Evangelista de Souza: o entroncamento da Sorocabana
Foto: Roberto Bandeira/Integração Natureza - publicada com o texto
A Inglesa e sua trilha de ferro
- A força do café impôs o estabelecimento das ferrovias na Província. A construção da primeira estrada de ferro, de Santos a Jundiaí, começou em 24
de novembro de 1860. E em menos de quatro anos inaugurou-se o primeiro plano inclinado da Serra, que funcionava com um sistema funicular. Dois anos
depois, a linha atingia São Paulo e no dia 16 de fevereiro de 1967 chegava a Jundiaí. A "trilha de ferro" tinha 139 quilômetros com bitola (largura)
de 1,60 metro.
Até a década de 1930, o sistema São Paulo-Santos da chamada São
Paulo Railway, uma companhia formada por capitais ingleses, teve o monopólio dos transportes ferroviários entre o litoral e o planalto. A
Inglesa, como ficou conhecida, acabou praticamente com o sistema viário tradicional de transposição da serra.
Tanto a Calçada do Lorena quanto a
Estrada da Maioridade deixaram de ser freqüentadas. A primeira quase desapareceu: redescoberta, é hoje patrimônio histórico do estado e ponto de
atração turística. A Estrada da Maioridade foi ressuscitada, mais tarde, por causa do automóvel.
Viaduto da Sorocabana em construção
Foto: Acervo RFFSA/SP, publicada com o texto
Na década de 1930, a Sorocabana construiu a
ligação Mairinque-Santos e quebrou o monopólio da Inglesa. A serra, como sempre, manteve suas resistências contra a
construção da nova estrada de ferro, na época considerada um dos melhores exemplos da capacidade da engenharia brasileira.
A Sorocabana foi construída a meia encosta, com muitos viadutos e muros de arrimo
Foto: Tchô Moioli/Integração Natureza - publicada com o texto
Foi preciso perfurar 31 túneis e construir vários viadutos para deitar os trilhos de
forma a que convivessem até hoje com a Serra do Mar. Na parte baixa, em 1933, a ameaça da malária aos trabalhadores só foi dominada à custa de muito
quinino e permanente assistência médica.
Além de tudo, o ramal da Sorocabana permitiu que muitos caminhos se encontrassem, pois
a largura entre seus trilhos era a mesma das demais estradas de ferro do interior de São Paulo, com exceção aos da Companhia Paulista, cuja
linha-tronco e alguns ramais com bitola 1,60 metro só podiam servir à Inglesa.
Estrada de Ferro Sorocabana
Foto: Tchô Moioli - publicada com o texto
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