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HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO
Ana Pimentel iniciou o ciclo do açúcar

Esposa de Martim Afonso de Souza, Dona Ana Pimentel foi a iniciadora do plantio da cana-de-açúcar na Baixada Santista. É a história relatada a seguir, do suplemento especial comemorativo do 49º aniversário de Cubatão, publicado com o jornal santista A Tribuna em 9 de abril de 1998:

N. E.: Ana Pimentel nunca esteve no Brasil, sempre governou a capitania vicentina por meio de instruções emitidas desde Lisboa. Deve-se portanto entender o título abaixo com o sentido de "Ana Pimentel mandou plantar...":

Ana Pimentel plantou o 1º pé de cana-de-açúcar

De maneira romântica ou guardando alguma verdade histórica, o escritor e jornalista Antonio Simões de Almeida (que se destacaria em 1949 como um dos emancipadores de Cubatão) assinala em sua obra:

"...em 1532, inicia-se com Ana Pimentel, esposa de Martim Afonso de Souza, a agricultura na baixada cubatense. A dama lusitana plantou em Cubatão o primeiro pé de cana-de-açúcar. A cultura da cana tomou enorme incremento em toda a região que, por volta de 1557, contava-se em Cubatão cerca de doze engenhos. Das terras de Francisco Pinto (outro donatário), eram enviadas canas para alimentar o Engenho do Trato ou do Senhor Governador, mais tarde conhecido por Engenho de São Jorge dos Erasmos..."

Pouso de muares - Durante pelo menos dois séculos, nas terras da sesmaria, os colonos cultivaram a cana que Ana Pimentel lhes mandou e depois a banana, culturas de interesse econômico e de subsistência.

Cubatão era, então, o pouso de muares e de tropas de passagem para o Planalto, ou vindo deste.

As escarpas da serra exigiam um grande esforço para serem vencidas, até que se pensasse no calçamento dos primeiros caminhos. Não fosse a instalação do pólo industrial, a partir dos anos 50, Cubatão continuaria um ponto de passagem, com a paisagem bucólica de cidadezinhas do interior, tal como a descreveria o poeta Afonso Schmidt, em meados do século XX: "... bambuzais rumorejando ao vento", por onde andaria o Menino Felipe, citado no livro que Schmidt escreveu sobre a sua infância, em quadro pintado por Jean Luciano.


Quadro do Menino Felipe, pintado por Jean Luciano, mostra o bucolismo da época
Reproduzido do suplemento especial Cubatão, publicado com A Tribuna em 9 de abril de 1998

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