HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - Clubes - AEAS - BIBLIOTECA NM
Ass. Engenheiros e Arquitetos de Santos (3)
Criada em 1937, a Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Santos (AEAS) tem intensa atividade ligada à urbanização de Santos, diretamente ou por seus associados.
Entre suas ações está a edição, em 1996, deste livrete apresentando uma série de projetos para a cidade, em parceria com o jornal santista A Tribuna. A obra, de 36 páginas, tem textos de Maurício Businari; fotos de Paulo Freitas, Anésio Borges,
Irandy Ribas, Walter Mello e Carlos Nogueira; projeto gráfico de Fernanda Arcoverde; diagramação de Kléber Bonjoan; supervisão de Míriam Guedes de Azevedo; coordenação geral de Roberto Clemente Santini e impressão na Gráfica A Tribuna (Santos/SP).
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Propostas para o Desenvolvimento Turístico
de Santos
Propostas... Parcerias... Vontade de colaborar.
É disso que Santos precisa. Gente disposta a ações desta natureza não falta.
A Associação de Engenheiros e Arquitetos de Santos, ao apresentar, em conjunto com A Tribuna, uma série de projetos visando o desenvolvimento turístico-econômico da Cidade, confirmou
não apenas a excelente qualificação dos profissionais da área, como também o quanto é importante que outros setores da sociedade tenham vez e voz nos destinos do município.
A comunidade se fortalece na medida em que seus integrantes aprendem a somar ideias, dividir responsabilidades, diminuir diferenças e multiplicar os bons resultados.
Os profissionais que participaram deste projeto deram uma demonstração de competência,mas, acima de tudo, de amor à terra.
A ausência de vaidade e de interesses pessoais é virtude daqueles que valorizam o crescimento interior.
Hoje, a AEAS sente que cumpriu mais uma missão como entidade técnica.
O trabalho,porém, não termina aqui. Ao contrário, esta parceria com A Tribuna abriu um novo horizonte para associações de classe, para quem trem vontade política, mas, especialmente, para a
nossa Santos.
A luz não está no fim do túnel. Cada um de nós tem o poder de iluminar os caminhos que serão percorridos pelas próximas gerações.
Antonio Carlos Silva Gonçalves
Presidente da AEAS
A série de reportagens realizadas em parceria entre a Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Santos e A Tribuna, de 1º de julho a 13 de outubro de 1996, mais do que apontar caminhos
para o desenvolvimento econômico e turístico da Cidade, pode ser considerada como um alerta para o futuro.
São 14 propostas baseadas em projetos técnicos que tiveram o objetivo de contribuir para um amplo debate sobre os nossos destinos, e uma opção para mudarmos de vez o perfil do Município e da
região, seja por meio do Poder Público ou da iniciativa privada.
Os projetos contêm sugestões de atrativos do porte de uma marina na Ponta da Praia, tão necessária para impulsionar o setor náutico e tudo o que gira em torno dele, ou a construção de um
centro de convenções, que proporcionaria uma alternativa para diversos tipos de eventos, recolocando Santos dentre as cidades com padrão turístico internacional.
Este é o sentido dos projetos, com a contribuição de um trabalho técnico sério desenvolvido por profissionais daqui e a certeza de que sejam o início de dias melhores para todos nós.
Roberto Clemente Santini
Diretor executivo de A Tribuna |
A) Centro de Convenções:
O turismo de negócios é uma atividade com investimento certo e lucro garantido. Em Santos, ele ainda não se desenvolveu por falta de um local apropriado para a realização de convenções.
Pensando nisso, os técnicos da AEAS projetaram um centro de convenções no José Menino, sobre a plataforma do Emissário Submarino. Na parte térrea, o
equipamento contará com uma praça de eventos com 11.500 metros quadrados e um estacionamento para 1.330 veículos.
Quatro metros acima do estacionamento, localiza-se o pavilhão de exposições, com 23 mil metros quadrados. O centro de convenções, com 4 mil metros quadrados, fica oito metros acima do pavilhão e
possui auditório, foyer e sala de convenções.
O projeto prevê também a construção de um heliporto, áreas de alimentação, lojas de conveniência e setor de serviços. |
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B) Ciclovias:
Com o objetivo de desafogar o trânsito da Cidade e valorizar um meio de transporte que se adapta perfeitamente à realidade geográfica do Município - a bicicleta - a AEAS idealizou um projeto de
ciclovia que interliga todos os bairros de Santos. Desde a Ponta da Praia até a Zona Noroeste.
