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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - OS DIRIGENTES
João Paulo Tavares Papa

De 1/1/2005 a 31/12/2008 e de 1/1/2009 a  31/12/2012 

Durante a campanha eleitoral de 2004, que resultaria em sua eleição, o jornal santista Perspectiva publicou, na edição de setembro/outubro-2004:

João Paulo Tavares Papa, na campanha eleitoral de 2004
Foto: divulgação, publicada com a matéria do jornal Perspectiva em set/out-2004

João Paulo Tavares Papa nasceu no dia 28 de julho de 1958, numa família com tradição em Educação, neto e filho de professores, revela o site do candidato.

O avô, João Papa Sobrinho, atuou por 65 anos na Escola José Bonifácio. Os ex-governadores Mário Covas e Paulo Egídio Martins estão entre seus alunos ilustres. A avó Hilda de D’Onófrio Papa também escolheu o magistério como profissão. Filho de Odair Hugo Papa, técnico naval e também professor, e de Janete Tavares Papa, professora, Papa compõe uma família de quatro irmãos e é pai de Thiago, estudante de Direito.

Papa estudou no Colégio Santista e na Escola Piratininga, especializada no ensino técnico de eletrônica. Cursou Engenharia na Universidade Santa Cecília (Unisanta), onde se formou engenheiro eletricista. É graduado também em Pedagogia nas áreas de Administração, Orientação e Supervisão Escolar.

Aos 46 anos de idade, Papa participa pela primeira vez da disputa para a Prefeitura da cidade de Santos, após 20 anos de trabalho na administração pública. Membro do PMDB há 22 anos, foi professor e diretor da Escola Técnica José Bonifácio antes de chefiar o Demutran e trabalhar na Secretaria de Transportes do Estado de São Paulo.

Após responder por cinco anos pela superintendência regional da Sabesp, Papa voltou para a administração municipal em 1997, como secretário de Meio-Ambiente. Em 1998, assumiu a presidência da CET. Em 2000, foi eleito vice-prefeito de Beto Mansur, e acumulou o cargo de secretário de Planejamento.

João Paulo Tavares Papa, na campanha eleitoral de 2004
Foto: arquivo, publicada no jornal santista A Tribuna em 16 de dezembro de 2004 - página A-5

Ao final de seu duplo mandato, o prefeito concedeu entrevista ao jornal santista A Tribuna, publicada nas edições impressa (página A-7) e digital de 30 de dezembro de 2012:

Prefeito não descarta candidatura como deputado

Foto: Irandy Ribas, publicada com a matéria, na versão digital

Domingo, 30 de dezembro de 2012 - 09h47
Fim do mandato

"Santos não pode ser considerada pronta", diz prefeito João Paulo Papa

Lucas Krempel

Nos últimos oito anos, o prefeito de Santos, João Paulo Papa, obteve índices de aprovação superiores a 70%, segundo pesquisas do Instituto de Pesquisas A Tribuna (IPAT). A poucos dias do fim de sua gestão, ele concedeu entrevista a A Tribuna, quando fez um balanço dos seus dois mandatos, comentou a atual situação financeira da Prefeitura, disse o que espera do futuro prefeito, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), e os seus planos para os próximos anos. A seguir, trechos da conversa.

Há dois anos, o sr. disse que Santos era uma cidade pronta e que precisava de alguns retoques. Mantém o discurso?
Primeiro, não me lembro de ter dito essa frase. Eu sempre sou questionado por jornalistas e políticos sobre isso. Não é possível considerá-la uma cidade pronta quando ainda convivemos com algumas realidades que são conhecidas, como as aglomerações urbanas em palafitas ou moradias construídas em áreas de risco nos morros ou uma parte importante, como a Zona Noroeste, sofrendo com inundações frequentes. Definitivamente, Santos não é uma cidade pronta. É uma cidade pronta para o desenvolvimento e para dar os passos necessários no sentido de ser segura e justa para todos.

Qual é a atual situação financeira da Prefeitura?
A Prefeitura de Santos tem uma situação financeira totalmente equilibrada, que permite ao próximo governante desenvolver todo o seu plano de governo e dar sequência aos mais importantes projetos de vida, entre eles o Santos Novos Tempos. A Cidade terá em 2013 o maior orçamento da história do Município (R$ 1,9 bilhão).As dívidas que a Prefeitura ainda detém são consolidadas, principalmente da Cohab e Prodesan (empresas municipais). São históricas e estão equacionadas. A Prefeitura ainda vai amortizar essa dívida por muitos anos, como a maioria dos municípios e capitais brasileiras.

Qual é o tamanho da dívida?
O limite de endividamento dos municípios, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, é de 120% da receita corrente líquida. Santos tem comprometida 4,11% da receita. Estamos muito abaixo do limite de endividamento.

