Mosteiro de São Bento
Foto: Carlos Pimentel Mendes, 23/6/2000
O antigo Mosteiro de São Bento:
atual Museu de Arte Sacra de Santos
"...o mosteiro de São Bento é um monumento arquitetônico dos mais curiosos
da cidade".
(Mário de Andrade)
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Dra. Wilma Therezinha Fernandes de Andrade (*)
A VILA DE SANTOS - O mosteiro de São Bento tem sua história ligada ao processo
colonizador da Capitania de São Vicente. A vila de Santos teve junto com a função portuária a de entrada e saída do planalto paulista. Os primeiros
povoadores aproveitaram as sesmarias recebidas para lavouras ou criação de gado. Além da organização da vida econômica e política, os portugueses
ocuparam-se da religião. Fundaram capelas: a de Santa Catarina; a da Graça; a de
N. Sra. do Monte Serrat; a de N. Sra. do Desterro. As ordens religiosas foram atraídas por generosas doações: a Companhia de
Jesus e a dos carmelitas no século XVI; a dos franciscanos, a dos beneditinos, no século XVII.
A Ordem de São Bento veio para o Brasil em 1582 e da Bahia expandiu-se para Olinda,
Rio de Janeiro, Paraíba, Graça (BA), São Paulo e Parnaíba. O estabelecimento dos beneditinos em Santos foi o oitavo em todo o Brasil e o terceiro da
Capitania de São Vicente.
A Ordem de São Bento constituía a Província do Brasil, desde 1596, sendo o mosteiro de
Salvador, cabeça da Ordem. A Província do Brasil era subordinada à Congregação de São Bento de Portugal. O lema da Ordem Beneditina é "ora et
labora" (reza e trabalha).
A ORDEM DE SÃO BENTO EM SANTOS: 1650 - Em terras herdadas do pai - o ferreiro
mestre Bartolomeu, que viera com Martim Afonso -, Bartolomeu Fernandes Mourão e sua mulher fundaram a capela de N. Sra. do
Desterro, que já existia antes de 1631 mas que, oficialmente, é de 1644. A viúva de Bartolomeu F. Mourão, Isabel Barbosa, e o filho Antônio
Fernandes Mourão, casado com Maria Resedá, doaram, em 1650, à Ordem de S. Bento, as terras com a ermida, alfaias, 2 casas, 12 vacas, 1 touro, 1
pastor índio e outras vantagens. Em troca, os beneditinos rezariam 3 missas por mês pela alma dos doadores e descendentes, que poderiam ser
enterrados na capela. A Câmara Municipal de Santos concedeu a licença para a fundação do mosteiro e os primeiros fundadores do mosteiro foram os
padres Plácido da Cruz - primeiro Presidente - e frei Basílio da Assunção - Pregador.
A Regra do Patriarca S. Bento, fundador da Ordem na Idade Média, estabelecia que os
mosteiros, além da base econômica, deviam ser fundados em sítios afastados. Por isso, a situação da ermida do Desterro era ideal, no Morro do
Desterro (hoje S. Bento) à distância "de dois tiros de espingarda" da vila, conforme afirma, pitorescamente, documento da época.
Não se sabe com certeza quem fez o projeto do mosteiro de Santos, mas a planta tem
grande semelhança com as plantas dos mosteiros da Bahia, em especial com o da Graça. O historiador D. Clemente M. da Silva-Nigra, OSB, atribui o
projeto a frei Gregório de Magalhães, em 1649.
A Igreja de N. Senhora do Desterro (nome do Mosteiro) apresenta fachada simples, com
três arcos - característicos da arquitetura beneditina - e três janelas de vergas retas, arrematadas por um frontão triangular retilíneo, tendo à
frente a galeria com três arcos. A torre erguida sobre o terceiro arco está na direção do corredor direito do claustro. Na frente, um terraplano
grande que servia de adro e que se ligava com a várzea embaixo, através de uma calçada.
