Imagem: reprodução da capa do livro
Aos
meus amigos,
À Cidade de Santos, que tanto amo.
Falo minhas as palavras de Martins
Fontes:
"Ó minha Terra tão boa e bela. Amo-te.
Beijo-te com o culto com que me
ajoelho no Cemitério do Paquetá,
junto à sepultura de meus avós;
com a veneração com que beijo a fronte
de meu pai;
com o amor com que beijo as mãos de
minha mãe;
com o carinho com que beijo a face de
meus irmãos.
Bendita sejas, ó formosa, ó
libertadora!
Tenho certeza de que estás contente de
mim,
porque se a tua nobreza me orgulha,
o fervor do meu afeto te consola.
Deste-me a vida. Dou-te a flor do meu
ser.
Em ti flori, em ti repousarei.
Sonho integrar-me no teu solo,
desfazer-me na tua terra,
desabrochar nas tuas rosas;
ser tu mesmo pelo calor, pela seiva
nutriz,
pelo poder da luz, pela magia da
matéria!
Bendita sejas tu, cheia de glória.
Bendita sejas tu, cheia de graça!"
Santos, 13 de maio de 1925
Teatro Coliseu.
Imagem: reprodução da capa final do livro
...Atravessando
a Avenida Conselheiro Nébias, nos vemos à frente do Parque Indígena... Formado numa área de mais de dois mil metros quadrados, abrangia o enorme
terreno desde aa avenida da praia até a Rua Embaixador Pedro de Toledo. Não era conhecido apenas como o Parque Indígena, mas também como a Chácara
do Júlio Conceição.
Sua entrada era pela Avenida Conselheiro Nébias, através de imenso portão
ladeado por duas colunas encimadas por leões de cimento, como se fossem os guardiões do imenso parque. Júlio Conceição tinha um amor tão grande
pelas suas plantas que, quando a Prefeitura pediu-lhe que cedesse um pequeno espaço do seu terreno, para arredondar a curva da avenida, ele
concordou, mas impôs uma condição: que a palmeira existente nesse local fosse mantida. Sua solicitação foi atendida, o muro foi arredondado e a
palmeira ficou na calçada por onde circulavam os pedestres. Ao seu redor foi construída uma mureta para protegê-la. Era comum nos sentarmos nessa
mureta, à espera do bonde que nos levaria para o Colégio São José... |