Praia do José Menino
Foto: José Dias Herrera, publicada no mesmo
Almanaque
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Comércio a varejo de Santos é assim
Santos repousa no Comércio a sua grande riqueza, pois a limitação do território, relevo,
hidrografia e natureza do solo barraram o caminho para o seu desenvolvimento industrial e agrícola. Na verdade, o Município é dos principais centros
comerciais do País, por ser sede do porto que atende à mais opulenta região geoeconômica da Nação e centro de intensa atividade turística.
Com base nas estimativas do Sindicato do Comércio Varejista, Sindicato do Comércio Varejista de
Carnes Frescas, Sindicato da Indústria de Panificação e Sindicato de Hotéis e Similares, efetuada em julho de 1966 e publicada em Santos em
Números, 2ª edição, há no Município os seguintes estabelecimentos de comércio a varejo:
Lojas de calçados, roupas feitas, couros, ótica, tecidos em geral, bijuteria, brinquedos, tintas e utilidades
eletrodomésticas |
2.213 |
Secos e molhados |
684 |
Quitandas (aves, ovos, frutas e verduras) |
355 |
Mercearias |
342 |
Laticínios |
35 |
Bares e Casas de Lanches |
1.320 |
Restaurantes |
165 |
Açougues e Casas de Carne |
315 |
Farmácias e Drogarias |
140 |
Ervanarias |
2 |
Panificadoras |
163 |
Hotéis (Praia) |
14 |
Pensões (Praia) |
75 |
Joalherias |
28 |
Salões de Barbeiro |
343 |
Salões de Cabeleireiro |
168 |
Monumento a José Bonifácio, na Praça da Independência, no Gonzaga
Foto: José Dias Herrera, publicada no mesmo
Almanaque
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Quanto se constrói, por dia, em Santos
De acordo com os dados que obtivemos na unidade competente da Prefeitura Municipal, foram
construídos 601 prédios em 1967, com o total de 177.041 metros quadrados, assim especificados:
Tipo residencial - De 1
pavimento, 176; de 2 pavimentos, 80; de 3 pavimentos, 32; de mais de 3 pavimentos, 160.
Tipo comercial - De 1
pavimento, 40; de 2 pavimentos, 15; de 3 pavimentos, 8; de mais de 3 pavimentos, 4.
Fins simultâneos
(comercial e residencial) - De 3 pavimentos, 2; de mais de 3 pavimentos, 5.
Fins especiais - De 1
pavimento, 10; de 2 pavimentos, 2; de 3 pavimentos, 4; de mais de 3 pavimentos, 2; prédios econômicos, 49; chalés, 9.
No exercício de 1967, houve 492 pedidos de cartas de habitação e 518 pedidos de baixa de licença,
como também foram construídos 92 muros, com a extensão de 1.438 metros.
O movimento de construções acrescidas foi o seguinte:
Tipo residencial - De 1
pavimento, 175; de 2 pavimentos, 30; de mais de 2 pavimentos, 7.
Tipo comercial - De 1
pavimento, 26; de 2 pavimentos, 9; de 4 pavimentos, 1.
O total de acréscimos, em 1967, totalizou 248 prédios, com 9.907 metros quadrados.
Abstraídos domingos e feriados, o movimento de construções em Santos, em 1967, acusou a média de
2,03 prédios por dia; essa média, entretanto, deixa de subsistir, por ilógica, se se considerar que os prédios de 3 e de mais de 3 pavimentos são, a
rigor, conjuntos de apartamentos; os do segundo grupo compreendem construções de 12 pavimentos, em regra geral, ou seja, os chamados "arranha-céus".
Pela extensão da área construída (177.041 m²), é de calcular que os edifícios de 3 pavimentos e os
de mais de 3 pavimentos foram construídos com o total de 6.310 apartamentos. Diante desse cotejo racional, deve ser estimado em 21 unidades
habitacionais, e não em 2,1 prédios, o movimento de construção civil, por dia, no Município, no ano de 1967.
Monumento a Braz Cubas, na Praça da República, no Centro
Foto: José Dias Herrera, publicada no mesmo
Almanaque
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Santos tem 560 arranha-céus
Em setembro de 1967, A Tribuna e o então Conselho Municipal de Turismo procederam a um
levantamento dos edifícios de mais de 10 pavimentos construídos em todas as áreas do Município. Na zona turística havia 438 arranha-céus, sendo 347
construídos e 91 em construção; nas avenidas à beira-mar, erguiam-se 109 edifícios grandes, além de 27 em construção; nas vias paralelas, havia 238
arranha-céus construídos e 64 em construção. Era diminuo o índice de prédios paralisados, ou apenas 8, como o famoso "Olga", imobilizado há muitos
anos.
