Inauguração das instalações no Jabaquara, em 2/7/1945
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Inauguração do novo hospital - 2/7/1945
O povo de Santos, por seus elementos de todas as camadas
sociais, tributou carinhosas manifestações de simpatia ao presidente Getúlio Vargas, durante a sua visita de
ontem a esta cidade, para inaugurar o novo majestoso hospital da Santa Casa.
As demonstrações populares consagradas ao ilustre visitante constituíram acontecimento
exponencial, pelo vulto, entusiasmo e espontaneidade.
Foi um dia de duplo júbilo para a cidade. Júbilo pela visita e júbilo pela inauguração
da nova casa da Misericórdia.
O sr. Getúlio Vargas chegou ao novo edifício hospitalar às 11 horas e, nessa
oportunidade, as aclamações populares foram ainda mais ali significativas.
Estavam ali formados, o batalhão do Colégio Santista, delegações de outras escolas e
de entidades trabalhistas, avultando a dos trabalhadores portuários, que empunhavam vários dísticos e cartazes de saudação ao chefe da nação, além
de compacta massa popular.
A banda musical da Guarda Civil de São Paulo executou o Hino Brasileiro e, em seguida,
o presidente Vargas encaminhou-se ao lugar reservado ao lado do altar, iniciando-se, pouco depois, a solene missa campal, rezada por d. Idílio José
Soares, bispo diocesano, que foi acolitado pelos padres Alfredo Pereira Sampaio e Benedito Vicente dos Santos.
Grande orquestra e corpo coral fizeram-se ouvir com execuções sacras durante a santa
missa.
À elevação do Santíssimo Sacramento, a banda da Guarda Civil entoou o Hino Nacional.
A tocante cerimônia religiosa foi assistida também pelos ministros Sousa Costa e
Marcondes Filho, interventor Fernando Costa e demais autoridades.
Ao Evangelho, o padre Antonio de Almeida Morais pronunciou formoso sermão gratulatório.
Placa comemorativa - Terminada a missa campal, o presidente Getúlio Vargas
ingressou no majestoso edifício hospitalar do Jabaquara, onde os conselheiros, mesários e corpo clínico lhe apresentaram cumprimentos.
No "hall" da nova casa santa, s. excia. presidiu ao ato de inauguração de uma
placa comemorativa e na qual estão inscritas estas palavras: "1543-1945. Irmandade da Santa Casa da Misericórdia. Por
sua excelência o sr. Dr. Getúlio Vargas, presidente da República, com a presença dos exmos. srs. dr. Fernando Costa, interventor federal no Estado,
dr. Antonio Gomide Ribeiro dos Santos, prefeito de Santos, d. Idílio José Soares, bispo diocesano, Benedito Gonçalves, provedor desta Irmandade, e
de outras altas autoridades civis, militares e eclesiásticas, pessoas gradas, corpo clínico e irmãos, foi inaugurado este hospital no dia 2 de julho
de 1945".
Descerrada a placa, falou o dr. Ismael Coelho de Sousa, diretor técnico das obras de
construção do hospital. Este ato constituiu a entrega solene e oficial do novo edifício hospitalar à Irmandade da Santa casa da Misericórdia.
Getúlio Vargas e autoridades, na inauguração do hospital em 2/7/1945
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Inaugurado o novo hospital - No Salão do Consistório realizou-se, em seguida, a
solenidade de inauguração da nova Santa Casa.
O sr. Getúlio Vargas presidiu essa cerimônia, tomando também lugares à mesa de honra
os srs. Fernando Costa, ministro Sousa Costa, ministro Marcondes Filho, d. Idílio José Soares Bitencourt, prefeito Gomide Ribeiro dos Santos,
Gofredo T. da Silva, embaixador José Carlos de Macedo Soares e Benedito Gonçalves. O grande salão estava totalmente tomado por uma assistência
seleta.
Discurso - Saudando o presidente da República, em nome da Santa Casa da
Misericórdia de Santos, o dr. Lincoln Feliciano pronunciou a seguinte oração:
"Eminente sr. Presidente Vargas: Registra a História da Santa Casa da Misericórdia de
Santos, quatro vezes secular, apenas duas visitas de Chefes da Nação.
Uma foi a 13 de novembro de 1886, quando rangeram seus largos portões de ferro para
dar entrada a Sua Majestade Dom Pedro II, Imperador do Brasil. Da sua lísida comitiva, destacavam-se, dentre outros belos tipos políticos do Segundo
Império, o Visconde de Paranaguá, o Barão de Sabóia, o Conselheiro Antonio Prado e o Barão de Parnahyba.
Hoje, decorridos quase 60 anos, sois vós o segundo Chefe da Nação e o primeiro
Presidente da República a visitá-la - a fim de inaugurar-lhe o novo e majestoso hospital, um dos melhores e mais perfeitos da América do Sul - sob
aquela mesma aura de respeitosa simpatia que cercava a figura venerada, já um tanto lendária, do nosso grande Imperador.