O equipamento seria instalado nas principais vias de Santos. Nas secundárias, o projeto sugere a colocação de ciclofaixas e, nas pequenas ruas de acesso, placas de sinalização específicas.
Nas avenidas que possuem canais, a ciclovia seria construída sobre ambas as calçadas que o ladeiam. Para não atrapalhar o tráfego de pedestres, os técnicos sugerem a construção de estruturas
metálicas, suspensas sobre o canal.
Na orla da praia, a ciclovia seria implantada sobre os jardins, em um recorte concretado de quatro metros entre a avenida e a praia. |
C) Revitalização urbana e turística do Centro:
A revitalização do Centro como polo comercial e turístico é vital para a recuperação econômica de Santos.
Assim, a AEAS idealizou um projeto que propõe diretrizes para solucionar problemas como habitação coletiva e a deterioração do patrimônio cultural.
O Bairro do Paquetá foi o escolhido para o projeto. Ele foi dividido em três áreas: Zona Especial de Interesse Social e Cultural (Zeisc); Zona de Renovação Urbana (ZRU); e
Zona Turística (ZT).
Na Zeisc, a AEAS sugere intervenções como a implantação de áreas comuns aos moradores (jardins, hortas e playground); recuperação dos edifícios históricos e criação de mecanismos para sua
preservação.
Nas demais, intervenções como a recuperação do Armazém XII-A para abrigar um terminal marítimo de passageiros, a implantação de uma rua 24 horas e criação do Museu do Porto. |
D) Trânsito:
O trânsito em Santos está um caos. O excesso de veículos particulares, o tráfego indiscriminado de caminhões e o péssimo estado dos veículos de transporte coletivo estão transformando Santos em um
bairro de São Paulo.
Por isso, os técnicos da AEAS sugerem a criação do Fundo Municipal de Trânsito, com o objetivo de garantir recursos necessários para o gerenciamento do Sistema Municipal de Trânsito.
Outro ponto é a elaboração do Plano de Melhorias do Sistema Viário, que compreende mudanças como a implantação da Onda Verde nas avenidas principais e a proibição de estacionamento nos pontos
críticos dos corredores.
Três obras são apontadas como necessárias: a construção de um segundo viaduto na Alemoa; de um Terminal Intermodal de cargas, próximo ao viaduto; e a
construção de um túnel interligando a Zona Noroeste ao Marapé. |
E) Expo-Nave-Lazer:
Partindo de pesquisas oceânicas de especialistas da UniSantos, que detectaram vestígios de um centenário galeão submerso na Baía de Santos, a AEAS bolou um projeto ousado. Trata-se do resgate
dessa embarcação e da sua transformação em atração cultural e turística.
Para isso, foi projetada uma edificação que inclui uma grande área para exposições, uma sala de projeção com 52 lugares, com o sistema cinemotion (as poltronas acompanham o movimento do
filme), biblioteca específica e até áreas para alimentação.
A grande área para exposições, onde os técnicos pretendem instalar um museu naval, é a primeira atração a ser conhecida pelo visitante. Depois, ele é conduzido a um foyer, onde assistirá a
vídeos sobre o mar, e ao cinemotion.
Só então o público terá acesso ao local onde estará exposto o galeão, por meio de plataformas elevadas para observação. |
F) Terminal de passageiros:
Sem um terminal marítimo de passageiros decente, Santos está se distanciando cada vez mais da rota turística de navios. Por isso, a AEAS sugere a construção de um novo terminal, longe do cais do
porto. O local escolhido é o Centro, ao lado do prédio da Alfândega.
O local foi escolhido por estar no coração da Cidade e por sua proximidade à Base Aérea de Santos. O equipamento, com 45 andares, poderia ser utilizado por quem
chegasse de navio, por quem está em terra e por quem desembarcasse no aeroporto - já prevendo a utilização comercial da Base.
No subsolo, o projeto prevê um amplo estacionamento de veículos. No térreo e primeiro andar, o primeiro shopping-center do Centro. O prédio possuiria ainda alfândega, escritórios, hotel cinco
estrelas, cassino, mirante, um centro de convenções para 700 pessoas e um restaurante giratório. |
G) Aeroporto metropolitano:
Com algumas adaptações, a Base Aérea de Santos, em Guarujá, pode se transformar em um aeroporto comercial. Com isso, o turismo receptivo da região ganhará uma
nova opção, facilitando o acesso de turistas de regiões mais distantes.