Por um desenho do mosteiro, feito em 1826, pelo artista inglês William John Burchell,
vê-se que a torre sineira, com as duas janelas românticas, tinha o coroamento em forma de pirâmide, o que dava um toque de leveza ao aspecto maciço
do conjunto. Nos fundos da igreja ficavam a sacristia, a cozinha e o alojamento dos escravos.
Anexo à igreja situa-se o mosteiro, que consta de edificações regulares, tendo ao
centro o claustro, pátio central que serve admiravelmente como um centro distribuidor, entre as diversas áreas, sendo também de circulação e lazer.
Até o século XX, o claustro era limitado ao fundo por um grande penedo.
A VIDA BENEDITINA NO SÉCULO XVIII - Em 1725, o mosteiro foi reconstruído em
pedra e cal, utilizando-se técnica construtiva típica do litoral em alvenaria ciclópica. Na verdade, o mosteiro sempre sofreu alterações e reparos
durante sua longa utilização, por causa das chuvas, da umidade constante e da localização na subida do morro.
Em 1756, a Junta Geral da Ordem em Portugal louvava o zelo do Presidente "que procurou
recuperar e aumentar o dito mosteiro", mas, em 1788, o edifício estava "... no mais deplorável estado que se pode considerar ameaçado tudo à última
ruína". Em 1795, "reedificou-se de novo a igreja" que tomou a feição que possui hoje.
As partes de madeira foram substituídas por pedras, colocaram-se balaustradas e grades
de estilo oriental e pintou-se "belíssimo forro" que, infelizmente, depois se perdeu.
Nessa época, morava já há longos anos no mosteiro frei Gaspar da Madre de Deus
(1715-1800), ex-abade provincial da Ordem, o mais notável monge da Ordem, nascido em S. Vicente, autor das Memórias para a História da Capitania
de S. Vicente, publicadas em Lisboa, em 1797. A cela onde ele morou 30 anos é hoje a Sala Beneditina.
O mosteiro tinha função funerária, principalmente para os monges. A lápide mais antiga
é de 1696 e a mais recente é de 1815. A mais notável é a de frei Gaspar que, depois de ter sido jogada fora no século XIX (!), foi achada por
Antônio Militão e pode ser vista agora na igreja, onde foi recolocada por Benedicto Calixto.
DEVOÇÕES DO MOSTEIRO DE SÃO BENTO - O estudo das devoções fornece elementos
indicativos dos sentimentos individuais e coletivos importantes, em determinados momentos do passado.
Havia a devoção a N. Senhora da Conceição, a mais popular do Brasil Colônia.
Salientam-se outras devoções: São Bento, Santa Escolástica (irmã gêmea de São Bento), Santo Amaro, Santa Gertrudes Magna, N. Senhora do Pilar. Os
nomes usados no período colonial revelam a influência religiosa. Por uma Lista de População, de 1765, havia, em Santos, quanto aos nomes
femininos, 147 Marias, 93 com o nome de Ana e 34 com o nome de Gertrudes. Este último demonstra o prestígio das devoções beneditinas.
No Brasil, a devoção a São Bento foi popular, sendo considerado pelo povo um santo
protetor contra o mal: picadas de cobras, ladrões e feitiçaria. Contra o demônio, os exorcistas recorrem às fórmulas beneditinas e, entre os fiéis,
espalhou-se o uso da medalha protetora de São Bento.
Entre as devoções beneditinas em Santos, destaca-se o culto a N. Senhora do Desterro.
Um quadro, em óleo sobre tela, retrata a viagem da Sagrada Família, em fuga para o Egito, com o menino já crescido, caminhando.
Importante, também, a devoção a N. Senhora do Monte Serrat, introduzida em Santos por
D. Francisco de Souza, governador-geral do Brasil, na passagem do século XVI para o XVII. Os monges eram responsáveis, como, aliás, em toda a
Cristandade, por esse culto.
Mosteiro de São Bento retratado por Aimé-Adrien Taunay
O MOSTEIRO NO SÉCULO XIX - As reformas continuaram procurando-se sempre
substituir a madeira por pedra. Em 1860, as chuvas constantes que entravam nos forros obrigaram a novas e prolongadas obras, onde foi usado o
cimento.
Entre as muitas visitas notáveis, o mosteiro recebeu, em 1825, a dos membros da
expedição von Langsdorff que fez a façanha de percorrer o Brasil desde o Rio de Janeiro até Belém: passaram por Santos, o interior de São Paulo,
pelo Pantanal, desceram o rio Madeira, o Amazonas, alcançaram Belém, voltando, pelo litoral, ao Rio de Janeiro. A extraordinária viagem levou três
anos e três artistas dela participaram: Hércules Florence, J. M. Rugendas e Adriano Taunay. Este último (1803-1828), filho e neto de artistas, no
início da expedição, assinou bonita aquarela do mosteiro e igreja de São Bento, datada de "Santos, setembro de 1825",
reproduzida no livro O Brasil de hoje no espelho do século XIX, pp 66-67).
Em 1846, D. Pedro II visitou o Mosteiro de São Bento e bebeu água na antiga fonte do
Desterro, no sopé do morro, onde restaram inscrições que lembram o fato.
Além de servir para a vida prescrita na Regra Beneditina, o mosteiro era também um
hospício, isto é, uma hospedaria para religiosos. Os monges, além da vida contemplativa, cuidavam da capela do Monte Serrat que lhes fora doada por
D. Francisco de Sousa, seu fundador, e da qual tomaram posse em 1652. A atividade religiosa tinha aspectos culturais, sociais e lúdicos. Missas,
sermões, procissões, festas de santos padroeiros, sempre com música. Os santos eram importantes, como foi visto no item das devoções.
A IGREJA DE N. SENHORA DO DESTERRO - Devido a circunstâncias do histórico dos
beneditinos, em Santos, ela conserva características das igrejas barrocas do período colonial, o que a torna duplamente interessante: pelo valor
artístico e histórico.
A galeria, com três arcos, dá acesso à igreja de nave única, que é separada do
altar-mor, no alto, por um arco cruzeiro, e em baixo por uma mesa de comunhão delicadamente trabalhada, com balaústres de madeira, lembrando
influência chinesa, os quais se repetem no porta-corpos do coro, e nas quatro tribunas da nave. Dois belos púlpitos, de base de pedra, completam a
harmonia barroca da igreja. O forro é côncavo, de tábuas corridas lisas, de cor cinza. Três altares completam o sentido religioso: o altar-mor e
dois altares laterais.
Junto ao altar-mor estão as lápides de frei Miguel de Santa Catarina Mota, falecido em
1803, e a de frei Gaspar da Madre de Deus. Na parede da nave, à direita, está uma grande placa, em bronze e mármore, desenhada por Benedicto Calixto,
por encomenda da Câmara Municipal:
"Jaz sepultado n'este convento dos beneditinos
A cuja ordem pertenceu e tanto illustrou
Frei Gaspar da Madre de Deus
Nascido a 9 de fevereiro de 1715
Na fazenda de Santa Anna do Acarahu
Município de S. Vicente
e fallecido n'esta cidade do ano de 1800
Paz a sua alma e honra a sua memória
Câmara Municipal de Santos
22 de outubro de 1902.
1715
1800"
O ALTAR-MOR DA IGREJA - Existe uma polêmica sobre a autoria do retábulo da
igreja de N. Senhora do Desterro. Estudaram a questão Benedicto Calixto e Mário de Andrade.
Sabe-se que Benedicto Calixto, indo ao mosteiro de São Bento, encontrou velho prior,
frei Joaquim do Monte Carmelo, OSB, que mostrou o retábulo, dividido em pedaços, ainda por montar, pois havia um problema: a igreja era baixa demais
e o retábulo não cabia. Foi preciso subir o teto da igreja na parte do altar-mor e o retábulo foi remontado por um carpinteiro chamado Carlos José
do Espírito Santo e a douração por Alfredo Paccini.
Para Benedicto Calixto, o autor do retábulo foi frei Jesuíno do Monte Carmelo (Santos,
1764 - Itu, 1819), que fora para Itu, ainda mocinho, e lá se radicara. Casou-se e tornou-se pai de cinco filhos. Aprendiz de pintura, com Silva
Manso, pintou a matriz de Itu, mais tarde, sozinho, o Carmo. Foi entalhador e músico. Viúvo, dedicou-se à religião, fundando uma espécie de
congregação: os Padres do Patrocínio.
Citamos Calixto: "Foi durante sua permanência em São Paulo que o padre Jesuíno,
coadjuvado por seu filho Eliseu, entalhou o belo retábulo para a Igreja do recolhimento de Santa Teresa, o mesmo que ora se inaugura na igreja de
São Bento, em Santos", opinião publicada num artigo de A Tribuna, de 10 de dezembro de 1903, encontrado por nós, no Arquivo Nacional, no Rio
de Janeiro. Foi sorte este encontro, pois esta publicação esclarece o que se ignorava, a data da inauguração do altar-mor: 8 de dezembro de 1903,
dia de N. Senhora da Conceição.
Mário de Andrade pesquisou este retábulo e não crê que tenha sido obra de Frei
Jesuíno. Segundo ele, era originário da igreja de N. Senhora do Patrocínio, de Itu, que fora reformada em 1896. Frei Joaquim do Monte Carmelo,
depois de encontrá-lo encostado pelas freiras, trouxe-o para o mosteiro de Santos, para o qual tinha sido nomeado prior.
No estado atual das pesquisas, ainda não está definida, claramente, a autoria do
retábulo. Ele veio de São Paulo e foi feito por frei Jesuíno, segundo Benedicto Calixto. Veio de Itu e não é trabalho de frei Jesuíno, para Mário de
Andrade.
ALTARES LATERAIS - Primitivamente, os dois altares laterais eram mais baixos;
porém, por ocasião da grande reforma da igreja, no final do século XVIII, foram elevados e colocados em simetria.
ALTAR DE SANTA GERTRUDES - Dedicado a Santa Gertrudes Magna (1256-1334), é
evidência da devoção, em Santos, a essa monja beneditina, autora de obra mística.
O retábulo é em estilo barroco, da segunda fase, portanto, mais próximo do modelo
português. Trabalhado em madeira escura, com frisos de ouro, apresenta elementos decorativos, como: anjinhos, flores, volutas, colunas torsas e
cortinados. No alto, uma cartela, também barroca, onde se lê: "Santa Gertrudes", arremata o conjunto, finamente esculpido. O altar, propriamente
dito, é sustentado por duas elegantes colunas torsas e sob ele encontra-se uma impressionante escultura, em madeira, do Cristo Morto.
ALTAR DE N. SENHORA DO PILAR - A devoção de N. Senhora do Pilar, originária de
Saragoça, foi introduzida no mosteiro, provavelmente, por frei Gaspar, pois, no inventário de sua mãe, D. Ana de Siqueira e Mendonça, consta uma
imagem dessa invocação espanhola.
O altar é barroco, da fase final chamada rococó, de fatura bem diferente dos outros
altares. Os pormenores barrocos estão presentes: volutas, concheados, pingentes, cartela, mas tudo bem comportado, numa emoção bem contida. Embaixo
do retábulo há um magnífico painel, em pinho de excelente qualidade, representando a visão de Santo Antônio de Pádua, trabalho que revela
competência técnica e senso estético. Estes retábulos da igreja de N. Senhora do Desterro, de Santos, são documentos da arte paulista e brasileira
e, como tais, são dignos de admiração e apreço.
Desde o século XVIII, na época de Pombal, a situação ficou difícil para as Ordens
religiosas, que foram submetidas a apertados cercos por parte do governo, por causa da tendência laica que tomou um rumo anticlerical. As doações
diminuem, torna-se difícil manter o mesmo número de monges. Após a Independência, a Santa Sé expediu uma bula criando, em 1827, a Congregação
Beneditina Brasileira. Mas, em 1855, um Aviso Imperial proibiu a entrada de noviços nas Ordens religiosas. Isso quase liquidou o mosteiro, que, em
1885, não funcionava, já entrado em decadência.
O prédio serviu várias vezes de enfermaria de 1873 a 1874, e novamente em 1889, quando
houve a grande epidemia de febre-amarela.
NOVA VIDA COM A REPÚBLICA - Os Monges não passavam de 15 em todo o Brasil em
1889. A separação da Igreja do Estado foi a salvação dos mosteiros beneditinos, que puderam receber sangue novo.
Novas reformas no final do século XIX e, em 1903, foi inaugurado um novo altar-mor
trazido de São Paulo, por Frei Joaquim do Monte Carmelo, OSB, como já foi visto.
O mosteiro de Santos foi renovado, mas, em 1907, foi incorporado à abadia de S. Paulo
como priorado simples. Em 1925, porém, a Santa Sé o elevou a priorado conventual.
Durante a II Grande Guerra, o mosteiro sofreu rude golpe, porque os monges eram
alemães e tiveram que deixar o litoral. Voltaram depois e o último prior foi D. Martinho Roth, em 1964.
Em 1968, a Ordem de S. Bento transferiu-se para vinhedo e fez entrega de todos os
bens: do mosteiro, de alfaias e imagens à Cúria, para a instalação do Museu de Arte Sacra de Santos.
Devido ao seu valor histórico e arquitetônico, o SPHAN tombou o conjunto, as imagens e
as alfaias, em 1948, por iniciativa de D. Clemente Maria da Silva-Nigra, OSB. Pelo Condephaat (órgão estadual) foi tombado em 1973, e pelo Condepasa
(órgão municipal), em 1990.
Museu de Arte Sacra possui biblioteca com mais de
3 mil volumes e 700 peças religiosas
Foto: Decom/Prefeitura Municipal de Santos, D.O.U., 18/5/2002
O MUSEU DE ARTE SACRA DE SANTOS (MASS) - O Museu foi criado por decreto
episcopal de 1981, em 11 de julho, dia de São Bento. Por iniciativa de D. David Picão, bispo diocesano, foram instaladas duas comissões, as quais,
sucessivamente, desde 1968, procederam levantamentos do acervo da Diocese de Santos e de outras instituições.
O edifício do antigo mosteiro e a igreja de N. Senhora do Desterro foram restaurados
pelo SPHAN-Pró Memória e depois pelo Condephaat - em que levaram nove anos -, sem fazer, porém, a restauração dos três altares da igreja.
Finalmente, após muitos esforços, foi o Museu inaugurado, festivamente, em 12 de dezembro de 1981.
A diretoria do MASS conseguiu, com muitos sacrifícios, terminar o restauro do
altar-mor em 1993, e iniciou o do altar de Santa Gertrudes Magna, cujo término é expectativa para o final de 96.
Devido aos conhecidos problemas provocados por chuvas torrenciais que castigam o
conjunto arquitetônico, situado numa encosta de morro, os edifícios foram, de novo, retelhados, de acordo com as normas técnicas de restauro, para a
proteção dos prédios e do valioso acervo museológico.
O Museu possui variado acervo de peças sacras: imagens de São Bento, Santo Amaro, N.
