Posse do presidente Juscelino Kubitscheck em 31/1/1956, em registro do
Cinejornal Informativo nº 6/1956, da Agência Nacional, preservado pelo Arquivo Nacional e divulgado pelo portal oficial
Zappiens:
Título: Cinejornal Informativo n. 6/56 (1956).
Resumo: NOVO GOVERNO DO BRASIL. Cerimônia da posse do presidente Juscelino Kubitschek e do vice-presidente João Goulart.
Atos de governo de Juscelino, em vídeo do Cine-jornal Informativo
nº 8 de 1957, produzido pela Agência Nacional, preservado pelo Arquivo Nacional e
divulgado pelo site oficial
Zappiens:
Título: Cinejornal Informativo n. 8/57 (1957).
Resumo: PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Atos do governo [presidente Juscelino Kubitschek visita refinaria de
Cubatão em São Paulo, presença do governador Jânio Quadros. Na Baía da Guanabara [RJ] acompanha manobras de navios de guerra; desembarca no
arsenal da Marinha onde preside solenidade; recebe comandante naval no Palácio do Catete. Ainda no Palácio do Catete recebe cumprimentos de
diplomatas militares e parlamentares, pela passagem do 1º aniversário do governo, presença do ministro da Guerra Teixeira Lott, do senador Nereu
Ramos, do ministro da fazenda José Maria Alkmin e do chefe do Gabinete Militar Nelson de Mello recebe cumprimentos de populares e sindicatos. No
Copacabana Palace é homenageado por representantes das classes conservadoras, presença do ministro do Exército Teixeira Lott, de D. Hélder Câmara,
do prefeito do Distrito Federal Negrão de Lima, do presidente da ABI, Herbert Moses, do deputado Ulisses Guimarães e do senador Nereu Ramos.
Inaugura rodovia Juiz de Fora - Belo Horizonte; percorre, de Rolls Royce, diversas cidades no caminho da rodovia. [SEM SOM].
Atos de governo do presidente Juscelino, em vídeo do Cine-jornal
Informativo nº 19 de 1957, produzido pela Agência Nacional, preservado pelo Arquivo Nacional e
divulgado pelo site oficial
Zappiens:
Título: Cinejornal Informativo n. 19/57 (1957).
Resumo: PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Audiências no Catete [no Rio de Janeiro: presidente Juscelino Kubitschek recebe representantes de entidades
culturais, científicas, beneficentes, artísticas e estudantis]. Entrega de credenciais [do Embaixador da Colômbia ao presidente, com a presença do
ministro José Carlos de Macedo Soares]. Visita dos "Pan Am Jets" [ao presidente e à primeira-dama Sara Kubitschek]. ATOS DIVERSOS. Ministro interino
da Justiça [José Carlos de Macedo Soares, é empossado pelo ministro Nereu Ramos]. Homenageado o ministro Nereu Ramos [com banquete oferecido pelo
embaixador da Nicarágua]. Centenário de José Veríssimo [comemorado na Academia Brasileira de Letras]. PETRÓLEO.
Mais um aniversário da Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, SP. JOGOS INFANTIS. Competição de saúde e beleza da juventude [presentes o
presidente Juscelino Kubitschek e o prefeito do Rio de Janeiro Negrão de Lima].
Registro oficial da Biblioteca da Presidência da República:
Fonte: Arquivo Nacional
- Centro de Informação de Acervos dos Presidentes da República
Médico, nascido na cidade de Diamantina, estado de Minas Gerais, em 12 de
setembro de 1902. Estudou no seminário dos padres Lazaristas (1914). Cursou a Faculdade de Medicina de Belo Horizonte (1927), atuando como médico
até a década de 1940. Integrou as tropas que combateram os revoltosos de 1932, por ser médico do Hospital Militar da Força Pública de Minas Gerais.
Foi chefe do Gabinete Civil do estado de Minas Gerais (1933-1934). Filiou-se ao
Partido Progressista - PP de Minas Gerais, elegendo-se deputado federal em 1935, cargo que exerceu até o fechamento do Congresso com o golpe de
1937.
Foi nomeado prefeito de Belo Horizonte (1940-1945), participou da criação do
Partido Social Democrático (PSD) em Minas Gerais e foi escolhido como primeiro-secretário da seção mineira desse partido (1945). Deputado
constituinte pelo PSD/MG (1946). Elegeu-se deputado federal (1946-1950) e governador de Minas Gerais (1951-1955). Concorreu à presidência da
República pela coligação PSD-PTB, tendo como vice João Goulart, e tomou posse em 31 de janeiro de 1956, após grave crise política. Com o fim de seu
mandato, elegeu-se senador pelo PSD por Goiás (1962-1964).
