Elefante Branco já rendeu muita controvérsia: ficou 8 anos desativado
à espera do sistema de circulação, pois ninguém pensou nos acessos...
Um viaduto que já deu muito o que falar
E o Chico de Paula vai ficando cheio de viadutos. Primeiro
foi o Elefante Branco, que ganhou esse apelido por razões mais do que justas: concluído em 1964, permaneceu nada
menos que oito anos sem uso, porque ninguém sabia o que fazer com ele.
Parece incrível, mas o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) começou a implantar o viaduto sem a menor
preocupação em definir o esquema de circulação. Quando deu por si, a obra estava pronta, mas totalmente isolada, sem pistas de acesso. O
quebra-cabeças levou oito anos para ser montado e não faltou quem defendesse a demolição do monstrengo...
E o Elefante Branco continua dando o que falar, pois no ano passado, em acidente que envolveu dois
veículos desgovernados, descobriu-se que as muretas laterais não têm defensas metálicas. Trata-se de uma simples proteção de concreto e qualquer
carro que porventura esbarre nela, com um pouco mais de violência, automaticamente despenca do alto. Ninguém se conforma com isso, mas a Dersa
ainda não definiu se refaz as muretas ou não.
Agora, com as obras do Corredor Norte, o Chico de Paula ganha um novo viaduto. Juntamente com a Via Marginal e a
ponte sobre o Rio Casqueiro, faz parte de um sistema de interligação com o porto e evitará que caminhões circulem na zona urbana de Santos.
Mais, a Dersa pensa em construir um novo viaduto, ao lado do Elefante Branco. Será igual a ele, no
comprimento e na largura, mas com estruturas mais modernas. Caso haja viabilidade econômica, os serviços começarão no ano que vem.
Com esse novo viaduto prevê-se que o trânsito será sensivelmente melhorado em toda a área, eliminando-se algumas
pistas e racionalizando o acesso em curva da Martins Fontes para a Avenida Nossa Senhora de Fátima. Essa curva é de
raio muito fechado e, portanto, muito perigosa.
Recanto dos Nordestinos, um dos bares onde o pessoal tenta esquecer as tristezas
Sem campo de futebol, mas com força para lutar
Pois é. Depois de quase quarenta anos de existência, o
Esporte Clube Anglo enfrenta uma situação no mínimo delicada: não tem mais campo de futebol. Ninguém esperava que de repente o prefeito Paulo
Gomes Barbosa fosse suspender a concessão de área no terreno do antigo Matadouro.
O pessoal que ajudou o clube a fazer aterros e ajeitar o campo não se conforma. Quando o gramado estava bonito,
viçoso, a Prefeitura doou tudo para o Sesi construir o seu conjunto educacional, assistencial e esportivo.
Na sede da Avenida Nossa Senhora de Fátima, 258, sócios e diretores se juntam para relembrar os velhos tempos e
as concorridas partidas de futebol contra o Santa Maria, um clube que já desapareceu mas deixou muitas saudades. Não se pode nem dizer que os dois
times adversários jogavam futebol, porque armavam cada confusão que consumia todos os minutos de disputa. Era assim: os homens brigavam dentro do
campo e as mulheres fora, com tesoura na mão, imaginem! Os dois times tinham uma grande torcida feminina. Grande e exaltada, para ser mais exata.
Mas esse futebol na base da cacetada não impediu o Anglo de revelar muitos e bons atletas, entre eles o Léo
(Jabaquara) e seu filho Leozinho (Bahia); Luisinho (Beira Mar), Maravilha (Jabaquara) e Piloto, Adélson e Narciso (Portuguesa).
Ninguém agüenta ver o Anglo dependendo do campo dos outros para poder treinar. E o Serrano, a grande honra da
favela Vila Alemoa, enfrenta a mesma situação.
Fundado em 1978, o Serrano Futebol Clube não tem nem sede e se reúne provisoriamente no Bar Recanto dos
Nordestinos. A Prefeitura cedeu uma área, de frente para a Rua Bóris Kauffman, para o clube fazer seu campo. Mas o presidente João Joviano dos
Santos não sabe onde arranjar dinheiro para aterrar o local. Os associados são bem pobres e os diretores não cobram taxas deles.
Apesar de tudo, a Vila Alemoa tem bons motivos para se orgulhar do Serrano, que está entre os primeiros
colocados na 3ª Copa Cidade de Santos. Em campo, a garra e as jogadas bonitas de jogadores como Robertinho, Aílton, Pateta,
Caveirinha, Cacá, Nino, Naná e Paulão, só para citar alguns. |