É que a bondade que deu tanta fama ao magnânimo Monarca, também caracteriza o talhe de
alma do grande Repúblico, homem de ardente patriotismo, de alta ilustração, de mensurada sensatez e de perfeita probidade.
Quando em Petrópolis, em meio das crianças, como é de vosso hábito nesse veraneio,
alguém vos perguntou qual o ato de vosso governo que mais satisfação vos dava, respondestes que era a legislação de assistência social e econômica
de amparo ao trabalhador e de proteção aos humildes.
Notável, extraordinariamente notável é a obra social de vosso governo. Ela, por si só,
vos consagra como o maior dos brasileiros vivos...
...Essa obra de civilização que é o apanágio do vosso governo, iniciou-a Braz Cubas
fundando o primeiro hospital deste continente, sob a divisa de "Casa de Deus para os Homens, Porta aberta ao Mar", junto ao Outeiro de Santa
Catarina, a cuja sombra nasceu e cresceu esta luminosa cidade, que estruge entre tantas glórias e tantas tradições.
Nela prosseguiram os jesuítas, com Manoel da Nóbrega,
José de Anchieta (o cantor da Virgem Maria, nas alvas praias de Iperoig) e Leonardo Nunes que, subindo o planalto de Piratininga, viram brotar
do seu solo fecundo, inexaurível, milagroso, esse portentoso caudal de civilização que é São Paulo.
Depois apareceram as bandeiras que, de Santos, ardendo de entusiasmo, levaram para os
mais ínvios sertões do Brasil, Francisco Brito Peixoto e Luiz Martins, que por sinal, voltaram velhos, doentes, pobres, mostrando em como os
santistas são patriotas, leais, generosos, proverbialmente bons...
...Eminente sr. Presidente Vargas: Martins Fontes,
o nome tutelar de Santos, porque ninguém a amou mais nem a cantou melhor, narra que, nos ominosos tempos da escravatura, muitos negros cativos,
quando, em busca da liberdade, alcançavam o topo da serra de Paranapiacaba, não chegavam a desce-la. Morriam de emoção só por verem, "ao longe, sob
montanhas sotopostas, uma imensidade azul, desdobrada até o infinito, uma cidade que parecia subir pelo mar e entrar no céu, cercada por uma colina
doce, de cento e sessenta e cinco metros, em cujo alto uma capela abria as asas, pomba da arca, alma do povoado, luz da simplicidade, brancura,
Igreja de Nossa Senhora do Monte Serrat".
E Vicente de Carvalho, o maior poeta do Brasil,
santista como aquele, conta que muitos escravos conseguiam transpor o pagode de montanhas:
"Uns tardos caminhantes,
sinistros, meio nus, esboçados na sombra:
- Almas em desespero arfando os corpos gastos,
mães aflitas levando os filhos de rastos,
Velhinhos
esfarrapando as mãos a tatear nos caminhos,
até avistar, além,
..., na luz da manhã leve e clara,
o contorno ondulante e azul do Jabaquara".
Desse reduto de foragidos, saíram, libertados, três anos antes do 13 de maio, mais de
três mil negros escravizados. Renasceram para a vida, depois de terem nascido.
É onde estais, eminente sr. Presidente Vargas, na bela e ardente Ilha do Sol, no
Enguaguassu dos guaianazes, outrora regado por lamarões e lagamares, terra que tanto é nossa como é vossa, porque é de São Paulo e é do Brasil.
Ensinando à Pátria a liberdade e a caridade, como diz o seu armorial, Santos se ufana
de ter sido, além de Berço da Abolição, com os quilombos de Quintino de Lacerda, a inspiradora da nossa Independência
Política, com a Trilogia Andradina e, no Centro Democrático Santista, com o apóstolo Silva Jardim, a sede do mais ardoroso núcleo político da
Propaganda Republicana.
Além de terra do Patriarca da Independência, Santos também o é: de
Bartolomeu de Gusmão, o precursor da locomoção aérea; de Alexandre de Gusmão, idealizador da Lei da Boa Vizinhança,
ultimamente revivida pelo presidente Roosevelt; de José Feliciano Fernandes Pinheiro (Visconde de São Leopoldo), o
instituidor dos Cursos Jurídicos no Brasil; de Antonio Pimenta Bueno (Marquês de São Vicente), notável magistrado e insigne jurista, e de tantos
outros varões ilustres, que fulgiram na política, na ciência, nas letras e nas artes.
Esses tesouros formaram um tesouro maior: esta cidade de Santos, cujo solo palpita ao
contacto de vossos passos, porque, se ela foi a precursora da redenção dos negros escravos, fostes vós, eminente sr. Presidente Vargas, o epígono da
libertação dos operários do Brasil.