Repetimos, pis, que em setembro de 1967 a zona turística mantinha 438 arranha-céus, incluídos os
que estavam em construção, muitos deles por certo já definitivamente erguidos nesta altura e até habitados.
No Centro, notadamente, e em alguns bairros não-praias, a quantidade de edifícios de mais de 10
pavimentos sobe a 122 e, desta maneira, o conjunto total de arranha-céus deve ser fixado em 560.
Poucas, muito poucas cidades brasileiras, terão esse número de arranha-céus.
[PÁGINA 135]
Em 1920, foram construídos 194 prédios em Santos, com 50.099 m²; em 1937, levantaram-se 380 prédios, com a superfície de 74.937,00 m².
Aspecto das praias santistas
Foto: José Dias Herrera, publicada no mesmo
Almanaque
[PÁGINA 151]
Indústria e agricultura
De acordo com o Censo Agrícola, procedido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,
publicado na Revista Brasileira dos Municípios, era a seguinte a posição de Santos, em 1960, no que concernia à atividade agrícola:
Número de estabelecimentos, 714; pessoal ocupado, 4.388; área cultivada, 15.804 (ha); total da
área, 57.560 (ha).
Segundo também o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, conforme o Cadastro Industrial
levantado em 1965, era esta a situação de Santos no que respeitava à atividade industrial:
Número de estabelecimentos, 625; pessoal ocupado, 7.129.
[PÁGINA 115]
Rede bancária: pujança econômica
Já dissemos que o comércio de Santos é opulento pelo que também vale a sua rede bancária, das mais
salientes do País, tanto pela expressão econômica quanto pelo número de unidades. Segundo a Divisão de Estatísticas Econômicas do Departamento de
Estatística do Estado, o movimento de saldos na praça de Santos, apurado em 1965, foi o seguinte: Caixa - 198,5 mil cruzeiros novos; Aplicação
(empréstimos em c/c e hipotecários e títulos descontados) - 862 mil cruzeiros novos; depósitos (à vista e a prazo) - 1.240 milhões de cruzeiros
novos.
De acordo com a agência do Banco do Brasil, em Santos, por sua seção de Cheques Compensados, o
número de bancos, incluídas as agências urbanas e caixas econômicas, elevava-se a 1º de agosto de 1968 a 86 unidades, o que lhe dava o segundo posto
no Estado de São Paulo, só superado pela Capital, e uma das 10 primeiras do País, pois em 1965 ocupava o 6º lugar, apenas ultrapassada por São
Paulo, Guanabara, Porto Alegre, Belo Horizonte e Salvador, mas em situação superior às demais capitais brasileiras, como Recife, Curitiba, Brasília,
Niterói, Goiânia, Belém, Fortaleza, João Pessoa, Florianópolis, Aracaju, Maceió, Natal e outras mais.
No cômputo de agências bancárias também se incluem a Caixa Econômica Federal, com agências no
Centro e no Boqueirão, e a Caixa Econômica Estadual, com agências no Centro, no Gonzaga e no Macuco, além do Banco do Litoral de Crédito Mútuo, que
é uma sociedade cooperativa na espécie.
Em 1967, a Câmara de Compensação de Cheques de Santos compensou 2.875.571 cheques, cujo valor
ascendeu a 3.473.416.061,82, ou três bilhões, quatrocentos e setenta e três milhões, quatrocentos e dezesseis mil e sessenta e um cruzeiros novos.
Em março de 1968, Santos ocupava o 8º lugar em número de cheques compensados, mas, em valor, superava Curitiba, que se colocava em 7º posto nessa
categoria.
Aliás, Santos é a segunda praça do Estado de São Paulo,
apenas inferiorizada pela Capital, mas à frente de Ribeirão Preto, Campinas, Santo André e outros municípios no que concerne a cheques compensados,
sua quantidade e valor.
