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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - URBANISMO (V)
Transporte integrado (?) (1)

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Metropolização, conurbação, verticalização. Os santistas passaram a segunda metade do século XX se acostumando com essas três palavras, que sintetizam um período de grandes transformações no modo de vida dos habitantes da Ilha de São Vicente e regiões próximas.

Um dos grandes problemas na pauta da metropolização é o da integração dos transportes urbanos. O pouco que havia foi desmanchado, como o Trem Intra-metropolitano (TIM) e o uso de balsas na ligação aquática de Santos com Cubatão, ambos com o objetivo de reduzir a excessiva dependência dos ônibus intermunicipais e das rodovias.

Diversos estudos foram feitos, incluindo o aproveitamento da malha ferroviária da antiga Sorocabana - que atravessa Santos e São Vicente - para um transporte de passageiros, tipo Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Também a instalação de um monotrilho suspenso na orla da praia foi cogitada. Em 2004, nenhum dos projetos, porém, tinha sido levado adiante. E isso já era cobrado em 4 de setembro de 2003 pelo jornal santista A Tribuna, nesta matéria:


Trilhos necessários para o VLT são usados por duas concessionárias de transporte de cargas
Foto: Arquivo, 14/8/2003, publicada com a matéria

SEM RESULTADOS
VLT não tem previsão para sair do papel

Da Reportagem

As engrenagens que deveriam mover o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) estão emperradas. Anunciado em 1999, o sistema de transporte tido como moderno e eficaz ainda não passa de um sonho distante para os quase 1,5 milhão de habitantes da Baixada Santista.

Ao longo dos últimos quatro anos, a população ouviu inúmeras promessas de prazos e assistiu a algumas mudanças no projeto original. De avanços práticos, no entanto, viu quase nada.

Hoje, o VLT encontra-se estacionado nas repartições da Secretaria de Estado dos Transportes e da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) de São Paulo.

Por meio dos dois órgãos, o Estado ainda tenta negociar a cessão de parte da malha ferroviária, atualmente sob concessão da MRS Logística e da Brasil Ferrovias.

E também busca empresários interessados em explorar e ajudar a financiar um serviço que promete transportar mais de 40 mil passageiros por dia entre os nove municípios da região.

O diretor da Agência Metropolitana (Agem), Koyu Iha, resume com uma frase a situação em que se encontra o projeto: "A única certeza que temos é que o VLT é necessário para a região".

  

Lançado em 99, projeto evoluiu muito pouco até hoje

  

Pequenos passos - O presidente da EMTU, Joaquim Lopes, no cargo há apenas três meses, nega que o projeto esteja emperrado.

Avisa que na próxima semana a Secretaria de Transportes Metropolitanos publicará uma resolução incumbindo a EMTU de apresentar em 180 dias um estudo de viabilidade financeira e o projeto básico do primeiro trecho a ser implantado, ligando Santos e São Vicente.

"Toda grande caminhada começa com um pequeno passo", filosofa o presidente, para frisar: "Estamos trabalhando".

Embora com o projeto básico em mãos o Estado já possa começar a pensar em licitar a obra, há outro impasse a resolver: a cessão de trilhos que hoje servem ao transporte de cargas de duas concessionárias, mas que precisam ser de uso exclusivo do VLT.

O secretário-adjunto dos Transportes, Paulo Tromboni de Souza Nascimento, ainda não sabe prever como e nem quando o Estado chegará a um acordo com a MRS Logística e a Brasil Ferrovias.

Em julho, uma reunião não gerou resultados satisfatórios. Logo depois, houve mudanças na direção da Brasil Ferrovias, o que pode ter levado as negociações novamente à estaca zero. "Ainda não conversei com a nova diretoria e não sei quais são as posições dela. Por isso, uma nova reunião ainda não foi agendada".

A viabilização do VLT depende de que a Brasil Ferrovias libere para o Estado a malha ferroviária que utiliza hoje, entre o Samaritá (São Vicente) e o Estuário (Santos).

Para convencer a empresa, o Estado se compromete a criar um novo trilho e reativar outro na malha usada pela MRS Logística, entre o Perequê (Cubatão) e o Valongo (Santos). As duas dividiriam o acesso ao Porto.

Enquanto não chega a um acordo, o Governo dá continuidade a estudos que simulam situações operacionais do VLT.