Pela sua posição, junto ao mar, que a todos obriga a falar alto, com destemor e
lealdade, Santos não tolera a escolha geográfica dos homens, tanto que a todos, homens do Norte e homens do Sul, homens de dentro e homens de fora
do País, ela recebe e agasalha, entrando com eles em reflexiva e serena relação.
Se passardes pela nossa Rua 15 de Novembro,
no trecho entre a Rua Frei Gaspar e o prédio da Sulacap, à hora em que o sol lhe amolece o asfalto, vereis indivíduos, de
todas as raças e de todos os credos, forjando com o comércio, de compra ou venda diretamente ou a termo, a movimentação do
maior empório de café do mundo e contribuindo, portanto, de maneira excepcionalíssima, para o engrandecimento desta Pátria, tão bela, tão boa e
ainda tão farta, apesar dos angustiosos problemas, que lhe resultam da guerra, e para os quais tendes os olhos voltados, com o mais corajoso
programa construtivo de que nos dá notícia a história econômica do Brasil.
Os acontecimentos, de ordem política, social ou econômica - talqualmente uma agulha
que treme, oscila e se desorienta à mais leve impulsão elétrica, ali, naquela espremida via pública, onde se acotovelam altistas e baixistas, se
refletem com a retumbância duma explosão. Mas, dadas sobre eles as explicações governamentais, porque todos confiam no seu Grande Chefe, logo se
restabelece a confiança no mercado do produto, e o susto se vai como a neve que se derrete à chegada do sol.
Tal a importância de Santos, no cenário brasileiro, que não é demais que se recorde,
anualmente, nela arrecadam: o Município, vinte e seis milhões de cruzeiros; o Estado, cento e quarenta milhões de cruzeiros; a União, mais, bem mais
de meio bilhão de cruzeiros.
Ligada às classes conservadoras, que, com as obreiras, tanto têm incrementado a
riqueza nacional, a Santa Casa da Misericórdia de Santos, que delas tem tirado quase todos os seus Provedores, também nelas tem encontrado, em todas
as suas aperturas, pronto e generoso amparo, devendo-lhes, como favor supremo, a iniciativa e os primeiros auxílios para a construção do monumental
edifício, que, sob as bênçãos de toda uma população, acabastes de inaugurar.
Entrelaçam-se, tão apertadamente, a vida da Praça de Santos e a da Santa Casa, que a
fartura de uma se derrama em benemerências na outra, ao passo que, quando o mercado de café cai, em movimento, o fenômeno, incontinente, ali se
manifesta, engrossando-lhes, ainda mais, a imensa caravana dos aflitos...
Eminente sr. Presidente Vargas: Eis a cidade que vos acolhe, com tanta galanteria, e
cuja Santa Casa vos galardoa com a homenagem deste almoço, pelo muito que tendes feito por ela, quer direta quer indiretamente, por intermédio desse
lealíssimo paulista, que é o honrado e querido interventor de São Paulo, e do nosso ilustre e dedicado Prefeito Municipal.
E, porque esse amparo, em dádivas, em amor e em pensamento, também tem sido propiciado
pela exma. Sra. Darci Vargas, presidente da Legião Brasileira de Assistência, Santa Casa da Misericórida de Santos, sua companheira nessa cruzada,
lhe beija respeitosamente as mãos, pedindo-vos lhe leveis, em sinal de reconhecimento, o que Santos tem de mais belo e de mais nobre e que é o seu
grande, o seu imenso, o seu incomensurável coração".
Cena da inauguração das instalações no Jabaquara, em 2/7/1945
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Discurso do presidente Vargas no ato inaugural da nova Santa Casa
"Quando for feita a história da filantropia no Brasil, ninguém deixará de reconhecer a
indiscutível primazia da Santa Casa da Misericórdia de Santos, na organização e desenvolvimento das nossas iniciativas de assistência social.
A aldeia de Enguaguassú, que trocou o seu nome indígena pela invocação cristã da nossa
instituição, tornando-se assim a cidade de Santos, espalhou pelo vasto território pátrio a sementeira generosa de casas de caridade.
Durante mais de quatro séculos tendes acompanhado, através das vicissitudes do grupo
social urbano, o próprio crescimento da cidade. Sois o verdadeiro espelho da vida santista. Cada uma das unidades hospitalares que compõe o conjunto
da vossa benemérita instituição traduz um surto do progresso geral. E representam, todas, a dedicação, o devotamento ao bem coletivo por parte do
povo de Santos, em quem o civismo constitui qualidade intrínseca e a dedicação ao trabalho um fator do seu engrandecimento.
