O viaduto do Chico de Paula -
Elefante Branco - vai funcionar no tráfego Santos-São Paulo, o inverso do atual,
no novo sistema viário que a Dersa está construindo à entrada da Cidade. As obras são do Corredor Norte, que engloba a implantação de quatro
quilômetros da Marginal à Via Anchieta (entre Cubatão e Santos), nova ponte sobre o Rio Casqueiro e viaduto de
acesso à Alemoa, para futura interligação com a Avenida Portuária e o cais, no Valongo.
O novo sistema viário eliminará as duas passagens existentes sob o viaduto do Chico
de Paula, remanejará o tráfego rumo à Zona Noroeste e São Vicente e promoverá profundas alterações nas atuais ligações das Avenida Nossa Senhora de
Fátima com a Via Anchieta.
Toda a área - hoje transformada num grande canteiro de obras, talvez o maior que
Santos já teve - está sendo drenada de forma adequada, para eliminar de vez o problema das enchentes.
Se não ocorrerem problemas outros, pois a Dersa tem todas as obras já
contratadas e recursos locados, o Corredor Norte será concluído em dezembro deste ano, prevendo inclusive a iluminação do trecho final da Via
Anchieta em Santos.
Há grande volume de aterro junto ao Elefante Branco,
para permitir a construção de três novas pistas laterais
Novo complexo viário muda entrada da cidade
Texto de Áureo de Carvalho
Fotos de Rafael Dias Herrera e Carlos Amaral Marques
Segundo o engenheiro Samir Cury, da Dersa, que
acompanhou o desenvolvimento dos projetos do Corredor Norte e agora fiscaliza a execução das obras em Santos, serão construídos quatro quilômetros
de novas pistas da Via Anchieta, entre o Jardim São Manoel e o Chico de Paula.
A pista descendente da Anchieta, por exemplo, sofrerá uma derivação à direita, a
partir dos limites do Jardim São Manoel, passando ao lado do Elefante Branco - entre o elevado e a pista existente - e unindo-se à Avenida
Martins Fontes, na altura do posto de gasolina que ali funciona. Com isso, o tráfego que procede do Planalto deixará de servir-se do elevado do
Chico de Paula, ingressando na malha urbana de Santos em nível, isto é, sem necessidade de rampas.
No sentido inverso, o tráfego do Valongo (e do Saboó) que ruma à Via Anchieta, para
São Paulo, subirá a rampa do viaduto do Chico de Paula, alcançando a estrada após passar sob o novo viaduto de acesso à Alemoa (Ramo B, em
construção).
O acesso à Zona Noroeste e São Vicente, para o tráfego procedente da área central de
Santos, será feito à altura do início da Avenida Nossa Senhora de Fátima, cruzando as pistas da Avenida Martins Fontes com o apoio de um conjunto de
sinaleiros. O novo sistema viário foi elaborado pela Dersa em conjunto com a Prodesan.
Outras mudanças - Com a transferência do tráfego Santos-São Paulo para o
Elefante Branco e a construção de uma pista em nível paralela ao viaduto, o acesso da Nossa Senhora de Fátima à Via Anchieta sofrerá também
alteração. Quem procede da Zona Noroeste e São Vicente, por exemplo, deixará de trafegar pela Rua Ana Santos, seguindo pela Nossa Senhora de Fátima,
até a junção com a Avenida Martins Fontes.
Nesse local, com apoio de sinaleiros, cruzará a Martins Fontes para chegar ao
Elefante Branco, alcançando finalmente a Via Anchieta pelo Ramo B, em construção.
