lado com terras de Jabaquara, e de outro com terras dos herdeiros de Silvestre de Cerqueira Lima; pertence a Felisberto Pinto Tavares; sem cultura.


[*] Estes apontamentos que agora publicamos, conforme ao régio aviso de 21 de outubro de 1817, são copiados de um manuscrito de um velho santista, e devemo-los à obsequiosidade do respeitável sr. José Joaquim Florindo e Silva. Os homens que se dedicam ao estudo da história da província de S. Paulo e os curiosos que apreciam as velharias, sem interesse para o vulgo, lerão com agrado estes apontamentos, e dar-lhes-ão o preço que queremos encontrar neles. Eis a razão de sua inserção na Revista Nacional.

Os diretores.


[*] Este sítio foi doado à Santa Casa de Misericórdia de Santos pela sua possuidora d. Maria Francisca Ferreira Bueno, por escritura pública lavrada nas notas do Tabelião Firmino de Quadros Aranha, aos nove de agosto de mil oitocentos e cinqüenta e dois com a única condição de ficar gozando do usufruto dele, enquanto viva for sua prima d. Maria Josepha da Silva Bueno. Esta doação tanto das terras do sítio, como da casa e Capela nela existente e todas e quaisquer plantações e benfeitorias que possam haver no ato do falecimento da usufrutuária ainda mesmo por ela feitas, sem que nenhum de seus herdeiros ou da dita usufrutuária possam exigir indenização alguma, a requerimento do tenente José Antonio Pereira dos Santos, procurador geral da Santa Casa de Misericórdia, foi julgada por sentença do juiz municipal dr. Bernardo Avellino Gavião Peixoto, aos dezessete de junho de mil oitocentos e cinqüenta e três, sendo escrivão Francisco Antonio Ferreira, achando-se presente a doadora tanto ao ato de lavrar a escritura de doação como aos interrogatórios das respectivas testemunhas.

Existe no Arquivo da Irmandade e pública-forma dos autos cíveis de insinuação, doação e sentença, passada pelo escrivão e tabelião Francisco Antonio Ferreira, aos vinte e um de junho de mil oitocentos e cinqüenta e três.

[*] As terras sob os ns. 86, 87 e 88 não pertencem presentemente ao distrito de Santos, mas ao de S. Bernardo, caminho de S. Paulo.

[*] Esta ilha que hoje tem a denominação de Casqueiro, por ter nela existido uma feitoria que se ocupava na extração da casca de mangue, pertence atualmente a José Baptista da Silva Bueno por título de compra, e é cultivada por dez escravos.

[*] Esta ilha que poderá ter de extensão quatro para cinco léguas, e uma légua na sua maior largura; na parte mais estreita, que terá meia légua, vão os terrenos de mar a mar; quero dizer, do rio da Bertioga que é mar morto, a outro lado do mar grande que é costa brava, aonde a ilha tem mais largura tem moradores de um e outro lado.

[*] (N.E: apesar da indicação, não foi publicada nota de rodapé para este item).


Imagem: reprodução da página 24 da publicação original na Revista Nacional de 1877