Em meio aos festejos pelo aniversário de Santos, em 26 de janeiro de 1952, foi entregue às autoridades municipais um álbum fotográfico com dezenas de imagens da cidade (que então compreendia ainda o distrito de Bertioga, desmembrado 40 anos depois). A identificação de cada imagem está na própria foto e o álbum se completa com duas páginas de identificação dos autores.
O álbum Santos Histórico e Tradicional foi produzido e apresentado em 26 de janeiro de 1952 pelo professor Francisco Meira, sendo o trabalho organizado pelo seu Departamento de Educação da Prefeitura Municipal, em cumprimentto da lei nº 1194 de 16 de abril de 1951, que instituiu o Dia dos Monumentos e Fontes Históricas do Município de Santos. A comissão organizadora foi presidida pelo professor Sebastião Sílvio Julião, tendo como relator o professor Francisco Meira e secretária D. Maria Luiza Murat.
Esse álbum é mantido - ainda sem classificação mais detalhada - no acervo da Fundação Arquivo e Memória de Santos (FAMS), que cedeu as imagens para divulgação em Novo Milênio.
Notando-se que não há numeração de página e as folhas do álbum estavam soltas, a primeira foto aqui reproduzida é de Bertioga, ainda um pacato lugarejo em meados do século XX:
Situada na praia do Indaiá, em Bertioga, a construção que ganhou o nome de 'Casa do Indaiá' foi edificada pelo 'Poeta do Mar', Vicente de Carvalho, e celebrada em livro com o mesmo nome pelo também poeta Martins Fontes. Um ano depois deste álbum, em 25/5/1953, o prefeito dr. Antônio Feliciano declarou o imóvel como sendo de utilidade pública:
O jardim do poeta Martins Fontes:
Outra vista do jardim de Martins Fontes:
O tamarineiro nesse jardim foi citado em obras do poeta santista:
Outra vista do sítio Indaiá, em Bertioga:
Casa na Avenida Presidente Wilson, 68, em Santos, onde Martins Fontes passou a sua adolescência:
Rua Joaquim Távora, 274, em Santos - última morada de Martins Fontes (N.E.: é citado em outra obra o endereço com número 268, cuja construção é diferente):
Forte de São Felipe, no canal de Bertioga, em Guarujá:
Outra foto do Forte de São Felipe, na margem do Canal de Bertioga:
Datada de 1565, a instalação de Santo Antonio do Guaibe, ainda permanece em ruínas em Guarujá, no canal que liga Santos a Bertioga:
Defronte ao porto santista, no distrito guarujaense de Vicente de Carvalho, o fortim do Itapema, visto ainda sem a característica torre erguida a partir de 1905, tinha no início do século XX a companhia das instalações náuticas do Club Internacional de Regatas:
A praia do Góis fica na Ilha de Santo Amaro, município de Guarujá, e seu forte foi edificado em 1766/67 para proteger os flancos da Fortaleza da Barra Grande, ambos sendo avistados desde as praias santistas:
Fechando o acesso de embarcações indesejadas ao porto santista, o Forte Augusto era uma estacada simples que cruzava tiros de canhão com a Fortaleza da Barra Grande. Ficava na Ponta da Praia e, sobre suas ruínas, foi inaugurada em 1909 a Escola de Aprendizes Marinheiros, edificação que teve outros usos nas décadas seguintes e a partir de 1950 passou a sediar o Museu de Pesca:
Quando os primeiros navegadores lusos chegaram à Baía de Santos, procuraram locais mais abrigados dos ventos para atracar suas caravelas. A região da praia do Góes foi a primeira escolhida, mas logo se verificou que a Ponta da Praia, na margem direita do canal, oferecia melhores condições para o abastecimento das naus e para se alcançar por terra a nascente vila de São Vicente.
Assim, o local de desembarque na Ponta da Praia passou a ser conhecido como Porto das Naus, até que os navegantes percebessem as vantagens de outro local, mais próximo da vila vicentina e melhor abrigado (perto da atual Ponte Pênsil), para o qual foi transferida por volta de 1615 aquela denominação.
Nesta foto, o lugar onde existiu o primitivo Porto das Naus santista, substituído no século XX pelo Pier de Pesca e próximo de onde foi inaugurado em 1962 o Padrão de Dom Henrique:
As quatro fotos seguintes do álbum são vistas aéreas da Cidade de Santos e das instalações portuárias:
Fotos: álbum Santos Histórico e Tradicional, produzido em 1/1952 (Acervo FAMS)
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