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CULTURA/ESPORTE NA BAIXADA SANTISTA
Xavier da Silveira

Um resumo biográfico sobre esse advogado e poeta foi publicado no terceiro volume da obra conjunta História de Santos/Poliantéia Santista, de Francisco Martins dos Santos/Fernando Martins Lichti (Santos, 1996):

SÍNTESE ANTOLÓGICA DOS POETAS DE SANTOS
Xavier da Silveira

Joaquim Xavier da Silveira nasceu em Santos a 7 de outubro de 1840 e aqui faleceu a 30 de agosto de 1874. Filho do capitão de milícias Francisco Xavier da Silveira, formou-se em Direito em 1865. Advogou muito em prol da libertação de escravos. Foi poeta, jornalista, jurisconsulto e tribuno eloqüente. Foi grande líder abolicionista.

Apesar de sua farta obra poética, não editou nenhum livro, em vida. Seu livro "Poesias" foi publicado após a sua morte, em 1902.

A Crença é Flor do Céu

Eu sei que tudo acaba. A flor definha,
as aves emudecem, morre o dia,
os frutos caem, a folhagem seca,
Da morte a um sopro a inteligência esfria.

Sei que as harpas sonoras e plangentes
Perdem também acordes gemedores,
Chamas da inspiração, luz do talento
Tudo fenece como murcham flores.

Sei, por isso, que a hora do silêncio
Para mim dentro em breve soará,
Ave ou flor, dia ou fruto, folha, idéia,
Tudo o sono perpétuo dormirá.

Contudo, a morte não me assombra a crença,
Não morre a alma que de Deus decorre,
Se a crença é d'alma predileta filha,
Bem como a alma a minha fé não morre.

O tempo pode devorar estátuas,
a morte pode aniquilar a vida,
Mas a crença d'alma que abandona o corpo
É flor da terra para o céu partida.