Imagem: reprodução parcial da matéria original
Santos cresce para o alto
Aumenta de ano para ano o número de construções de grandes edifícios – Em 1951,
a Diretoria de Obras, da Prefeitura, expediu 526 alvarás – De janeiro até setembro último foram expedidos 311 – Números e confrontos
Texto de Hamleto Rosato
Fotos de Rafael Dias Herrera
Quando Braz Cubas fundou, em
1543, a então Vila de Todos os Santos, talvez não tivesse imaginado que, destas terras, outrora conhecidas por Jurubatuba,
sairia a segunda cidade de São Paulo, o Estado líder da Federação Brasileira, que é uma afirmativa eloqüente do espírito empreendedor da gente
bandeirante.
Ultrapassar os obstáculos de toda a ordem, enriquecer economicamente e apoiar o
Brasil, caminhado decisivamente na estrada do progresso, são tarefas a que se propuseram os paulistas e que vê realizando com segurança e firmeza. E
Santos, essa cidade que, em todos os setores de atividade, tem dado ao Brasil vultos dos mais destacados, percorre também essa mesma estrada,
colocando-se, com justificado orgulho, como a segunda cidade do Estado e uma das primeiras do Brasil.
Relembrar a participação dos santistas nos grandes acontecimentos que marcam as
páginas da história pátria não cabe numa reportagem ligeira como esta. Inclinamo-nos, pois, somente para um dos setores: o do desenvolvimento
arquitetônico de Santos.
Dados estatísticos - À Diretoria de Obras da Prefeitura Municipal devemos a
gentileza dos dados sobre prédios que estão sendo construídos ou já terminados durante o ano corrente.
Interessante, pois, saber-se o número de alvarás de construção expedidos pela
Diretoria de Obras em 1932 (citando-se apenas vinte anos atrás) e que foi de 294. importa frisar que 1932 foi o ano da Revolução
Constitucionalista, na qual o Estado se empenhou. Daí, pois, o fato digno de registro. O progresso, mesmo com os três meses de revolução,
continuou.
Conquanto não se registrassem números elevados de construções, 294 é bastante
expressivo, o que nos leva a afirmar que Santos viu aumentar continuamente o seu patrimônio imobiliário.
As construções em 1951 - Durante o ano passado a Diretoria de Obras da
Prefeitura Municipal expediu 526 alvarás. Entre os edifícios construídos figuram muitos com mais de dez andares. A orla das nossas praias, como se
vem observando, é a que mais prédios tem apresentado nesses últimos tempos. Geralmente são prédios de apartamentos que vêm transformando, e muito, o
aspecto arquitetônico da nossa urbe. Belos edifícios, de grande porte, são vistos enfeitando as praias santistas. Do lado do mar, o viajante tem a
melhor das impressões de nossa cidade. E como Santos pertence a esse colosso que é o Estado de São Paulo, os edifícios vão subindo, como se tivessem
inveja do Monte Serrate...
Um belo edifício, de linhas modernas, que ornamenta nossas praias, e ...
... um outro edifício em construção, que virá enfileirar-se
num conjunto de artísticos prédios no aristocrático bairro do Boqueirão
Fotos: Rafael Dias Herrera, publicadas com a matéria
No ano corrente – Somente no período de 1 de janeiro a 30 de setembro último,
foram expedidos 311 alvarás para construção.
Com mais de dez andares, são os seguintes os prédios de apartamentos que estão sendo
construídos este ano: à Rua Alamir Martins, 31, com 14 andares, tendo como construtores a Cia. Construtora Corrêa da Costa, sob a responsabilidade
de Eduardo Corrêa da Costa; à Rua João Pessoa, 129/133, com 12 andares, sendo construtores o Escritório de Engenharia José João Piffer; à Av.
