Cinema Central lembrou o Dia de Portugal homenageando os aviadores lusos Gago Coutinho e Sacadura Cabral, exibindo filmes de seu raide aéreo e incluindo no anúncio até o poema Os Nautas do Azul Jornal A Tribuna, 10/6/1922, página 8
9/2/1921 a 31/10/1930 – Cinema Central – Rua Amador Bueno, próximo à Rua Braz Cubas, nas instalações depois ocupadas pela Companhia de Armazéns Gerais do Estado de São Paulo e pelo atual Poupatempo. Era "O popularíssimo".
Na noite da inauguração, pela Empresa Cine-Theatral, de M. Freixo e Cia., foram exibidos os filmes Joguete do Destino, com Alla Nazimova, e O Barato Sai Caro, comédia em quatro atos da Paramount. Suas salas, vermelha (popular) e verde (para os pobres, sem poltronas), acolhiam até 2.500 espectadores. Na década de 1920 passou a contar com estabelecimento homônimo em São Vicente. Em 24/12/1928, anunciava a apresentação do filme Amores de um estudante, com Buster Keaton, em oito partes.
Em outubro de 1930, o último anúncio da programação do Cine Central Jornal Praça de Santos, 31/10/1930, página 9
Em 7/7/1930 o cinema começou pelo Salão Vermelho a ser transferido para o prédio antes utilizado pelo Cine Selecto, na mesma rua. Em 31/10/1930, seria exibido o drama A Canção do Destino, com Alice Day e Arthur Lupin, e A Ilha dos Homens Perdidos, da Columbia Pictures, com Aron Lynn. Em janeiro seguinte, o Cine Guarany assumia que o Central tinha se mudado para lá. [[Mais...]].
Jockey Club iniciou seu cinema ao ar livre em 1922, na sede praiana do Gonzaga
Jornal A Tribuna, 9/2/1922, página 2
10/2/1922 a 1931 – Início do Cine Jockey Club, cinema ao ar livre do Jockey Club de Santos, na sede social da Av. Presidente Wilson, 13, esquina com Rua Marcílio Dias, que chegou a funcionar como Casino Jockey Club. No dia 9/2/1922, o jornal A Tribuna divulgava: "É amanhã, finalmente, que será satisfeita a ansiedade com que os frequentadores do Cine do Jockey Club de Santos têm aguardado a exibição do monumental filme Com direito à felicidade, produção super-extra, da série de ouro da Universal. [...]". Um detalhe é que a tela da projeção era molhada frequentemente.
Cine Jockey Clube apresentava seus filmes todas as noites, como nessa programação domingueira
Jornal A Tribuna, 28/3/1926, página 12
O Jockey encerrou as atividades em 1931 e o último anúncio com a programação do cinema data de 15/1/1931, quando foram anunciados A Rua da Ilusão com Virgínia Vally, e Pulsos de Ferro, com Jack Perrin. O Clube XV, que comprou o imóvel em 16/7/1934, manteve um cinema no local, como fazia em sedes anteriores.
Último anúncio de programação do Cine Jockey Club foi em 1931, mesmo ano do encerramento das atividades em Santos
Jornal Praça de Santos, 15/1/1931, página 3
16/6/1922 a c.1930 – Inaugurado o Cine Selecto, na Rua Amador Bueno, 96, com o filme O Grande Momento, da Paramount Pictures, com Gloria Swanson, em prédio adaptado por Marcolino de Andrade, que em 1926 já estava no controle da empresa M. Freixo & Cia.
Chegaria no dia seguinte O Grande Momentoi> do Selecto, a inauguração...
Jornal A Tribuna, 15/6/1922, página 3
Dois dias antes da inauguração, o jornal A Tribuna revelava detalhes das instalações: "(...) ao penetrar-se na sala de espera – o ponto, sem dúvida, em que predominou o máximo capricho e bom gosto - , tem-se uma impressão agradabilíssima, porque tudo que nela se encontra agrada. No forro estão magnificamente dispostos cinco artísticos globos, o solo é ladrilhado, formando um harmonioso desenho; as bilheterias, a grade, tudo está magnificamente combinado com o mobiliário, que é todo de imbuia e estufado com couro grenat, combinando desta maneira com as cortinas que são da mesma cor. À volta de toda a sala, numa altura de metro e meio, de madeira envernizada, apresenta-nos a maravilhosa decoração que o gênio de Angelo Guido criou. É uma obra linda, verdadeiramente artística, em estilo renascença, disposta em 6 belíssimos e colossais quadros, cada qual mais imponente (...)".
