Cine São Bento deixou muitas lembranças na gente do Valongo Foto: Carlos Pimentel Mendes, em 27/7/2022
16/3/1933 a 12/1956 – Cine São Bento – Rua São Bento s/nº (122, passando depois para 37 a 41), Valongo. Segundo a empresa de José B. Andrade, "aquela nova casa de diversões - que já vem sendo alvo da curiosidade de todos - está otimamente instalada, obedecendo a todos os requisitos da higiene e comodidade, capaz de satisfazer a todas as exigências do público".
Em 18/2/1933 foi feita uma votação para escolha do nome, entre Popular e São Bento, ganhou o santo Jornal Gazeta Popular, 10/2/1933, página 3
O nome desse espaço de diversões foi escolhido por um concurso aberto ao público. Como explicam os proprietários, "ao dar o nome àquele seu novo cinema, a Empresa Cine Teatral recebeu já algumas sugestões, sendo Cine Popular e Cine São Bento os dois nomes mais indicados. Diante disso, fficou resolvido pela Empresa pôr em votação esses dois nomes, para que o público escolha o preferido. Para tal, bastará apenas que os votantes encham o cupom que vai inserto na seção de anúncios daquela Empresa neste jornal (...)".
O São Bento foi inaugurado em 1933, época em que a suástica nazista usada na margem do anúncio não tinha o significado atual Jornal Gazeta Popular, 16/3/1933, página 7
"O maior e o mais barato cinema de Santos" foi inaugurado em 16/3/1933, com o drama policial Bandidos de Nova York (com o astro/atleta Richard Talmadge). Inicialmente com piso todo num mesmo nível, destacou-se depois pela nova instalação em formato de arquibancada, para que todos pudessem ver a tela, como citou o jornal A Tribuna em 1/4/1937 (página 19).
Segundo anúncio na mesma página do jornal detalhava a programação Jornal Gazeta Popular, 16/3/1933, página 7
Ali foram exibidos filmes como Ramona (1936), o primeiro em cores deste cinema, e o da campanha O Petróleo é Nosso (1954):
Ramona, em cores, e o engajado O Petróleo é Nosso passaram pelas telas do São Bento Acervo: IMDB
O cinema tinha sido reinaugurado em 1954. Terminou nos dias finais de 1956 com a exibição de Veneno Branco, destinado rigorosamente ao público masculino adulto, e um comunicado de "suspensão das atividades cinematográficas".
O cinema encerrou as atividades em 30/12/1956
Jornal A Tribuna, 30/12/1956, página 21
15/3/1934 a ...* – Surgia o Cine Roxy – Av. Ana Costa, 443, Gonzaga. Em outubro de 1957 foi reaberto, após a demolição do prédio anterior e construção de um edifício residencial em que o cinema ficou instalado no térreo. [[Mais...]].
Obras e melhorias em toda a rede da Empresa Sanista de Cinemas foi anunciada em página inteira de jornal
Jornal A Tribuna, 1/4/1937, página 19
21/6/1934 a ...* – Cine-Teatro Coliseu – R. Amador Bueno, 237, esq. R. Braz Cubas, Centro. Em nova fase, já com a edificação que chegou (a custo) ao século XXI, recebeu em seu palco importantes espetáculos teatrais, musicais e de dança e em sua tela muitos dos grandes filmes que passaram por Santos. Mas também esteve diversas vezes ameaçado de fechar e até de sere demolido. [[Mais...]].
Na esquina da Rua Sete de Setembro com a Avenida Conselheiro Nébias, no palacete que antes sediou o Clube XV (à direita na foto), seria instalado o Cine Hollywood, em 27/11/1934. Em vez disso, entrou em obras em 1/1935 e virou Cine Astor
Foto: Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio (SHEC)
27/11/1934 – A Imprensa noticiava que o majestoso edifício J. D. Martins, que antes sediou o Clube XV, na confluência da Rua Sete de Setembro com a Avenida Conselheiro Nébias, havia sido negociado pela empresa do Cine Roxy para se transformar no Cine Hollywood, devendo em poucos dias começar a adaptação do prédio para receber lotação de mil espectadores.
O palacete que abrigara o Clube XV agora seria Cine Hollywood
Jornal Correio Paulistano, 27/11/1934, Notícias do Interior/Santos, página 9
Em 5/1/1935 era noticiado no Correio Paulistano que, nesse sentido, fora assinado um contrato de 250:000$ no cartório do 3º ofício da Comarca e as obras começariam 25 dias depois. Entretanto, o que surgiu, em setembro daquele ano, foi o Cine Astor.