Dentro do plano global da Dersa está projetada a construção de uma pequena pista entre
as ruas Ana Santos e Boris Kauffman, unindo a atual Avenida Marginal à pista de acesso à Avenida Nossa Senhora de Fátima, hoje em uso para a ligação
da Via Anchieta com a Zona Noroeste e São Vicente. Com isso, a Avenida Marginal será completada, modificando-se totalmente o trânsito das ruas Ana
Santos e Boris Kauffman, que servirão exclusivamente para a circulação doméstica. As empresas de transporte que ali operam terão acessos à Via
Anchieta somente pela Avenida Nossa Senhora de Fátima, que terá também ligação com o viaduto da Alemoa pelo Ramo B, já em construção.
Avenida Bandeirantes - A Avenida Bandeirantes,
que oficialmente começa junto ao Elefante Branco e, margeando os trilhos da Rede Ferroviária Federal, chega a
Cubatão, está sob jurisdição do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Entretanto, a Dersa vai executar obras no trecho inicial da antiga
Avenida Santos-Cubatão, ampliando a pista nos 300 metros iniciais e construindo um acostamento.
Essa pequena obra faz parte do Corredor Norte, e prevê um prolongamento da
Bandeirantes, com mão dupla de direção até o Elefante Branco, e uma nova passagem sob o viaduto, para se unir à pista descendente da Via
Anchieta, nas proximidades da junção com a Avenida Nossa Senhora de Fátima.
A Bandeirantes permanecerá com mão dupla de direção entre o Chico de Paula e Cubatão,
servindo quase que exclusivamente ao tráfego doméstico entre as duas cidades, só para veículos leves e ônibus suburbanos. Permanecerá, todavia, um
pequeno cruzamento em nível, junto ao início da Rua Augusto Scaraboto, de entrada à Alemoa, exatamente sob o viaduto (em construção) da Avenida
Portuária. A Dersa acredita que esse cruzamento terá movimento reduzidíssimo, pois o novo viaduto retirará cerca de 90 por cento do tráfego hoje
existente.
Acesso ao porto no novo viaduto
Acesso ao porto
Com a conclusão do viaduto da Alemoa, para uma futura ligação com a Avenida Portuária,
o acesso ao porto ficará mais fácil, eliminando o tráfego pesado que hoje congestiona as acanhadas ruas do Valongo.
O viaduto, que tem 400 metros, é a obra mais importante - e a de maior vulto - do
Corredor Norte. O estaqueamento (184 estacas) está concluído, sobre o qual foram construídos os 16 pilares de sustentação para os três tabuleiros,
cujas vigas serão cimbradas no próprio local, sem necessidade de puxamento.
No conjunto, terá uma pista de 14 metros de largura e dois ramos de acesso, um dos
quais em forma de ferradura dupla, para favorecer o acesso Porto-Alemoa-Via Anchieta-São Paulo. A outra é para o tráfego São Paulo-Via
Anchieta-Alemoa-Porto, recebendo também o fluxo - pelo processo de acomodação ou junção - do trânsito Centro-Alemoa-Porto, sem cruzamentos.
O viaduto, entretanto, na transposição da Via Anchieta, da Avenida Bandeirantes e dos
trilhos da Rede Ferroviária Federal, não conseguiu canalizar por via direta o trânsito procedente do porto (e da Alemoa), rumo a Santos, que terá
duas opções: o ingresso no elevado e o tráfego pela Via Anchieta, até o Casqueiro, com retorno pela pista descendente da própria Via Anchieta, ou o
tráfego em nível, sobre os trilhos da ferrovia, seguindo depois pela Avenida Bandeirantes, até o Chico de Paula.
Devido ao assentamento das bases do viaduto sobre as principais vias de acesso às
indústrias da Alemoa, a Dersa está executando um projeto paralelo sob os pilares de sustentação da obra-de-arte, abrindo novas e pequenas pistas
asfaltadas, para não comprometer a circulação da área. Esse mini-complexo dá acesso ao viaduto, para permitir fácil ligação à Via Anchieta, rumo a
São Paulo.