A implantação do aeroporto metropolitano na Base Aérea é uma das ideias defendidas pela AEAS. Com a ampliação da pista para 1,6 mil metros, ele poderá receber aeronaves Boeing 737-200 e 727-100.
Para interligar as duas cidades, a solução proposta é a construção de um túnel subaquático, que parte do Paquetá e desemboca no aeroporto. A
alternativa foi escolhida por seu baixo custo.
Intervenções como a construção de uma torre de comando, saguão de estar para passageiros, áreas para agências bancárias, correios, lojas e restaurantes também serão necessárias. |
H) Monotrilho:
Interligar as cidades da Baixada e reduzir os congestionamentos, proporcionando uma nova opção de transporte coletivo à população. Este é o objetivo do projeto de implantação de um monorail (monotrilho), que interligará os municípios de Santos, São Vicente, Praia Grande e Cubatão.
Para Santos, cinco grandes estações foram criadas pela AEAS. Em forma de trapézio e medindo 100 x 90 metros, elas serão instaladas na orla da praia.
Movido a energia elétrica, o trem trafega sobre trilhos presos a colunas que não ultrapassam 0,60 metro de diâmetro. Elas são fincadas a bases de concreto de um metro quadrado, alcançando uma altura
de 8 metros.
Os trilhos são presos a braçadeiras de metal, em forma de "V" ou "T", que não ultrapassam quatro metros de largura. Esse espaço é suficiente para o tráfego de dois monotrilhos (duas mãos). |
I) Parque aquático:
Revitalizar o Aquário Municipal e criar uma nova atração turística para a Cidade é o objetivo da AEAS, ao sugerir a construção de um parque aquático na Ponta da Praia. A ideia
é construir o equipamento sobre o Aquário, no canteiro central da Avenida Bartolomeu de Gusmão.
Sobre ele, será construída uma laje que abrigará piscinas e tobogãs. Para garantir a iluminação do equipamento municipal, os técnicos projetaram uma pirâmide de vidro - que ficará bem em cima do
Aquário.
O estacionamento localiza-se no pavimento térreo, utilizando uma área de cerca de 20 mil metros quadrados.
Em volta do Aquário, uma praça de alimentação e lojas de conveniência. No piso superior, as piscinas e tobogãs, que podem chegar a 30 metros de altura. E também bares em estilo tropical, vestiários e
área de apoio. |
J) Transportes:
O sistema de transporte na Cidade há muito não satisfaz às necessidades da população. A AEAS sugere alterações que podem mudar este quadro.
Para o sistema viário, os técnicos defendem, entre outras intervenções, a modernização de todo o sistema principal, com a implantação de controle semafórico eletrônico sincronizado, monitorado por
computadores.
Para o transporte de cargas, eles sugerem a construção de um terminal intermodal, a implantação de um regulamento para circulação de cargas, tendo como corredor obrigatório de circulação o complexo
composto pelo viaduto da Alemoa, retão da Alemoa e Avenida Portuária.
E, para o sistema de transporte coletivo, o projeto sugere a criação de um novo modelo de gestão, com a criação de um órgão específico para implementação das políticas de transporte. |
K) Calçadão do Gonzaga:
Outra proposta da AEAS é a revitalização do Bairro do Gonzaga e sua recuperação como polo turístico.
Para isso, os técnicos idealizaram a transformação da Avenida Ana Costa, no trecho entre a Praça Independência e a praia,
em um calçadão urbanizado.
Porém, o ponto alto do projeto é a construção de uma torre de 70 metros de altura, que funcionará como mirante. Em forma triangular, ela possuirá um elevador panorâmico em cada vértice, permitindo
vários ângulos de visão.
O local escolhido para implantação da torre é a Praça das Bandeiras. Como o Gonzaga situa-se no meio da Baía de Santos, ela seria um referencial da Cidade até para quem
chega por mar.
Em torno da base da torre, o projeto prevê a instalação de uma grande área de palco, voltada para a praia. A ligação desta área com a Ana Costa será feita por uma passarela suspensa. |
L) Center market-tur:
Para revitalizar a Bacia do Mercado, que há muito se ressente do abandono a que foi relegada, os técnicos da EAS elaboraram um projeto que prevê a criação de um terminal de
barcas e de um shopping de alimentação. O objetivo é fundir comércio de alimentos com o turismo.