Contrato assinado, mas o nome sumiu. Depois da reforma, surgiria ali o Cine Astor
Jornal Correio Paulistano, 5/1/1935, Notícias do Interior/Santos, página 9
11/1/1935 a 12/9/1947 – Cine Paratodos, na Rua Lucas Fortunato, 89, perto da esquina com Av. Ana Costa, Vila Mathias, com 1.400 lugares na plateia e aparelhagem da Western Electric. Em 27/11/1934, era prevista a inauguração para o dia 21 de dezembro daquele ano, mas ela acabou sendo adiada por mais uma quinzena.
Depois de várias datas anunciadas nos últimos meses, o Cine Paratodos enfim foi inaugurado, no dia 11/1
Jornal Correio Paulistano, 12/1/1935, Notícias do Interior/Santos, página 9
O Cine Paratodos, na Rua Lucas Fortunato, em foto num anúncio de 24 de setembro de 1935
Jornal A Tribuna, 24/9/1935, página 11
Na sessão inaugural, o filme Aí vem a Marinha, da Warner, com James Cagney. Em 12/9/1947 publicou sua última programação, com cinejornais e os filmes Falso Álibi e No Trampolim da Vida, sem despedidas.
Última programação de filmes do cinema Paratodos. Não houve mensagem de encerramento
Jornal A Tribuna, 12/9/1947, página 11
O Cine Astor ocupou as instalações da Rua Sete de Setemnbro a partir de 1935
Jornal A Tribuna, 24/9/1935, página 11
24/9/1935 a 12/1956 – Cine Astor – Rua 7 de Setembro, 64, próximo à Av. Conselheiro Nébias, na Vila Nova, foi construído no local da antiga sede do Clube XV, sendo inaugurado em 24/*/1935 com a exibição do filme Broadway Bill, com Mirna Loy e Warner Baxter.
A Empresa Cine Roxy publicou anúncio de página inteira anunciando a abertura do Cine Astor
Jornal A Tribuna, 24/9/1935, página 11
Era considerado "um dos mais originais cinemas da cidade. A iluminação do salão de exibições é das mais modernas, feita com lâmpadas policrômicas e com dispositivos modernos de controle. A decoração é bizarra, predominando as cores azul e prata, combinadas de maneira interessante com o alaranjado da boca de cena", como descrevia o jornal A Tribuna em 25/9/1935, página 5.
A publicação acrescentava que "na sala de espera, ampla e confortável, dando acesso para o salão de projeções e para os balcões por meio de uma escada nobre, de linhas arquitetônicas elegantes, existem 30 belas cadeiras, de formato bizarro. No salão de exibições e nos balcões, há lotação para mil poltronas (...). O equipamento sonoro é também de primeira ordem, tendo sido fornecido pela Western Electric Company". Em seu lugar, no dia 18/3/1959, surgiu o Cine Cultura.
Reformado, o antigo Cine-Theatro Carlos Gomes foi reaberto em março de 1931
Jornal Gazeta Popular, 28/3/1931, página 3
4/8/1937 a 27/6/1966 – "Novo" Cine Theatro Carlos Gomes, "O mais moderno" – Av. Ana Costa, 55, perto da esquina da Rua Lucas Fortunato, Vila Mathias, começou com o filme Vamos dançar, estrelado por Fred Astaire e Ginger Rogers, e depois se especializou em filmes seriados, como as aventuras de Flash Gordon. Com 1.500 lugares e som Philips de alta qualidade, funcionou como auditório da Rádio Atlântica de Santos, na década de 1950. Foi fechado em 27/6/1966, quando, por negociação com os moradores da Vila Mathias, o proprietário do cinema decidiu fazer com que o nome Carlos Gomes voltasse para as instalações do Cine Bandeirantes, iniciando assim uma nova fase de sua existência.
Inaugurado em 7/9/1937, o Cine São José era considerado então "O maior de Santos”, atendendo pelo telefone 2842
Jornal Gazeta Popular, 1/12/1937, página 5
7/9/1937 a 18/8/1974 – Cine São José – Rua Campos Melo, 179, próximo ao antigo Colégio Docas. O então apresentado como o maior cinema de Santos (até 2.500 poltronas) e decoração em tons azul e prata, fechou em 18/8/1974, sem um adeus, promovendo suas últimas quatro sessões com a comédia italiana Popeia... A Serviço do Império. [[Mais...]].
