1999
Macau tem seu último reveillon
sob domínio português
Depois
de um temporal, os navegantes aportaram para reparar os estragos nas embarcações.
Assim nasceu Macau, um porto de abrigo criado pelos portugueses na baía
de Á-Má (em chinês, Á-Má-Gao), há
cerca de 400 anos, e que se transformou aos poucos num dos maiores entrepostos
comerciais do Oriente, ponto de passagem obrigatório na rota entre
a Europa, China e Japão. É esse território que no
dia 20 de dezembro do próximo ano (N.E.: 1999)
será entregue por Portugal à China.
O território de Macau está
localizado na orla meridional da China, na margem Oeste do delta formado
pelo Rio das Pérolas (Zhu Jiang) e pelo Rio do Oeste (Xi Jiang),
junto à província chinesa de Guangdong. Encontra-se à
distância de 38 milhas marítimas (70 quilômetros) de
Hong Kong e de 145 quilômetros de Cantão. Tem área
total de 21,45 quilômetros quadrados, distribuídos pela península
de Macau e pelas ilhas da Taipa e de Coloane, e o território tem
sido progressivamente alargado com extensos aterros. Para efeito de comparação,
Macau é 63 vezes menor que Hong Kong, 37 vezes menor que Singapura
e 5.111 vezes menor que Portugal.
Para quem quiser acompanhar em detalhes
esse processo de transição, além da página
oficial vale visitar a página Lusonews,
do provedor Unitel, que tem diversos links para jornais, como o
oficialista Macau Hoje,
criado neste ano, Futuro
de Macau e os oposicionistas Nova Gazeta Macaense - existente
apenas na Internet,
pois a publicação original foi extinta em 1995 por pressão
da censura política local.
História – A partir
do século XVII, Macau começou a ser disputada por holandeses
e ingleses. A partir de 1603, foi alvo de sucessivos e sempre repelidos
ataques dos holandeses, dos quais se regista, como mais violento, o que
culminou no dia 24 de junho de 1622. Ainda hoje, o Dia da Cidade é
comemorado nessa data. Já os ingleses, com seus então modernos
barcos a vapor, começaram a monopolizar o comércio exterior
da China, utilizando Macau como porta de entrada, a partir da aliança
então existente entre Inglaterra e Portugal.
Vencedores da Guerra do Ópio,
em 1842, os ingleses fundaram Hong-Kong, o que levou ao declínio
de Macau. Pressionado pelos chineses, com crescentes exigências normativas
e pecuniárias, Portugal só no biênio 1887/88 conseguiu
assinar o Protocolo de Lisboa e o Tratado de Comércio e Amizade
(nunca ratificado pela China), em que é reconhecida a soberania
portuguesa no território de Macau.
Já neste século (N.E.:
século XX), com o fim da ditadura salazarista em 1974, recomeçaram
as negociações com a China quanto ao sistema político
de Macau, anunciando-se que Lisboa não tinha nenhuma intenção
de manter a soberania sobre o território contra a vontade das autoridades
de Pequim.
O processo culminou na assinatura,
em abril de 1987, da Declaração Conjunta Luso-Chinesa sobre
a Questão de Macau, pelo qual o território de Macau passará,
em 20/12/1999, para a soberania da China, instituindo-se a partir de então
a Região Administrativa Especial de Macau, "um espaço com
elevado grau de autonomia, com órgãos de governo e leis próprias,
que manterá inalterado durante os 50 anos seguintes o sistema político,
judicial, social, cultural e econômico atualmente em vigor, incluindo
a manutenção do português como segunda língua
oficial", como explica uma página
de História no site oficial
do governo de Macau.
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