Há uma série de previsões: demanda de passageiros, preço de tarifas, quantidade e velocidade dos veículos, tempo de espera nas estações... E uma única certeza: ainda não será este ano que a obra será licitada, para decepção de toda a Baixada.


Imagem publicada com a matéria

Um dos muitos projetos em estudo para Santos é a instalação de um monotrilho suspenso, na orla da praia. Esta montagem, fictícia, mostra como ficaria tal sistema em funcionamento, e foi feita pelo Estúdio Edu Fernandes/Mar Comunicação:

Veja o videoclipe <<Monorail>>, que foi encomendado ao Estúdio Edu Fernandes/Mar Comunicação,  em formato MP4 (arquivo de vídeo com 45,7 segundos - 901 KB)

Clique na imagem para obter o videoclipe em formato MP4
Cena do videoclipe Monorail, do Estúdio Edu Fernandes

Clique na imagem para obter o videoclipe em formato MP4
Cena do videoclipe Monorail, do Estúdio Edu Fernandes

Clique na imagem para obter o videoclipe em formato MP4
Cena do videoclipe Monorail, do Estúdio Edu Fernandes

Em 22 de junho de 2004, o jornal santista A Tribuna noticiou a realização de novos estudos para a integração metropolitana dos transportes:


Jurandir Fernandes fala durante a sessão pública promovida pela deputada Maria Lúcia Prandi
Foto: João Vieira, publicada com a matéria

SÃO VICENTE
TRANSPORTE
Estado quer trocar o VLT pelo VLP

Utilização do Veículo Leve sobre Pneus traria significativa redução de custos

Da Sucursal

O Governo do Estado apresentou ontem, no auditório da Câmara de São Vicente, uma nova proposta para melhoria do transporte metropolitano de massa na Baixada Santista. Trata-se do Veículo Leve sobre Pneus (VLP), cujos custos são significativamente menores do que os previstos para o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O assunto foi discutido durante sessão pública promovida pela deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT), que contou com o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes.

Dentro de 60 dias, a Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos deve realizar um seminário, em conjunto com representantes das prefeituras e universidades, para discutir o assunto com a comunidade da Baixada Santista.

A proposta de implantação do VLT na região vinha sendo discutida desde 1998, depois da venda da área da antiga Estação Sorocabana para a iniciativa privada, por R$ 30 milhões. E se acentuou com a desativação do Trem Intrametropolitano (Tim) pelo Governo do Estado, sob a alegação de que o sistema era deficitário.

Um dos pontos positivos do VLP é a viabilidade econômica. Para adquirir as unidades do VLT, para a etapa entre Santos e São Vicente (Canal dos Barreiros-Conselheiro Nébias), estavam previstos investimentos da ordem de R$ 90 milhões. "Já para o VLP, este custo cairia para R$ 9 milhões, o que não deixa de ser uma diferença substancial", assinalou o secretário.

De acordo com Fernandes, o sistema VLP pode aproveitar o traçado do ramal ferroviário, com a implantação de canaletas especiais para a passagem dos pneus. "Inclusive, podem ser colocadas em conjunto com a ciclovia que está sendo pleiteada pela Prefeitura de São Vicente na faixa de seu território urbano".

Praticidade

"As canaletas podem ser colocadas em conjunto
com a ciclovia que está sendo pleiteada pela 
Prefeitura de São Vicente na faixa de seu território urbano"

Jurandir Fernandes
Secretário dos Transportes Metropolitanos

Gás natural - Outro ponto destacado por Fernandes é a possibilidade de utilização de uma nova matriz energética: o gás natural. "O VLT é projetado para veículos a diesel, que mantém uma série de restrições no plano ambiental, enquanto que o Gás Natural Veicular (GNV) está em franco desenvolvimento em todo o Estado, podendo ser implantado no projeto do VLP".

A forma de implantação deve ser definida depois da realização do seminário e de audiências públicas, que reunirão representantes da iniciativa privada. Também estão previstas as presenças de técnicos da Petrobrás e de empresas que atuam no setor de GNV.

A deputada estadual Maria Lúcia Prandi destacou que a implantação de um sistema que integre a região é tão fundamental quanto o metrô na Capital. "A população é extremamente prejudicada pela falta dessa integração. E está farta de pagar caro para esperar nos pontos por ônibus lotados e sem conforto".

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