Praça Barão do Rio Branco e monumento aos construtores do porto santista, Gaffrée e Guinle
Foto: José Dias Herrera, publicada no mesmo
Almanaque
[PÁGINA 171 A 174 - trecho]
Porto - história e evolução
[...] CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS - O
porto de Santos está situado às margens do estuário ou braço de mar que separa a
Ilha de Santo Amaro da de São Vicente e nada menos do que 7.279 metros de cais se estendem de Norte a Leste, ou
do Saboó ao Canal 4 da Repartição de Saneamento de Santos, pouco além, aliás. Há também 567 metros de cais para
inflamáveis na Ilha de Santo Amaro que fronteia a parte comercial de Santos e em Conceiçãozinha, bem como 301 metros de cais na
Ilha do Barnabé, igualmente para inflamáveis, totalizando 8.147 metros os cais construídos pela Companhia Docas.
É de 2 metros acima do nível do mar a altitude média do porto e as coordenadas geográficas do
ancoradouro são as seguintes: 23º56' latitude Sul e 46º19' longitude Oeste do meridiano de Greenwich.
O acesso ao porto é praticado por um canal marítimo, situado entre as ilhas de São Vicente e de
Santo Amaro, com larguras variáveis de 300 a 700 metros, desde a Fortaleza Velha da Barra à extremidade do
cais do Macuco, medindo cerca e 4,6 quilômetros de comprimento. As correntes de maré raramente atingem a velocidade
máxima de 3 milhas por hora e, assim mesmo, apenas durante as grandes marés de sizígias equinociais.
Eis a profundidade em águas mínimas: da barra, 10,50 m; do canal de acesso, 10 m; do ancoradouro, 5
a 13,50 m, sendo de 2,92 m a amplitude máxima "maximorum" da maré.
Dispõe o porto de uma bacia de evolução compreendida entre a ilha do Barnabé e o cais do
Paquetá, em forma de triângulo com a base medindo cerca de 1,5 km e altura de 2,2 km, variando a profundidade dessas
bacias de 5 a 10 metros em águas mínimas.
Santos dista do porto do Rio de Janeiro 206 milhas e do porto de Angra dos Reis 144 milhas.
BACIA ECONÔMICA TRIBUTÁRIA - O porto de Santos é o escoadouro de vasta hinterlândia, compreendendo
em território brasileiro, além dos estados de São Paulo, Mato Grosso e Goiás, o Sul de Minas e Norte do Paraná, e, em futuro não remoto, a parte
central do Paraguai e Bolívia.
Só em nosso país, considerando a população do Estado de São Paulo, uma terça parte da de Minas
Gerais e do Paraná, três quartas partes da de Mato Grosso e da de Goiás, situam-se na zona da influência do porto cerca de 19,8 milhões de
habitantes, o que vale dizer, mais de uma quarta parte dos 70.799.000 habitantes estimados em 1960.
A ferrovia transcontinental, ligando o Pacífico ao Atlântico, pelo traçado Arica-Santos, numa
extensão de 4.018 quilômetros e já ultimada com a conclusão, em 1954, do trecho entre Corumbá e Santa Cruz, atuará prontamente como nova força
propulsora de desenvolvimento deste porto, que se transformará na base de intercâmbio comercial entre o Brasil e a Bolívia, convindo notar que em 24
de outubro de 1954 o Conselho Nacional do Petróleo e os Yacimientos Petrolíferos Fiscales firmaram acordo preliminar sobre aquisição de produtos
petrolíferos bolivianos pelo Brasil e seu transporte pela nova ferrovia.
A articulação dos
sistemas de transporte existentes (ferroviário e rodoviário), que estabelecem a ligação litoral-planalto, criou na cidade de São Paulo o grande e
único centro de armazenamento e de distribuição da rica região acima descrita, cuja estrutura de produção se acha vinculada a este porto, no que
respeita ao seu intercâmbio com os mercados externos.
Desta forma, Santos constitui um porto tipicamente de trânsito e, atenta à circunstância da
crescente expansão da área econômica tributária do porto, torna-se imprescindível a existência permanente de um desenvolvimento paralelo e de uma
conjugação íntima entre o sistema portuário e o sistema de transportes, de modo a ser evitado qualquer desequilíbrio entre as correntes de trânsito
marítimo e terrestre, responsáveis pela superveniência de crises e congestionamentos.
MOVIMENTO DE 1963/67 - É interessante registrar o movimento de cargas durante o último lustro, quer
dizer, de 1963 a 1967, em termos de tonelagem:
1963 |
13.263.858 |
|
1964 |
12.264.727 |
|
1965 |
12.958.091 |
|
1966 |
13.972.127 |
|
1967 |
14.564.629 |
|
1968 |
7.459.177 |
(1º semestre) |
É de se esperar que a movimentação de 1968 venha bater o recorde de 1967, porque em agosto de 1968
passaram pelo porto 1.587.878 toneladas ou mais 87.984 toneladas [que]
em igual período de 1967.
