No início, povoado foi usado como entreposto Importância da economia foi observada já no século
XVI
(...)
A importância econômica de Cubatão manifestou-se desde a época da colonização. No final do século XVI já havia um pequeno porto no Rio Cubatão (no charco do
Largo do Sapo, onde hoje fica a Praça Coronel Joaquim Montenegro, em frente à Companhia Brasileira de Estireno). O povoado era um ponto de passagem ou pouso de tropas e tropeiros que descansavam da jornada de subida e descida da íngreme Serra do
Mar. Na primeira fase, o povoado foi usado como entreposto de exportação dos produtos agrícolas (açúcar, café e banana) e de transporte da importação dirigida ao Planalto e chegada, através desse local, ao Porto de Santos.
Posteriormente, construiu-se uma ponte de madeira, coberta, sobre o rio, e com auxílio de mulas e braços de escravos, o aterrado que interligaria na direção de Santos (e que constituiria
mais tarde o traçado das atuais avenidas Nove de Abril, Tancredo Neves e Via Bandeirantes).
São evocações desse período as pinturas de Wasth Rodrigues nos azulejos assentados nos monumentos da Estrada Velha do Caminho do
Mar, principalmente no Arco de Lorena e no Pouso de Paranapiacaba.
Quadro pintado em 1922 por Benedito Calixto mostra como seria Cubatão em 1826,
vendo-se a ponte coberta
Tela conservada no Museu Paulista, em São Paulo/SP
Mulas levavam ouro, diamante e café
Movimento rumo ao Planalto possibilitou a construção da Calçada do Lorena, em 1827
Caracterizada pela exportação dos recursos naturais, a época colonial, em Cubatão, é dividida em ciclos: açúcar, ouro, diamantes e café. Entre 1550 e 1700
predominou o primeiro, suplantado pela descoberta de ouro nas Minas Gerais.
Por Cubatão passaram bandeirantes que procuravam escravizar índios; escravos trazidos em navios negreiros e mulas carregadas de açúcar, mercadorias, ouro, diamantes e café.
A ponte coberta, em detalhe da tela de Calixto
A construção de uma ponte sobre o Rio Cubatão permitiu a
instalação de algumas casas do lado direito do rio, ao redor do Morro do Pito (muito citado nas memórias de Afonso Schmidt, maior escritor que Cubatão conheceu, nascido nas proximidades da Refinaria, neto de Henrique Broken,
um alemão enterrado no Cemitério de Cubatão).
O Morro do Pito Aceso é hoje uma pequena elevação situada entre o Hospital Ana Costa e a sede da Cetesb, dominando a área onde o Governo do Estado e a Prefeitura vão construir o prédio da
Escola Politécnica da USP.
Lorena - A menos de um quilômetro dessa elevação, os jesuítas - que adquiriram de um casal de lusitanos a Fazenda Geral de Cubatão - ergueram a capelinha
de Nossa Senhora da Lapa, padroeira da Cidade, que existiu até 1780 ou 1790, cujas ruínas foram demolidas para dar espaço à atual Matriz de Nossa Senhora da Lapa.
O movimento de tropas de mulas entre Santos e São Paulo de Piratininga acabou por levar o governo lusitano a abrir uma estrada, em 1827, na Serra de Cubatão: a
Calçada do Lorena.
A construção da Calçada do Lorena reduziu as distâncias, aumentou esse tráfego e fez crescer a importância da alfândega que os jesuítas instalaram na Fazenda Geral a partir da área hoje
dominada pela Avenida Nove de Abril, Largo Coronel Joaquim Montenegro e Morro do Pito, regiões às margens do Rio Cubatão.
O florescimento do café e a exportação da produção do Planalto, descendo a serra, passando por Cubatão e alcançando o
Porto de Santos, provocou investimentos dos agricultores, exportadores e governos, que resultaram na abertura e pavimentação do Caminho do Mar ou Estrada da Maioridade.
Nesta ilustração estadunidense vê-se a ponte coberta em Cubatão, o caminho em ziguezague do Lorena e a antiga estrada em ascensão praticamente reta que foi o Caminho do Padre José
Ilustração do livro Brazil and the Brazilians (Kidder e Fletcher, 1866, Philadelphia/EUA)
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