Uma das promessas de campanha no segundo mandato era a construção do Complexo Materno Infantil. O projeto foi descartado?
Tínhamos garantia do Ministério da Saúde para uma porte de R$ 9 milhões, com um projeto orçado em R$ 11 milhões. O recurso, apesar de aprovado em2008,foi contingenciado pelo Governo Federal. Não ficou disponível em 2008, 2009, 2010. Depois de três anos, nós reavaliamos as condições e surgiu uma oportunidade de ouro com a compra do Hospital dos Estivadores. Um prédio pronto, um hospital emblemático, em um ponto melhor. Essa oportunidade nos fez mudar a concepção do hospital materno infantil e passamos a projetá-lo em um dos blocos do Hospital dos Estivadores. Não foi possível receber aquele recurso do Ministério da Saúde, mas, em contrapartida, conseguimos bancar a compra do prédio com recursos próprios, com uma condição bem favorável. E conseguimos, ainda, um aporte de R$ 25 milhões do Governo do Estado. E, junto com o Governo Federal, conseguimos contratualizar o custeio desse futuro hospital.

Considera a aquisição do Hospital dos Estivadores o seu maior feito na área da saúde?
O Hospital dos Estivadores é um passo determinante para que possamos vencer o grande problema que é a falta de vagas para internação.

O Santos Novos Tempos é um dos principais programas da sua gestão. O plano inicial era entregar 7.500 moradias. Até o momento, no entanto, apenas 1.460 foram entregues. O que faltou para cumprir a meta?
Esse programa está previsto desde a sua concepção para ser executado entre cinco e dez anos. Os recursos necessários para a totalidade do programa estão todos reservados: nos orçamentos municipal, da União e o empréstimo do Banco Mundial. O próximo prefeito, certamente, vai obter avanços maiores com a participação do Governo do Estado também.


Papa garante que situação financeira da Prefeitura é totalmente equilibrada. Orçamento para 2013 é de R$ 1,9 bi

Foto: Irandy Ribas, publicada com a matéria, na versão digital

A expectativa da Prefeitura nos últimos quatro anos era de inaugurar cinco creches. O objetivo foi atingido?
Plenamente. Zeramos o déficit de vagas em creches. Na última semana, por exemplo, inauguramos uma nova unidade, no Bom Retiro, para 60 crianças.

E as escolas? Qual é o saldo da sua gestão?
Inauguramos 15 escolas nos últimos oito anos. Quase duas por ano. Não há notícia na história da Cidade de ter tantas escolas inauguradas em um período de oito anos. Com exceção de uma, todas em prédios próprios. Além disso, não temos déficit até o Ensino Fundamental.

Apesar do bom momento na geração de empregos, Santos possui um alto índice de desemprego juvenil (jovens entre 18 e 24 anos). O que poderia ser feito para melhorar essa situação?
Temos hoje uma das menores taxas de desemprego do Brasil, cerca de 4%. Foram 40 mil novos empregos nos últimos oito anos. Além disso, criamos um posto municipal de trabalho e renda, na Rua João Pessoa, 300 (Paquetá). Lá, temos total controle da demanda das empresas e profissionais cadastrados. Empregamos 7 mil pessoas por meio desse posto nos últimos quatro anos.

Santos estará em boas mãos nos próximos quatro anos?
Não tenho dúvida nenhuma. A Cidade está em ótimas mãos. O Paulo Alexandre Barbosa é um político jovem, mas muito preparado, focado em resultados, inquieto por natureza. Não vai se acomodar com as conquistas atuais. Vai inovar e dará prioridade para tudo aquilo que está em andamento.

O que fará a partir do dia 1 de janeiro? Pensa em uma candidatura como deputado em 2014?
São ideias que merecem uma reflexão. Terminando o governo, tenho que passar por um período de readaptação da minha vida, pois foram 26 anos quase sem intervalo no serviço público de Santos.Não pretendo me afastar da Cidade. Acho que tenho energia, vontade e tempo de vida para me dedicar um pouco mais à área pública e vou avaliar as possibilidades e alternativas. Vou refletir se minha contribuição se dará no Poder Legislativo, do qual nunca participei, ou se devo continuar atuando como executivo e ver as oportunidades. Vamos ver o que a vida nos oferece.


"A Prefeitura de Santos tem uma situação financeira totalmente equilibrada, que permite ao próximo governante desenvolver todo o seu plano de governo e dar sequência aos mais importantes projetos"
"Não pretendo me afastar da Cidade. Acho que tenho energia, vontade e tempo de vida para me dedicar um pouco mais à área pública e vou avaliar as possibilidades e alternativas"
João Paulo Papa, prefeito de Santos (PMDB)

Fotos: Irandy Ribas, publicadas com a matéria, na versão impressa