"Fotografia tirada durante a festa de encerramento do ano letivo da escola mantida
pela Sociedade União Operária. Vêem-se, ao centro, rodeados pelos 36 alunos que receberam os seus diplomas, os srs. André Gomes, presidente da
prestante coletividade; d. Rosalina Ramaciotti, diretora da escola, e o dr. Manoel de Sousa Peres, paraninfo."
Foto-legenda: revista santista Flama, janeiro de 1944 (ano XXIII, nº 1 - acervo do
historiador Waldir Rueda)
Sociedade União Operária de Santos
Escola Modelo
Esta Sociedade foi fundada a
25 de maio de 1890, por Thomaz Antonio de Azevedo (Mestre Thomaz), Leonardo Antonio de Castro e Francisco Gardini, todos os três mestres-de-obras,
que almejavam criar uma entidade beneficente e instrutiva, somente para operários. Foi seu primeiro presidente o sr. José Antônio da Silva, que
tinha como seu secretário o sr. Antônio Rodrigues da Silva.
A primeira sede da Sociedade situava-se na Rua do Rosário
nº 77 (hoje Rua João Pessoa). Mudou-se, depois, para a Rua Henrique Porchat, nº 43 (primeira sede própria), que, nos anos
1928/1929, foi adquirida pelos Irmãos Maristas, para ampliação do Colégio Santista. Passou depois para a Praça José Bonifácio
(onde hoje está localizado o Fórum de Santos) e, finalmente, a partir de 1954, passou a ocupar o prédio da Av. Ana Costa nº
164, onde funciona atualmente.
A partir de 1898, a Sociedade resolveu fundar uma escola, com o nome de Escola União
Operária. Mais tarde, passou a chamar-se Escola Modelo. Na formação e organização iniciais, esta Escola sofreu a influência da
Escola do Povo, fundada em 9 de setembro de 1878 por Antônio Manuel Fernandes, em sua residência, no Largo da Coroação
11 (hoje Praça Mauá).
Foi nessa Escola do Povo que foi instalada a Sociedade Humanitária
dos Empregados no Comércio de Santos, a 12 de outubro de 1879. É digna de nota a estreita ligação entre a Humanitária e a Sociedade União
Operária, já que, sempre, membros da primeira fizeram parte da diretoria da União Operária.
Em 1940, quando começou a construção do prédio do Fórum (desapropriado da União
Operária), esta ficou sem local próprio para o seu funcionamento, sendo que o Educandário Anália Franco cedeu uma sala para
que pudessem ser acomodados os papéis, livros e mobiliário da Sociedade.
Por volta de 1950, foi adquirido um prédio na Av. Conselheiro Nébias, e, enquanto o
prédio era reformado para ser ocupado pela Escola, a Polícia Marítima ocupou, provisoriamente, o edifício. Logo depois, por lei assinada na época
pelo Dr. Lucas Nogueira Garcez, então Governador do Estado de São Paulo, a Polícia Marítima ficou ocupando definitivamente o local.
Nesse ínterim, ainda no Anália Franco, a Sociedade (depois de receber o dinheiro da
desapropriação) comprou o imóvel da Av. Ana Costa, 164, onde funciona atualmente (desde 1954).
Objetivos da Sociedade União Operária e da Escola Modelo - A Sociedade sempre
foi mantida pela contribuição dos seus sócios (mensalidades, doações, trabalho voluntário e colaborações), que, por sua vez, têm por objetivo a
manutenção da Escola.
A relação entre a Sociedade e a Escola sempre foi muito estreita. Sendo a Escola
destinada a dar instrução básica aos filhos da comunidade santista, a Sociedade sempre observou, de perto, o andamento dos trabalhos, ao ponto de os
membros da Diretoria assistirem aos exames e resolver os casos de "insubordinação elevadíssima" (casos estes resolvidos pela Diretoria da Sociedade
em assembléia).
A Escola utilizou, sempre, os padrões de instrução e educação mais atualizados e
modernos, acompanhando o progresso cultural santista.
Inicialmente, a Escola ministrava cursos, em separado, para meninos e meninas, mas, a
partir de 1911, começaram a funcionar as classes mistas. Por volta de 1922, já funcionavam os 2º. 3º e 4º anos feminino. Em 1923, passou a funcionar
o Jardim da Infância. Em 1944 passa a funcionar também a Escola Noturna Primária Gratuita, mantida pela Sociedade Papai Noel de Santos (Escola
Noturna de Jornaleiros).
Os cursos que a Escola sempre manteve são de formação básica. Entretanto, nota-se, com
relação à formação dos alunos, o caráter clássico, isto é, europeu, que foi mantido até 1963, quando ainda eram mantidos cursos exclusivamente
masculinos e femininos, pela Escola Modelo.
A Escola teve, em seu corpo docente, professores de destaque, como Isaura Neto, Sérgio
dos Santos, Rosalina Di Renzo Mazzoti (que, além de professora, foi diretora da Escola Modelo, lá trabalhando durante 40 anos) e Luís Di Renzo (coadjuvador
do Ensino primário em Santos).
O primeiro presidente e fundador da Sociedade União Operária foi o sr. José Antônio da
Silva. Muitos outros ocuparam a seguir o cargo, como André Gomes, Francisco dos Santos, Romão Rodrigues Alves, Luís Di Renzo, Mário Capp, Esteves
Caruso, Manoel Bento de Amorim, José Meirelles, Manoel Neves dos Santos, Dilermando Cécire Vidal e Alfredo Moreira, entre outros.
Esta Escola teve durante a sua existência diversos nomes, como: Escola União Operária
(na época da sua fundação), Escola da Sociedade União Operária, Instituto Educacional Modelo, Escola de Primeiro Grau Modelo e Escola e Educação
Infantil e de 1º Grau Modelo.
Muitos foram os alunos que se destacaram depois de egressar da Escola e dentre eles
realçamos o poeta Paulo Gonçalves.
Em foto de 1933, a turma da 2ª série primária da Escola União Operária. A professora,
ao centro, era Dona Santa, e a dona da foto, Irene Augusto Sanches, à época com oito anos de idade, é a terceira, da esquerda para a direita, da
segunda fileira de baixo para cima
Foto: acervo de Irene Augusto Sanches, publicada no dia 24 de março de 2006
na seção Imagem do Passado do jornal santista A Tribuna
A Escola Modelo, em 2007, na Avenida Dona Ana Costa, 264
Fotos: Carlos Pimentel Mendes, em 23/6/2007
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