Inaugurado o cinema no dia 16, filme com Gloria Swanson migraria para o Theatro Carlos Gomes no dia 18. E A Sorte Grande parece ironia, pois o filme marcou o fim do Selecto em 1930
Cartazes dos filmes, no acervo do IMDB
Em 3/2/1930, o filme Sorte Grande encerrou as atividades do Selecto. Em 7/7/1930, foi transferido para aquelas instalações o Salão Vermelho do Cine Central, ficando para depois o Salão Verde, pois o prédio antigo do Central tinha sido requisitado pelo Governo.
Cinema Theatro D. Pedro ficava na Rua Campos Melo, esquina da Rua Lowndes Acervo: Ary O. Céllio
10/6/1922 a 30/6/1966 – Cine-Theatro Dom Pedro II – Rua Campos Melo, 215, próximo ao Cine São José, na então chamada Vila Macuco. O nome foi escolhido por votação pública, com 10.124 votos para D. Pedro II e 8.150 votos para Lusitânia, e centenas de outros votos para nomes bem menos cotados, como se divulgava na imprensa em 13/5/1922. Quase recebeu o nome de Cinema do Macuco, conforme publicado na Imprensa santista em 22/4/1922 ao ser anunciada a inauguração para 16 de maio.
O nome deste cinema foi escolhido por votação popular. Outro nome bem cotado era Lusitania
Jornal A Tribuna, 13/5/1922, página 5
Dias depois, em 10/6, o estabelecimento da Empreza Cine-Theatral foi inaugurado, com espetáculo em benefício da Sociedade Beneficente D. Pedro II, composto pelos filmes As Caravelas do Céu e Nos Rochedos de S. Paulo (homenagens aos aviadores lusos Gago Coutinho e Sacadura Cabral), Mão Armada e Pista Inapagável (ambos da produtora Universal Pictures).
Anúncio da próxima abertura do novo cinema, o "mais elegante de Santos"
Jornal A Tribuna, 7/6/1922, página 2
Tinha capacidade para 500 cadeiras na plateia, 36 frisas e 800 gerais, com linhas arquitetônicas sóbrias e dotado de palco para peças teatrais. Antigos frequentadores contavam que nas matinês dominicais os rapazes trocavam revistas em quadrinhos e, no interior do cinema, a melhor diversão era estourar saquinhos de pipoca no ouvido do colega da frente...
D. Pedro II foi inaugurado em 10/6/1922 com homenagens aos nautas aéreos portugueses
Jornal A Tribuna, 10/6/1922, página 8
Em 23/2/1963, era anunciada a realização nos dias 23 a 26 de bailes de carnaval do Jabaquara Atlético Clube "nas amplas dependências do Cine Dom Pedro II à Rua Campos Melo, 215, ritmados por grandiosa orquestra". Desde 1952, os dirigentes do Floresta Atlético Clube promoviam bailes de carnaval no local do cinema, para reunir recursos destinados à compra da sede do clube: retiravam à noite todas as cadeiras e precisavam recolocá-las na manhã seguinte.
Em 29/6/1966, com os filmes Vidas em Melodia (Arashi O Yobu Yûôjo) e Ao Despertar do Amor (Wakai Tokio no Shita), a empresa reafirmava o fechamento do cinema (previsto para o dia 1º de julho) e a continuação do festival do cinema japonês no cine Coliseu. Em seguida, ali se instalaram a Igreja Batista Nova Jerusalém e por alguns anos o sambão da Império do Samba.
Anúncio da última sessão e encerramento do Cine D. Pedro II
Jornal A Tribuna, 29/6/1966, página 9/2º caderno
12/8/1922 – O crescente interesse pelo cinema começava no entre-guerras a impulsionar outras atividades, como o ensino das artes e técnicas da "Sétima Arte". No Hotel Monte Serrat, na Praça Correa de Melo, os interessados poderiam procurar o sr. William Zara, que se apresentava como "ex-artista cinematográfico e profundo conhecedor do métier, que nesta cidade acaba de fundar um curso para o ensino da cinematografia aos amadores de ambos os sexos". A nota redatorial chamava também a atenção dos leitores para um anúncio publicado "na seção competente deste jornal" - e que não parece ter sido publicado em nenhuma data próxima...
Noa redatorial sobre o curso de cinema do ex-artista William Zara Jornal A Tribuna, 12/8/1922, página 5
31/10/1926 a 7/4/1958 – O Cine Theatro Campo Grande, na Rua Carvalho de Mendonça, 395, com mil lugares, foi inaugurado no último dia de outubro de 1926, com sessão noturna para os filmes A Desforra Completa, da Perfection Pictures (com William Fairbanks e Philis Daves) e Chamas, da Universal-Jewel (com William Russell e Helene Chadwick). No cartaz da inauguração, os adjetivos em destaque: "Belo – Amplo – Elegante – Confortável".
