Tese de doutoramento apresentada ao Instituto de Economia da UNICAMP para
obtenção do título de Doutor em Ciências Econômicas
– área de concentração: História Econômica -,
sob a orientação do Prof. Dr. José Ricardo Barbosa Gonçalves
À memória de Avelina Couto (1892-1981) e a de seu querido pai, Joaquim Miguel do Couto (184?-1923).
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Agradecimentos
Ao meu orientador, professor José Ricardo Barbosa Gonçalves, pela paciência e
auxílio nos momentos mais críticos.
Aos meus professores do Instituto de Economia, que me ajudaram a compreender melhor
os problemas de nosso país: Carlos Alonso Oliveira, Fernando Novais, Frederico Mazzucchelli, João Manuel Cardoso de Mello, José Jobson Arruda, Júlio
Gomes de Almeida, Luciano Coutinho, Luiz Gonzaga Belluzzo, Mariano Laplane e Rui Guilherme Granziera.
Aos colegas do IE, pelo diálogo franco e aberto, sem receios dogmáticos: Sérgio
Margarido, Luiz Paulo Nogueirol, Antônio Corrêa de Lacerda, Park in Soo, Marcos Barbieri, Vera, Joely, Adriana, Ana Paula, Domingos, Ricardo e
Wilson.
Aos funcionários do Arquivo Histórico de Cubatão, pela ajuda na procura de
documentos e participação em discussões sobre a história de Cubatão: Maria Albertina Mesquita, Francisco Torres, Welington Borges e João Braga
Junior.
Aos membros do Instituto Histórico e Geográfico de Cubatão: Arlindo Ferreira, Pedro
Tosta de Sá, Rozemeri de França Santos, José Gouveia dos Santos, Ayres Araújo Coutinho e Antônio Cruz.
Ao jornalista Manoel Fernandes, do jornal A Tribuna de Santos, pelo apoio e
empenho para que certas indústrias abrissem suas portas a minha pesquisa.
Aos técnicos, engenheiros, gerentes e diretores das indústrias do Pólo Industrial
de Cubatão, que me receberam e acompanharam minhas visitas.
Às dezenas de entrevistados, antigos moradores de Cubatão de sua época rural, que
me levaram ao seu "mundo encantado", de banhos de rio e caçada nas matas, do trabalho duro nos bananais e nas fábricas pioneiras.
Embarque de bobinas no cais 1 da Companhia Siderúrgica Paulista
Foto: Cosipa, cerca de 1990
Resumo
Cubatão, município paulista localizado na raiz da Serra
do Mar, entre o porto de Santos e o Planalto Paulista, tornou-se, em pouco mais de duas décadas (1951-1977), uma das maiores cidades industriais do
Brasil: em 1985, era o terceiro município paulista em Valor da Produção Industrial, segundo o IBGE. A pergunta que surge, então, é: por que Cubatão?
Por que justamente ali, numa estreita faixa de apenas seis quilômetros de extensão, instalaram-se o primeiro pólo petroquímico brasileiro, uma
siderúrgica de grande porte, e o maior complexo de fertilizantes do país?
A resposta para essa pergunta permite uma pequena lista de vantagens locacionais que o
município possui; no entanto, uma dessas vantagens se destaca em relação às outras: Cubatão possuía, antes da chegada das grandes indústrias
petroquímicas, a maior usina hidrelétrica do país, a Henry Borden. A primeira grande indústria que se instalou em Cubatão, e que detonou todo o
processo industrial seguinte, a Refinaria Presidente Bernardes, tem como principal fator de atração a presença da usina hidrelétrica, e que por
isso, localizou-se ao lado da mesma.
Todo esse crescimento industrial, porém, teve um preço muito alto: a poluição
atmosférica, hídrica e do solo. A cidade é classificada, no início dos anos 80, como a mais poluída do mundo, ganhando a capa de revistas de todo o
planeta. A grande divulgação na mídia faz com que o governo do Estado de São Paulo, através da Cetesb, em 1984, lance um programa rigoroso de
controle da poluição na cidade. Quatro anos depois, o programa já era considerado um sucesso no controle da poluição, embora isso tenha afastado a
instalação de novas indústrias de grande porte.
Nos anos 90, o Pólo Industrial de Cubatão foi obrigado a se modernizar e aumentar sua
produtividade em função da abertura econômica do país, bem como da sobrevalorização da moeda nacional (entre 1994 e 1998). Ao contrário de outros
municípios paulistas, Cubatão não passou por um processo de desindustrialização. O pólo cubatense fechou a década de 90 e entrou no novo século
batendo recordes de produção, chegando próximo ao desejável crescimento sustentado: produção industrial em expansão sem agredir o
meio-ambiente. A deterioração do meio-ambiente, atualmente, em Cubatão, é causada pelas favelas, que vêm ocupando irregularmente mangues, morros e
encostas da Serra.
