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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 12/12/12 23:59:59
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SANTOS DE ANTIGAMENTE
Cidade explode para o alto, em 2012

Alvo de intensa e irresponsável especulação imobiliária, que até mesmo  altera o clima (formando os chamados "micro-climas", tornando-se sufocantemente quente), apoiada por uma legislação voltada apenas aos interesses das empresas imobiliárias, Santos está se tornando irreconhecível na paisagem urbana. O horizonte desaparece, o trânsito se torna caótico pelo excesso de veículos (é a cidade brasileira com maior número de veículos por habitante), os serviços públicos não dão conta do novo contingente populacional, a fiscalização inexiste.

 

Continua uma bela cidade, em muitos aspectos, mas com uma poderosa nota de preocupação. As imagens foram feitas durante o ano de 2012 por Sérgio Furtado Imagens Aéreas e mostram como, em poucos meses, a paisagem pode mudar drástica e irreversivelmente:

 

Sopé do Morro Santa Terezinha, no Marapé - cruzamento da Rua Carvalho de Mendonça e subida do Morro do Marapé com Avenida Moura Ribeiro. Encontre a entrada do túnel da Sabesp

 

Fácil, não é? Bem, aqui é o Gonzaga. Ache o coração do Gonzaga, a Praça da Independência. Dica: no cantinho superior esquerdo existe uma praia. Procure um prédio característico da praça, agora

 

Assim fica mais fácil achar a praça, não?

 

Avenida Ana Costa. No meio da imagem, (não) se vê a Avenida Francisco Glicério. E as palmeiras imperiais também não deixam ver a Praça da Independência. Encontre a praia do Gonzaga

 

Aliás, encontre qualquer praia. Dica: os bairros são Gonzaga, Campo Grande e Pompéia

 

Aliás... ache algum ponto de referência. Dica: compare o prédio mais alto com a foto acima. Anote, para futura referência: o edifício em "L" invertido fica na Rua Paraíba, 37. Não procure pela igreja da Pompéia, ela está escondida entre o edifício mais alto à direita e o edifício branco com faixa vertical cinza-chumbo à sua frente

 

Ok, esta foto é junto à praia. Mas... em que bairro? Dica: compare os prédios com a foto abaixo

 

Achou o bairro? Aparecida, com a Ponta da Praia ao fundo... Agora, ache o navio...

Parabéns, achou o navio azul. Agora, ache o porto. Dica: a mancha à esquerda é o Monte Serrat

 

Pois é... do alto deste novo prédio ainda dá para ver onde fica, aparece até a ponte ferroviária...

 

Onde fica? Dica: suba 2 fotos acima e observe o prédio branco com "L"s  invertidos, no centro...

 

Agora que achou o prédio branco com os "L"s invertidos em amarelo, ache o morro nesta foto...

 

A especulação imobiliária sobre o morro, vai às alturas. Lá em baixo fica o Mosteiro de São Bento

 

Ah, uma casinha simpática sendo construída na beira da praia...

 

Casinha?...

 

A "Colméia" da Prodesan era referência arquitetônica na cidade, na Praça dos Expedicionários, confluência das avenidas Ana Costa e Francisco Glicério. Tente achá-la, perto dos heliportos da "catedral" e do prédio laranja recém-concluído, ao lado de mais um prédio em construção

 

Bem lá no alto da foto, o Morro Santa Therezinha. Ache a igreja São Judas Tadeu, aí no Marapé. Dica: procure no "subsolo" dos novos prédios, bem no centro da foto

 

Ah, sim, foi citado, lá em cima, o clima em Santos! Também está mudando...

 

Tsunami no Gonzaga? (Ainda) não, só um pouco de "fog"...

 

Agora, um pouco do verde que (ainda) resta, para descansar a vista...

 

Estes prédios do Marapé parecem dançar ao som de uma antiga cantiga de roda. Então, para terminar, uma seresta em adeus ao morro e ao bairro que já começa a ficar irreconhecível, assim como o resto da cidade...

 

"Adeus, Marapé":

 

Vídeo postado no site YouTube por Badú Imóveis, em 16/5/2012. Em imagens e na letra da canção, é lembrada a tragédia do desabamento do morro em 1956

 

Adeus Marapé
Dupla Ouro e Prata
 

Bastião era meu filho,
Dita era minha mulher,
Que morava onde eu morava,
No morro do Marapé,
Mesmo num tendo dinheiro,
Nóis vivia tão feliz,
Nisso chega um engenhero,
Se vira pra nóis e diz,
Vocêis têm que se mudá porque,
O morro vai desabá.

Dita chorô, chorô,
Mais num se acovardô,
Ela disse: Corrê, num corro,
Onde é que nóis vai morá,
Se num fô aqui no morro ?

Duas semana dispois,
Eu saí pra trabalhá,
Num sabendo, na vorta,
O que eu ia encontrá:
O barraco que tava lá em cima,
Veio pará aqui no chão,
E no meio dos destroço,
Eu vi o paletó do Bastião...
Fechei os óio pra num vê,
Dispois saí a corrê,
Só parei lá numa curva,
Pra olha pra trás e dizê:
Adeus Marapé, adeus Marapé,
Que levô meu filho,
E também minha mulhé,
Adeus Marapé, adeus Marapé,
Vô pra junto deles,
Quando Deus quisé.

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