1918 - Muitas árvores e um coreto no meio da praça, em tempos bucólicos do início do
século
MEMÓRIA
Praça Mauá, o charme resistindo ao tempo
A área, que hoje está em reforma, é o coração da Cidade e sede dos poderes que
norteiam os rumos no Município
José Carlos Silvares
Editor-adjunto
Alguns a consideram "a mais santista das praças". Mas a
Praça Mauá não abriga apenas o edifício onde funcionam a Prefeitura e a Câmara Municipal. Ela é realmente o coração de Santos. É a partir dela que a
Cidade passa a existir de fato, já que na praça está implantado o Marco Distrital, um pequeno monumento piramidal de 1940. É
o marco zero das coordenadas geográficas de Santos e ponto de partida para a marcação de serviços topográficos.
1932 - Um amplo jardim antes da instalação do Paço Municipal
Mas a Praça Visconde de Mauá é também um local cheio de memória. Cada uma de suas
esquinas guarda muita história, como mostram os cartões-postais desta página, das coleções do autor e do pesquisador Laire José Giraud.
1936 - O ponto final dos bondes 2 e 15, com reboque, ainda antes da construção da
Prefeitura
A praça surgiu em 1801, como Largo da Misericórdia, logo passou a chamar-se Largo da
Coroação, em homenagem a D. Pedro II, que, acompanhado da Imperatriz Tereza Cristina, inaugurou em 18 de fevereiro de 1801 o chafariz que ficava bem
no centro da praça e que era servido pelas águas da Fonte do Itororó. O local também ficou conhecido como Largo do Chafariz.
1939 - Postal da inauguração do novo Paço Municipal, "impetuosidade da marcha do
progresso"
E, finalmente, a 6 de outubro de 1887, há exatamente 110 anos, passou a chamar-se
Praça Mauá, homenagem da Cidade ao Visconde de Mauá, empresário gaúcho considerado o pai dos empreendedores do Brasil. Ele foi o primeiro em tudo o
que era importante no Rio de Janeiro: indústria de navios, ferrovia, rodovia e instalou os cabos telegráficos submarinos entre Brasil e Europa. Foi
eleito deputado liberal, abolicionista e entrou em atrito com as autoridades imperiais, quando seus negócios foram abalados e ele foi à falência,
morrendo em 1889 tentando pagar suas dívidas.
1947 - Corre-corre de uma Cidade em crescimento,
com o comércio prosperando em torno do Paço
Reforma - Em 1938, a praça foi remodelada, para ficar em harmonia com o
novo Paço Municipal, que começava a ser construído ali, em estilo Luiz XVI. As sedes da Prefeitura e Câmara transferiram-se
oficialmente em janeiro de 1939. A remodelação custou a retirada das linhas de bonde e o fim de um imenso jardim arborizado. Mas a praça ganhou o
Paço.
1950 - A grande passarela da moda, em frente à Casa Slopper
Até os anos 60 era a praça mais fina da Cidade e passarela feminina da moda. Nas suas
imediações existia o que havia de melhor no comércio, como a Casa dos Dois Mil Réis (Lojas Americanas), Tipografia Minerva, Banco de Boston, Café
Adelino, Casa Slopper, Casa Lemcke, Escola Remington, Bar Chic, Café Carioca, Banco Novo Mundo, entre outros, e os terminais de ônibus para São
Paulo, além das linhas de bondes.
1960 - Muita limpeza e ordem na praça que vive um dos períodos de glória e riqueza em
Santos
Agora a praça está novamente sendo remodelada, após o abandono a que esteve relegada
nos últimos anos. Pelo projeto da Prefeitura, deverá retomar as formas que teve no seu período de glória, nos anos 60, mas modernizada, como exige a
proximidade do novo milênio. |