1999
Internet mostra um ano que começa
e termina com mudanças
No primeiro dia, surge o Euro;
no final do ano, Portugal entrega Macau à China
Carlos Pimentel Mendes
Editor
Geralmente,
o primeiro e o último dia de cada ano têm poucas novidades
que realmente se destaquem nos noticiários, além das comemorações.
Neste sentido, o ano que começa dentro de dois dias será
diferente, pois na Europa o dia 1º de janeiro será marcado
pelo início das operações bancárias com a moeda
unificada Euro.
O último dia de 1999, que
- ao contrário do que pensam os festeiros de plantão, não
marca o final do século e milênio, pois em nosso calendário
eles só terminam em 31/12/2000 - será marcado pelo Bug do
Milênio, que começará a causar estragos efetivos em
grande número de sistemas de computação de todo o
mundo. E este reveillon é o último que Macau comemorará
como região autônoma ligada a Portugal, pois em 20/12/1999
o território será entregue à China.
A Humanidade tem
pressa
e antecipa o calendário.
Não quer esperar
2001
|
Esses e outros acontecimentos, que
ganham importância muito grande numa aldeia global cada vez menor,
estarão sendo vistos pela Internet, que já começa
a penetrar em nichos antes ocupados pela televisão (na Copa do Mundo
deste ano, mais gente acompanhou os jogos pela Web que pela TV). A Internet
também vai mudar mais um pouco em 1999, com o comércio eletrônico
seguro, os serviços bancários on-line, as experiências
de televisão interativa, a Internet2 (de alta velocidade, por enquanto
apenas entre centros de pesquisa) e até os testes práticos
do novo idioma universal criado pelas Nações Unidas, a Universal
Networking Language (UNL - vide Informática
de 15/12).
Maravilhas tecnológicas, como
o computador de vestir e o livro eletrônico, chegam efetivamente
às lojas brasileiras em 1999, depois de discretos lançamentos
neste ano. O fim das distâncias provocado pela telemática,
com a possibilidade de contato imediato - e a custo mínimo - com
pessoas de qualquer parte do mundo, incluindo intercâmbio de documentos
e multimídia, abre possibilidades que começarão a
ser exploradas mais efetivamente no ano prestes a se iniciar. Pode-se inclusive
reduzir o prazo inicial de 30 anos dado pelos especialistas para o fim
dos escritórios: talvez em menos de 20 anos, todos voltaremos a
trabalhar em casa (e em família), como na Era Agrícola que
antecedeu a Revolução Industrial.
A redução contínua
nos preços - neste ano, cerca de 16% no preço básico
do computador pessoal com funções eqüivalentes vendido
no Brasil, afora os avanços tecnológicos ocorridos -, bem
como a criação de programas para informatização
escolar e comunitária, fazem com que novas camadas da população
tenham acesso à computação.
1999 consolidará a competição
entre equipamentos novos vendidos por menos de R$ 1 mil, e poderá
terminar com o anúncio de PCs básicos a menos de R$ 700.
Assim, vai se espraiando a onda da informática, que já leva
os arquitetos a incluir nos projetos, além das plantas elétrica
e hidráulica, a planta telemática (com os dutos e pontos
para a instalação de sensores, câmeras de vídeo,
terminais de computação etc.).
Uma revolução nos costumes
está a caminho. Pode parecer lugar-comum dizer isso, mas 1999 é
só o começo. A ficção científica sempre
saudou as maravilhas que veremos no ano 2001, mas a humanidade tem pressa
e vai antecipando prazos. Nem o calendário é poupado, pois
quase todo mundo já decidiu: 1999 será o último ano
do atual milênio...
Veja mais:
Macau
tem seu último reveillon sob domínio português
Ano
chega já com livro eletrônico e computador de vestir |