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TRILHOS (79)
Planos: ampliar a linha de bondes
Em 2005, início da gestão de um novo prefeito santista, o anúncio de um plano ambicioso para ampliação da linha turística de bondes no Centro de Santos. A matéria a seguir é do jornal santista A Tribuna, em 26 de janeiro de 2005, no suplemento comemorativo do aniversário de 459 anos da cidade:

 

Bonde circula entre monumentos do Centro:
à esquerda, ruínas do Casarão do Valongo; à direita a estação ferroviária já restaurada
Foto: Marcelo Justo, publicada com a matéria

CENTRO HISTÓRICO
Bonde pode ter novo percurso e paradas para visitações

Prefeito quer interligá-lo ao bonde funicular do Monte Serrat

Da Reportagem

Depois de quase cinco anos circulando apenas em meio às belezas do Centro Histórico, o bonde turístico deve se transformar, em  breve, numa linha mais extensa e com diversas paradas, o que permitirá aos passageiros visitarem os principais monumentos da região mais rica em cultura da Cidade.

Não é de hoje que a Prefeitura planeja ampliar os 1.700 metros de linha do bonde. Um projeto para levá-lo até o Outeiro de Santa Catarina chegou a ser elaborado há mais de um ano, durante o Governo Mansur, mas foi engavetado por falta de verbas.

A obra custaria quase R$ 1,8 milhão. Porém, o convênio com o Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (Dade), do Governo do Estado, que viabilizaria o repasse dos recursos, sequer foi assinado.

Ao tomar posse, em 1º de janeiro, João Paulo Tavares Papa resolveu incrementar a idéia de seu antecessor. Ao invés de estender os trilhos apenas até o Outeiro de Santa Catarina, o prefeito optou por um projeto mais ousado, cuja viabilidade será estudada por uma comissão formada, principalmente, por técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

A intenção é que o bonde - que ganhou fama nacional ao ser utilizado na minissérie Um só Coração, da Rede Globo, no ano passado - passe também pelo Teatro Coliseu, e pelo sopé do Monte Serrat, onde já opera o tradicional bonde funicular. "Com isso, poderemos integrar os dois bondes", explica o prefeito.

No entanto, para isso, o bonde turístico precisará cruzar vias de trânsito intenso, como as ruas São Francisco e João Pessoa. "A CET ainda vai analisar a proposta", diz Papa. "Mas acredito que seja possível implantar esta nova linha".

 

Projeto ainda está sendo estudado pela CET

 

Visitação - O secretário de Obras e vice-prefeito, Antônio Carlos Silva Gonçalves, ainda não sabe dizer qual seria a extensão do percurso nem o caminho exato que o bonde faria. Mas diz não ter dúvidas de que as mudanças são necessárias.

"Não queremos que o bonde seja só um meio de contemplação dos monumentos do Centro", afirma Gonçalves. "Se ele passa em frente, por que não parar para que os passageiros visitem os prédios históricos?"

Alguns pontos turísticos do Centro já estão sendo preparados para receber os passageiros do bonde. Na Estação do Valongo, recentemente restaurada, a Prefeitura já concluiu a licitação para criar um pavilhão de exposições multiuso. Serão investidos mais de R$ 1,8 milhão.

"É uma área de 2.300 metros quadrados que poderá receber todo tipo de exposição, desde objetos de arte até maquinários de empresas que atuam no porto", explica Gonçalves.

Também está prevista a construção, no prédio da estação, de um restaurante. O Museu dos Transportes, no mesmo local, aos poucos está sendo equipado.

Mais atrativos - Outros pontos turísticos do Centro Histórico também devem ter as reformas finalizadas este ano, como o Teatro Coliseu, que já consumiu mais de R$ 14 milhões, e o Pantheon dos Andradas, cujas características originais estão sendo recuperadas.

"São outros pontos que as pessoas que resolverem passear de bonde poderão conhecer de perto", diz o secretário.

Movimento - Inaugurado em 22 de setembro de 2000, o bonde turístico transporta, em média, oito mil pessoas por mês. Durante a temporada, a demanda costuma ser maior.

O bonde circula de terça a domingo, das 11 às 19 horas, exceto às sextas-feiras, quando o expediente termina às 17 horas. A passagem custa R$ 0,50 e a saída é sempre da Praça Mauá.


Bonde circula entre monumentos do Centro:
à direita, a estação ferroviária já restaurada
Foto: Marcelo Justo, publicada com a matéria

E um inesperado auxílio surgiu para a execução deste projeto...

Carlos Pimentel Mendes