Toda a área receberá drenagem
Marginal e ponte
Cerca de quatro quilômetros de novas pistas estão sendo construídos pela Dersa, entre
Cubatão e Santos. É o prolongamento da Avenida Marginal Direita à Via Anchieta, entre os km 58 e 62. Integra o Corredor Norte e se destina a retirar
da Via Anchieta o chamado tráfego doméstico, entre Cubatão e Santos, devolvendo à estrada Santos-São Paulo sua verdadeira característica de rodovia.
Como a Via Anchieta à época da sua construção, a Avenida Marginal está superando
problemas técnicos de solo, pois toda a área de implantação é constituída de terrenos de mangue, onde predomina a tabatinga. Inicialmente, a
construtora Constran, contratada pela Dersa, promoveu grandes escavações, para retirada do material brejoso, preenchendo os vazios com argila e
pedras na implantação do subleito da nova pista. Sobre essa camada foi aplicado grande volume de aterro, propositalmente em excesso, para acelerar o
processo de recalque por adensamento: o próprio peso da terra excedente vai indicar os locais de abatimento do solo, acomodando os locais mais
críticos.
O emprego dessa técnica está apresentando uma situação curiosa, pois quem passa pelo
local fica com a impressão de que a obra parou no aterro, que, entretanto, demanda de 100 a 150 dias para atuar no adensamento previsto, após o que
poderá receber o binder e o concreto asfáltico. Antes, porém, o aterro excedente será retirado e reaproveitado em outras áreas da mesma obra.
Nova ponte - A interligação da Avenida Marginal de Santos com a que está em
construção em Cubatão será feita na travessia do Rio Casqueiro, onde se acha em obras adiantadas uma nova ponte, com 304 metros de extensão.
O estaqueamento, dentro do rio, cravou até agora 55 das 150 estacas previstas, algumas
alcançando 50 metros de profundidade. A ponte terá cinco vãos de 35 metros, com dez tabuleiros onde serão assentadas cinco vigas em cada um. Essas
vigas, cada uma com 35 metros, estão sendo construídas no próprio local e depois serão puxadas por meio de treliças.
Curiosamente, a Constran, com autorização da Dersa, está utilizando parte da ponte de
concreto existente na pista descendente da Anchieta para promover o concretamento dos pilares da nova passagem. Com isso, segundo a própria Dersa,
há uma economia de tempo e redução dos custos.
Além de uma pista de 14 metros de largura, para duas faixas de tráfego - as mesmas
dimensões da Avenida Marginal -, a nova ponte do Casqueiro terá também um passeio de 1 metro nas laterais, para a circulação de pedestres.
A pista descendente da Anchieta terá desvio à direita, no KM 63
Com semáforos
O novo sistema viário que está sendo implantado à entrada da Cidade prevê alterações
no acesso do Centro rumo à Zona Noroeste e São Vicente.
Atualmente, os veículos que trafegam pela Avenida Martins Fontes, sentido Centro-Via
Anchieta, têm passagem obrigatória sob o Elefante Branco para alcançarem a Avenida Nossa Senhora de Fátima, utilizando-se de pista em curva
construída a título precário, sem o necessário e adequado raio de curvatura.
Pelo esquema que está sendo construído pela Dersa, os veículos que procedem do Centro,
rumo à Zona Noroeste, trafegarão pela pista externa da Martins Fontes, junto aos trilhos da Rede Ferroviária Federal, derivando à esquerda em frente
ao posto de gasolina existente e cruzando as três pistas da avenida com auxílio de semáforos.
O sinaleiro terá três tempos distintos: um para o tráfego Centro-Via Anchieta e no
sentido contrário; outro, para o tráfego do Centro, rumo à Avenida Nossa Senhora de Fátima (conversão à esquerda), e o terceiro, da Avenida Nossa
Senhora de Fátima rumo à Via Anchieta e ao Centro.
Parte das obras necessárias ao novo sistema viário estão sendo executadas pela
Prodesan, na Avenida Martins Fontes. |