Mercadorias mais importadas do estrangeiro: petróleo cru, trigo, óleo buscan, adubos, enxofre em
bruto e subprodutos de petróleo; enquanto as mercadorias mais exportadas para o estrangeiro foram: café em grão, milho em grão, banana, laranja,
algodão em pluma e rama e farelo de amendoim.
19 NAVIOS POR DIA - Existe tráfego permanente entre o porto de Santos e os demais do mundo: em
1967, o movimento de embarcações entradas e saídas foi de 6.935, com média de 19 navios por dia.
INSTALAÇÕES E APARELHAMENTOS - O porto de Santos dispõe de 31 armazéns internos, com capacidade
total de 183.629 toneladas e área de 86.079 metros quadrados, bem como 28 armazéns externos, com capacidade de 453.945 toneladas e área de 226.946
m².
Há muitas outras dependências, como tanques, silos, galpões e pátios, oficina elétrica, oficina
para reparação de veículos motorizados, depósito para locomotivas, serraria e carpintaria civil e naval, garagens, rede de água e esgoto, central
elétrica e rede telefônica automática, além de linhas férreas e desvios, próprios, com extensão de 129,1 quilômetros, assim como linhas férreas para
guindastes e descarregadores mecânicos de cereais, com extensão de 9,80 quilômetros.
O aparelhamento de terra e mar, com destaque para locomotivas, vagões, guindastes, tratores,
caminhões e embarcações de todos os tipos, é deveras considerável, o que assegura ao porto de Santos a posição de hegemonia entre os demais do País,
não lhe bastasse a movimentação primacial de cargas.
AMPLIAÇÃO DAS INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS - Em 1967, por motivos alheios à Companhia Docas de Santos,
concessionária dos serviços do porto, foi reduzida a atividade na parte de novas obras e nenhuma obra de vulto foi iniciada. A concessionária do
porto pretende construir cais entre o Canal do Mercado e o armazém interno n. 19, além da construção de 840 metros de cais, em prolongamento ao cais
do Macuco.
USINA DE ITATINGA - O porto de Santos é o único no Brasil que, para
movimentação de suas instalações, dispõe de usina hidráulica produtora de energia elétrica. Essa hidrelétrica é resultante do aproveitamento de uma
queda no rio Itatinga, que, por 5 geradores de 3.000 KVA cada um, a 2.300 V, produz 15.000 KVA. Essa voltagem é elevada a 44.000 V e, por uma linha
de torres com dois circuitos na extensão de 30 quilômetros, a energia é trazida para Santos.
Instalações do porto de Santos
Foto: José Dias Herrera, publicada no mesmo
Almanaque
[PÁGINA 151]
O nosso oleoduto
O Oleoduto da Estrada de Ferro Santos a Jundiaí terá segunda
linha, cujos trabalhos de construção decorrem aceleradamente, devendo estar concluído em 1970, quando suportará aumento de transporte anual da ordem
de 250 mil metros cúbicos.
A construção da segunda linha foi considerada imprescindível e urgente em face do crescimento da
demanda de produtos claros na região geoeconômica por ele servida, formada pelos estados de São Paulo e Mato Grosso, Norte do Paraná, parte de Goiás
e o Triângulo Mineiro.
O Oleoduto começou a funcionar em outubro de 1952, constituído de dois sistemas: um para produtos
claros (gasolina, óleo diesel e querosene) e o segundo para o óleo combustível. Ambos os sistemas tinham início na Alemoa,
sendo os produtos, todos de importação, recebidos pela Cia. Docas de Santos.
Em 1967, o Oleoduto transportou 12.972.070 toneladas de petróleo e
produtos destilados, com a seguinte especificação: gasolina, 1.866.814 t; gasolina premium, 29.758 t; óleo diesel, 1.389.376 t; óleo "4", 63.547 t;
querosene, 120.130 t; combustível "A.P.F.", 829.188 t; combustível "S.P.F.", 1.661.823 t; óleo cru, 5.451.243 (Refinaria Presidente Bernardes); óleo
cru, 1.560.191 (Refinaria União), com o total de 12.972.070 t; superior a 329.376 t em relação ao exercício de 1966 e em 711.482 t ao de 1965.
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