A intervenção no prédio do Mercado é necessária, e começa pela revisão dos espaços para os boxes de hortifrutigranjeiros. No térreo, o projeto prevê a construção de um shopping de alimentação,
a instalação de restaurantes, casas noturnas, sala de projeções e treinamento, auditório e um pequeno salão de convenções.
Ao lado do canal, a AEAS idealizou uma praça para abrigar exposições de arte. O novo atracadouro para as barcas será construído em ferro e vidro, assim como as passarelas que o interligarão aos dois
lados do canal. |
M) Revitalização do Centro:
Voltando a tratar da revitalização do Centro, os técnicos da AEAS elaboraram um projeto que prevê a recuperação do Largo Marquês de Monte Alegre, no Valongo. E também a
revisão de todo o mobiliário urbano da região central.
O largo, de acordo com o projeto, seria reurbanizado. Na Rua São Bento, em frente à Estação do Valongo, seria instalada uma praça, onde poderiam ser realizadas festas
religiosas, exposições de arte sacra e feiras de artesanato.
A recuperação do antigo edifício da Câmara Municipal também está entre as propostas. Em seu interior, poderiam ser instalados equipamentos como centro empresarial ou
complexo de compras.
A Rua Conde D'Eu, por sua vez, seria transformada em Rua 24 Horas. Bastando cobri-la com uma estrutura de metal e policarbonato, a rua poderia ser frequentada mesmo em
dias chuvosos. |
N) Marina:
Uma cidade litorânea sem marinas. Na tentativa de mudar esta imagem de Santos, a AEAS elaborou um projeto de implantação de uma grande marina na
Ponta da Praia, em frente ao Aquário Municipal. Ocupando uma área de 50 mil metros quadrados, ela abrigará cerca de 1.000 embarcações.
O equipamento foi idealizado com infraestrutura de Primeiro Mundo, com atracadouros, estaleiros e oficinas, uma completa rede de lazer, incluindo boate, hotel, escola de vela e restaurantes.
Para não agredir a paisagem, os técnicos previram apenas construções horizontais, que ocupam apenas 1/4 da área total do equipamento. Eles analisaram também que o local escolhido não interfere na
rota de navios.
Toda a linguagem da construção é baseada em temas náuticos. Mastros, bandeiras e estirantes compõem um cenário lúdico, propício a este tipo de equipamento. |
Profissionais envolvidos:
CENTRO DE CONVENÇÕES: Arq. Daniel Passos Proença, Arq. Francisco José Cabral
CICLOVIAS: Arq. Maurício Azenha
REVITALIZAÇÃO DO CENTRO (PAQUETÁ): Arq. Vanessa Cristina dos Reis
TRÃNSITO: Eng. João Paulo Tavares Papa, Arq. Marly Alvarez Cimino, Arq. Nilson Roberto de Barros Carneiro
EXPO-NAVE-LAZER: Arq. Francisco José Carol
TERMINAL DE PASSAGEIROS: Arq. Daniel Passos Proença, Arq. Luiz Nelson Colombo Barbosa, Arq. Maria Celina Perez Fernandes Proença
AEROPORTO METROPOLITANO: Arq. Maria Dolores Sanches Bastos, Arq. Rodrigo Roman
MONOTRILHO: Eng. Anuar Assad David
PARQUE AQUÁTICO: Eng. Márcio Antonio Abreu Paiva, Arq. Oscar Capelache Junior
TRANSPORTE: Eng. João Paulo Tavares Papa, Arq. Marly Alvarez Cimino, Arq. Nilson Roberto de Barros Carneiro
CALÇADÃO DO GONZAGA: Arq. Maurício Azenha
CENTER MARKET TUR: Arq. Daniel Passos Proença, Arq. Francisco José Carol, Arq. Maria Celina Perez Fernandes Proença
REVITALIZAÇÃO DO CENTRO (VALONGO): Arq. Gino Caldatto Barbosa, Arq. Jaqueline Fernandez Alves, Arq. Ney Caldatto Barbosa
MARINA: Arq. Aguinaldo Secco Junior, Arq. Nelson Gonçalves de Lima Junior
COORDENADORES DO CONJUNTO DE PROJETOS: Eng. Antonio Carlos Silva Gonçalves, Arq. Bechara Abdalla Pestana Neves, Eng. Francisco Sérgio Perez, Eng. Luiz
Antonio Rosas Neto, Eng. Marcio Borchia Nacif; Arq. Marise Cespedes Tavolaro.
Imagens: reproduções do livrete editado pela AEAS |
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