"Vila Nova perde sua única diversão: cinema”: no dia 18/8, fecharia o Cine São José, naquele bairro Jornal Cidade de Santos, 9/8/1974, página 16
3/11/1937 a 18/2/1953 – Cine Popular (segundo nesse nome) – Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 139, perto da Av. Senador Dantas, Macuco, depois se tornando Cine Cacique. Pertencia à Empresa Cine Theatral e na inauguração, em 3/11/1937, foram exibidos os filmes Malandro da Moda, Vizinhos e O Galante Mister Deeds. Em 1/12/1937 exibia os filmes Dinheiro de Sangue com George Bancroft, Justiça de Far-West com Bob Steele, Casa de Rothschild com George Arliss, e no dia seguinte haveria a Sessão das Moças exibindo Valentia de Cow-Bow com Don Alvarado e Bob Steele.
Segundo neste nome, o Cine Popular começou em 3/11/1937 a anunciar a sua programação Jornal Gazeta Popular, 1/12/1937, página 6
Em 21/7/1942 exibia em sessão única às 19h30 o espetáculo completo Sarau das Moças, Cinedia Revista n. 23, o nacional Caçador arrependido, A Longa Viagem de Volta, Boa Sorte (com Ginger Rogers) e Sangue e Amor (com Marina Tamayo). Poltronas a 1$500, meia entrada a $700, senhoras e senhorinhas a $700. Em 23/9/1948, nos altos do Popular, foi inaugurado pela Sociedade Cívica Feminina o Núcleo de Vila Liberdade. Também era comum o cinema sediar reuniões de partidos políticos e sindicatos. Foi usado pela última vez para um baile carnavalesco da Sorocabana e em 18/2/1953 fechou "para reformas".
Cine Popular (segundo a ter esse nome), na Av. Rodrigues Alves, destacava em 1938 haver bondes e ônibus “à porta”
Jornal A Tribuna, 6/4/1938, página 15
30/4/1940 a 27/6/1966 – Cine Avenida (segundo desse nome) – Avenida Bernardino de Campos, 151, da Empresa José Burlamaqui de Andrade. Conforme publicava o Correio da Tarde em 29/4/1940, "a inauguração dar-se-á amanhã e nenhuma cerimônia especial será realizada, entrando desde logo o cinema a funcionar". Na noite inaugural foi exibido o filme Música Divina Música, com Jascha Heifetz, considerada a maior violinista do mundo. Outro filme nesse dia foi Dois Palermas em Oxford, com o Gordo e o Magro. Também foi apresentado o desenho animado Porquinho Prático, de Walt Disney.
Em meio a centenas de fotos do Carnaval de 1940, a 'Flamma' registrava a cobertura do prédio do novo Cine Avenida, que surgiria em julho na Av. Bernardino de Campos Revista 'Flamma', 2/1940, pág. 14, Acervo FAMS/Hemeroteca Digital
Detalhe: este cinema e o Cine Campo Grande (depois Ouro Verde) lotavam as sessões com a criançada que acompanhava os filmes seriados – e todas iam de tamancos para fazer a maior algazarra possível, como lembram antigos moradores da área.
Em comunicado no jornal A Tribuna de 26/6/1966, a Cine Teatral-Cinemas de Santos Ltda. informava que "pelas razões já conhecidas, os cines Avenida e o Novo Carlos Gomes encerrarão suas atividades cinematográficas a partir de amanhã, passando o Cine Bandeirantes a denominar-se Cine Carlos Gomes em atenção aos frequentadores do tradicional cinema de Vila Matias. O Cine D. Pedro II também encerrará suas funções a partir de quinta-feira próxima, dia 1 de julho".
O filme 'Melodias do Meu Coração' estreou em telas paulistas em setembro daquele ano, atraindo grande público ao Cine Santo Antonio, que surgiu em 4/7/1940 no Macuco. Acervo: Cinemateca de Santos Acervo: Cinemateca de Santos
4/7/1940 a 30/6/1948 – Cine Santo Antônio – Av. Pedro Lessa, 63, esquina da Rua Senador Dantas e com fundos para a Rua Alfaia Rodrigues, no Macuco, inaugurado em 1940 pela Empresa Cine Roxy, também proprietária dos cinemas Roxy, Astor, Paratodos, Popular e Anchieta (este, em São Vicente). Em 30/6/1948, o Correio da Tarde informava que seriam nesse dia exibidos naquele cinema os filmes O Grande Prêmio e Lar, Doce Tortura, não mais sendo citado nos jornais. No endereço se instalaram mais tarde, entre outras atividades, uma cerealista, uma fábrica de vassouras e uma agência urbana de A Tribuna.
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