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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - VISITANTES
Juscelino Kubitschek veio várias vezes

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O presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira esteve por diversas vezes em Santos, durante e após o mandato. Em uma dessas vezes, em 1962, foi homenageado com o diploma de Cidadão Santista, pela Câmara Municipal de Santos:


Foto: José Dias Herrera/divulgação.

Também publicada no Diário Oficial de Santos, edição de 11 de março de 2004, página 6

Tal momento foi relembrado nesta matéria sobre as visitas de Juscelino Kubitscheck a Santos, publicada no jornal santista A Tribuna em 31 de janeiro de 2006:

VISITA ILUSTRE
Quando Santos recebeu JK

Há 49 anos, o então presidente da República visitou a Cidade e cumpriu extensa programação a convite da Associação Comercial

Da Reportagem

No dia 31 de janeiro de 1956, uma tarde quente no Rio de Janeiro, tomava posse um dos presidentes da República que mais permanecem no coração dos brasileiros, Juscelino Kubitschek de Oliveira, hoje personagem de uma minissérie na Rede Globo chamada JK, onde é retratado como herói nacional.

Apesar de sua origem mineira, o ex-presidente, que morreu em 1976, fez questão de conhecer todo o Brasil durante seus cinco anos de mandato. Em suas andanças, não esqueceu de Santos.

A vinda do presidente em 29 de janeiro de 1957 foi mostrada com destaque por A Tribuna no dia seguinte. JK foi recebido na Base Aérea pelo então governador do Estado Jânio Quadros. Na época, o prefeito de Santos era Sílvio Fernandes Lopes e o bispo diocesano era dom Idílio José Soares.

Após a chegada, o presidente cumpriu extensa programação na Baixada, a convite da Associação Comercial de Santos. Ele ainda passou por indústrias de Cubatão e almoçou com cerca de 300 convidados no Parque Balneário Hotel.

Visita em 1957 foi destaque em A Tribuna
Reprodução publicada com a matéria

Em seu discurso, JK reafirmou sua política de colaboração com os Estados Unidos, na época o maior comprador da indústria cafeeira. "O ritmo de colaboração brasileira-norte-americana deve ser ampliado, quer no campo técnico, quer no campo dos investimentos", afirmou, na ocasião.

Para ele, o País não venceria a crise mantendo-se na defensiva: "Temos de enfrentar resolutamente as dificuldades que se apresentam, criando e provocando prosperidade".

E se referiu a Santos como "berço de José Bonifácio" (Patriarca da Independência). "Santos é o grande porto ativo do grande Estado ativíssimo..., mas tem uma face tranqüila, um lado voltado para a paz meditativa".

A historiadora Wilma Terezinha lembra que foi JK quem realizou um dos sonhos de Bonifácio (santista que articulou a independência do Brasil de Portugal, em 1822): o de levar a capital do País para o Planalto Central. "Nos livros de José Bonifácio, ele já falava desta necessidade visando proteger a capital das invasões pelo mar, e até já sugeria o nome de Brasília, que quer dizer Brasil em latim".

Ela lembra que a concretização do projeto de Brasília surpreendeu o meio político. "Outros presidentes já haviam feito a mesma promessa e não cumpriram".

Wilma diz que a minissérie vem sendo fiel aos fatos históricos, mas se incomoda com a perfeição com que o presidente é mostrado.

Entre os aspectos negativos de sua administração, os historiadores apontam a subordinação da economia ao capital internacional, a emissão de papel-moeda ocasionando a inflação e também a corrupção no Governo. Tudo para colocar em prática o Plano de Metas de JK, que visava fazer o Brasil se desenvolver 50 anos em cinco.

Mais visitas - Os arquivos de A Tribuna ainda registram duas visitas do presidente. Em 1958, veio liberar o terreno onde hoje se encontra o Hospital dos Estivadores, na Avenida Conselheiro Nébias. No mesmo ano (ainda na gestão do prefeito Sílvio Fernandes Lopes - cuja administração é comumente comparada com a de JK), o então presidente veio assinar a importação de 50 trólebus (ônibus movido a eletricidade). E, em 1959, visitou novamente o Município para inaugurar os armazéns 30 e 31 da Companhia Docas de Santos.

JK deixou o cargo em janeiro de 1961 e ambicionava concorrer novamente à Presidência da República em 1965, projeto abortado pelo golpe militar de 1964.

Em 6 de agosto de 1962, JK voltou a Santos, desta vez como senador de Goiás. Em entrevista, ele criticou o parlamentarismo. "Ou vamos para as urnas ou marchamos para as armas", declarou, na ocasião. Na visita, também foi homenageado pela Câmara, onde recebeu o título de Cidadão Santista, proposto pelo então vereador Antônio Di Carlis.