Após o golpe de 1964, teve seu mandato cassado e os direitos políticos suspensos
por dez anos. Foi um dos articuladores da Frente Ampla, de oposição ao regime militar (1966). Exilado, retornou ao Brasil em 1967. Firmou com João
Goulart o Pacto de Montevidéu (1967). Diretor-presidente do conselho administrativo do Banco Demasa de Investimentos (1967).
Abandonou definitivamente a política com a extinção da Frente Ampla (1968).
Entrou para a Academia Mineira de Letras (1974). Passou a se dedicar à sua fazenda em Luziânia-GO (1975). Foi eleito "Intelectual do Ano" (1975) e
em 1976 recebe o Troféu "Juca Pato". Faleceu em acidente automobilístico, na via Dutra, próximo a Resende, em 22 de agosto de 1976.
Período presidencial
Juscelino Kubitschek iniciou seu governo quando o país contava com aproximadamente 60 milhões de habitantes. Sua gestão foi marcada pelo Plano de
Metas, cujo lema "cinqüenta anos de progresso em cinco anos de governo" se traduziu, sobretudo, em crescimento industrial.
Entre 1955 e 1961, a produção do setor cresceu 80%, destacando-se as indústrias
do aço, mecânicas, elétricas e de comunicações, e de equipamentos de transportes. Entre 1957 e 1961, a taxa de crescimento real foi de 7% ao ano.
Esse processo, orientado pelo projeto nacional-desenvolvimentista, foi possibilitado pela existência de um amplo mercado interno, pela capacidade de
produção de ferro e de aço e pela disposição externa de investimento. Além do incentivo à entrada de capitais externos, o governo voltou-se para as
áreas de transporte e de energia, constituindo uma infra-estrutura para a expansão do parque industrial.
O planejamento estatal setorizado, articulado em grupos de trabalho e grupos executivos ligados ao recém-criado Conselho de Desenvolvimento,
revelou-se eficiente. Esses grupos eram voltados, respectivamente, para a aprovação de projetos de leis e decretos, e de projetos empresariais (como
órgãos mistos, formados por técnicos do Estado e empresas privadas). O governo também orientou os investimentos segundo os estudos e projetos
formulados pelos representantes da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE).
A política econômica dos anos JK obteve resultados expressivos na área da expansão industrial, mas gerou contradições, como o favorecimento à
concentração de capital, com a entrada de empresas multinacionais no país, que deixou poucas oportunidades para o pequeno capital. Do ponto de vista
dos trabalhadores, verificou-se que o aumento de produtividade decorrente do aprimoramento tecnológico não foi transferido nem para os preços nem
para os salários.
Apesar disso, alguns aumentos salariais e o subsídio estatal ao petróleo e ao
trigo buscavam atender as demandas sindicais. As importações, que visavam suprir a escassez interna de insumos, aprofundaram a dependência externa
da economia brasileira, elevando o desequilíbrio financeiro e o déficit da balança de pagamentos, o que influiu decisivamente para a o retorno do
processo inflacionário, um dos maiores problemas enfrentados pelo presidente Kubitschek.
Um plano de estabilização antiinflacionário foi formulado pelo ministro da
Fazenda, Lucas Lopes, e pelo diretor do BNDE, Roberto Campos, e submetido ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que deveria avalizar um crédito de
300 milhões de dólares proveniente dos Estados Unidos. Diante das exigências de ajuste da economia brasileira pelo FMI, o governo teve duas opções:
levar adiante o Plano de Metas ou conter a economia interna, satisfazendo os credores externos e os defensores brasileiros do programa de
estabilização.
Foram muitas as pressões internas, gerando um debate que envolveu também os
intelectuais nacionalistas e aqueles de tendência liberal, representados no Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB). Em junho de 1959, o
presidente Kubitschek rompeu as negociações com o FMI.
No âmbito das relações internacionais, o governo apresentou aos Estados Unidos a proposta da Operação Pan-Americana, de promoção multilateral do
desenvolvimento do continente com apoio norte-americano, que só posteriormente foi adotada, através da Aliança para o Progresso.
O período presidencial notabilizou-se, ainda, pela construção da nova capital federal, a cidade de Brasília, inaugurada em 21 de abril de 1960.
Símbolo do desenvolvimento do país, a cidade foi projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e pelo urbanista Lúcio Costa, tornando-se um exemplo da
arquitetura moderna. Em 7 de dezembro de 1987, foi tombada pela Unesco e registrada como patrimônio histórico e cultural da humanidade.