O Cine Campo Grande foi inaugurado em 31/10/1926
Jornal A Tribuna, 31/10/1926, página 18
Em 6/4/1958, um domingo, o Cine Campo Grande anunciou a exibição na matinê das 13h30 de um cinejornal brasileiro, do filme Vira Bota (com os humoristas Gordo e Magro), de Pistoleiro por Equívoco, dos episódios 14 e 15 (finais) da série A Volta do Homem Morcego e Rivais na Conquista.
Em soirée, às 19h30, seria repetido o Cine Jornal 57/17, Atualidades Nodo 384, Gladiadores das Profundezas, o curta-metragem Rivais na Conquista, A Casa dos Segredos, Vista Vision e filme tecnicolor com Michael Craig e Barbara Bates, fechando a partir do dia seguinte, segunda-feira, "para reforma total, com colocação de poltronas estofadas e aparelhamentos de projeção e som novos, para exibição de Cinemascope, Superscope etc. ". Em outubro de 1958 foi rebatizado como Cine Ouro Verde.
Na página incompleta, o anúncio dos filmes exibidos no domingo e do fechamento para reforma
Jornal A Tribuna, 6/4/1958, página 38
O Cine Campo Grande, das Empresas Reunidas, na Rua Carvalho de Mendonça, no final da década de 1930 Jornal A Tribuna, 26/1/1939, Edição Comemorativa do 1º Centenário da Emancipação de Santos
25/12/1927 a 1/12/1928 – Seis meses após a inauguração (em 1/6/1927) do funicular na encosta do morro, a S. A. Elevador Monte Serrat instalou um cinema ao ar livre no alto do monte, no dia de Natal de 1927, às 19h30. Em 10 de março, fortes chuvas provocaram o desmoronamento da encosta, paralisaram as atividades comerciais e até, por razões de segurança, suspenderam o afluxo de pessoas. Só em outubro de 1928 o cinema foi reaberto, mas logo encerrou as atividades, em 1/12/1928, com a exibição final do drama Quando o amor quer, com Mary Carr. [[Mais...]].
No dia de Natal de 1927, foi instalado o cinema Monte Serrat
Jornal Praça de Santos, 25/12/1927, página 3
10/10/1928 a 1931 – Eden Parque, um parque de diversões na Rua Amador Bueno, 266, pertencente à empresa de Daniel Bernardes e outros sócios.
Situava-se em frente ao Cinema Central e próximo de duas sedes consecutivas do aristocrático Club Eden Santista.
"Elegantemente armado (...) com aparelhos sistema americano - Divertimentos próprios para famílias", assim se apresentava o estabelecimento, com atividades mistas de teatro e circo e entrada gratuita, anunciando estréia no dia 10 de outubro do "arrojado ciclista português Jeronymo de Sá na arriscadíssima Muralha da Morte. Nesse dia, às 7 horas da noite, a primeira representação será dedicada à Imprensa, especialmente convidada".
Em 2/8/1928 anunciava o início do 'Cine Volante', "em que V. Exa. poderá assistir a um interessante filme por 200 réis (...)". Em março de 1931, seu proprietário estava envolvido em desavenças políticas com o prefeito santista recém-empossado Elias Machado, por conta da proibição de um torneio de boxe no local.
Reaparecia em Santos o nome Eden, associado a um estabelecimento de diversões mistas
Jornal Praça de Santos, 7/10/1928, página 14
Em 14/5/1931, o jornal Praça de Santos expunha a decadência do local, às vésperas de uma luta de boxe a ser ali realizada e, pouco depois, aquele estabelecimento foi extinto.
28/12/1928 a 1/11/1964 – Cinema Paramount, "O mais central", foi instalado pela firma Scarpini & Vetró em 28/12/1928, no local do antigo Theatro Parisiense - Rua Visconde de São Leopoldo, 1, esquina da Rua Vasconcelos Tavares e da Praça Rui Barbosa, no Centro, por onde passavam linhas de transporte para quase toda a cidade. Falido em circunstâncias consideradas "curiosas", em 1/11/1964 publicou sua última programação, e dias depois começaram os anuncios de venda de mobiliário e contratação de empresa para a demolição do prédio. [[Mais...]].
Prédio do Cine Paramount, já desativado, na esquina das ruas Visconde de São Leopoldo e Vasconcellos Tavares. O alargamento da São Leopoldo motivaria o desmanche do prédio
Foto: acervo FAMS
28/9/1929 – Primeira apresentação do cinema falado em Santos, no Cine Coliseu, com o filme Broadway Melody, que teve grande sucesso junto ao público.. [[Mais...]].
Anúncio da primeira exibição de filme "todo falado, cantado, musicado e bailado", no Cine Coliseu Jornal A Tribuna, 28/9/1929, página 9
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