Em julho de 1967, o ex-presidente veio descansar em Guarujá, depois de uma viagem aos Estados Unidos e de superar um problema na coluna. Chegou no navio Ana Nery. A visita foi manchete do jornal do dia 2 de julho: "JQ e JK no Guarujá", ambos ex-presidentes da época - Jânio foi sucessor de Juscelino. Na ocasião, eles evitaram falar em política e JK não quis comentar sobre a Frente Ampla.

Os novos donos do poder o perseguiam e o submetiam a humilhações. JK morreu em 22 de agosto de 1976, vítima de um acidente de carro na Via Dutra, sem ver a anistia política que viria dois anos depois.

Memória
JK nasceu em Diamantina, em 12 de setembro de 1902; formou-se em Medicina, em 1927, em Belo Horizonte, e fez estágio em Paris e Berlim. Em 1931, casou-se com Sara Lemos. Ao trabalhar como capitão-médico da Polícia Militar, fez amizade com o futuro governador Benedito Valadares, iniciou sua carreira política na década de 1930, quando foi nomeado para chefe do Gabinete de Valadares.

Depois, ocupou, pelo PSD, os cargos de deputado federal (1934 e 1945); prefeito de Belo Horizonte (1940); governador de Minas (1950); presidente da República (1956), eleito com 36% dos votos; e senador de Goiás (1964). Teve os direitos políticos cassados em 1968, após tentar articular a Frente Ampla de oposição ao regime militar juntamente com o ex-presidente João Goulart e o ex-governador Carlos Lacerda. Morreu em 1976, em um desastre de carro na Rodovia Presidente Dutra, na altura de Resende.

Fonte: wikipedia.org

No dia 1º de julho de 1967, em sua edição de lançamento, o jornal santista Cidade de Santos noticiava com foto na capa a chegada do "presidente bossa nova", no navio de cabotagem Ana Neri, procedente do Rio de Janeiro:


Juscelino está em Santos. Veio no Ana Neri e já se fala que vai ao Guarujá ver Jânio e puxá-lo para a "Frente"
Foto publicada com a matéria (chamada de primeira página)

Neblina atrasa o "Ana Neri" que trouxe JK

Com 164 passageiros, um dos quais o sr. Juscelino Kubitschek, atracou às 9h40 de ontem, no porto, o navio Ana Neri. Chegou com uma hora e 40 minutos de atraso, em conseqüência da espessa neblina que caiu sobre toda a área. O barco, que faz a ponte marítima entre Santos e Rio de Janeiro, está junto ao armazém da Cia. Docas. Com JK, vieram sua filha Maria Stela e o marido. Chegou no Ana Neri também o almirante Francisco Augusto de Alcântara, diretor-geral de Portos e Costas. E ainda o deputado Levi Neves, líder do governo na Assembléia Legislativa da Guanabara e o ator Carlos Palu, da TV Continental. O ministro dos transportes, coronel Mário Andreazza, era esperado, mas não veio no barco.

Cerca de 200 pessoas aguardavam, na amurada do cais, a chegada do navio. Entre elas, o comandante da praça, o capitão dos Portos e o secretário da Justiça, sr. Sílvio Fortunato, que representou o prefeito na comissão de recepção ao almirante Francisco Alcântara.

Fantasias na viagem - Clóvis Bornay, famoso por suas apresentações nos desfiles de fantasia no Rio de Janeiro (Municipal, Copa e Quitandinha) está mostrando seus principais modelos, premiados no Carnaval de 1966, aos que viajam pelo Ana. Na noite de quinta para sexta, às 23 horas, Bornay e mais 3 elementos de sua equipe desfilaram na boate do navio, apresentando 12 modelos de fantasias.

Juscelino - O sr. Juscelino Kubitscheck, que embarcou às 19h30 de quinta-feira, no Rio, tinha três camarotes reservados (4, 6 e 8). Foi à boate e ficou até uma hora da manhã. Segundo um oficial de bordo, "dançou muito com sua filha". Quando já atingia a rua, na parte externa das Docas, o ex-presidente foi cercado por populares que lhe pediram autógrafos.

Ônibus fora - Dois ônibus especiais transportaram, para a capital, 47 dos passageiros do Ana. Os veículos não puderam permanecer na parte interna do cais, de onde foram retirados às 9 horas.

Uma autoridade marítima exigiu, de três moças, credenciais para o ingresso na faixa do porto, onde se encontravam. Contudo, abriu mão de sua exigência quando soube que eram filhas do chefe do Departamento de Compras e Vendas do Lloyd e aguardavam, desde as 8 horas, o desembarque de sua mãe, a bordo do Ana Neri.


Enquanto esperava o desembarque, Juscelino alternava acenos e sorrisos com momentos de cenho franzido
Foto publicada com a matéria