Presidente Wilson, 48, com 16 andares, tendo como construtores Macedo e Vaz Ltda., sob a responsabilidade de Ciro F. Vaz; à Rua Casper Líbero,
18/209, com 10 andares, cujo construtor é Domingos V. Janini; à Rua Marechal Deodoro, 29/31, com 11 andares, tendo como construtores Domingues
Pinto, Passareli e Merlin Ltda.; à Av. Bartolomeu de Gusmão, 49, também com 11 andares, tendo como construtores Organização Construtora e
Incorporadora Andraus Ltda.; edifício de 10 andares à Av. Washington Luiz, 529, sob a responsabilidade de José João Piffer; à Av. Presidente Wilson,
23/26, com 10 andares, e construtores Sociedade Civil Construtora São Paulo Ltda.; à Av. Vicente de Carvalho, 71/72, com 16 andares, a cargo de Caio
G. Martins; à Rua Pindorama, 17/23, com 11 andares, e responsabilidade de Otto Meinberg.
O Condomínio Jardim do Atlântico, à Av. Bartolomeu de Gusmão, dos mais modernos,
apresentará, além de um belo terraço, piscina, quadras de tênis, play-ground e ampla garagem.
Prédios aprovados e não executados - Foram aprovados e ainda não executados os
seguintes prédios: Aliança Imobiliária Ltda., à Rua Marechal Floriano Peixoto, 145/147, esquina de Rua Aprovada, 246, com 10 andares; Construção
Cipriano Marques Filho, à Rua Artur Assis, 14, com 12 andares; de Manoel da Silva, à Rua Senador Feijó, 240/246, com 11 andares; Imobiliária Ariston
S.A., à Av. Presidente Wilson, esquina da Rua Cásper Líbero, com 10 andares.
Confronto - Somente uma pessoa que tivesse saído de Santos em 1930 e agora
regressasse, poderia, melhor do que ninguém, observar com exatidão a metamorfose de nossa cidade. Santos cresce. A cidade vai se alargando. Segundo
o último recenseamento contamos hoje 206.920 habitantes. Com a instalação da Refinaria de Petróleo, no vizinho
município de Cubatão, o que será Santos dentro de vinte anos?
Em 1924 possuía a cidade, cheirando ainda a província, apenas uma estação de rádio: o
Rádio Clube de Santos. Hoje, temos quatro emissoras: Rádio Clube, Rádio Atlântica,
Rádio Cacique, Rádio Guarujá Paulista e Rádio Cultura São Vicente, estas
últimas estreitamente ligadas à cidade.
Mas, para se fazer um confronto, vamos assinalar que o Estado de São Paulo possuía em
1944 quarenta e duas estações de radiodifusão. Santos contava duas.
Dois anos depois, isto é, em 1946, Santos possuía quinze teatros e cinemas, afora os
teatros de sociedades particulares. Hoje, esse número se eleva a 18. Nesse mesmo ano tínhamos 18 estabelecimentos hospitalares.
Esses números são eloqüentes se confrontarmos com o que possuíamos há vinte anos
atrás. Olhando o passado, é que podemos antever o que será essa Santos, sala de visita de São Paulo, primeiro porto de mar do Brasil, maior
praça cafeeira do mundo, e que tem dado tantos filhos ilustres para a grandeza de nossa pátria.
Santos moderniza-se e se transforma, elevando para o alto os seus belos edifícios, que
constituem um autêntico valor patrimonial imobiliário.
As fotografias são bem eloqüentes. Falam por si. Se Braz Cubas, o fundador desta
hospitaleira cidade, ressuscitasse, com orgulho olharia o progresso de Santos, como orgulhosos devem sentir-se todos os santistas e quantos aqui
vivem. Não é Santos apenas o maior porto do Brasil. É uma cidade que cresce, cresce para o alto e para os lados. Na primeira foto, apanhada do
Edifício Bel Mar, vemos os prédios que se enfileiram para os lados da Ponta da Praia...
...vista tirada do alto do Edifício Santo Antônio, em direção ao Boqueirão e
Gonzaga...
...o edifício que fará parte do Condomínio Jardim do Atlântico, à avenida Bartolomeu
de Gusmão, que terá, além do andar térreo e terraço, piscina, quadra de tênis, play-ground e ampla garagem, tudo na parte térrea...
...finalmente, um trecho de edifícios situados no Boqueirão
Fotos: Rafael Dias Herrera, publicadas com a matéria
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