Sobre esse local e as fotos feitas em 1865, escreveu o arquiteto Gino Caldatto Barbosa, no livro Santos e seus Arrabaldes - Álbum de Militão Augusto de Azevedo, em 2004:

"Atualmente Praça Visconde de Mauá, ponto principal do centro da cidade, ainda resguarda as dimensões originais da estruturação urbana do século XVII que a construção da Igreja da Misericórdia determinou.

"Desde o início, a praça caracterizou-se como pólo de atração para pessoas que afluíam à região em busca do Hospital da Santa Casa e da igreja. As relações entre templo e hospital, situado nas proximidades, e os moradores, se estreitaram até meados do século XIX, período em que o logradouro sofreu mudanças profundas na vocação, passando a acolher atividades voltadas ao lazer.

"A construção do imponente Chafariz da Coroação, em 1846, equipamento imprescindível para o abastecimento de água da cidade, posicionado de maneira secundária no enquadramento fotográfico de Militão, impôs-se como baliza dominante no cenário que se renovava parcialmente, sobretudo com o vazio deixado pela demolição da antiga igreja anos antes.

"Ainda na primeira metade do século XIX, a mudança do hospital, situado na esquina da atual Rua Riachuelo, deixou vago o local para funcionamento de um pequeno teatro, o primeiro da cidade. Oriundo do meio teatral, Militão de Azevedo, durante a passagem por Santos em 1865, parece não ter demonstrado entusiasmo pelo edifício, talvez pelo aspecto improvisado que apresentava, instalado num edifício térreo que mais se assemelhava a um armazém, desprovido de conforto e inadequado para a função.

"Atitude que explica a imagem tomada à distância das edificações, situadas no alinhamento da Rua do Campo, com o teatro na esquina, notadamente sem qualidades arquitetônicas que merecessem do fotógrafo registro pormenorizado".

Esta, a foto original de Militão:

O chafariz, no detalhe da foto acima:

Em outro detalhe da foto de Militão, a casa onde funcionava o teatro, na confluência das futuras ruas Riachuelo e General Câmara/Praça Mauá: