HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS -
MONUMENTOS-002
Um clube para homenagear Xavier da Silveira
A estátua em homenagem a
Joaquim Xavier da Silveira (que também tem uma rua santista em seu nome) surgiu por meio de um
clube formado em 1911 para homenagear esse ilustre santista. Sua inauguração, em 12 de
janeiro de 1914, foi registrada no livro Santos (Reminiscências) 1905-1915, de Carlos Victorino (Typ. d'A Tarde – Rua
Martim Afonso n. 21, Santos/SP, 1915, volume II, página 38):
Passada a tempestade política,
tivemos a colocação da estátua de Xavier da Silveira, no Largo do Rosário, comparecendo ao ato o mundo oficial santense,
música, povo etc.
O busto de Xavier da Silveira é em bronze e a coluna que o suporta é de mármore, tendo
em suas quatro faces as respectivas inscrições:
Orador, poeta, jornalista
e advogado
Amou devotamente a terra de seu berço
que serviu e honrou
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7-10-1840 – 30-VII-1874
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Voou pelas alturas do Infinito onde
passa ridente o raio da luz
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À memória do filho amado, Santos
mandou erguer este monumento
Capa do livro de Carlos Victorino
Exemplar no acervo da Sociedade Humanitária dos Empregados no
Comércio de Santos
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Algumas informações sobre o destino desse monumento foram anotadas pelo falecido
jornalista Olao Rodrigues, em sua obra Veja Santos (2ª edição, edição do autor, 1975), nas páginas 640 e 459:
[...]
Na sessão ordinária da Câmara Municipal realizada a 2 de outubro de 1901, sob a presidência do sr. José Carneiro Bastos, foi
aprovado o Parecer nº 33, da Comissão de Justiça e Poderes, autorizando a Câmara Municipal a colaborar financeiramente no movimento em favor da
ereção de uma estátua a Xavier da Silveira. O Parecer foi encaminhado à Comissão da Fazenda e Contas a fim de ser fixada a importância dessa
colaboração-solidariedade.
Havia em Santos o Clube Xavier da Silveira, de finalidade cívico-cultural, que, a 1º
de outubro de 1884, há 89 anos [...], no Teatro Rink, realizou festividade comemorativa do dia
28 de setembro, de que foi o principal orador o dr. Rubin César. Alunos do Colégio Nacional entoaram a canção Sinos de Carneville, havendo
ainda uma parte teatral.
[...] Joaquim Xavier da Silveira nasceu em Santos a 7 de
outubro de 1840 e aqui também faleceu a 30 de agosto de 1874, com a idade de 34 anos, vítima da varíola que
grassava no acanhado município. Depois de trabalhar no comércio, como auxiliar de escritório e guarda-livros, cursou a
Faculdade de Direito de São Paulo, pela qual se formou em 1865. Jornalista, jurisconsulto e tribuno, a ele assim se referiu
Luís Gama: "Enquanto Xavier da Silveira viveu, a luz vinha de Santos".
José Bonifácio - O moço - que era grande tribuno, também teve estas expressões: "Xavier da Silveira, na tribuna,
não era um orador - era um fenômeno".
Além de Poesias, publicado post mortem por Xavier da Silveira Filho,
deixou Porque Amo a Noite, Só e História de Um Escravo (poemeto), de natureza abolicionista, de que foi grande pugnador. Apesar
de morrer 14 anos antes da Lei Áurea, Xavier da Silveira - o Silveirinha - era figura requestada em reuniões culturais e sociais, pela
palavra fácil e fluente e pelo temperamento jovial.
Há uma herma eternizando sua memória, agora na Praça Nenê Ferreira
Martins, mas já esteve no Largo do Rosário (atual Praça Rui Barbosa) e
Visconde de Mauá).
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A herma, que em setembro de 1922 havia sido transferida para a Praça Mauá, e dela saiu em
1939 para a Praça Fernandes Pacheco (no Gonzaga), está agora na Praça Nenê Ferreira Martins (confluência da Rua Alexandre Herculano com Avenida
Francisco Glicério, no bairro do Gonzaga):
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