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*Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos, em 29/12/1998.
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/10/00 10:53:54
1999
Ano chega já com livro eletrônico e computador de vestir 

Produtos de ficção científica estão disponíveis no mercado

Há muito pouco tempo, nem a ficção científica sonhava tão alto. Ainda há menos de dois anos, a expectativa é de que surgissem no início do próximo século/milênio. Mas a evolução tecnológica supera as previsões e já coloca no mercado produtos como o wearable computer (computador de vestir) e o electronic book ou e-book (livro eletrônico).

O primeiro wearable computer disponível no Brasil é o Logger Astronauta, um Pentium de 133 MHz com Windows 95, com teclado preso ao pulso, CPU no cinto e monitor/microfone na cabeça do usuário, distribuído pela Logger Informática.  O único empecilho à popularização é o preço, salgados R$ 16 mil. Mas, a tradição do setor indica que em pouco tempo a redução de custo será significativa, dando a oportunidade do equipamento de fato começar a circular nas nossas cidades.

Já o livro eletrônico chega em uma versão diferente da proposta pelos pesquisadores do Massachussets Institute of Technology, o MIT norte-americano. Enquanto eles planejam um livro como os atuais, com folhas de papel comum (o que muda é a tinta, polarizável, mudando de cor para formar as letras sob o comando de um chip embutido na lombada, e que pode ser carregado com milhares de obras via Internet), a versão colocada no mercado pela NuvoMedia norte-americana se assemelha a um notebook, mas sem teclado e com o display colocado no corpo da peça, em vez de utilizar uma tampa móvel. 

O Rocket-ebook, lançado no mercado norte-americano por menos de US$ 500, já motivou uma das maiores livrarias virtuais dos Estados Unidos, a Barnes And Noble, a criar uma "prateleira" na Web apenas para títulos de obras eletrônicas que podem ser compradas pela Internet para esse aparelho. Confira.

Bug e prédios – O ano da caça ao Bug do Milênio (N.E.: 1999) também vai se destacar por uma novidade que começa a interessar muito para arquitetos, engenheiros e construtoras. Eles já estão se convencendo de que para se construir uma casa ou um prédio, mesmo que com fins residenciais, já não basta ter em mãos as plantas arquitetônica, hidráulica e elétrica. As novas necessidades trazidas pela telemática (casamento da informática com as telecomunicações) obrigam à criação de uma planta telemática, com previsão para a passagem de cabos telefônicos ou de fibra ótica, pontos para instalação de câmeras e sensores, sistemas de computação que permitam tornar os edifícios inteligentes.

Está acabando o tempo em que se podia pensar nisso depois, já que bastava uma tomada de energia e um ponto de conexão à rede telefônica. 1999 deverá ser marcado pela expansão dos edifícios inteligentemente gerenciados, em que se pode até controlar por voz os equipamentos elétricos, ou deixar tudo programado para que as luzes se acendam e as portas se abram quando o dono da casa chega, por exemplo. Ou ele poderá, via Internet, ver de qualquer lugar do mundo se os filhos estão comportados, se há alguma mensagem na secretária eletrônica de sua casa etc. 

Informática voltará ao tema em janeiro, com mais detalhes. E, para quem imagina que isso só aconteça por enquanto nos Estados Unidos ou em outro país altamente desenvolvido, é bom saber que já existem empreendimentos assim sendo planejados na Baixada Santista mesmo...

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