Áreas de interesse habitacional
Ilustração publicada com a matéria
Camargo Corrêa investe em imóvel popular
Ligada a um dos principais grupos da construção pesada do País, a Camargo Corrêa Desenvolvimento
Imobiliário (CCDI) planeja ingressar com força no mercado imobiliário voltado às unidades abaixo de R$ 100 mil. Segundo o diretor de Incorporação
Maurício Barbosa, a CCDI adquiriu recentemente a HM, especializada nesse público. Barbosa afirma que a HM atuava como empreiteira de obras
populares, como as da CDHU, e não como incorporadora.
De acordo com ele, a CCDI está interessada nesse filão na Baixada Santista, mas o grande problema
tem sido a dificuldade de encontrar áreas disponíveis. "É difícil encontrar na Baixada Santista terrenos com mais de 20 mil metros quadrados". A
expectativa dele é que o próprio aquecimento do mercado "produza" terrenos.
Proprietários podem ofertar áreas antes inviáveis, demolir habitações antigas ou mesmo o
desenvolvimento imobiliário incentivar melhorias do setor público em áreas degradadas, com nova infra-estrutura.
A empresa também atua em outras frentes na região. Há lançamentos na Vila Rica em Santos (Rua Clay
Presgrave do Amaral), em Bertioga (Riviera de São Lourenço) e Guarujá, voltados à alta renda e com unidades acima de R$ 600 mil.
Barbosa comemora o resultado das vendas em São Vicente, onde as unidades variam de R$ 100 mil a R$
200 mil. Lançadas em outubro, em um bloco, 70% das unidades foram vendidas, enquanto no segundo o percentual é de 45%. "Estamos vendendo
rapidamente. Esses índices são elevados, o que estimula ainda mais os negócios na região".
Números |
100 mil reais a R$ 200 mil
é a faixa de preço dos apartamentos da construtora em SV
600 mil reais é o preço
médio de um apartamento na Vila Rica
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"Há empresas do Brasil inteiro querendo investir na Baixada Santista e, então, que o dinheiro desses
IPOs venham para a nossa região"
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Lourenço Lopes - empresário da Real Consultoria
Imobiliária,
sobre os recursos captados pelas construtoras na
Bolsa |
HABITAÇÃO
Obras públicas viabilizam negócios
Melhoria na infra-estrutura atrai construtoras
Para o prefeito João Paulo Tavares Papa, investimentos em
infra-estrutura estão por trás da viabilização dos negócios imobiliários na Zona Noroeste. Segundo ele, o antigo terreno do Estradão, que ocupa
praticamente metade da Areia Branca, foi dividido em três glebas, cortadas pela Avenida Afonso Schimidt, que será palco
das escolas de samba no Carnaval.
De acordo com Papa, a avenida permitiu o parcelamento da área em lotes para construção. Além
disso, lembra ele, houve o alargamento da Rua Álvaro Guimarães, que hoje é o eixo comercial da Zona Noroeste e abriga um movimentado comércio
popular.
Papa explica que obras de drenagem, calçamento e iluminação colaborarão para uma nova realidade na
Zona Noroeste. "As obras impulsionam um novo ciclo, elevam o valor dos terrenos e despertam o interesse do mercado em projetos habitacionais".
Segundo o prefeito, essa região ainda depende de muitas melhorias, que ele considera "desafios",
como uma solução para as enchentes a Oeste do Estradão, núcleos habitacionais precários e problemas viários. Ele acredita que a solução está no
projeto Santos Novos Tempos, orçado em US$ 80 milhões.
Com a infra-estrutura melhorada, a expectativa é que terrenos em áreas degradadas ou hoje pouco
valorizadas entrem no radar das empresas. A pedido de A Tribuna, a Prefeitura indicou 12 grandes áreas ainda disponíveis, incluídas as três
glebas do Estradão e o terreno ao lado da Lagoa da Saudade, na Nova Cintra.
Entre as demais áreas estão terrenos na Caneleira, o campo do
Bom Retiro, Repcon (entre o Jardim Castelo e Bom Retiro) e Chico de
Paula, e a própria Nova Cintra.
Algumas dessas áreas, pelo menos no curto e médio prazos, poderão ser procuradas para a construção
de moradias subsidiadas pelo Governo. O próprio Estradão já esteve na mira do setor público, que acabou não fazendo a aquisição devido ao alto
custo. Uma pequena parte do imóvel está sendo utilizada pela CDHU para a construção dos edifícios com 500 apartamentos, já na fase final.
Outdoor anuncia empreendimento imobiliário
que será construído em terreno ao lado
da Lagoa da Saudade
Foto: Irandy Ribas, publicada com a matéria
ANÁLISE
Bovespa e aumento da renda determinam ritmo
Marcelo Eduardo dos Santos (*)
Há muito o que melhorar na Zona Noroeste, mas as perspectivas são positivas para essa região
santista. Não apenas porque haverá a construção de vários condomínios em um curto espaço de tempo. O otimismo se deve à recuperação da renda das
classes com menos recursos.
Depois de sofrer os reflexos da inflação nos anos 80 e o desemprego na década de 90, a baixa renda
está redescobrindo o consumo em um período de estabilidade. No momento, o boom concentra-se agora na troca dos móveis e até do carro.
Agora chegou a vez da baixa renda adquirir o sonho de consumo mais caro, a casa própria. Bem esse
que está acessível à classe média, via financiamento a juros mais reduzidos. As prestações ficaram mais em conta, competindo de frente com o
aluguel.
Faltava esse benefício chegar às famílias com menos recursos. No caso de Santos, alegava-se o
custo dos terrenos, que inviabilizava investimentos para esse público. Mas, para grata surpresa de todos, surgiram as construtoras de capital aberto
na Bovespa.
Nessa condição, elas precisam ser transparentes. Devem deixar claro a seus acionistas,
investidores de todos os cantos do mundo, que o faturamento e o lucro prometido serão atingidos.
Porém, devido à concorrência, algumas companhias abertas, apesar de saudáveis e com o caixa cheio,
não atingiram as expectativas dos investidores e as ações passaram a cair. A concorrência é tão grande que elas não têm conseguido fazer os
lançamentos no volume que desejariam.
Alguns analistas acreditam que haverá uma fusão entre várias companhias. Maiores, elas terão mais
força para conquistar o mercado. No caso da Baixada Santista, isso é até positivo. Como precisam crescer, elas não deverão parar de investir na
região tão cedo.
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O jornalista Marcelo Eduardo dos Santos é repórter de Economia e possui especialização em Mercado de Derivativos pela FIA.
Lançamentos na Ponta da Praia: bairro já foi beneficiado pelo mercado
Foto: Davi Ribeiro, publicada com a matéria
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