Senhora da Conceição, do séc. XVI; Santa Catarina de Alexandria, da fundação de Santos; Santa Gertrudes Magna, Cristo Morto, obras de Benedicto
Calixto; pinturas de Guiomar Fagundes; quadros a óleo do séc. XVIII, de Silva Manso; prataria; arte religiosa popular; como as "paulistinhas",
objetos que pertenciam aos bispos, crucifixos, o primeiro sacrário da Catedral, entre muitas outras peças de interesse para a arte e para a
história.
Além do acervo litúrgico e religioso, apresenta Sala de Máscaras; Sala de Arqueologtia;
exposição de Aeromodelismo. Possui monitoria especializada; atendimento a pesquisadores; Biblioteca "Frei Gaspar"; área de lazer; faz promoções
culturais e exposições temporárias. Abriga o Instituto de Pesquisa em Arqueologia (Iparq).
Contando já 15 anos de funcionamento (N.E.: em 1996),
o Museu sempre teve o apoio de D. David Picão, bispo de Santos, através da S.V.S.L. (N.E.: Sociedade Visconde de São
Leopoldo, mantenedora da Universidade Católica de Santos) e da Unisantos. Nos últimos anos contou com sistemática
contribuição da Prefeitura Municipal de Santos e prestação de serviços através da Prodesan S.A.
O MASS funciona no prédio do antigo mosteiro, na Rua Santa Joana D'Arc, 795, morro de
São Bento, de terça a domingo, das 14h00 às 17h30, tel. 219-2898 (N.E.: dados de 1996). O
MASS é protegido por alarmes ligados diretamente à Polícia Militar, ao 1º Distrito Policial e conta com a Guarda Municipal de Santos. Centro de
pesquisa de arte e da História brasileira, o MASS está naturalmente inserido na vida e na cultura da Baixada Santista.
(*) Dra. Wilma Therezinha Fernandes de
Andrade, vice-presidente do Museu de Arte Sacra de Santos (MASS), museóloga, professora da Universidade Católica de Santos (Unisantos) e membro da
AFCLAS.
FONTES E BIBLIOGRAFIA SUMÁRIA:
ANDRADE, Mário
de. Padre Jesuíno do Monte Carmelo, São Paulo, Martins, 1965, ilust.
ANDRADE, Wilma
Therezinha Fernandes de. A Vila e a Fé: Santos e a Ordem de S. Bento do século XVI ao XVIII. Dissertação de mestrado apresentada à área de
História Social da F.F.L.C.H, da USP, 1980, Mimeogr., inédita, ilust.
O Mosteiro de S. Bento em Santos: Algumas Considerações. In: Leopoldianum,
Santos, S.V.S.L., v. 8(22); 5-27; out. 1981, ilust.
Uma igreja
barroca e três altares: estado atual das pesquisas sobre a igreja de N. Senhora do Desterro, em Santos. In: Leopoldianum, Santos, S.V.S.L., v.
14 (40), 33-48; ago. 1987, ilust.
COSTA, Maria
de Fátima G. O Brasil de hoje no espelho do séc. XIX: artistas alemães e brasileiros refazem a expedição Langsdorff. Maria de Fátima G.;
Pablo Diener; Dieter Strauss. São Paulo: Estação Liberdade, 1995. Vários colaboradores, ilust.
ENDRES, José
Lohr, OSB. A Ordem de S. Bento no Brasil quando Província. 1582-1827. Salvador: Beneditina, 1980.
Catálogo dos bispos gerais, províncias, abades e mais cargos da Ordem de S. Bento
no Brasil - 1582-1975, Salvador, Beneditina, 1976, ilust.
MADRE DE DEUS,
Gaspar da (fr. ), OSB. Memórias para a história da capitania de São Vicente. Lisboa: Academia Real de Ciências, 1797.
SILVA-NIGRA,
Clemente Ma. da OSB. Construtores e artistas do mosteiro de S. Bento do Rio de Janeiro. Salvador: Beneditina, 1950, ilust.
Mosteiro de São Bento
Foto: Sérgio Eluf, 1982
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