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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - LUGARES
Cidade dos búfalos e das baleias (7)

Itatinga
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Vivendo quase todos na diminuta área insular, os santistas raramente conhecem a área continental do município, ou mesmo alguns locais só acessíveis por via aquática. Assim, muitos provavelmente pensarão que é lenda se alguém lhes contar que em Santos existe criação de búfalos, ou podem ser avistadas baleias (não considerando o esqueleto existente no Museu de Pesca, nem as raras vezes em que as baleias encalham moribundas na praia).

Nascendo na Serra do Mar, o Rio Itatinga percorre 24 km em meio à densa vegetação, formando cachoeiras e piscinas antes de desaguar no Rio Itapanhaú. Inaugurada em 10 de outubro de 1910, a hidrelétrica construída pela administração portuária de Santos (em área adquirida em 1903 da Fazenda Pelaes) era então uma  das mais importantes do Brasil, chegando a abastecer de eletricidade a Baixada Santista e até a capital paulista. Sua queda d'água, de 765 metros, era a maior do País, tendo a usina sido projetada pelo engenheiro Guilherme Benjamin Weinschenck.

A Vila Itatinga começou a se formar em 1910, quando a Cia. Docas de Santos (antecessora da Companhia Docas do Estado de São Paulo - Codesp) resolveu manter naquela área equipes de manutenção da hidrelétrica.


Capela de Nossa Senhora da Conceição, na vila de Itatinga, em 1998
Foto: Prefeitura Municipal de Santos

Acessos e trilhas - Há duas formas de acesso à Vila de Itatinga: pela rodovia Rio-Santos, num percurso completado por pequena travessia de balsa e uma viagem de 7,5 km num dos bondinhos de Itatinga; pode-se também chegar ao local após uma viagem de três horas em barco pelos canais do Estuário e de Bertioga e pelo Rio Itapanhaú. Nesse local, várias trilhas cortam a região e podem ser exploradas pelos visitantes: a das Ruínas, a da Captação, a do Vale do Rio Itatinga, dos Três Poços e o Caminho de Pedra.

A Trilha das Ruínas começa nas ruínas da Igreja de Nossa Senhora dos Pilares (ou Pelaes), do século XVII, e margeia o Córrego Fazenda. O caminho, percorrido em cerca de 40 minutos, é cercado por mata de encosta preservada, com diferentes espécies de bromélias e grande quantidade de trepadeiras. Chega-se então à área de captação conhecida como Pelaes, que forma bela queda d'água. Só é permitido
entrar na água após os limites dos tanques de captação.

Já a Trilha da Captação, de 1,5 km entre árvores de maior porte, que formam uma cobertura densa e contínua, passa por áreas de transição da vegetação de restinga para mata de encosta, atravessando regatos em rústicas pontes e margeando o Ribeirão Tachinhas.

Com 6 km de extensão, o Caminho de Pedra liga a área de planície ao alto das montanhas, a 730 metros de altura. Calçado com pedras, permite já em seu primeiro trecho, de 1,2 km, ver a paisagem da planície, com os rios Itapahaú e Itatinga, o mar e a vegetação. Três horas de percurso depois, o visitante atinge um belvedere, de onde avista toda a região desde Bertioga até Alcatrazes.

Eucaliptos, bromélias e orquídeas marcam a Trilha dos Três Poços, que pode ser percorrida a pé em cerca de meia hora, margeando um córrego até chegar a um poço decorado por grandes rochas, sobre as quais a água corrente forma duchas naturais.

Um rio com águas frias e cristalinas repleto de pequenos peixes, com trechos de correnteza rápida alternados com cachoeiras e várias piscinas naturais, em meio a densa vegetação em que se destacam as muitas variedades de bromélias: é o vale do Rio Itatinga, num percurso de cerca de 50 minutos procurado também por estudiosos da fauna, que ali encontram pegadas e vestígios de lagartos e outros pequenos animais, além de observar arapongas, tucanos, sabiás, saíras, teiús e borboletas, ou frutas como araçá, murici, gabiroba, pitanga e pitagoiaba.

Em Itatinga juntam-se três ecossistemas (mata de encosta, manguezal e restinga). Distante 30 km do centro de Santos, a vila de Itatinga, que desde o desmembramento do município de Bertioga (procedido de 1993 a 1996) deixou de pertencer ao território santista, é assim descrita numa página Web da Prefeitura Municipal de Santos:


Uma pequena linha de bondes elétricos ainda funciona naquela vila
Foto: Prefeitura Municipal de Santos

Ecoturismo em Itatinga

Alguns quilômetros de carro, uma rápida travessia de barco e uma incursão de bonde pelo meio da Mata Atlântica levam às trilhas da Vila de Itatinga. Além de caminhadas, é possível aproveitar a praia de pedras formada pelo rio Itatinga que, em tupi-guarani, significa pedra branca. Apresenta algumas trilhas suaves e outras íngremes, que chegam a 730 m de altitude e oferecem visão de ruínas que remontam à história das missões jesuítas, dos rios Itatinga, Itapanhaú e da paisagem desde Bertioga até a Ilha de Alcatrazes.

A vila compõe-se de 70 casas, escola, posto médico, auditório, clube, padaria e da Capela de Nossa Senhora da Conceição. A área é propriedade da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que criou a vila para abrigar os funcionários da usina hidrelétrica inaugurada em 1910, e que até hoje fornece 2/3 do total da energia consumida pelo porto de Santos. Erguida em terras da antiga Fazenda Pelaes, adquirida pela Codesp quando Bertioga era distrito de Santos, hoje Itatinga faz parte do município vizinho.

Área continental de Bertioga, Rodovia Rio-Santos, SP-55 (antiga BR-101). Acesso permitido apenas sob monitoramento de firmas credenciadas pela Prefeitura Municipal de Santos, para melhor preservação ecológica.

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