A visita que ora faço à vossa grande e tradicional instituição vale por um testemunho
inequívoco do quanto se vai desenvolvendo entre nós o hábito piedoso de auxiliar os que necessitam. Aqueles que, pelo esforço e o próprio trabalho,
juntaram fortes haveres, são, em todos os países civilizados, os verdadeiros esteios dos empreendimentos altruísticos. Na crônica dos homens que
fizeram grandes fortunas, e nisto foi pródigo o último século, pode-se mesmo distinguir dois tipos de filantropos: os que doam em vida e os que
aguardam a morte para testemunhar o seu amor à humanidade. Francamente, prefiro ver no primeiro grupo os brasileiros e estrangeiros que vivem no
Brasil e aqui acumulam riquezas. Há quem chame vaidade à tão nobre participação na vida social, mas, ainda que a afirmação fosse verdadeira, nem por
isso deixaria de ser uma nobre vaidade a de dar, a de servir à coletividade que assegura os meios de enriquecimento, porque ninguém é rico no
deserto. As fortunas se formam, realmente, pela coadjuvação geral, pelo concurso de todos. A filantropia deve, por conseqüência, ser considerada uma
justa restituição do que a sociedade proporciona ao indivíduo.
Entre nós, já se vai cultivando, felizmente, o hábito dessa restituição. Em todos os
recantos do País existem obras de benemerência fundadas por particulares que não só lhes fornecem instalações como concorrem para a sua manutenção.
Como estímulo permanente, afora o que fez de modo direto, com o custeio dos serviços de assistência sanitária e hospitalar, só o governo da União
distribui anualmente, a título de subvenções e auxílios, quase 30 milhões de cruzeiros, total que deverá ser elevado à medida que possamos dispor de
maiores despesas.
Gostaria, nesta oportunidade, de concitar os homens ricos do Brasil a olhar para as
necessidades que os cercam e procurar ajudar o esforço sanitário do Estado. Em matéria de saúde como higiene e educação, não deve caber
exclusivamente ao poder público o encargo de prover a todas as exigências sociais. A iniciativa particular conta muito, e além das contribuições
materiais, vale pelo estímulo que traz aos governantes e encorajando-os a agir mais amplamente, a inauguração da quarta unidade hospitalar da Santa
Casa da Misericórdia de Santos representa mais um passo decisivo para a melhoria do nível sanitário da cidade. O extraordinário movimento de 1944,
com o recolhimento de 10.000 indigentes e as 27.000 consultas e internações das diversas clínicas em funcionamento, poderá ser aumentado.
É um imperativo social elevar o índice de saúde das populações, capacitando-as para
trabalhar mais e melhor. Os nossos 45 milhões de habitantes produziriam o dobro ou o triplo do que produzem atualmente se não fossem tantos os danos
das endemias e os malefícios do pauperismo com o seu cortejo de moléstias típicas.
O meu governo empenhou-se sempre em combater quantos males afetem a produtividade
geral e diminuam a capacidade do nosso povo. Conto seguramente que os futuros delegados da Nação, no exercício das funções públicas, não esquecerão
esse magno problema.
As liberdades públicas, os direitos políticos, são, por certo, valores essenciais numa
boa organização social. A Democracia é, sem dúvida, o regime ideal para os povos a que não faltam preparo, saúde e alimentação farta; de nada serve,
porém, a liberdade para passar fome ou o direito de ter frio sem cobertor. Se queremos que a Nação se engrandeça, fortalecida e segura de seus
destinos, devemos dar-lhe rigidez física, novas e maiores energias criadoras, porque só assim poderá enfrentar e realizar as tarefas definitivas do
seu progresso cultural e econômico.
Agradecendo a vossa homenagem, tenho o grato ensejo de louvar os homens animosos que,
através de todas as vicissitudes, nos bons como nos maus momentos, procuram ampliar a obra dos fundadores desta benemérita casa, desde Braz Cubas e
seus companheiros dos primeiros tempos, até os contemporâneos, entre os quais é de justiça salientar os seus provedores, mesários, médicos e
enfermeiros.
Quero ainda dizer-vos quanto me alegra e conforta o vosso convívio. Desde 1930 os meus
contactos com a população santista têm sido animadores. Aqui sempre encontrei demonstrações de carinho e encorajamento patriótico. Não mudastes,
felizmente. As tradições de vossa cidade, berço do Patriarca, são conhecidas e consagradas. Sois um dos baluartes da opinião pública brasileira e
ofereceis admirável exemplo de educação cívica.
Continueis, pois, a trabalhar e a progredir nesta obra "porta aberta ao Mar", que é
também uma larga porta aberta para o planalto e para todo o Brasil, que se orgulha com os gloriosos feitos dos vossos antepassados, e confia no
dinamismo dos vossos empreendimentos".
Instalações no Jabaquara, por volta de 1955 (ao fundo, o túnel Rubens Ferreira
Martins)
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