Publicidade inserida na edição de 24 de maio de 1992
do jornal santista A Tribuna, página A-3
Tabelas
01 – População da Baixada Santista em 1940
02 – População da Baixada Santista em 1950
03 – Produção anual de banana no município de Cubatão
04 – Petróleo processado nas refinarias brasileiras:
1955-1965
05 – Petróleo processado no Brasil: 1973/1976
06 – Petróleo processado nas refinarias brasileiras:
1999/2001
07 – Capacidade nominal e efetiva de refino
08 – Derivados de petróleo produzidos na RPBC: 1999/2001
09 – Origem do petróleo processado na RPBC: 1999/2001
10 – Indústrias em operação no município de Cubatão no
ano de 1960
11 – Maiores municípios do Estado de S. Paulo em VTI:
Censo de 1960
12 – Maiores municípios do Estado de S. Paulo em VPI:
Censo de 1960
13 – Nível de produtividade: Censo de 1960
14 – População da Baixada Santista: 1950/1960
15 – Indústrias em operação no município de Cubatão no
ano de 1980
16 – Participação percentual das maiores indústrias na
produção física do Pólo Industrial de Cubatão (1971/1979)
17 – Participação percentual das maiores indústrias no
valor da produção do Pólo Industrial de Cubatão (1971/1979)
18 – Produção física do Pólo Industrial de Cubatão
(1971/1979)
19 – Maiores municípios do Estado de S. Paulo em Valor
da Transformação Industrial (VTI) e sua participação relativa na produção industrial nacional (1970/1980)
20 – Maiores municípios do Estado de S. Paulo em Valor
da Produção Industrial (VPI) e sua participação relativa na produção nacional (1970/1980)
21 – Participação percentual de Cubatão nos setores
químico, metalúrgico e mecânico do país (1970/1980)
22 – Nível de produtividade (1970/1980)
23 – Pessoal ocupado total segundo os Censos
Industriais do IBGE
24 – Pessoal ocupado segundo o censo da Prefeitura de
Cubatão
25 – Pessoal ocupado na indústria de Cubatão
(1960/1980)
26 – População da Baixada Santista (1950/1980)
27 – Crescimento percentual da população da Baixada
Santista (1950/1980)
28 – Distribuição do rendimento dos ocupados, em
salários mínimos, do município de Cubatão (1979)
29 - Estimativa da emissão diária de poluentes em
Cubatão (1984)
30 – Reduções obtidas nos principais poluentes lançados
na atmosfera de Cubatão
31 – Situação das fontes autuadas e controladas em
Cubatão, até dezembro/1988
32 – Episódios de poluição do ar (Vila Parisi)
33 – População da Baixada Santista – 1980/2000
34 – Crescimento percentual da população da Baixada
Santista – 1980/2000
35 - Arrecadação geral do município de Cubatão
(1949-1978)
36 - Receita e despesa empenhada do município de
Cubatão (1990-2001)
37 - Investimentos e despesas com pessoal em proporção
à receita e
despesa total (1990-2001)
38 – Volume da produção industrial de Cubatão
(1979/1986)
39 – Valor da Transformação Industrial e Valor da
Produção Industrial (1985)
40 – Evolução da participação de Cubatão no Valor da
Transformação e no Valor da Produção Industrial do país e sua posição no Estado de São Paulo (1960/1985)
41 – Evolução da participação da cidade de São Paulo no
Valor da Transformação e no Valor da Produção Industrial do país e sua posição no Estado de São Paulo (1960/1985)
42 – Nível de produtividade (1985)
43 – Pessoal ocupado na indústria de Cubatão
(1980/1985)
44 – Pessoal ocupado no município de Cubatão
(1980/1990)
45 – Participação percentual das maiores indústrias de
Cubatão na produção física 1982/1986)
46 – Participação percentual das maiores indústrias de
Cubatão no Valor da Produção Industrial (1982/1986)
47 – Produção e mão-de-obra do Pólo Industrial de
Cubatão (1989/2001)
48 – Pessoal ocupado no município de Cubatão
(1991/2001)
49 - Participação dos produtos fabricados em Cubatão na
produção nacional (2001)
50 - Indústrias em operação no município de Cubatão no
ano de 2002 |